A mim fascina-me como é que esta gente continua a achar que, resolvendo o problema da falta de pessoal, não existe mais problema nenhum.
Ainda não vi ninguém em cargos ou na reforma, a falar da falta de dinheiro para manter os meios existentes, nem da obsolescência destes.
É carne para canhão, e o resto que se dane? É que mesmo que se abra caminho para estrangeiros, porque é que um estrangeiro iria escolher fazer parte do Exército Português, quando aqui ao lado teria acesso a um Exército com muito melhores condições?
Se é para inventar, cria-se um acordo de defesa mútua com STP e Cabo Verde, e eventualmente mais algum país da CPLP. Aí ficavam todos a ganhar, nós que passávamos a ter cursos de certas especialidades mais compostos*, estes países atingiam um novo nível de profissionalização militar e passavam a ser abrangidos por algum tipo de aliança contra futuras ameaças (que mais tarde ou mais cedo vão acontecer), a influência de Portugal em África aumentava, e por arrasto a influência europeia, era uma forma de "combater" a influência chinesa neste continente, o que seria do agrado de todos no Ocidente.
*havendo ainda a possibilidade de se arranjar mais pessoal para missões internacionais, por exemplo em África, e para exercícios, dependendo do formato do acordo.
Sempre era melhor um acordo bilateral ou multilateral destes, com um propósito definido, do que o que actualmente existe, que é ajuda que pouco muda o destino destes países e que apenas serve para ficarmos bem na fotografia (e ajudar alguns amigos), sem ganhos nenhuns a longo prazo.