Substituição dos Alpha-jet

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1650 em: Março 22, 2023, 11:51:07 pm »
A minha má língua diz que a vir(não acredito) o ST vai é fazer vigilância a incêndios e nunca vai colocar as rodas em África.

De todos os programas, o mais provável de se vir a realizar (e dentro dos prazos, e até com aumento orçamental se "necessário"), é precisamente o do ST. Todos os outros, tidos como prioritários, é que me preocupam mais.

Vigilância de fogos florestais com ST em vez drones, é mesmo coisa de malucos.

E os americanos deixam?

E existem condições nas pistas desses países para F-16 operarem? É que o F-16 tem a entrada de ar para o motor muito perto do chão.

No Afeganistão era assim.



Porque não haveriam de deixar?  ???

Na RCA só tens o aeroporto em Bangui, que poderá ter condições. Tudo o resto são pequenos aeródromos em terra batida espalhados um pouco por toda a parte.

Aqui, ou usas o aeroporto como base de operações (ou um país vizinho que permita utilizar melhores instalações), ou terias de ir operar em aeródromos em terra batida.
Aqui deixam-se algumas perguntas:
-a que distância de Bangui costumam ser as missões da nossa força terrestre por lá?
-a vinda do ST ou qualquer outra aeronave propositadamente para a RCA, implica que estas operassem de onde em concreto? De Bangui na mesma, ou de outro sítio qualquer?

Estes dois factores, responderiam logo a muita coisa:
-se as missões forem a curtas distâncias, o uso de helicópteros é mais favorável.
-se as missões forem longe da base de operações, vamos dizer 300km, o uso dos F-16, cuja velocidade de cruzeiro é mais alta que a velocidade máxima do ST, seria uma grande vantagem na necessidade resposta rápida.

A vantagem do ST está inteiramente dependente de que, ou o aeroporto em causa não tenha qualquer condição para operar caças a jacto, ou que se passe a usar um aeródromo de terra batida (o mais próximo estando a 240km de Bangui, pelo menos dos identificados no Google Maps).

A utilização de um aeródromo (ou criação de um de raiz), implica que haja a capacidade de assegurar a sua segurança. Se num aeroporto internacional lá, já é complicado, imagino num aeródromo no meio do nada. Outra vantagem do helicóptero, é que não precisa de aeródromo nenhum, podendo operar de um qualquer descampado/acampamento relativamente perto da área de missão (se as missões forem dispersas pelo território, mais uma vantagem isto se torna, pois o apoio aéreo não está "preso" a infraestruturas).

Isto tudo, leva-me a crer que os estudos realizados, não tomaram em consideração muitas variáveis. Isto também levanta a questão, se em algum dos estudos, se consideraram UCAVs, que muitos deles não terão as mesmas limitações de "pista perfeitinha" do F-16, e são muito superiores ao ST na sua capacidade de vigilância e endurance (e tem custo h/voo inferior, e taxa de disponibilidade superior). Também deve ser mais fácil ter pessoal dentro de uma sala a realizar uma missão durante 20h (pessoal este que pode ser rendido sem a aeronave ter de voltar para casa), do que ter um piloto sozinho no seu ST a andar às voltas durante 8/10 horas (uma das vantagens que a aeronave tem perante helicópteros).
 

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Lightning

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1651 em: Março 22, 2023, 11:51:56 pm »
Sim, desenrascou-se com os Humvee não-blindados, que tiveram de ser substituídos com os Vamtac alugados, enquanto recebiam uma modernização/blindagem da Plasan Sasa. Depois foram empregues os Humvee blindados, e ao longo dos tempos foram adquiridos mais uns quantos, das versões M1151 (EP) mais os 3 do TACP da FAP (penso que da versão M1165). Já havia MRAPs em 2002, e alguns até antes disso, mas a partir de 2007 começaram a surgir muitos mais. Daí até à nossa saída no Médio Oriente, nunca comprámos nenhum (nem uma meia dúzia),

Porque já tinhamos Humvee, alguém decidiu que esse meio, se blindado como deve ser, seria suficiente para a ameaça desse teatro.

Citar
Portanto, num TO onde a ameaça assim o justificava, não foram capazes de gastar uns 10 milhões (se tanto) numa dezena de MRAP

Justificava porquê? Tinhamos os Humvee blindados.

Citar
mas para COIN em África, já se vai gastar dezenas ou mesmo uma centena de milhões na compra do meio "ideal" para aquela missão.

É que para aviação COIN não temos nada.

Citar
No mínimo, se querem que assim seja, adquirir o meio ideal para a missão COIN, então apliquem o mesmo racional no resto das FA. O meio ideal para tudo, e não apenas aquele que coincide com uma compra política.

Então também não deviam ter vindo as SCAR, faziamos um MLU às G-3 como os Fuzileiros.
Podendo não concordar com certas aquisições, nunca vou concordar com pensamentos a caranguejo, (numa panela cheia de caranguejos, se algum tentar sair, os outros puxam para baixo), isto é a mesma coisa, quando tenho alguma coisa está mal, em vez de eu querer melhorar, não, vou é minar os outros que querem melhorar para ficarmos todos mal.

Citar
Um UH-60 não é um Merlin. Não haveria de ser difícil ter fragatas capazes de os operar, o mesmo para o AOR (e os NPO batch 3 deviam estar preparados para o mesmo). Agora, se não tivermos essa capacidade no futuro, é culpa nossa.

Mas não temos.

Citar
A ilha mais afastada do grupo central, situa-se a cerca de 310 km de distância. O UH-60 consegue fazer isso.

Então e ias usar o ST para dar mobilidade aérea entre ilhas?

Não, para isso temos lá EH101 Merlin, não é preciso enviar para lá Black Hawks...

Mas estamos a falar de quê? Estamos a falar em aeronaves de apoio aéreo próximo, onde se pode incluir os Super Tucano, não estamos a falar em transporte... É a lógica da batata que o Super Tucano não é uma aeronave de transporte...

Eu estava a imaginar um cenário teórico, de apoio aéreo aos RG (e reforcos, etc), numa defesa militar dos arquipélagos, um bocado ao estilo aviação dos US Marines. Ai os Super Tucano podiam descolar das Lajes e apoiar quaisquer forças em quaisquer ilha e regressar, um helicóptero Black Hawk, chegar ao Corvo ou Flores, providenciar CAS e regressar já seria mais complicado, e lento. Mas isto é um cenário muito fictício.
 

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dc

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1652 em: Março 23, 2023, 12:54:50 am »
Porque já tinhamos Humvee, alguém decidiu que esse meio, se blindado como deve ser, seria suficiente para a ameaça desse teatro.

Então se o Humvee chegava, porque nos emprestaram MRAPs nos últimos anos por lá?  ::)

É mais que sabido que os Humvee, mesmo que blindados, tinham grandes limitações na garantia de sobrevivência da tripulação a uma explosão de IED.

Não se compraram porque não se quis gastar dinheiro.

Citar
É que para aviação COIN não temos nada.

A maior parte dos países aliados não tem, isto é, aeronaves especificamente dedicadas a essa função, optando por meios mais versáteis, que não só safam nessas missões, de baixa intensidade, como noutras missões de média e alta intensidade.

Citar
Então também não deviam ter vindo as SCAR, faziamos um MLU às G-3 como os Fuzileiros.
Podendo não concordar com certas aquisições, nunca vou concordar com pensamentos a caranguejo, (numa panela cheia de caranguejos, se algum tentar sair, os outros puxam para baixo), isto é a mesma coisa, quando tenho alguma coisa está mal, em vez de eu querer melhorar, não, vou é minar os outros que querem melhorar para ficarmos todos mal.

Ninguém disse nada disso. O que disse foi que, se querem "o melhor do mundo em COIN" então também queiram o melhor do mundo no resto. Não pode haver dois pesos e duas medidas, só para favorecer determinado produto, e depois noutros programas de aquisição, vamos comprar do mais baratucho que há.

Existem prioridades, e aeronaves dedicadas a COIN nunca foram uma delas em 20 anos de guerras contra insurgentes, e agora que o mundo inteiro está a voltar a virar-se para conflitos convencionais, e a preparar-se para essas ameaças, nós vamos no sentido completamente oposto.

Citar
Mas não temos.

É perguntar aos holandeses se as BD podem receber (aterrar) o UH-60, e tentar saber o mesmo para as VdG.

Citar
Não, para isso temos lá EH101 Merlin, não é preciso enviar para lá Black Hawks...

Mas estamos a falar de quê? Estamos a falar em aeronaves de apoio aéreo próximo, onde se pode incluir os Super Tucano, não estamos a falar em transporte... É a lógica da batata que o Super Tucano não é uma aeronave de transporte...

Eu estava a imaginar um cenário teórico, de apoio aéreo aos RG (e reforcos, etc), numa defesa militar dos arquipélagos, um bocado ao estilo aviação dos US Marines. Ai os Super Tucano podiam descolar das Lajes e apoiar quaisquer forças em quaisquer ilha e regressar, um helicóptero Black Hawk, chegar ao Corvo ou Flores, providenciar CAS e regressar já seria mais complicado, e lento. Mas isto é um cenário muito fictício.

Pois, o problema é que os Merlin podem ser armados com armamento muito limitado. Se precisasses de um meio para proporcionar poder de fogo aéreo, e ainda executar N outras missões, o Merlin sozinho não faz. E achar que alguém ia atacar os Açores, nesse cenário hipotético, e ia deixar os ST voar tranquilamente para dar apoio aéreo próximo às forças em terra, é estar a passar atestado de parvo a todos os envolvidos.

Se os ST pudessem, nesse cenário, proporcionar apoio aéreo a forças em terra numa das ilhas mais afastadas dos Açores, então o mesmo poderia ser feito com UCAVs ou com F-16. Em cenário nenhum, o ST seria a "única solução viável". Os helicópteros, por exemplo, teriam a vantagem de que, perante uma tentativa de invasão anfíbia, a sua operação não estar dependente de pistas, que seriam quase certamente atacadas (o que afectaria ST, F-16, UCAV ou qualquer outra aeronave de asa fixa), dando algum apoio aéreo às forças de defesa por lá.

Neste cenário hipotético, podíamos incluir a existência de caças adversários, o que impedia a utilização de helicópteros, mas também dos STs, ficando a "esperança" nos F-16 abastecidos por aeronaves AAR (que não temos), para resolver o problema.

Este cenário, nos Açores, seria extremamente pouco provável. Por outro lado, um cenário para a defesa de Cabo Verde ou São Tomé e Príncipe, seriam mais realistas.
 

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1653 em: Março 23, 2023, 09:25:58 am »
Temos sempre o Calidus.  :mrgreen:

Citar
The single-engined B-250, which was unveiled at the Dubai Airshow running from 12 to 16 November, is a tandem twin-seat aircraft that is built around the Rockwell Collins Pro Line Fusion avionics suite.

Calidus had not responded to a request for further information at the time of writing, but according to media reports the aircraft was designed in conjunction with Brazilian company Novaer.

Images of the aircraft on static display at Dubai show it to be fitted with a retractable electro-optical/infrared sensor turret, and provisioned with six underwing and one underfuselage hardpoints. Besides the COIN role, the aircraft is billed as being suitable for intelligence, surveillance, and reconnaissance (ISR); close air support (CAS); and advanced pilot training.



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"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1654 em: Março 23, 2023, 11:39:36 am »
O forumdefesa.com sempre a inovar, agora é COIN com F-16 :o

Citar
Thus far, the United States is the only country with a published doctrine for COIN aircraft. Based on the CIA’s own criteria, there are certain characteristics and roles which COIN aircraft traditionally fulfil. COIN aircraft must be durable. They must be capable of enduring long stints without servicing the engine or avionics. They must also be durable enough to survive rough landings on difficult, unpaved terrain.

COIN aircraft must be simple enough to operate. Simple operational procedures consequently make the training of pilots a far easier and quicker task. Moreover, the simplicity of operation makes aircraft maintenance a relatively straightforward procedure.

COIN aircraft must be cost-effective. Major military powers will spend millions, even billions on developing highly advanced jet fighters. Additional millions are spent on training pilots and ground crews, refuelling the aircraft and re-arming it between sorties. If this sum of wealth is spent to kill one or even a dozen lightly armed insurgents, the war will become unsustainable very quickly. In order to beat insurgencies, major military powers must match the insurgent’s level of cost-effectiveness.

COIN aircraft enhances the air mobility of infantry forces. The ability to access remote areas rapidly while also supporting troops with additional reinforcements and supplies greatly enhances the prospects of any fighting force.
 

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1655 em: Março 23, 2023, 11:48:28 am »
O forumdefesa.com sempre a inovar, agora é COIN com F-16 :o

Citar
Thus far, the United States is the only country with a published doctrine for COIN aircraft. Based on the CIA’s own criteria, there are certain characteristics and roles which COIN aircraft traditionally fulfil. COIN aircraft must be durable. They must be capable of enduring long stints without servicing the engine or avionics. They must also be durable enough to survive rough landings on difficult, unpaved terrain.

COIN aircraft must be simple enough to operate. Simple operational procedures consequently make the training of pilots a far easier and quicker task. Moreover, the simplicity of operation makes aircraft maintenance a relatively straightforward procedure.

COIN aircraft must be cost-effective. Major military powers will spend millions, even billions on developing highly advanced jet fighters. Additional millions are spent on training pilots and ground crews, refuelling the aircraft and re-arming it between sorties. If this sum of wealth is spent to kill one or even a dozen lightly armed insurgents, the war will become unsustainable very quickly. In order to beat insurgencies, major military powers must match the insurgent’s level of cost-effectiveness.

COIN aircraft enhances the air mobility of infantry forces. The ability to access remote areas rapidly while also supporting troops with additional reinforcements and supplies greatly enhances the prospects of any fighting force.

Sim isso é o desejável, mas no Afeganistão à falta de melhor eram os F-16 (e outros) a fazer isso. É claro que não é economicamente desejável, alias até acho que foi dai que veio a ideia dos EUA abrirem o concurso onde entrou os ST.
 

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1656 em: Março 23, 2023, 12:11:53 pm »
O forumdefesa.com sempre a inovar, agora é COIN com F-16 :o

Citar
Thus far, the United States is the only country with a published doctrine for COIN aircraft. Based on the CIA’s own criteria, there are certain characteristics and roles which COIN aircraft traditionally fulfil. COIN aircraft must be durable. They must be capable of enduring long stints without servicing the engine or avionics. They must also be durable enough to survive rough landings on difficult, unpaved terrain.

COIN aircraft must be simple enough to operate. Simple operational procedures consequently make the training of pilots a far easier and quicker task. Moreover, the simplicity of operation makes aircraft maintenance a relatively straightforward procedure.

COIN aircraft must be cost-effective. Major military powers will spend millions, even billions on developing highly advanced jet fighters. Additional millions are spent on training pilots and ground crews, refuelling the aircraft and re-arming it between sorties. If this sum of wealth is spent to kill one or even a dozen lightly armed insurgents, the war will become unsustainable very quickly. In order to beat insurgencies, major military powers must match the insurgent’s level of cost-effectiveness.

COIN aircraft enhances the air mobility of infantry forces. The ability to access remote areas rapidly while also supporting troops with additional reinforcements and supplies greatly enhances the prospects of any fighting force.

Sim isso é o desejável, mas no Afeganistão à falta de melhor eram os F-16 (e outros) a fazer isso. É claro que não é economicamente desejável, alias até acho que foi dai que veio a ideia dos EUA abrirem o concurso onde entrou os ST.

É importante não confundir conceitos. O F-16 no Afeganistão fazia CAS, onde é o meio mais eficaz para o fazer no mundo.
COIN e Armed Overwatch são outra coisa, quem fazia missões de esse género eram os ah-64.
 

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1657 em: Março 23, 2023, 12:16:45 pm »
É importante não confundir conceitos. O F-16 no Afeganistão fazia CAS, onde é o meio mais eficaz para o fazer no mundo.

Baseado em que factos? 
 

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1658 em: Março 23, 2023, 12:20:51 pm »
Major military powers. Portugal não é uma delas.

"Cost-effective" tem também em conta factores que vão além do custo de operação da aeronave. Uma coisa é adquirir um tipo de aeronave para uma função específica, que é recorrente, durante 20 ou 30 anos, outra é adquirir a mesma aeronave para uma operação de nicho que, tanto quanto sabemos, poderá durar 1 ou 2 anos (se tanto). A diferença de custos de operação entre o meio A e o meio B, no nosso caso, poderá nem sequer ser o suficiente para compensar o custo de aquisição da aeronave COIN.

Quando, para ser cost-effective, tens de gastar dezenas de milhões num modelo novo de aeronave, já não se está a ser cost-effective.

Também estaria curioso para saber se, em determinados cenários cuja distância da base e a missão seja superior, qualquer coisa como 200 ou 300 km, qual a diferença de custos entre o ST e o F-16, se os dois partissem do mesmo local, e tentassem chegar lá aproximadamente ao mesmo tempo. A diferença é que o F-16 chegava primeiro, e apenas em velocidade de cruzeiro, já o ST tem que ir com o "pedal" ao fundo à velocidade máxima.

Também fiquei um bocado confuso com a última frase da citação. Contam com aeronaves COIN para trazer reforços e suplementos para as forças em terra? Ou estão a falar das aeronaves que o ST tem de apoiar para fazerem isso? Deduzo que quando falam em "aceder a áreas remotas rapidamente", estejam a falar de usar ou algo tipo C-27J, ou os V-22 Osprey?
 
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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1659 em: Março 23, 2023, 12:42:42 pm »
Major military powers. Portugal não é uma delas.

"Cost-effective" tem também em conta factores que vão além do custo de operação da aeronave. Uma coisa é adquirir um tipo de aeronave para uma função específica, que é recorrente, durante 20 ou 30 anos, outra é adquirir a mesma aeronave para uma operação de nicho que, tanto quanto sabemos, poderá durar 1 ou 2 anos (se tanto). A diferença de custos de operação entre o meio A e o meio B, no nosso caso, poderá nem sequer ser o suficiente para compensar o custo de aquisição da aeronave COIN.

Quando, para ser cost-effective, tens de gastar dezenas de milhões num modelo novo de aeronave, já não se está a ser cost-effective.

Também estaria curioso para saber se, em determinados cenários cuja distância da base e a missão seja superior, qualquer coisa como 200 ou 300 km, qual a diferença de custos entre o ST e o F-16, se os dois partissem do mesmo local, e tentassem chegar lá aproximadamente ao mesmo tempo. A diferença é que o F-16 chegava primeiro, e apenas em velocidade de cruzeiro, já o ST tem que ir com o "pedal" ao fundo à velocidade máxima.

Também fiquei um bocado confuso com a última frase da citação. Contam com aeronaves COIN para trazer reforços e suplementos para as forças em terra? Ou estão a falar das aeronaves que o ST tem de apoiar para fazerem isso? Deduzo que quando falam em "aceder a áreas remotas rapidamente", estejam a falar de usar ou algo tipo C-27J, ou os V-22 Osprey?

Se a ideia for lançar bombas nos africanos se calhar até tens razão.  Já tou a ver as imagens do F-16 a lançar Napalm nos pretos, que bela imagem... :bang:
Se a ideia for proteção da força/coluna o F-16 simplesmente não é o meio indicado.

Um KC-390 a lançar panfletos de propaganda, está a fazer uma missão COIN.
 

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1660 em: Março 23, 2023, 03:37:58 pm »
Por acaso uma das missões civis que vem na brochura dos AT6...  :mrgreen:

Citar
Civil Support/Consequence Management

Disaster Area Imagery, Reconnaissance, and Search and Rescue.



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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1661 em: Março 23, 2023, 03:59:43 pm »
Neste cenário hipotético, podíamos incluir a existência de caças adversários, o que impedia a utilização de helicópteros, mas também dos STs, ficando a "esperança" nos F-16 abastecidos por aeronaves AAR (que não temos), para resolver o problema.

Num cenário de conquista sim, mas podia ser um cenário de uma equipa SOF inimiga a tentar sabotar alguma coisa e ser descoberta, etc.
« Última modificação: Março 23, 2023, 04:25:10 pm por Lightning »
 

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1662 em: Março 23, 2023, 10:43:02 pm »
Num cenário de conquista sim, mas podia ser um cenário de uma equipa SOF inimiga a tentar sabotar alguma coisa e ser descoberta, etc.

Aí o nosso problema manter-se-ia (e até se levantavam outros). Uma equipa SOF podia muito bem andar equipada com MANPADS, limitando tanto STs como helicópteros ao uso de armas guiadas fora do alcance dos ditos MANPADS (e para esse fim, mais vale ter UCAV, que podem ficar muito mais tempo no ar, e seguir de forma bem mais discreta os "passos" dessa hipotética força). Sendo, essa situação hipotética, em nosso território, e sendo uma força SOF ligeira, possivelmente apeada, a ameaça, esta muito provavelmente vai tirar partido de infraestruturas civis (e dos próprios civis) para negar apoio aéreo.

Se a ideia for lançar bombas nos africanos se calhar até tens razão.  Já tou a ver as imagens do F-16 a lançar Napalm nos pretos, que bela imagem... :bang:
Se a ideia for proteção da força/coluna o F-16 simplesmente não é o meio indicado.

Um KC-390 a lançar panfletos de propaganda, está a fazer uma missão COIN.

Napalm não é o que alguns altos cargos queriam usar nos Super Tucano?
Sem ser isso, ninguém falou em Napalm.

Para proteger colunas, helicópteros acabam por ser os mais indicados, até porque podem operar exactamente da mesma base avançada de onde a força terrestre operaria. Em alternativa, se há acesso ao aeroporto, mais vale usar UCAVs "MALE", que fazem Armed Overwatch melhor que ninguém, e não obrigam um piloto a estar no ar durante horas seguidas.

Epá, nesse caso (dos panfletos), usava-se era os C-295. Os KC podiam ficar para receberem aquela palete de LRASM que os EUA estão a desenvolver para os C-130 e C-17.  8)

E por falar em C-295, a "alternativa esquecida", este possui duas versões armadas (AC-295 e C-295 ISR).
-armamento equivalente ao ST? Check
-capacidade "loitering"? Check
-sensores EO/IR e radar? Check
-canhões (27 ou 30mm)? Check
-pode operar de pistas semi-preparadas? Check
-já operamos a aeronave? Check
-capacidade de cumprir múltiplas missões dentro e fora deste TO? Check
 

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1663 em: Março 24, 2023, 12:02:31 pm »
Num cenário de conquista sim, mas podia ser um cenário de uma equipa SOF inimiga a tentar sabotar alguma coisa e ser descoberta, etc.

Aí o nosso problema manter-se-ia (e até se levantavam outros). Uma equipa SOF podia muito bem andar equipada com MANPADS, limitando tanto STs como helicópteros ao uso de armas guiadas fora do alcance dos ditos MANPADS (e para esse fim, mais vale ter UCAV, que podem ficar muito mais tempo no ar, e seguir de forma bem mais discreta os "passos" dessa hipotética força). Sendo, essa situação hipotética, em nosso território, e sendo uma força SOF ligeira, possivelmente apeada, a ameaça, esta muito provavelmente vai tirar partido de infraestruturas civis (e dos próprios civis) para negar apoio aéreo.

Se a ideia for lançar bombas nos africanos se calhar até tens razão.  Já tou a ver as imagens do F-16 a lançar Napalm nos pretos, que bela imagem... :bang:
Se a ideia for proteção da força/coluna o F-16 simplesmente não é o meio indicado.

Um KC-390 a lançar panfletos de propaganda, está a fazer uma missão COIN.

Napalm não é o que alguns altos cargos queriam usar nos Super Tucano?
Sem ser isso, ninguém falou em Napalm.

Para proteger colunas, helicópteros acabam por ser os mais indicados, até porque podem operar exactamente da mesma base avançada de onde a força terrestre operaria. Em alternativa, se há acesso ao aeroporto, mais vale usar UCAVs "MALE", que fazem Armed Overwatch melhor que ninguém, e não obrigam um piloto a estar no ar durante horas seguidas.

Epá, nesse caso (dos panfletos), usava-se era os C-295. Os KC podiam ficar para receberem aquela palete de LRASM que os EUA estão a desenvolver para os C-130 e C-17.  8)

E por falar em C-295, a "alternativa esquecida", este possui duas versões armadas (AC-295 e C-295 ISR).
-armamento equivalente ao ST? Check
-capacidade "loitering"? Check
-sensores EO/IR e radar? Check
-canhões (27 ou 30mm)? Check
-pode operar de pistas semi-preparadas? Check
-já operamos a aeronave? Check
-capacidade de cumprir múltiplas missões dentro e fora deste TO? Check

Desculpa mas vou preferir a analise da SOCOM, não que eles percebam tanto disto como tu. Mas fizeram um estudo mais aprofundado.
 
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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1664 em: Março 24, 2023, 01:44:06 pm »
Vamos lá ver uma coisa.

https://www.forbes.com/sites/erictegler/2022/08/03/surprising-many-socom-chose-this-heavily-modified-ag-aircraft-to-go-from-cornfields-to-battlefields/?sh=543d9d022397
Citar
The Armed Overwatch program envisions a fleet of up to 75 relatively inexpensive, flexible, fixed-wing aircraft that can deploy to austere locations, with little logistical support to act as intelligence, surveillance and reconnaissance, and precision strike assets.

Ao qual acrescento, da Wikipedia:
Citar
SOCOM plans to use the system as a replacement for the U-28A Draco aircraft for intelligence, surveillance, and reconnaissance flights in remote areas.

Acrescento também que um dos candidatos ao programa, era este:
Citar
https://www.thedrive.com/content-b/message-editor%2F1625083924367-mc-145b-weapons.jpg

Se não entendem a diferença, ou só sabem publicar excertos da parte que vos convém para o argumento, não é responsabilidade minha.
Até ver, o SOCOM vai continuar a ter acesso a diversos outros modelos de aeronave, precisamente porque as missões em causa não são todas iguais, havendo sempre variáveis onde a utilização da tal aeronave COIN não se adequa ou não chega. Estamos a falar de uma força que possui AC-130, MH-60, MH-6, V-22, MQ-9 e N outros modelos de aeronaves, para fazer praticamente de tudo um pouco, onde se irá inserir no futuro o AT-802U. É como quem diz, quando tens dinheiro, podes dar-te ao luxo de comprar o meio que se adequa a cada possível variável que podes encontrar nos TOs do presente e do futuro.

Porque é que quem fala aqui, pia como se a aeronave COIN fosse a única aeronave ao serviço do SOCOM? Porque é que neste pseudo-paralelismo entre SOCOM e FA portuguesas, só falamos de um tipo de meio, e não de tudo o resto que também faz falta?