Guerra na Ucrânia

  • 5755 Respostas
  • 526244 Visualizações
*

Lightning

  • Moderador Global
  • *****
  • 11077
  • Recebeu: 2352 vez(es)
  • Enviou: 3260 vez(es)
  • +740/-1032
Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #690 em: Janeiro 13, 2022, 12:09:17 pm »
Se até a Turquia goza com a UE, quanto mais a Russia.

Em relação ao acordo entre NATO - Rússia, do que já vi nas notícias além de situações operacionais como ter ou não ter tropas aqui, misseis ali, a questão de fundo da entrada da Ucrânia na NATO, a NATO já disse que não fecha as portas a nenhum país, ai ou aceitam a Ucrânia, forçam a Russia a mostrar o jogo, ou podem "meter areia na engrenagem" e andar assim indefinidamente, mantendo a política de não negar ninguém, sem oficializar a Ucrânia, para já.

Mas quero chamar a atenção que muitas vezes isto de adiar os problemas pode piorar, vemos o caso de Taiwan, os EUA e a China andaram dezenas de anos a manter isto em "banho maria", a China não tinha poder militar para desafiar os EUA e estes achavam que com a entrada da China na economia mundial, que eles se iriam democratizar.

A UE e a Rússia serem aliados é algo demasiado longincuo, se formos vizinhos que não se dão mal, já era bom, sem ameaças militar, económica, de parte a parte. E não acredito que a crise actual ajude a isto, só vai fazer os europeus terem menos confiança na Russia e continuar a querer diversificar as suas fontes de energia e continuar a aceitar a protecção militar dos EUA, também devia fazer os europeus pensarem mais na sua defesa, mas aqui já não acredito tanto.
« Última modificação: Janeiro 13, 2022, 12:14:13 pm por Lightning »
 

*

Lusitan

  • Analista
  • ***
  • 702
  • Recebeu: 331 vez(es)
  • Enviou: 300 vez(es)
  • +275/-171
  • Hic et Ubique
Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #691 em: Janeiro 13, 2022, 12:11:48 pm »
Estive a reler os comentários precedentes.
O Lusitan escreveu,  :
" a aversão a um sistema democrático é o principal empecilho a uma aproximação à UE. Um sistema judicial independente é outro. "
Acha que o problema está no regime russo , acha que não haveria conflitos de interesse com outro tipo de regime na Rússia ?
disse ainda :
 "cada país (europeu) segue a sua politica de segurança e de defesa " 
Acha que em Africa, os interesses da França ou de Portugal são os mesmos dos da Lituânia ou da Polonia ?  Como é que poderíamos resolver estes detalhes  ?  eu não contesto o que disse só queria perceber se existe ou não viabilidade neste grande projeto que é a UE como super-Estado dotado de uma única politica externa e claro está, no projeto de umas F.A. europeias.   Possível ou  utopia ?
 

Caro Viajante,
A UE é constituída por países (mais ou menos) democráticos ; votamos em partidos que designam deputados para as assembleias, candidatos para presidente, etc.   Como é que são escolhidos os lideres da UE ?
Felizmente que a UE não é governada por uma quase-autocracia como a Rússia, nem por uma oligarquia como nos EUA, muito menos por um partido único como na China. Felizmente que na UE professamos ideais humanistas e que não temos campos de concentração, reservas para indígenas nem cadeira elétrica, mas temos um longo caminho pela frente em matéria de democracia, ...ou não ? :)
São excelentes perguntas.
Tudo depende do tipo de regime e de quem hipoteticamente estivesse no poder. Acho que num sistema democrático seria mais fácil de ultrapassar os problemas existentes, mas estes não desaparecem só por mudança de regime. A Rússia tem medos legítimos e imaginados de invasões vindas do Ocidente. O vasto território a Ocidente que o Império Russo e a URSS tinham permitiam-lhes uma política de terra queimada para limitar o avanço de exércitos inimigos em direcção aos seus centros de poder. A Rússia sem a Ucrânia e a Bielorrússia não tem essa capacidade e isso cria medo na população russa, não só nas elites. Com um regime democrático e a possível integração na arquitectura económica e de segurança europeia, esses problemas poderiam ser dissipados. Seria um cenário win-win para a Rússia e para a UE. No entanto a Rússia na UE seria a potência dominante, não só devido ao seu poder bélico, mas também porque seria o Estado mais populoso. Isso deixaria países como a Alemanha e a França com menos peso na UE. Além disso criaria outros problemas à UE, nomeadamente fronteiras com a China, problemas do Caúcaso, Ásia Central, que tipo de relacionamento manteria com os EUA, NATO.

Em África nem sequer os interesses da França são iguais aos portugueses.  ;D
No entanto estão nas operações da França no Sahel forças estónias, dinamarquesas, suecas que têm poucos interesses na região. Acho que os países europeus começam a ter noção de que os problemas duns, têm repercussão para toda a UE a curto, médio ou longo prazo.
Acho que muitos países (especialmente do leste da Europa) têm medo de abdicar duma NATO para ter uma potencial força da UE que estará nas mãos de franceses e alemães (que não consideram confiáveis em matéria de segurança). Além disso o guarda-chuva nuclear americano não é comparável à capacidade dissuasora da França, especialmente quando tens uma Rússia ameaçadora na tua fronteira. Por isso acho que o processo de formação dumas forças armadas europeias só será concretizado rapidamente devido a uma guerra na Europa fora do espectro da NATO devido a necessidade (imagine-se uma invasão da Finlândia pela Rússia) ou através dum processo lento e de construção de confiança entre as nações envolvidas. Mas as forças armadas europeias necessitariam de aumentar a sua capacidade dissuasora nuclear com partilha de custos por todos, aumento e criação de capacidade logística própria, etc. E os custos teriam de ser distribuídos por todos, que ainda demoraria mais tempo.

Fala-se na possibilidade de dar poder à UE para criar uma espécie de Legião Estrangeira. Não me parece viável a curto prazo, mas acho uma ideia interessante e que permitiria à UE ter uma Quick Reaction Force para responder rapidamente a problemas nas suas fronteiras.
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: legionario

*

Lightning

  • Moderador Global
  • *****
  • 11077
  • Recebeu: 2352 vez(es)
  • Enviou: 3260 vez(es)
  • +740/-1032
Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #692 em: Janeiro 13, 2022, 12:34:49 pm »
São excelentes perguntas.
Tudo depende do tipo de regime e de quem hipoteticamente estivesse no poder. Acho que num sistema democrático seria mais fácil de ultrapassar os problemas existentes, mas estes não desaparecem só por mudança de regime. A Rússia tem medos legítimos e imaginados de invasões vindas do Ocidente. O vasto território a Ocidente que o Império Russo e a URSS tinham permitiam-lhes uma política de terra queimada para limitar o avanço de exércitos inimigos em direcção aos seus centros de poder. A Rússia sem a Ucrânia e a Bielorrússia não tem essa capacidade e isso cria medo na população russa, não só nas elites. Com um regime democrático e a possível integração na arquitectura económica e de segurança europeia, esses problemas poderiam ser dissipados. Seria um cenário win-win para a Rússia e para a UE.

Seria win para UE a nivel de acesso a fontes de energia, e a nivel de poder militar, mas a UE deixaria de ser o que é, onde ficaria o centro de poder? Moscovo? Continuariamos democracias livres? Justiça independente? Jornalismo livre? Apoios sociais na educação, saúde, reforma...

E aos meus olhos uma Russia na UE é incompatível com a existência da NATO, a Europa ocidental estaria a virar para leste, e ai passariam os EUA a opositor, talvez a China passaria a grande rival, o mundo daria uma grande volta se tal acontecesse, os EUA poderiam tornar-se isolacionistas, e o duelo mundial passar para UE ( com Rússia) vs China?

Citar
No entanto a Rússia na UE seria a potência dominante, não só devido ao seu poder bélico, mas também porque seria o Estado mais populoso. Isso deixaria países como a Alemanha e a França com menos peso na UE. Além disso criaria outros problemas à UE, nomeadamente fronteiras com a China, problemas do Caúcaso, Ásia Central, que tipo de relacionamento manteria com os EUA, NATO.

Muito bem.

Citar
Em África nem sequer os interesses da França são iguais aos portugueses.  ;D
No entanto estão nas operações da França no Sahel forças estónias, dinamarquesas, suecas que têm poucos interesses na região. Acho que os países europeus começam a ter noção de que os problemas duns, têm repercussão para toda a UE a curto, médio ou longo prazo.

É um bocado a ideia do "tu ajudas-me que eu ajudo-te", nós também não temos grandes interesses na região do Baltico, mar negro, mas estamos lá, os países de leste  andam em África apesar de não terem grandes interesses ai. Portugal é que andou a chatear os outros países para se enviar uma força militar da UE para Moçambique, apesar da maioria dos militares serem portugueses, pelo menos o custo é suportado pela UE.

Citar
Acho que muitos países (especialmente do leste da Europa) têm medo de abdicar duma NATO para ter uma potencial força da UE que estará nas mãos de franceses e alemães (que não consideram confiáveis em matéria de segurança).

Ainda são memórias da 2a guerra mundial, por exemplo os Polacos foram deixados à morte pelos ingleses e franceses na luta contra Alemanha e URSS.
« Última modificação: Janeiro 13, 2022, 12:43:29 pm por Lightning »
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: legionario, Viajante

*

legionario

  • Investigador
  • *****
  • 1463
  • Recebeu: 320 vez(es)
  • Enviou: 345 vez(es)
  • +233/-4507
Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #693 em: Janeiro 14, 2022, 10:33:23 am »
Eu não estou a imaginar a Rússia na UE, nem sequer equacionei essa possibilidade mas já li não sei onde que o Putine pensou nisso.
Seja qual for o regime na Rússia haverá sempre conflitos de interesse entre os  grandes blocos, da mesma maneira que há sempre conflitos de interesse entre duas grandes empresas multinacionais.
Um Estado moderno dirige-se como as grandes empresas e estas nunca são dirigidas de forma democrática sob pena de perderem a eficácia e a rapidez na decisão... mas os povos devem ter sempre a possibilidade de eleger o seu líder ; os povos têm que assumir sempre a sua responsabilidade e pagar o preço se falharem na escolha ou retirar os benefícios, se for caso disso.  Eu desejo mais participação das pessoas na sociedade, mas será isso possível ?
Nenhum dos grandes blocos é verdadeiramente democrático, sendo que a UE é a que mais se aproxima de uma democracia, talvez por isso seja a mais lenta a tomar decisões, precisa de buscar consensos,  não ferir suscetibilidades nacionais, etc

A criação de umas F.A. europeias ainda vai demorar algum tempo mas porque não avançar já com uma força europeia de reação rápida,  tipo L.E.  ?

Desculpem a brutalidade mas por vezes pergunto-me se não será mesmo necessário um evento cataclísmico global para voltar a baralhar e redistribuir as cartas. 
« Última modificação: Janeiro 14, 2022, 10:48:16 am por legionario »
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Lightning, HSMW, Viajante

*

Viajante

  • Investigador
  • *****
  • 4292
  • Recebeu: 2419 vez(es)
  • Enviou: 1394 vez(es)
  • +7369/-4444
Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #694 em: Janeiro 14, 2022, 12:18:33 pm »
Eu não estou a imaginar a Rússia na UE, nem sequer equacionei essa possibilidade mas já li não sei onde que o Putine pensou nisso.
Seja qual for o regime na Rússia haverá sempre conflitos de interesse entre os  grandes blocos, da mesma maneira que há sempre conflitos de interesse entre duas grandes empresas multinacionais.
Um Estado moderno dirige-se como as grandes empresas e estas nunca são dirigidas de forma democrática sob pena de perderem a eficácia e a rapidez na decisão... mas os povos devem ter sempre a possibilidade de eleger o seu líder ; os povos têm que assumir sempre a sua responsabilidade e pagar o preço se falharem na escolha ou retirar os benefícios, se for caso disso.  Eu desejo mais participação das pessoas na sociedade, mas será isso possível ?
Nenhum dos grandes blocos é verdadeiramente democrático, sendo que a UE é a que mais se aproxima de uma democracia, talvez por isso seja a mais lenta a tomar decisões, precisa de buscar consensos,  não ferir suscetibilidades nacionais, etc

A criação de umas F.A. europeias ainda vai demorar algum tempo mas porque não avançar já com uma força europeia de reação rápida,  tipo L.E.  ?

Desculpem a brutalidade mas por vezes pergunto-me se não será mesmo necessário um evento cataclísmico global para voltar a baralhar e redistribuir as cartas.

Existiu de facto uma tentativa de aproximação de Putin à Europa e esta ignorou o passo.

Eu não consigo conceber uma Rússia dentro da UE. Era o elefante da sala!!!!
Parece-me que a UE, depois de consolidar todos os mecanismos económicos (BCE, Orçamento Europeu, organização interna, por exemplo, quem representa a UE para o exterior?), vai avançar para a criação de um braço de defesa comum entre os membros, que até pode passar por exemplo, no financiamento directo da UE no pagamento de 1% das despesas de defesa de cada país, em proporção do PIB de cada um, já que a própria UE sai beneficiada pela harmonização da defesa e na participação e projecção de forças fora da zona.

E voltando ao tópico, e se a Ucrânia não tivesse entregue o arsenal nuclear à Rússia? E a transposição para os restantes países europeus, a mim parece-me óbvio que os países europeus não podem continuar a desinvestir na defesa, ao contrário do que fazem todos os restantes, porque tenho a certeza do que o que acontece agora com o conflito Ucrânia-Rússia, vai acontecer com outros países, tal e qual como um aluno que faz bullying com outro mais fraco, se este não se defender, o agressor vai avançar para a próxima vítima, por exemplo por causa do ártico?
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: HSMW, legionario

*

Lightning

  • Moderador Global
  • *****
  • 11077
  • Recebeu: 2352 vez(es)
  • Enviou: 3260 vez(es)
  • +740/-1032
Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #695 em: Janeiro 14, 2022, 03:58:42 pm »
Citar
E voltando ao tópico, e se a Ucrânia não tivesse entregue o arsenal nuclear à Rússia?

Pois é, mas entregou, mas e se com isto quiserem voltar a ter? Os EUA até os podem ajudar de uma maneira encoberta.

Citar
O agressor vai avançar para a próxima vítima, por exemplo por causa do ártico?

Os russos já dizem que metade do polo norte é deles.
« Última modificação: Janeiro 14, 2022, 03:59:17 pm por Lightning »
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: HSMW, legionario, Viajante

*

legionario

  • Investigador
  • *****
  • 1463
  • Recebeu: 320 vez(es)
  • Enviou: 345 vez(es)
  • +233/-4507
Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #696 em: Janeiro 14, 2022, 11:59:29 pm »
Existe já um acordo internacional para o Ártico e Antártico, mas que importa ?  Não preciso de consultar a minha bola de cristal para adivinhar mais um conflito.

O analista francês,  que ontem disse na France 24 que o Putine se contentaria com gratificações simbólicas,  fez prova no mínimo, de estupidez (apesar dos seus pergaminhos)   .  Eu penso que a Rússia ainda pode fazer subir mais a pressão e não é a falta de meios para financiar a pequena força mecanizada de 100 000 homens que o vai fazer recuar antes de obter o que quer, como afirmou o segundo analista franciú, outro diplomé des Grandes Écoles.

A UE não pode fazer nada e a OTAN não retaliará militarmente.  O inverno ainda agora começou e ninguém tem vontade de se aquecer com fogueiras na sala de jantar. O homem sabe até onde pode esticar a corda sem a partir. O recente cyber ataque  é um hors-d'œuvre, ainda falta servir o prato principal.
Até onde podem ir as eventuais retaliações económicas do Ocidente ? gostaria de ler especulações :)

nt . A Bielorússia, membro do OTSC, afinal parece que não entregou todas as armas nucleares.
« Última modificação: Janeiro 15, 2022, 12:10:54 am por legionario »
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: HSMW, Viajante

*

Viajante

  • Investigador
  • *****
  • 4292
  • Recebeu: 2419 vez(es)
  • Enviou: 1394 vez(es)
  • +7369/-4444
Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #697 em: Janeiro 16, 2022, 02:46:55 pm »
Entretanto realiza-se mais uma tentativa de resolução da crise na Ucrãnia, onde a UE nem sequer é chamada (a Rússia não aceitou negociar também com a UE e os EUA concordaram!!!!!!!).

Mas todos os políticos europeus ainda não perceberam que não adianta serem apenas fortes economicamente ou falarem bem e alto, é preciso músculo!

Só o título do artigo já diz muita coisa:

Quando a crise é séria, a União Europeia senta-se na mesa das crianças

Muitas são as questões internacionais que preocupam a União Europeia neste início de década, nomeadamente a pressão migratória, a evolução de África e dos seus estados, os desafios no Golfo, a situação na Líbia e na Venezuela, o papel da China e do Indo-Pacífico, o relacionamento com a América Latina, com a Turquia e com o Reino Unido. Mas a mais imediata e a mais preocupante ameaça é a situação no leste da Europa, como mostram os comunicados sucessivos do responsável pela política externa da UE sobre a presença russa nas fronteiras da Ucrânia, destino da sua primeira viagem oficial de 2022 e demonstram as agendas das recentes reuniões de ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros da UE.

Mas se Bruxelas está preocupada e ocupada com a crescente instabilidade nas suas fronteiras a leste, o resto do mundo não parece muito preocupado com o que a União Europeia pensa. Na última semana a Rússia, que deseja limitar a presença da NATO nos países da sua vizinhança próxima e ameaça invadir a Ucrânia se necessário for, teve reuniões com os Estados Unidos, com a NATO e com a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa. Quanto à União Europeia, foi sendo informada do que se passava mas ficou à margem do processo.

É verdade que estamos perante uma questão de segurança e defesa e que a UE está ainda a desenvolver os seus instrumentos e processos políticos para ter capacidade militar, nomeadamente a chamada Bússola Estratégica, que deverá ser aprovada neste ano e que poderá trazer lógica, coerência e meios ao papel que Bruxelas deseja ocupar na Política de Defesa e Segurança Comuns.

Quer isto dizer que a UE não tem um papel a desempenhar nas crises do mundo? Se considerarmos o que se designa pelo "Triplo-Nexo Segurança-Humanitário-Desenvolvimento", que estabelece uma ligação entre os desafios do crescimento económico, do desenvolvimento social, da sustentabilidade ambiental e da boa governança com as crises de segurança e as crises humanitárias; se nos lembrarmos que a ONU e o Banco Mundial defendem que a maior parte das crises têm origem em problemas de desenvolvimento e/ou legitimidade do poder político; e se pensarmos que a União Europeia é um dos mais importantes parceiros de desenvolvimento no planeta, poderemos afirmar que a UE tem um papel internacional de relevo na prevenção e na gestão das crises, contribuindo para que as falhas e dificuldades dos processos de desenvolvimento não se agudizem ao ponto de se transformarem em crises de segurança que necessitam de intervenções militares.

Mas não devemos esperar que a União Europeia seja o que ainda não é e que não sabemos se alguma vez virá a ser: uma organização com capacidade, vontade e meios para contribuir para a gestão económica, política e militar da Europa e do mundo, o que alteraria a sua natureza maioritariamente civil e daria a Bruxelas um papel em áreas de soberania que até agora continuam reservadas aos Estados membros. Neste momento, o que sabemos é que quando os destinos da fronteira leste da Europa estão na balança, a União Europeia foi mandada para a mesa das crianças, longe da sala onde os adultos tomam as decisões.

Investigador associado do CIEP/Universidade Católica Portuguesa
bicruz.dn@gmail.com

https://www.dn.pt/opiniao/quando-a-crise-e-seria-a-uniao-europeia-senta-se-na-mesa-das-criancas-14492476.html
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Lightning, HSMW, legionario

*

HSMW

  • Moderador Global
  • *****
  • 12769
  • Recebeu: 3105 vez(es)
  • Enviou: 7611 vez(es)
  • +799/-1318
    • http://youtube.com/HSMW
Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #698 em: Janeiro 20, 2022, 09:44:57 pm »



IF RUSSIA LAUNCHES AN ATTACK ON UKRAINE, WHAT MIGHT IT LOOK LIKE? || 2022
Russian invasion of Ukraine “may be imminent” warns White House

Vejo a situação cada vez mais complicada.

« Última modificação: Janeiro 20, 2022, 09:46:57 pm por HSMW »
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Lightning, legionario, Viajante

*

Lightning

  • Moderador Global
  • *****
  • 11077
  • Recebeu: 2352 vez(es)
  • Enviou: 3260 vez(es)
  • +740/-1032
Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #699 em: Janeiro 20, 2022, 11:29:18 pm »
Navios de desenbarque russos da frota do Baltico, no Atlântico, provavel destino, mar Negro.
https://www.dailymail.co.uk/news/article-10417951/Six-Russian-landing-ships-sail-past-Britain-sparking-speculation-bound-Ukraine.html
 

*

dc

  • Investigador
  • *****
  • 8467
  • Recebeu: 3850 vez(es)
  • Enviou: 714 vez(es)
  • +4985/-786
Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #700 em: Janeiro 21, 2022, 12:05:26 am »
Parece-me uma viagem demasiado grande só para "mostrar músculo".
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Lightning

*

P44

  • Investigador
  • *****
  • 18193
  • Recebeu: 5494 vez(es)
  • Enviou: 5863 vez(es)
  • +7124/-9510
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

*

Lightning

  • Moderador Global
  • *****
  • 11077
  • Recebeu: 2352 vez(es)
  • Enviou: 3260 vez(es)
  • +740/-1032
Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #702 em: Janeiro 21, 2022, 02:21:45 pm »
Parece-me uma viagem demasiado grande só para "mostrar músculo".

Mas operacionalmente fará sentido um desembarque anfibio? Os Russos tem quase a Ucrânia cercada, para quê colocar os seus Marines em tal perigo? Podem simplesmente avançar por terra com apoio de blindados.
 

*

legionario

  • Investigador
  • *****
  • 1463
  • Recebeu: 320 vez(es)
  • Enviou: 345 vez(es)
  • +233/-4507
Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #703 em: Janeiro 21, 2022, 02:35:49 pm »
 

*

dc

  • Investigador
  • *****
  • 8467
  • Recebeu: 3850 vez(es)
  • Enviou: 714 vez(es)
  • +4985/-786
Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #704 em: Janeiro 21, 2022, 04:11:46 pm »
Parece-me uma viagem demasiado grande só para "mostrar músculo".

Mas operacionalmente fará sentido um desembarque anfibio? Os Russos tem quase a Ucrânia cercada, para quê colocar os seus Marines em tal perigo? Podem simplesmente avançar por terra com apoio de blindados.

Poderá ser para obrigar as forças ucranianas a dispersar (seja bluff ou não), ou poderão ser usados meramente como meios logísticos. Mas eles lá saberão.

O Exército Ucraniano ainda é grande, têm uma quantidade considerável de blindados, artilharia, baterias AA, etc. Os russos não terão tarefa facilitada.
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Lightning