Reequipamento da FAP

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Rui Elias

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Reequipamento da FAP
« em: Março 31, 2004, 02:13:09 pm »
Por favor, vejam se acham isto viável.

Proposta para reequipamento e aumento do dispositivo da FAP.

Nesta proposta são apontadas as necessidades que julgamos necessárias e suficientes para dar maior visiblididade e capacidade operacional para que a Força Aérea Portuguesa (FAP) possa cumprir melhor as missões que lhe estão atribuídas.

Este segundo documento é um complemento ao documento enviado anteriormente, onde se estabelecem os princípios que enformam e justificam este reforço nos meios para que a cobertura do território nacional, que para além do Continente, inclui os arquipélagos dos Açores e Madeira, seja uma realidade.

Com uma força desta dimensão, e sem querer entrar em caminhos “armamentistas” cremos que Portugal ficaria dotado de uma FAP, que em conjunto com os outros ramos das Forças Armadas, permitiriam dotar o país de  melhores condições para responder a situações de conflito, em conjunto com os aliados, no quadro da NATO e UEO, e também para enfrentar situações de crise humanitária.

Também permitiria atingir uma capacidade estratégica nova, ao nível logístico e de projecção de forças, bem como ao nível táctico aproximarmo-nos de alguma paridade com o dispositivo espanhol.

Uma força deste tipo permitiria ainda dotar os Açores e a Madeira com maior capacidade militar para resgate e apoio a populações em situação de crise, e maior vigilância dos mares, em articulação estreita com a Armada.

Nesta proposta não incluímos as aeronaves de treino por não possuirmos os elementos nem conhecimentos necessários para opinar sobre esta matéria.


Aquisições
•   2 esquadrilhas de 25 de F-16 cada (mantendo-se a actual)
•   1 esquadrilha de 25 F-18
•   2 esquadrilhas de 20 F-15 cada
•   12 C-130 (mantendo-se as actuais 6 aeronaves)
•   1 esquadrilha de 6 helicópteros Chinox, (ou outros de grande porte para transporte e resgate)
•   2 esquadrilhas de 8 helicópteros Black Awck, Pumas ou Sikorsky cada (para os mesmos efeitos)
•   2 Airbus para apoio a projecção de forças (transporte e rotação de tropas a média e longa distância)*
•   1 aeronave com capacidade de reabastecimento de caças no ar


Manutenção

•   Manutenção da esquadrilha dos Alpha Jet actuais (dedicada apenas a treino avançado)
•   Manutenção dos actuais P-3 Orion (até à sua substituição por aviões de vigilância mais actualizados)
•   Manutenção dos  2 actuais Falcon
•   Manutenção da actual força de Pumas e Aluhetes III, enquanto se mantiver a sua operacionalidade

* com as falências e crise na aeronáutica civil, não seria difícil a Portugal encontar uma ou duas aeronaves a adquirir para uso militar de transporte e rotação de tropas
 

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Ricardo Nunes

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(sem assunto)
« Responder #1 em: Março 31, 2004, 02:44:51 pm »
Pois... e o dinheiro, o dinheiro???  :?

Algumas chamadas de atenção:

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Aquisições
• 2 esquadrilhas de 25 de F-16 cada (mantendo-se a actual)

Actualmente temos 40 aeronaves! 20 ao serviço ( 19 OCU e um MLU na 201 ) e as restantes já em modernização nas OGMA. Diz-se esquadra e não esquadrilha. São termos que simbolizam organizações com importância e quantidades diferentes.

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• Manutenção da esquadrilha dos Alpha Jet actuais (dedicada apenas a treino avançado)

Temos de momento 2 esquadras e não uma! ( A 301 responsável missões de ataque ao solo e apoio aéreo próximo e a 103 Caracois responsável, essa sim, pelo treino avançado ).

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• Manutenção dos actuais P-3 Orion (até à sua substituição por aviões de vigilância mais actualizados)

No estado em que estão em 2008 já não teremos nenhuma aeronave operacional. De facto já uma se encontra parada pois já excedeu as horas de voo máximas que a estrutura suporta.

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• Manutenção dos 2 actuais Falcon

A FAP por acaso opera 1 Falcon 20 e 3 Falcon 50. Logo, ao todo são 4! São operados pelos "Linces".

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• Manutenção da actual força de Pumas e Aluhetes III, enquanto se mantiver a sua operacionalidade


Os Pumas encontram-se de momento a ser substituídos pelos novos EH-101.

Outras questões:
Então e o transporte táctico ( a uma escala reduzida ) que hoje em dia é responsabilidade dos Elefantes com Aviocars? Que aconteceria? E a guerra electrónica e controle de pescas levado a cabo pelos C-212-300 ?
E o treino elementar e básico? Não vejo aeronaves de treino básico na lista.

PS
Os helis americanos que referiu já são antigos e encontram-se propostas bastante mais interessantes no mercado. E lembre-se: uniformização de meios é essencial!
Ricardo Nunes
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HCardoso

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« Responder #2 em: Março 31, 2004, 03:23:46 pm »
Ola a tudos ..

Esse reequipamento que referiste, é em meu ver muito "armamentista" Portugal não tem capacidade para ter tais meios.
Acho que é preferivel ter menos, mas modernos e que respondam, com rapidez, aquilo que lhes è pedido.
40 F16 Existentes são sem duvida suficientes(quando estiverem todos actualizados e operacionais)
Deveria-se sim substituir os alpha jet das Esq 103 e 301, por um avião mais moderno e que possa efectuar missões a par com os F16 (como por Ex T50)
Existir sim como referiste capacidade de reabastecimento em voo, que permitiria capacidades que ate agora é impossivel de realizar.
Ate mais....
 

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papatango

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« Responder #3 em: Março 31, 2004, 05:24:27 pm »
como referi no outro tópico, aqui o problema é idêntico.

115 aviões de combate (sem contar com outros tipos de aeronave, treinadores básicos, intermédios e treinadores avançados) etc...

Isto implica uns 180 pilotos só para estes aviões.

Como sabemos, ainda não é liquido que se consigam ter pilotos suficientes para as duas esquadras de F-16, quando a primeira ficar operacional.

Se temos problemas com os pilotos para 40 aviões, como é com pilotos para 115 aviões? :D :D :D
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Guilherme

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« Responder #4 em: Março 31, 2004, 05:51:31 pm »
Citação de: "papatango"
Nos dias de hoje, não é necessário ter forças aéreas gigantescas como na segunda guerra mundial.

Lembro que hoje, um B-52 é mais eficiente que um agrupamento de 100 bombardeiros B-17 da segunda-guerra.

Lembro ainda mais. Um F-16, equipado para ataque ao solo, com bombas inteligentes, guiadas a Laser ou com GPS inercial, faz mais estragos que 10 (dez) B-17 da Segunda guerra, que era o minimo garantido para destruir um alvo.

A nossa força aérea com 20 F-16 modernos, fará a mesma coisa que 200 bombardeiros B-17 da segunda guerra mundial.


"As munições guiadas também melhoram a agilidade estratégica. Apenas três saídas de um cargueiro C-5 podiam suprir a necessidade de munição guiada diária da USAF na Guerra do Golfo. Já os B-52 tinham que sair da Inglaterra, Oceano Índico e até do próprio EUA devido a dificuldade de encontrar portos no Golfo para levar a grande carga de bombas destes bombardeiros.

Uma esquadrilha de quatro A-1M, armados com bombas guiadas a laser, e apenas uma aeronave equipada com um casulo de navegação e ataque tem a mesma capacidade acima. Numa conta simples, a frota de 50 AMX poderá ser mais capaz que mais de 1.000 bombardeiros da Segunda Guerra Mundial."

http://www.sistemasdearmas.hpg.ig.com.br/amx/amx06tiposguiadas.html
 

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Spectral

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« Responder #5 em: Março 31, 2004, 06:15:09 pm »
Essa quantidade de aviões de combate conduz a uma situação semelhante aos anos 50: muitos aviões , poucos pilotos e uma estrutura completamente incapaz de lidar com um aumento tão grande do no de aparelhos.

E para quê estar a comprar 3 esquadrilhas ( 60 aviões?) de aviões prestes a serem ultrapassados ( F15 e F18)? Metade desse nº de Rafales e Eurofighters seria uma compra muito mais efectiva, e que teria efeitos durante muitos mais anos...

Os AL3 estão a cair aos bocados e deviam ter sido substituídos há 20 anos atrás ( por um heli ligeiro para o GALE).

Os helis médios devem ser os Nh-90, até pela participação nacional. se se precisar de algo maior, temos os EH-101,que já não é nada pequeno!

Fora tudo o que já o Ricardo ou o Papatango disseram.  :wink:

PS: sempre é verdade que os Alpha-jet vão ser retirados com a constituição da nova esquadra de F-16 ? Não havia um plano para os substiuir por helis de ataque ( em minha opinião uma grande asneira) ???

cumptos
I hope that you accept Nature as It is - absurd.

R.P. Feynman
 

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FFAP

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« Responder #6 em: Março 31, 2004, 09:05:12 pm »
F-15, F-16 e F-18???? Grande logistica que teriamos que ter, e que grandes gastos iríamos ter.
   40 F-10 MLU chegam muito bem.
   
" 12 C-130 (mantendo-se as actuais 6 aeronaves) "

 18 C-130? Parece um bocado exagerado, talvez uns 8/10 seja um numero mais aceitavel.

  Para a missão da FAP não precisamos de helis pesados,(poderiam ser ncessários no Exército), os EH-101 servem muito bem.
  Os Puma e os ALIII têm 30 anos de vida e estão na altura de serem abatidos ao serviço.

  "2 Airbus para apoio a projecção de forças (transporte e rotação de tropas a média e longa distância)*
 1 aeronave com capacidade de reabastecimento de caças no ar "

   Concordo.
Um abraço

EX MERO MOTU
 

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Ricardo Nunes

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« Responder #7 em: Março 31, 2004, 10:57:29 pm »
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PS: sempre é verdade que os Alpha-jet vão ser retirados com a constituição da nova esquadra de F-16 ? Não havia um plano para os substiuir por helis de ataque ( em minha opinião uma grande asneira) ???



Correcto. Existia essa intenção de extinguir a 301 mantendo os Alpha-Jets apenas para treino ( na 103 caracois ) e substituindo a função de apoio aéreo próximo para a esquadra de helis de ataque e 2ª esq. de F-16. Contudo não passou disso - planos e intenções. Até porque a vinda de helis de ataque está ainda muito longe...
Ricardo Nunes
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Jorge Pereira

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« Responder #8 em: Abril 01, 2004, 02:44:33 am »
Concordo basicamente contudo o que o Ricardo Nunes e o papatango disseram só colocando uma ressalva: o número mínimo de F-16 MLU que Portugal deveria possuir deveria ser de 60, três esquadras, de forma a podermos manter um equilíbrio “saudável” com todos os países do nosso entorno geográfico. O ideal? Talvez 80, mas como mínimo sem dúvida alguma 60. Na minha opinião a terceira esquadra seria uma esquadra “itinerante” que se deslocaria/distribuiria entre os Açores e a Madeira de forma a podermos garantir um controlo aero-naval eficaz sobre o Atlântico.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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Fábio G.

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« Responder #9 em: Abril 01, 2004, 05:45:15 pm »
Pois eu também estou de acordo e acho que deveriamos ter uma 3ª esquadra de F-16 para fazer um total de 60, mas também que isso será quase impossivel devido claro ao dinheiro e ao governo que já está mais do que contente com 40 F-16 MLU (lá para 20?? :lol: .