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Forças Armadas e Sistemas de Armas => Força Aérea Portuguesa => Tópico iniciado por: Ricardo Nunes em Setembro 18, 2004, 05:28:26 pm

Título: Portugal opta pelos P-3 holandeses
Enviado por: Ricardo Nunes em Setembro 18, 2004, 05:28:26 pm
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Governo vai comprar cinco aviões P-3
 
Ministro da Defesa aposta na fiscalização marítima
 
   
O Governo vai gastar 309 milhões de euros na modernização dos aviões P-3 Orion que fazem a fiscalização marítima, anunciou hoje o ministro de Estado, Defesa e Assuntos do Mar.

 
Os P-3 fazem a fiscalização marítima, sendo usados
principalmente em acções de detecção de pesca ilegal, tráfico de droga, imigração clandestina ou apoio a missões de busca e salvamento e luta anti-submarina.

O Governo vai comprar cinco aviões P-3 holandeses, para substituir os actuais seis de que dispõe, num negócio que é feito em parceria com a Alemanha, que irá comprar uns adicionais oito aviões à Holanda.

Ao comprar mais aviões em vez de modernizar os actuais, o Governo vai poupar 36 milhões de euros e ter aviões 20 anos mais novos, afirmou Paulo Portas.

A compra dos aviões à Holanda, cuja estrutura não precisa de qualquer modernização, irá custar ao Estado português cerca de 70 milhões de euros, sendo os restantes 239 milhões de euros gastos na
modernização dos sistemas electrónicos de missão.

Para a modernização destes sistemas, o Governo vai lançar "de imediato" um concurso, explicou Paulo Portas. A operação será feita nas oficinas da OGMA, em Alverca.

Os primeiros dois dos cinco aviões holandeses chegarão a Portugal no início de 2005 e prevê-se que a sua modernização termine em 2009.

Com Lusa


 :arrow: http://sic.sapo.pt/index.php?article=75 ... &area_id=1 (http://sic.sapo.pt/index.php?article=7512&visual=3&area_id=1)

Como 2 dos 5 P-3 já possuem o PAC parece-me um bom negócio. São quase 50 milhões de contos para investir na modernização de aeronaves ( praticamente só 3 ) que têm muito menos horas de voo do que os P-3P nacionais.
Título:
Enviado por: Centurião em Setembro 18, 2004, 06:36:43 pm
Há rumores nos “círculos” militares que apontam a compra também à Holanda e incluídos neste negócio dos P-3 de 110 Leopards 2 e “algo” muito especial não especificado (Apaches? Patriots?)

Só boas notícias  :P  :P
Título:
Enviado por: fgomes em Setembro 18, 2004, 07:10:50 pm
Isso era a Sorte Grande e a terminação !

Se se confirmarem todas estas aquisições, o Dr. Portas ainda se arrisca a ser considerado o melhor ministro da Defesa dos últimos 30 anos !

P.S. Quem diria !
Título:
Enviado por: Spectral em Setembro 18, 2004, 07:15:21 pm
110 Leo2 ?  :wink:
Título:
Enviado por: Ricardo Nunes em Setembro 19, 2004, 12:00:22 pm
A Holanda apenas dispensou para venda 6 dos seus AH-64.
Não acredito muito na aquisição destes helis. Contudo a compra de Leo´s já a encaro como mais provavél mesmo sabendo que esta não é a prioridade do exército.
Título: Excedentes
Enviado por: snakeye25 em Setembro 19, 2004, 01:12:23 pm
Por falar em excedentes militares, a Holanda já não vai trocar os seus 18 Pzh2000 por sistemas NASAMS noruegueses.
Podem começar a sonhar (e mesmo só isto...) com 3 baterias novinhas no GAC da BMI  :twisted:
Título:
Enviado por: JNSA em Setembro 19, 2004, 04:14:31 pm
Estas ocasiões fazem-me lembrar aquele ditado - "Quando a esmola é muita, o pobre desconfia"...

Estivémos tantos anos com falta de equipamento, que não acredito que de um momento para o outro venham aí 110 Leopard 2 (talvez os 20 de que se falou...), Apaches, Patriots ou Pzh2000... Peço desculpa a quem possa estar mais informado do que eu, mas até ter algo mais concreto, vou encarar isto como um boato, mais fundamentado no que gostaríamos de ter do que no que vamos ter...

Quanto aos Orion, acho uma boa notícia - conseguem-se plataformas mais recentes, por um preço inferior. Só tenho pena é que sejam 5 em vez dos 6 actuais...  :(  Não seria possível, tendo em conta que vamos manter os antigos, canibalizar alguns de forma a conseguir operar pelos menos mais um P-3P, mantendo assim a capacidade que presentemente existe?
Título:
Enviado por: Spectral em Setembro 19, 2004, 07:33:14 pm
Quanto aos NASAMS a boa notícia é que é um equipamento "surplus" na Noruega portanto continuam disponíveis, e seriam mesmo uma excelente compra para Porugal.

O Pzh2000 é realemente impressionante, mas os M109s chegm perfeitamente para a nossa situação. Antes dos Pzh devia estar na lista de prioridades uns IFVs para substituir os M113.

Uma ideia interessante seria manter 1 P-3P para missões de vigilância marítima ( sem luta ASW) e treino, como os noruegueses fazem com os P-3B. Como estes aviões não teriam que efectuar as missões ASW a baixa altitude que consomem a fuselagem dos P-3s. Assim os P-3P2 ( ou P-3C-P, a designação é minha  :wink: ) estariam mais livres para as suas missões.
Título:
Enviado por: papatango em Setembro 19, 2004, 10:34:22 pm
A substituição dos actuais M-109 não faria grande sentido.

A Noruega trocaría os seus M-109-A2 pelos sistemas alemães (que são novinhos em folha)

Ora, em Portugal, temos poucos, mas o que temos é o M-109-A5, que é muito mais recente, podendo por exemplo actuar em ambiente NBQ.

Não há comparação ente os nossos actuais M-109A5 e os M-109A2 da Noruega.

Se todas as nossas forças estivessem ao nível dos M-109A5, não estaríamos assim tão mal. Há apenas uma versão acima do A5, que é o M-109A6-Paladin utilizado pelos americanos.

Por isso, não acredito nesse possibilidade da artilharia auto-propulsada de 155mm.

Quanto aos Apache, quem é que disse que temos capacidade para operar muito mais que seis Apache?

Sería provavelmente o melhor negocio de todos. Claro, exceptuando os PATRIOT, que de qualquer forma tanto quanto sei são antigos, ou seja, daqueles que dizem que atingem o alvo e depois afinal, não atingem... :D

Cumprimentos.
Título:
Enviado por: Spectral em Setembro 19, 2004, 11:59:14 pm
Ainda temos M109A2, ou estes já foram trazidos ao nível dos M109A5 ?

Quanto ao resto, o Papatango acertou em cheio ( como sempre  :wink: )

Queria apenas corrigir uma coisa: o Patriot ( qualquer das versões) é um sistema muito eficiente contra aviões. O grande problema é que as suas tão publicitadas capacidades anti mísseis balísticos ( tipo Scud) revelaram-se bastante fraquinhos. Mas esta nunca foi a missão orginal dos Patriot.
Título: Artilharia
Enviado por: snakeye25 em Setembro 20, 2004, 02:14:22 am
Citação de: "Spectral"
Ainda temos M109A2, ou estes já foram trazidos ao nível dos M109A5 ?


Ainda temos uma bateria de A2 (juntamente com duas de A5). Penso que não está nos planos actualizar os A2, que aliás já estão bem gastos (têm mais de 20 anos).

Atenção que apenas escrevi que podiam sonhar com a possibilidade... já que aqui gostam muito de fazer as listas de compras :roll: .

Voltando ao tema inicial, será que os 5 aviões vão ser elevados ao padrão CUP ou a um standard nacional ? O CUP custa cerca de 20M€, e segundo as notícias vão gastar 150M€ no upgrade, pelo que ou alguém anda a amealhar para a reforma, ou o nosso upgrade é mais avançado.
Título: Re:
Enviado por: dmbc em Setembro 20, 2004, 10:20:50 am
Saudações Aeronauticas e LEICianas,

Caro Snakeye, é com grande prazer que aqui comunico consigo pois, tendo optado pela posição de observador dos vários foruns, tenho tido a oportunidade de verificar a correcta e completa informação que disponibiliza. Parabéns!

Quanto ao CUP, como sabe o grande problema das negociações com a Alemanha foi o número de aparelhos modernizados que iriam ser distribuidos entre os dois paises. Neste momento foi já entregue um aparelho modernizado à MARPAT, sendo que dois mais estão em processo de modernização nos EUA. As negociações foram de certo modo "prejudicadas" pelo facto dos três P-3C que não seriam modernizados dos 13 já se encontrarem em Portugal, armazenados em condições longe das ideiais em Alverca. No entanto, os restantes 10 aparelhos serão modernizados ao nivel CUP num programa que se estende até 2010. Como tal é de esperar que os três "não modernizados" o sejam a um nível semelhante pois os valores referidos por S E MEDNeAM assim o indicam.
De qualquer modo posso-vos indicar que existe a vontade por parte do MDN para que os aparelhos sejam "o mais modernos possível" segundo a minha fonte...

Sem mais de momento,
dmbc
Título:
Enviado por: JNSA em Setembro 22, 2004, 05:48:16 pm
Papatango, estou de acordo com o resto do seu post, menos com esta parte:

Citação de: "papatango"
Quanto aos Apache, quem é que disse que temos capacidade para operar muito mais que seis Apache?

Sería provavelmente o melhor negocio de todos.


Em primeiro lugar, temos capacidade para operar mais do que 6 Apache... Se só conseguíssemos ter seis hélis de ataque operacionais, então seria um puro desperdício de dinheiro, pois eles não serviriam para nada. Uma capacidade credível exige desde 12 a 24 aeronaves. O primeiro número já seria suficiente para manter um destacamento relevante em prontidão, mas menos do que isso deixa de ser relevante, e como tal, um custo sem benefícios (seria um dos casos em que o barato sai caro...). Não me entenda mal - eu gostaria muito que as FA recebessem seis Apache, mas o investimento de criar uma estrutura para os utilizar só seria compensado com um maior número de plataformas...

Eu sei que já não vivemos em guerra, mas comparando com as quantidades de aeronaves empregues na Guerra Colonial, estaríamos muito mal se só conseguíssemos manter 6 hélis de ataque... :wink:
Título:
Enviado por: papatango em Setembro 22, 2004, 10:02:36 pm
Citação de: "JNSA"
Em primeiro lugar, temos capacidade para operar mais do que 6 Apache... Se só conseguíssemos ter seis hélis de ataque operacionais, então seria um puro desperdício de dinheiro


Eu estou de acordo que seria um gasto de dinheiro consideravel.
No entanto, eu não vejo o Apache como um helicóptero de alguma forma comparável com os helicopteros que tinhamos na guerra em África.

Os nossos "Helicanhões" em África eram em numero considerável. Comprámos 142  Allouete-III e chegámos a ter  45 helicopteros em Angola, 18 na Guiné e 36 em Moçambique (Máximos aproximados, segundo o livro Guerra Colonial, de Aniceto Afonso e Carlos Matos Gomes).

Mas a força de helicópteros, tinha objectivos diferentes. Nós não tinhamos necessidade de helicópteros anti-tanque lança-mísseis (bem, necessidade até tinhamos, mas enfim...). Portanto, não acho que devamos comprar os numeros que tinhamos durante a guerra.

O Apache, é, quer em termos de preço quer em termos de complexidade, um equipamento muito mais complexo que um Alouette-III.

A comparação será eventualmente entre um FIAT-G91 e um F-16MLU. Os F-16MLU podem ser menos, mas a sua capacidade de combate é muito superior.

Um exército que tem helis anti-tanque tem um conceito de utilização e um objectivo estratégico que estará na origem da sua compra.

Os nossos Apache, só poderiam servir para três coisas:
- Defesa de uma invasão espanhola, para quebrar o avanço dos tanques.
- Cooperação internacional em zonas onde fosse necessário atacar tanques ou alvos blindados.
- Apoio a algum país da CPLP, a partir do NAVPOL.

Caso 1
Não chegam os seis, mas do ponto de vista táctico, podem ser inestimáveis
Caso 2
dois ou três seríam sempre um contributo importante
Caso 3
O NAVPOL não poderia levar mais de qualquer forma

Depois, não podemos esquecer uma coisa.
Se vamos pensar em 12 a 24 Apache, quantos helis de transporte vamos ter? E quantos helis ligeiros?

mais um pouco e a força aérea do exército tería um orçamento mais pesado que o da propria força-aérea.

E nós temos um país com 10.5 milhões de habitantes e umas forças armadas com 45.000 militares. (Só a força aérea do brasil tem mais efectivos que isso).

Se for possivel, através da cooperação internacional, manter um pequeno destacamento de Apache, a ideia não sería estapafurdia. Cooperação internacional, quer dizer colaborar em termos de compra de peças de reposição e formação de pessoal entre vários exércitos europeus. Isso é possivel, e tornará a operação de pequenos contingentes viável.

Se vai demorar muito tempo para o conseguir, isso é outra coisa... :D

Cumprimentos
Título:
Enviado por: Ricardo Nunes em Setembro 22, 2004, 10:16:37 pm
Caro papatango,

O requesito mínimo da FAP sempre foi o de, no mínimo, 12 aeronaves - nomeadamente helis de ataque - para a substituição da esquadra 301 Jaguares.

O JNSA tem total razão. A operação de apenas 6 aeronaves saíria caríssima exactamente devido ao seu pequeno número.
Os helis ligeiros e médios nada têm a ver com helis de ataque. São plataformas completamente independentes e não dependem uma das outras. Não entendo essa comparação até porque a eventual vinda de helis de ataque seria troca por troca com os Alpha-Jet.
6 é um número completamente irrisório. Até porque as manutenções de aeronaves implicariam que seria raro ter as 6 aeronaves em estado de voo.


Subscrevo na totalidade a posição expressada anteriormente: se é para virem apenas 6 penso que o melhor seria investir o dinheiro em outra plataforma.
Mas não me interpretem mal! 6 aeronaves são sempre melhor que 0, mas sinceramente penso que os custos de operação não compensariam as capacidade adquiridas.


Cumprimentos,
Título:
Enviado por: papatango em Setembro 22, 2004, 11:08:51 pm
A questão é:

Eu vejo o Apache como uma aeronave para o exército, e não para a força aérea. Por isso não vejo necessidade de uma grande frota. Eu vejo eventualmente a necessidade de um pequeno grupo adstrito a uma unidade do exército, que tratará de dar apoio aproximado a unidades blindadas, e a, em casos de necessidade agir contra veículos blindados de transporte ou "soft targets", nomeadamente transportes de combustível.  para por exemplo, cortar abastecimentos.

Os Alphajet devem ser substituidos por F-16, com capacidade de ataque ao solo, mas não para atacar carros de combate ou veículos e sim para atacar pontes, depósitos de combustível, centros de comando, radares etc...

No entanto, se olhamos para o Apache, como uma substiutição pura e simples do Alphajet, provavelmente 6 unidades não chegaríam. Mas isso implica achar que as coisas são imutáveis e que a força aérea não pode deixar o apoio aéreo aproximado, deixando-o naturalmente para o Grupo de Aviação Ligeira do Exército. Para as regras e os procedimentos da Força Aérea, como existem hoje, não se devem operar seis helicopteros, porque a Força aérea não está preparada para "pensar" nisso.

Ao mesmo tempo lembro a marinha. Afinal apenas temos cinco Lynx, e que me conste, a sua utilização não é nenhum fracasso.

Se a marinha consegue operar cinco Lynx (com o apoio técnico da F.Aérea claro, e que também tería que ser dado ao exército) porque é que  o exército não pode operar seis Apache?

Eu não acho  que a força aérea deva operar helicópteros Apache. Aí sim, sería deitar dinheiro fora. E acho isto porque vejo a utilização deste helicóptero como mais eficaz se puder ser utilizado "na hora" contra ameaças imediatas, o que não ocorre se os aparelhos forem operados pela força aérea.

Cumprimentos
Título:
Enviado por: Spectral em Setembro 23, 2004, 12:35:56 am
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Ao mesmo tempo lembro a marinha. Afinal apenas temos cinco Lynx, e que me conste, a sua utilização não é nenhum fracasso.

Se a marinha consegue operar cinco Lynx (com o apoio técnico da F.Aérea claro, e que também tería que ser dado ao exército) porque é que o exército não pode operar seis Apache?


Porque no caso da Marinha os Lynx são absolutamente ESSENCIAIS às Vasco da Gama, já que lhe dão o seu principal vector de detecção e ataque contra submarinos, logo a Marinha tem de se sujeitar a operar uma frota tão pequena. Hoje em dia uma fragata sem helis ASW não faz o mínimo sentido.

Ou seja, a importância individual de um Lynx ASW é muito maior que um único Apache. Enquanto que 1/2 Lynx podem detectar e afundar toda a nossa capacidade submarina, os helis de ataque precisam de números e de saídas repetidas para terem efeito no campo de batalha.

Além que os Apaches são aparelhos  reconhecidos como de manutenção difícil e cara, muito mais que um Lynx. Fará sentido montar a estrutura necessária para apenas 6 helis ?
Título:
Enviado por: Jorge Pereira em Setembro 23, 2004, 01:08:35 am
Também concordo que os Apache a virem para Portugal deveriam ser integrados no Exército (GALE). Também não vejo o porquê da discussão em torno dos 6 aparelhos. Podemos comprar os 6 à Holanda e posteriormente outros (em numero que se achar conveniente) aos EUA.
Título:
Enviado por: JNSA em Setembro 23, 2004, 12:01:50 pm
Citação de: "papatango"
Eu vejo o Apache como uma aeronave para o exército, e não para a força aérea. Por isso não vejo necessidade de uma grande frota. Eu vejo eventualmente a necessidade de um pequeno grupo adstrito a uma unidade do exército, que tratará de dar apoio aproximado a unidades blindadas, e a, em casos de necessidade agir contra veículos blindados de transporte ou "soft targets", nomeadamente transportes de combustível. para por exemplo, cortar abastecimentos.

Os Alphajet devem ser substituidos por F-16, com capacidade de ataque ao solo, mas não para atacar carros de combate ou veículos e sim para atacar pontes, depósitos de combustível, centros de comando, radares etc...

No entanto, se olhamos para o Apache, como uma substiutição pura e simples do Alphajet, provavelmente 6 unidades não chegaríam. Mas isso implica achar que as coisas são imutáveis e que a força aérea não pode deixar o apoio aéreo aproximado, deixando-o naturalmente para o Grupo de Aviação Ligeira do Exército. Para as regras e os procedimentos da Força Aérea, como existem hoje, não se devem operar seis helicopteros, porque a Força aérea não está preparada para "pensar" nisso.


Papatango, nem eu, nem o Ricardo vêmos os hélis de ataque como aeronaves da FAP, mas sim do Exército. Mas isso nada tem a ver com os números nos quais eles devem ser operados.

Os Alphajet vão ser nominalmente substituídos na FAP pela 2ª esquadra de F-16 (excepto na missão de treino). Mas na realidade, os Alphajet realizavam, pela limitação do seu armamento e sistemas, missões de CAS. Já os F-16AM/BM são muito mais adequados às missões de interdição, sendo talvez um desperdício usá-los em CAS. Aí é que entram os hélis de ataque do exército.

E ao contrário do que diz, a sua principal missão não deve ser destruir blindados, mas sim apoiar tropas no terreno, como uma espécie de artilharia aero-móvel.

Para isso, não bastam 6 Apache (como o Jorge Pereira disse, teríamos que adquirir mais aos EUA). Devido ao grau de desgaste que uma frota de hélis de CAS sofre, 6 hélis seriam largamente insuficientes, e isso nada tem a ver com a sua doutrina de emprego ou filosofia operacional (quer da FAP, quer do Exército).

Há ainda outra questão - quer opere 1, 6, 12 ou 24 Apaches, precisa de uma estrutura de treino, comando, logística, reparações, e desenvolvimento doutrinal; estes são custos fixos (até certa dimensão da frota). Logo, se com 6 ou 12 Apache estes custos não crescem (ou não crescem de forma relevante), e os 6 não chegam para as necessidades, é mais lógico ter 12, não acha?

Só para ter uma ideia, um piloto de Cobras numa entrevista na AFM, disse que o canhão do AH-1W encrava cerca de 35% das vezes (isto quer dizer que, em média, numa missão com três hélis, só dois, ou mesmo um, é que têm o canhão operacional!) . Segundo ele, o do Apache é ainda pior. O Apache é ainda uma das aeronaves mais exigentes em termos de manutenção. E se fosse usado no LPD, visto que não é navalizado, sofreria um desgaste ainda maior. Isto tudo conjugado
permite concluir que uma frota de 12 aeronaves seria o mínimo exigível, e é por essa razão que também foi esse o número apresentado pelas forças armadas...

De resto, eu nem gosto muito dos Apache, e acho que ficaríamos mais bem servidos com os AH-1Z... :wink:
Título:
Enviado por: Tiger22 em Outubro 31, 2004, 09:50:14 pm
DN 2004/10/31

Citar
Patrulha Marítima. 'P-3P' da Força Aérea vão ser substituídos por 'P-3C' holandeses com menos 13 a 16 anos.

Um dos cinco aviões P-3C Orion que Portugal vai comprar à Holanda sofreu há mais de um ano, durante uma reparação na OGMA, um acidente que lhe provocou estragos consideráveis. De acordo com informações facultadas ao DN por Marco Borst, do P-3 Orion Research Group, um dos tanques explodiu durante testes a uma fuga de combustível, danificando irremediavelmente uma das asas.

Construído em Outubro de 1982 em Burbank, EUA, o avião, com o n.º de série 161372 da Marinha norte-americana e o n.º de registo 304 da Marinha holandesa, precisa de uma asa nova ou de uma «muito difícil e dispendiosa reparação».

As hipóteses de asa nova são problemáticas, disse Marco Borst ao DN, pois a linha de produção do P-3 Orion, fabricado pela empresa norte-americana Lockheed (hoje Lockheed Martin), encerrou em 1995. Os direitos de produção e toda a maquinaria necessária ao fabrico das asas foram adquiridos pela também americana Northrop Grum-man, mas até agora a Grumman não construiu uma só asa e é duvidoso que reactive a linha de produção para um único avião português.

Existe a possibilidade de uma asa em segunda mão de um dos muitos P-3C Orion da Marinha dos EUA retirados do serviço. Mas essa asa deverá, em princípio, ter o mesmo número de horas de voo do avião em que vai ser enxertada.

De acordo com Marco Borst, os aviões holandeses que Portugal tenciona adquirir têm 10 000/12 000 horas de voo, enquanto os da Marinha americana armazenados no deserto têm quase todos mais de 20 000. Isso implica que a vida útil do aparelho passe a ser a que resta à asa mais «gasta», em prejuízo da relativa juventude do avião comprado à Holanda. Quanto à reparação, não está garantido que ela seja sequer possível, adianta Marco Borst.

O DN procurou saber junto da presidente do conselho de administração da OGMA, Maria do Rosário Ventura, a situação actual do aparelho em causa, mas, de acordo com a sua secretária, o exclusivo das informações pertence ao Ministério da Defesa, através de Pedro Guerra, assessor de imprensa do ministro.

Contactado pelo DN, Pedro Guerra afirmou inicialmente não ter qualquer informação sobre o assunto, mas confirmou mais tarde o acidente, declarando que o problema «está em vias de ser resolvido» e que a OGMA tem capacidade para fazer tanto a substituição da asa como a reparação, dependendo «da opção técnica que for tomada». O ministério sublinha que «a OGMA faz a manutenção dos P-3 da Holanda e de vários países há longos anos, tratando-se do único centro na Europa reconhecido e autorizado pelo fabricante do aparelho (a Lockheed Martin)».

Sobre a dificuldade de encontrar uma asa compatível, o ministério garante: «Claro que haverá asas adequadas para a substituição, se for essa a via seguida.» E adianta que «foi realizado um estudo detalhado, devendo agora os técnicos da OGMA e da Lockheed Martin decidir qual a melhor opção: substituir a asa ou repará-la». Em todo o caso, «qualquer que seja a solução escolhida, o avião ficará sempre operacional», sublinha.

Tendo o acidente ocorrido «há mais de um ano», segundo as informações a que o DN teve acesso - ou «há perto de um ano», na versão do ministério -, perguntámos as razões da demora, obtendo como resposta que tal se deve ao facto de «os técnicos da OGMA e da Lockheed Martin estarem ainda a equacionar qual a melhor solução».

À pergunta sobre quem pagará a reparação ou substituição da asa, o Ministério da Defesa respondeu que essa responsabilidade «será sempre suportada pela companhia de seguros».
Título:
Enviado por: emarques em Novembro 01, 2004, 10:43:36 am
Bem, em vez de pedir uma asa aos americanos... pedem duas. Depois usa-se uma delas até o avião ter o mesmo número de horas da outra, que terá ficado bem armazenada. :)
Título:
Enviado por: Luso em Novembro 01, 2004, 11:55:13 am
Uma pergunta simplória:

Não serão os Apaches complemento dos AJ e não concorrentes?
Será necessário um F16MLU para CAS?
Porque não apostar numa aeronave CAS/FAC, especialmente modificada, já que não há outras plataformas para além do A10 e Frogfoot?
Estarão assim TÃO mal os Alpha Jet que não mereçam umas modificações valentes como... blindagem extra?
Título:
Enviado por: [PT]HKFlash em Novembro 01, 2004, 11:58:06 am
Existe um helicoptero de ataque europeu em desenvolvimento do nome "Tiger", mas não sei se seria uma boa aposta para o futuro. Bem deixem os especialistas falar. :twisted:
Título:
Enviado por: E-migas em Novembro 01, 2004, 02:43:36 pm
Caros Colegas de Forum,

A aquisição de helis apache para o Exército é uma compra de país rico ( esses helis são dificeis de  manter e existem outras possibilidades como o AH-1Z e o A129 Internacional).

Penso que a Força Aérea deve manter um núcleo de CAS.
OS F-16 devem poder manter função BAI.
Se o preferivel é ter as duas numa só esquadra e tipo de avião (como é preconizado)  eu Penso que existem outras opções.

Existem no mercado aviões de treino como capacidades que ultrapassam as de anteriores versões. Alguns deles são quase aviões de combate convertido em Aviões de Treino.

Assim com a susbtituição dos AlphaJet por uma geração mais nova e capaz de aviõesde ataque e treino e com capacidade de defesa aérea de recurso, Portugal poderia vir a ter uma mistura Hi-Lo Tech capaz de nos defender de grande parte das ameaças.

Por outro lado podemos sempre comprar uma vintena de AV-8V Harrier II Plus aos USMC que estão a começar a retira-los de serviço.

É necessário num Campo de Batalha moderno ter os fast & slow movers! Cada um deles cumpre a sua missão e as munições utilizadas são diferentes e as suas capacidades também.

Assim a FAP deveria ter 40 F-16 (intercepção, superioridade aérea, ataque, interdição, ataque maritimo) e 40 ATA (Aviões de Treino e Ataque - Close air suporte, Interdição, treino avançado, defesa aérea, etc.).

Já para não falar das outras necessidades existentes.

Qual a vossa opinião?
Título:
Enviado por: Ricardo Nunes em Novembro 01, 2004, 03:01:37 pm
Tendo em conta que estas opiniões são sempre subjectivas é necessário manter uma linha de racciocínio coerente no re-equipamento, e seus respectivas objectivos, das nossas forças armadas.

Equacionar um update aos Alpha-Jet é irrisório. Tal seria quase impossível - modificações a um nível estrutural implicariam quase uma aeronave nova. O Alpha-Jet foi concebido para treino avançado e é essa função que cumpre bastante bem. Nós é que gostamos de dizer que é uma plataforma CAS - e até certo ponto utilizamo-lo nessa prespectiva. Relembro que a certificação de um novo pod de reconhecimento simbolizou meses de trabalho e investigação nos laboratórios da Academia da Força Aérea. Qualquer modificação mais abrangente implicaria um custo astronómico.

Sempre fui de opinião que as plataformas que viramos a adquirir deverão ser o mais polivalente possível, contudo não nos podemos esquecer que dos 50 Alpha-Jets que inicalmente possuíamos bem dito era o dia em que 12 ( !!! ) estivessem operacionais, tendo havido alturas em que existiam apenas 6 aeronaves em condições de voo. Tendo em conta este facto e a existência de 2 esquadras de F-16 MLU penso que uma futura substituição do Alpha-Jet deveria ter em conta como missão principal o treino avançado, num número razoável - digamos entre 14 a 18 aeronaves. Não vale a pena adquirir mais aeronaves de asa fixa com capacidade de combate quando já possuímos 40 F-16s e o seu custo de operação é tão grande que cada piloto voa de momento apenas as 180 horas mínimas por ano.

Contudo, e a minha opinião já é do conhecimento público, sou adepto da aquisição de uma esquadra de helicópteros de ataque para ser operada pelo GALE ( Grupo de Aviação Ligeira do Exército ). Estes helis teriam a seu cargo missões de escolta, ataque e por vezes reconhecimento. Não estando a par das mais recentes avaliações existentes a minha escolha recaíria ou no AH-1Z ou no Tiger europeu.

E bem, lá nos afastámos outra vez do tema original.  :?

Cumprimentos,
Título: Re: P-3C Holandeses p/ Portugal
Enviado por: dmbc em Novembro 29, 2004, 07:16:17 pm
Srs,

Apenas um pequeno apontamento para dar conta da situação actual dos quatro P-3C II 1/2 da MARPAT estacionados nas OGMA:

- Foi concluida recontrução da asa do avião nº 304. O mesmo encontra-se ainda no hangar dos P-3 para que lhe seja aplicada a camada final de primário. A asa foi já revista e certificada;

- O nº 311 é o primeiro dos restantes a iniciar o processo de "reanimação".  Hoje mesmo procedeu ao arranque dos motores 1 e 2, sendo que já tinham sido efectuados os testes de APU e sistemas internos primários;

- os nºs 306 e 310 encontram-se já na "avenida" e iniciaram o processo de verificação dos sistemas internos, sendo que no 310 foi notado um desgaste extra da pintura no extra-dorso da asa esquerda que será verificado.

Sem mais de momento,
dmbc
Título:
Enviado por: lf2a em Novembro 29, 2004, 08:31:50 pm
Caro dmbc,

Obrigado pela "inside information" e posso dizer-lhe que fica, desde já, encarregue de nos manter a par dos trabalhos nos P-3C. :D

Já agora, alguém (dmbc?) sabe para quando está prevista a chegada da 5ª unidade a Portugal e quando será a entrega oficial destes meios à Força Aérea???

Cmpts,
LF2A
Título:
Enviado por: Jorge Pereira em Novembro 29, 2004, 10:22:24 pm
Citação de: "dmbc"
Srs,

Apenas um pequeno apontamento para dar conta da situação actual dos quatro P-3C II 1/2 da MARPAT estacionados nas OGMA:

- Foi concluida recontrução da asa do avião nº 304. O mesmo encontra-se ainda no hangar dos P-3 para que lhe seja aplicada a camada final de primário. A asa foi já revista e certificada;

- O nº 311 é o primeiro dos restantes a iniciar o processo de "reanimação". Hoje mesmo procedeu ao arranque dos motores 1 e 2, sendo que já tinham sido efectuados os testes de APU e sistemas internos primários;

- os nºs 306 e 310 encontram-se já na "avenida" e iniciaram o processo de verificação dos sistemas internos, sendo que no 310 foi notado um desgaste extra da pintura no extra-dorso da asa esquerda que será verificado.

Sem mais de momento,
dmbc


Obrigado pela informação e sempre que puder mantenha-nos informados :G-Ok: .