O que fazer das actuais corvetas portuguesas?

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Rui Elias

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O que fazer das actuais corvetas portuguesas?
« em: Abril 02, 2004, 01:47:48 pm »
Quando o programa de construção dos patrulhões estiver concluído (provavelmente quando as galinhas tiverem dentes) :wink:

Por exemplo oferecer 2 à Guiné Bissau, para soberania da costa, fiscalização das águas, e outras duas ou três a Timor-Leste para os mesmos fins.

Se ainda se aproveitassem algumas, mais 2 ou 3 para Moçambique (julgo que aquando das cheias em Moçambique há uns anos, a marinha acabou por oferecer à marinha moçambicana um conjunto de zebros.

Acham viável esta hipótese, ou quando os "patrulhões" estiverem concluídos, as actuais corvetas apenasa servirão para a sucata? :?
 

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papatango

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(sem assunto)
« Responder #1 em: Abril 02, 2004, 02:55:08 pm »
Pessoalmente acredito que as corvetas são - já hoje - sucata.

O outro problema é que as corvetas, embora sejam sucata, continuam a navegar porque temos meios técnicos á altura de provavelmente mante-las a andar por mais 50 anos se fosse necessário.

Aliás, os nossos governantes acreditam tanto na capacidade de desenrascar que temos sempre demonstrado, que por causa disso deixam andar o barco.

No dia em que as corvetas forem para outro país, os problemas técnicos resultantes de desgaste de material e desgaste estrutural, leva-la-íam directamente para a doca seca e a sucata.

Já aqui falámos na fragata ARADU da Nigéria. Veja o que acontece quando não há estrutura para suportar os navios.

A realidade é que nenhum país Africano de lingua Portuguesa tem meios para sustentar uma corveta operacional por muito tempo, a não ser, claro, que ofereçamos as corvetas e nos responsabilizemos pela sua manutenção.

Quanto aos Zebros, aí, acho que não há problema, afinal a técnologia para manter esses barcos, não é nenhuma, ou quase nenhuma :D

Eventualmente se quisessemos gastar dinheiro, faria mais sentido modernizar os patrulhas CACINE. Mas provavelmente isso ficaria mais caro que fazer patrulhas novos. No entanto, esses já fariam mais sentido para países como Cabo Verde ou a Guiné Bissau.

De qualquer forma, havendo relações estreitas com esses países, na prática, se eles assim quiserem, acho que pela distância, Portugal pode, se assim lhe for pedido enviar uma fragata, que chega lá em 72 horas.

Nenhum país Africano (falamos da Mauritania, Senegal, Gambia e Guiné Conakry) pode fazer grande coisa contra tal tipo de barco (mesmo uma João Belo).

Já a sul do Equador, Angola não necessita CACINES porque tem dinheiro para comprar barcos, se quiser. No entanto que marinha existe para defrontar?

Moçambique só tería problemas com a Africa do Sul, mas como na prática o país está quase nas mão dos Sul Africanos, a questão provavelmente nem se coloca.

Quanto a Timor, já tem dificuldades em manter os dois pequenos patrulhas que lhes oferecemos.

Cumprimentos.

cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Spectral

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« Responder #2 em: Abril 02, 2004, 05:39:58 pm »
O destino das corvetas e das J. Belo já lhes devia ter sido dado há 20 anos atrás: sucata.
I hope that you accept Nature as It is - absurd.

R.P. Feynman
 

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papatango

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« Responder #3 em: Abril 02, 2004, 05:53:14 pm »
Bem, também não exageremos.
Há 20 anos atrás estaríamos em 1984, ou seja, as Baptista de Andrade teriam nove anos de idade.

Provavelmente nessa altura deveriam ter sido modernizadas com Exocet, por exemplo, mas sucata, um navio com 9 anos? As VDG são mais velhas que isso... Vamos sucatea-las? ... :D :D

Mesmo as João Belo, em 1984 tinham uns 16 anos. Ou seja, pouco mais velhas que as actuais Vasco da Gama.

Há 20 anos esses navios deveriam ter sido modernizados, isso sim.

Cumprimentos.
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Spectral

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« Responder #4 em: Abril 02, 2004, 06:04:40 pm »
Sim, foi um exagero! :nice:

De qualquer maneira esses navios nessa altura já eram completamente obsoletos, (ao contrário das VdG actualmente) e uma actualização com Exocet e Sea Sparrow ( seria possível) transformá-las-ia em navios com uma capacidade medíocre, mas aceitável.

De qualquer maneira era necessária uma classe de fragatas modernas...

cumptos
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R.P. Feynman
 

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Fábio G.

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« Responder #5 em: Abril 02, 2004, 06:16:15 pm »
Pois eu também acho que o seu unico destino só pode ser a sucata.
Devido ao seu custo de manutenção e operação, e á sua idade, não dá para mais do que isso, são demasiado despendiosas e velhas para fazer o que os espanhóis fizeram ás "Descubierta", que foi desarmá-las e utilizá-las como patrulhões de altura.

Por isso sucata com elas!!! :D  :D
 

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Rui Elias

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« Responder #6 em: Abril 07, 2004, 01:56:01 pm »
Pergunta indiscreta:

Mas se as corvetas actuais já são sucata e se andam presas por arames para se manterem à tona (eu acredito que assim seja), o que é que a Armada anda a fazer com elas nos mares?

É só para fazer vista?