EH-101

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typhonman

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Re: EH-101
« Responder #585 em: Dezembro 30, 2018, 10:41:45 pm »
Mas quando leio artigos de oficiais do EP, a defender uma mistura de Chinooks, AW-101, NH-90 e UH-60 para o Exército já se pode esperar tudo...

Eles querem o que vem nos TO o que os outros países têm, principalmente EUA, Espanha... Mas não quer dizer que façam ideia de quanto isso custa lolol.

ehehe, concordo, mas se fosse cumprido o que estava planeado, os EC-635, UH-90T e AW-101, já era suficiente ! Mas como sempre, roeu-se a corda.
 

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Lightning

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Re: EH-101
« Responder #586 em: Dezembro 31, 2018, 01:00:08 am »
Mas quando leio artigos de oficiais do EP, a defender uma mistura de Chinooks, AW-101, NH-90 e UH-60 para o Exército já se pode esperar tudo...

Eles querem o que vem nos TO o que os outros países têm, principalmente EUA, Espanha... Mas não quer dizer que façam ideia de quanto isso custa lolol.

ehehe, concordo, mas se fosse cumprido o que estava planeado, os EC-635, UH-90T e AW-101, já era suficiente ! Mas como sempre, roeu-se a corda.

Eles não estão forçosamente errados, até os estudos da AAA falam em sistemas HIMADS, é o que aprendem nas academias, na NATO, etc, e acredito que academicamente e em exercícios de QG os nossos oficiais até podem não ficar atrás dos da Holanda (por exemplo) ou quaisquer outros da NATO, só que a Holanda tem dinheiro para comprar todos esses equipamentos (Chinooks, LPD, Patriots, etc) e pagar dignamente aos seus militares (o que leva a ter bons efectivos) e pôr tudo isso na prática, enquanto que nós...
« Última modificação: Dezembro 31, 2018, 01:01:19 am por Lightning »
 
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Re: EH-101
« Responder #587 em: Janeiro 13, 2019, 12:46:50 pm »
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Defesa atenta a vazio contratual para manutenção de helicópteros de busca e salvamento
Paulo Alexandre Amaral - RTP11 Jan, 2019, 15:11 / atualizado em 11 Jan, 2019, 15:53

Os helicópteros de busca e salvamento EH-101 encontram-se sem contrato de manutenção desde o início do ano, com o Ministério da Defesa "a acompanhar com atenção" este dossier, de acordo com o gabinete do ministro João Gomes Cravinho. Com as negociações em curso entre a DEFLOC, responsável pela operação destas aeronaves, e a Leonardo, empresa ítalo-britânica que desde 2009 faz a sua manutenção, fonte do processo alerta para a paralisação da frota e vazio de serviços de busca e salvamento. Mas a DEFLOC desdramatiza e aponta um acordo para os próximos dias.

A inoperacionalidade do país em questões de busca e salvamento e de vigilância é um cenário que há várias semanas ganhou visibilidade em artigos do Diário de Notícias e a forte possibilidade de os helicópteros EH-101 estarem num prazo de semanas incapacitados de voar foi agora reafirmada à RTP por fonte do processo, que alertou para a gravidade que constituiria em termos de soberania nacional a incapacidade de patrulhar a costa, as águas territoriais e o próprio território nacional. Uma das funções que vem sendo exercida pelos EH-101 é o transporte de feridos e grávidas entre ilhas no arquipélago dos Açores, onde dois helicópteros devem operar em permanência, e esse é um dos serviços que fica em risco com a inexistência do contrato de manutenção.

De acordo com a fonte da RTP, os EH-101 são helicópteros muito suscetíveis a pequenas avarias, exigindo manutenção intensiva, pelo que o vazio de um contrato que assegure essa assistência e o fornecimento de peças torna credível o cenário da incapacidade, nas próximas semanas, de ter número suficiente de aeronaves no ar para cumprir os serviços com normalidade. Paulo Santana, representante da DEFLOC, desdramatiza a situação, afastando qualquer cenário de incapacidade de voar dos EH-101: “Não há o risco de os EH-101 ficarem em terra no imediato”, garantiu, escusando-se a uma análise para o prazo de semanas.

"Com atenção"

Menos seguro parece estar o Ministério da Defesa Nacional, com o gabinete do ministro João Gomes Cravinho a admitir que o assunto está a ser acompanhado “com atenção”. O Ministério remete, contudo, o andamento das negociações para a DEFLOC, mantendo o que diz ser o primado da responsabilização das entidades a quem são entregues os processos e respectivas incumbências: “O ministro da Defesa está a acompanhar o trabalho da DEFLOC, mas é a DEFLOC que está a negociar o contrato”. Em resposta escrita à RTP, o Ministério da Defesa Nacional refere: "A Defloc está a conduzir as negociações, sendo a entidade legalmente competente para o fazer. Como tal, toda e qualquer questão deverá ser colocada a esta entidade".

"O Ministério da Defesa Nacional continuará atento ao desenrolar do processo negocial no qual também participam os Serviços Centrais (a Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional) e a Força Aérea", prossegue o texto."A Força Aérea continua a cumprir as suas missões dentro da normalidade e com assinalável competência. O Ministério da Defesa Nacional continuará a trabalhar, como sempre o tem feito, para que a Força Aérea tenha todas as condições para continua a assegurar o cabal desempenho das suas missões", remata.

O obstáculo

De acordo com a fonte do processo, a negociação está a ser dificultada pela Leonardo, que exige uma verba substancialmente superior ao que vinha sendo praticado para a prorrogação do contrato de manutenção dos helicópteros EH-101. Essa verba que está neste momento em cima da mesa das negociações [entre a DEFLOC e a Leonardo] visa a assinatura de uma prorrogação do contrato que terminou no final de 2018, que deverá preencher o vazio de assistência antes de ser assinado novo contrato plurianual, nos moldes daquele que vigorou desde 2009. “A DEFLOC fez uma oferta, mas a Leonardo acabou por exigir uma verba muito superior àquela que foi proposta, o que está a dificultar as negociações”, referiu a fonte da RTP. Os valores do contrato plurianual que estabeleciam o serviço de manutenção andavam à volta dos 11 milhões de euros por ano. Uma garantia foi deixada à RTP pelo gabinete do ministro da Defesa quando, num primeiro contacto telefónico, colocámos a questão no plano da soberania nacional: “Não deixaremos a situação chegar a esse ponto” de colocar em risco a soberania do país.

https://www.rtp.pt/noticias/pais/defesa-atenta-a-vazio-contratual-para-manutencao-de-helicopteros-de-busca-e-salvamento_n1122186

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Re: EH-101
« Responder #588 em: Janeiro 13, 2019, 01:02:52 pm »
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Defesa atenta a vazio contratual para manutenção de helicópteros de busca e salvamento
Paulo Alexandre Amaral - RTP11 Jan, 2019, 15:11 / atualizado em 11 Jan, 2019, 15:53

Os helicópteros de busca e salvamento EH-101 encontram-se sem contrato de manutenção desde o início do ano, com o Ministério da Defesa "a acompanhar com atenção" este dossier, de acordo com o gabinete do ministro João Gomes Cravinho. Com as negociações em curso entre a DEFLOC, responsável pela operação destas aeronaves, e a Leonardo, empresa ítalo-britânica que desde 2009 faz a sua manutenção, fonte do processo alerta para a paralisação da frota e vazio de serviços de busca e salvamento. Mas a DEFLOC desdramatiza e aponta um acordo para os próximos dias.

A inoperacionalidade do país em questões de busca e salvamento e de vigilância é um cenário que há várias semanas ganhou visibilidade em artigos do Diário de Notícias e a forte possibilidade de os helicópteros EH-101 estarem num prazo de semanas incapacitados de voar foi agora reafirmada à RTP por fonte do processo, que alertou para a gravidade que constituiria em termos de soberania nacional a incapacidade de patrulhar a costa, as águas territoriais e o próprio território nacional. Uma das funções que vem sendo exercida pelos EH-101 é o transporte de feridos e grávidas entre ilhas no arquipélago dos Açores, onde dois helicópteros devem operar em permanência, e esse é um dos serviços que fica em risco com a inexistência do contrato de manutenção.

De acordo com a fonte da RTP, os EH-101 são helicópteros muito suscetíveis a pequenas avarias, exigindo manutenção intensiva, pelo que o vazio de um contrato que assegure essa assistência e o fornecimento de peças torna credível o cenário da incapacidade, nas próximas semanas, de ter número suficiente de aeronaves no ar para cumprir os serviços com normalidade. Paulo Santana, representante da DEFLOC, desdramatiza a situação, afastando qualquer cenário de incapacidade de voar dos EH-101: “Não há o risco de os EH-101 ficarem em terra no imediato”, garantiu, escusando-se a uma análise para o prazo de semanas.

"Com atenção"

Menos seguro parece estar o Ministério da Defesa Nacional, com o gabinete do ministro João Gomes Cravinho a admitir que o assunto está a ser acompanhado “com atenção”. O Ministério remete, contudo, o andamento das negociações para a DEFLOC, mantendo o que diz ser o primado da responsabilização das entidades a quem são entregues os processos e respectivas incumbências: “O ministro da Defesa está a acompanhar o trabalho da DEFLOC, mas é a DEFLOC que está a negociar o contrato”. Em resposta escrita à RTP, o Ministério da Defesa Nacional refere: "A Defloc está a conduzir as negociações, sendo a entidade legalmente competente para o fazer. Como tal, toda e qualquer questão deverá ser colocada a esta entidade".

"O Ministério da Defesa Nacional continuará atento ao desenrolar do processo negocial no qual também participam os Serviços Centrais (a Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional) e a Força Aérea", prossegue o texto."A Força Aérea continua a cumprir as suas missões dentro da normalidade e com assinalável competência. O Ministério da Defesa Nacional continuará a trabalhar, como sempre o tem feito, para que a Força Aérea tenha todas as condições para continua a assegurar o cabal desempenho das suas missões", remata.

O obstáculo

De acordo com a fonte do processo, a negociação está a ser dificultada pela Leonardo, que exige uma verba substancialmente superior ao que vinha sendo praticado para a prorrogação do contrato de manutenção dos helicópteros EH-101. Essa verba que está neste momento em cima da mesa das negociações [entre a DEFLOC e a Leonardo] visa a assinatura de uma prorrogação do contrato que terminou no final de 2018, que deverá preencher o vazio de assistência antes de ser assinado novo contrato plurianual, nos moldes daquele que vigorou desde 2009. “A DEFLOC fez uma oferta, mas a Leonardo acabou por exigir uma verba muito superior àquela que foi proposta, o que está a dificultar as negociações”, referiu a fonte da RTP. Os valores do contrato plurianual que estabeleciam o serviço de manutenção andavam à volta dos 11 milhões de euros por ano. Uma garantia foi deixada à RTP pelo gabinete do ministro da Defesa quando, num primeiro contacto telefónico, colocámos a questão no plano da soberania nacional: “Não deixaremos a situação chegar a esse ponto” de colocar em risco a soberania do país.

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Re: EH-101
« Responder #589 em: Janeiro 26, 2019, 02:06:23 pm »
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Citar
A #esquadra751 alcançou as 4000 vidas salvas, um marco relevante na sua história e que muito nos orgulha!

Com mais de 40 anos de história, a Esquadra 751 protagonizou diversas missões de relevo. Para atingir este marco significativo foi necessária a dedicação, ao longo de todos estes anos, de todos os militares que serviram e servem nesta unidade.

Todos os dias, os portugueses podem contar com a nossa inteira entrega na salvaguarda da vida humana, quer seja em Portugal continental, quer seja nos arquipélagos da Madeira e dos Açores.

Na última noite, a Esquadra 751 realizou uma evacuação aeromédica da ilha Terceira para a ilha de São Miguel, de um doente vítima de enfarte do miocárdio. A missão teve a duração de 01:45h de tempo de voo. Esta foi a 4000 vida salva pela Esquadra 751.

“Para que outros vivam”



Saudações
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Re: EH-101
« Responder #590 em: Janeiro 26, 2019, 07:55:22 pm »
O acordão do Tribunal de Contas que chumbou recentemente o contrato de manutenção dos motores dos EH-101 é muito esclarecedor e merece uma leitura atenta.

https://www.tcontas.pt/pt/actos/acordaos/2018/1sss/ac041-2018-1sss.pdf
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Re: EH-101
« Responder #591 em: Janeiro 27, 2019, 05:30:50 pm »


Pelo que me parece estes três Projectos, pensados em 2008, não foram concretizados, por nenhum governo, ou foram ???


https://www.publico.pt/2008/08/01/economia/noticia/governo-assina-contratos-de-manutencao-e-contrapartidas-dos-eh101-da-forca-aerea-1337348

Segundo Nuno Severiano Teixeira, os contratos de manutenção vão custar ao Estado cerca de 28 milhões de euros, para além de uma componente não fixa, que varia em função do número de horas realizado e que poderá oscilar entre 15 milhões e 30 milhões de euros. Contudo, “está garantido que se o Estado entender renovar o contrato para novo período de cinco anos, os preços serão revistos”, afirmou o ministro da Defesa.

Para além disso, foi assinado um terceiro contrato, de renegociação das contrapartidas de 2001, devidas pela aquisição dos helicópteros, que prevê a realização de três projectos, que são “um investimento para a economia portuguesa com um retorno de 480 milhões de euros”, afirmou Nuno Severiano Teixeira. O melhor do Público no email

Um desses projectos passa pela criação da AWIL Portugal, uma subsidiária estrangeira da fabricante ítalo-britânica, que vai ser “responsável pela manutenção da frota nacional, mas também concorrer no mercado internacional” para contratos de manutenção aeronáutica, vendas e exportações.

Um segundo projecto previsto pelo contrato de contrapartidas hoje assinado é a transferência de tecnologia para as OGMA, sobretudo no que diz respeito à formação de pessoal para a manutenção dos helicópteros e até para o fabrico de componentes do EH-101. Segundo o ministro da Defesa, prevêem-se encomendas de 35 milhões de euros.

Finalmente, o contrato assinado envolve ainda o projecto do Centro para a Excelência e Inovação da Indústria Automóvel (CEIIA), que pretende desenvolver um pólo de design industrial para a indústria aeronáutica. A CEIIA, consórcio entre universidades e empresas de tecnologia nacionais sedeado na Maia, vai receber da AWIL cerca de 250 milhões de euros em encomendas, projectos e formação. Actualmente, tem já duas encomendas para o desenvolvimento da nova geração dos helicópteros Lynx, da Agusta Westland.


https://www.dn.pt/poder/interior/estado-recorre-da-decisao-judicial-sobre-helicopteros-da-forca-aerea-10456944.html

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/ministerio-da-defesa-contrata-novo-programa-de-manutencao-dos-helicopteros-eh-101

https://www.rtp.pt/noticias/pais/defesa-atenta-a-vazio-contratual-para-manutencao-de-helicopteros-de-busca-e-salvamento_n1122186

Continuo a afirmar que a culpa não é só da Leonardo o Estado Português tem culpas neste estado de coisas !!

Abraços

   
 

 
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Re: EH-101
« Responder #592 em: Janeiro 31, 2019, 03:30:32 pm »
No DN de ontem.

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Prorrogado contrato de manutenção dos helicópteros da Força Aérea
Documento vigora até março e foi assinado quando continua por aprovar o dos motores, em apreciação no Tribunal de Contas.

Manuel Carlos Freire
30 Janeiro 2019 — 18:46

O Ministério da Defesa e a empresa pública DEFLOC assinaram sexta-feira a prorrogação, até ao final de março, do contrato de manutenção dos 12 helicópteros EH-101 operados pela Força Aérea, soube o DN. O documento foi assinado no Ministério da Defesa com o fabricante italiano Leonardo, confirmou ao DN o Ministério da Defesa. Com esta prorrogação ganha-se tempo para renegociar um novo contrato plurianual por outros valores e que, segundo algumas fontes, pode duplicar o montante pago nos últimos anos - até 13,6 milhões de euros anuais, como consta do acórdão de 2012 do Tribunal de Contas (TdC).

Esse contrato de manutenção de longo prazo (FISS, sigla em inglês) é paralelo ao da manutenção dos motores dos EH-101, chumbado no final de 2018 pelo TdC e cujos juízes estão a apreciar o recurso apresentado pela DEFLOC (empresa pública criada para adquirir 10 dos 12 helicópteros em regime de leasing operacional). O presidente da DEFLOC, Paulo Santana, escusou-se a precisar ao DN quais os montantes a pagar até março, admitindo apenas que estão "dentro dos valores" vigentes em 2018 - o que, feitas as contas, significa uma verba situada na casa dos três a quatro milhões de euros. O mesmo responsável, administrador liquidatário da Empordef (holding pública das indústrias de Defesa) em representação da Parpública, adiantou não haver necessidade de enviar esse contrato ao TdC por corresponder à prorrogação do de manutenção assinado em 2014.

Estado fragilizado

O chamado FISS 2 dos EH-101, datado de 2014, terminou a 31 de dezembro de 2018 sem que as partes chegassem a acordo sobre a sua renovação. Para esse impasse contribuíram as exigências do fabricante, que alega ter "perdido dinheiro" no contrato anterior, segundo contou ao DN uma das fontes com conhecimento do processo. O facto de a Leonardo ser a única empresa capaz de fazer a manutenção dos EH-101 deixou a parte portuguesa numa posição de fragilidade. Contudo, segundo fontes políticas e militares, as exigências do fabricante têm sido recusadas devido à alegada exorbitância desses números. Essa situação aparenta ser igual à que se verifica com a brasileira Embraer, no caso das aeronaves de transporte KC-390, e que já levou responsáveis portugueses a admitir a desistência dessa aquisição.

A negociação desse contrato (com uma componente fixa e outra ligada ao custo da hora de voo) entra em linha de conta com diferentes variáveis, segundo algumas das fontes: número de helicópteros disponíveis para operação, horas de voo anuais, compensações pela paragem dos aparelhos acima dos limites estabelecidos por falta de peças sobressalentes ou de manutenção, preço das horas de voo, entre outros pontos.

Segundo soube o DN, o Ministério da Defesa definiu um teto teto financeiro para este ano no quadro da renegociação do FISS dos helicópteros e que será da ordem dos montantes que até agora eram pagos (cerca de 14 milhões de euros), segundo fontes ouvidas pelo DN. Contudo, outras fontes indicam existir já um princípio de acordo entre as partes - DEFLOC, Ministério, Leonardo - que ultrapassa aquele montante e se aproxima mesmo do dobro pago anualmente até 2018. Outra questão tem a ver com os mais de 20 dias que mediaram entre o fim do contrato anterior e a assinatura do documento que o prorroga por três meses, uma vez que o texto produz efeitos retroativos a 1 de janeiro de 2019, conforme explicou Paulo Santana.

De acordo com o número 4 do artigo 45º da Lei de Organização e Processo do TdC, "os atos, contratos e demais instrumentos sujeitos à fiscalização prévia do Tribunal de Contas cujo valor seja superior a (euro) 950 000 não produzem quaisquer efeitos antes do visto ou declaração de conformidade" - o que será o caso, pois a prorrogação do FISS custará entre três a quatro milhões de euros. Note-se, porém, o mesmo artigo prevê exceções: "O disposto no número anterior não é aplicável aos contratos celebrados na sequência de procedimento de ajuste direto por motivos de urgência imperiosa resultante de acontecimentos imprevisíveis pela entidade adjudicante, que não lhe sejam em caso algum imputáveis, e não possam ser cumpridos os prazos inerentes aos demais procedimentos previstos na lei." Como disse Paulo Santana ao DN, o facto de este contrato prorrogar o FISS assinado em 2014 dispensa o seu envio para o TdC.

Contrato dos motores no limbo

Seja como for, a celebração de um novo FISS plurianual para a frota dos 12 EH-101 operados pela Força Aérea acaba por ficar dependente da aprovação do contrato de manutenção dos motores, que foi chumbado pelo TdC no final de 2018. O caso está em fase de recurso da sentença, pois o TdC entendeu que esse contrato violava regras orçamentais e as normas que regem as parcerias público-privadas (PPP). Ora, enquanto não surgir esta decisão ou se ela voltar a ser negativa, de pouco servirá haver um contrato de manutenção sem existir o dos motores e que permitem aos helicópteros voar, constatou uma das fontes. Em causa está a manutenção dos 38 motores dos helicópteros por parte da empresa Safran, cujas negociações para celebrar o contrato até ao montante de 81 milhões de euros foram autorizadas em 2016 pelo então ministro da Defesa Azeredo Lopes.

https://www.dn.pt/poder/interior/prorrogado-contrato-de-manutencao-dos-helicopteros-da-forca-aerea-10493415.html


Agora só por curiosidade, e por comparação, retrocedamos 12 anos até 2007...

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Fim dos intermediários reduzirá custos de operação de hélis 'Merlin' para metade
Manuel Carlos Freire - 07 de Abril de 2007

Os elevados custos de operação e manutenção dos helicópteros EH101 Merlin, estimados em cerca de nove mil euros por hora de voo, serão reduzidos a cerca de metade quando for eliminada a rede de intermediários ligados a esse programa de reequipamento militar, afirmaram ao DN altas patentes da Força Aérea Portuguesa (FAP). O valor real daqueles custos associados ao EH101 continua a ser um segredo, explicável em parte por a FAP ainda não ter experiência acumulada na sua utilização. Mas um alto responsável militar revelou ao DN que o custo da hora de voo daqueles hélis rondava os nove mil euros. Esse valor exorbitante - embora normal num aparelho que é considerado o Rolls Royce dos helicópteros e cujo modelo foi escolhido para transportar o Presidente dos EUA - apanhou de surpresa os responsáveis políticos e militares porque o fabricante, Agusta-Westland (AW), garantiu (na fase final do concurso e quando havia outro concorrente em cima da mesa, o Sikorsky norte-americano), que custaria cerca de 2000 euros à hora."Era menos do que os [velhinhos] Puma" que iam substituir, disse uma das várias fontes ouvidas pelo DN. O problema, segundo as altas patentes da FAP atrás citadas, é que "não é possível, em termos jurídicos", responsabilizar a AW pela enorme diferença de custos (propostos e reais).

O que se sabe é que os custos reais de operação dos Merlin, a par do atraso na elaboração dos contratos de manutenção com a empresa Defloc (ligada à celebração dos contratos de compra do EH101 em regime de leasing operacional), obrigou o Governo a reservar verbas da Lei de Programação Militar - exclusivamente destinadas aos programas de modernização das Forças Armadas - para pagar a utilização daqueles helicópteros. E que só num exercício militar realizado já no fim de 2006 foi empregue, pela primeira vez, como meio de transporte de tropas. Sobre os custos dos EH101 operados por outros países, nomeadamente o Canadá, as fontes da FAP disseram não ser possível traçar paralelismos, tendo em conta as diferentes condições de utilização. O que acreditam é que, a prazo, "é possível reduzir os actuais custos para valores da ordem dos 1600 a 1800 euros por hora de voo" - embora só dentro de meses possam ter um valor real dos custos de operação dos aparelhos portugueses.

O chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general Luís Araújo, ao abordar há dias o assunto em conversa com alguns jornalistas no seu gabinete, disse existir com a AW um contrato de manutenção por seis meses e prorrogável por mais seis, findo o qual deverá iniciar-se um contrato de longa duração. A prazo, "gostava que a manutenção ficasse na [empresa portu- guesa] OGMA. Mas quem sabe dos hélis é a AW, pelo que nos próximos dois a três anos" deveria ter a seu cargo a responsabilidade pelos EH101, explicou. Nesse período, acrescentou, deveria "subcontratar a OGMA" para que pudesse ser esta empresa a ficar depois com aquela tarefa.

https://www.dn.pt/arquivo/2007/interior/fim-dos-intermediarios-reduzira-custos-de-operacao-de-helis-merlin-para-metade-655621.html


Para além de todos os outros assuntos subjacentes, salta à vista e é gritante o enorme e colossal erro que constituiu a privatização das OGMA.
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Re: EH-101
« Responder #593 em: Janeiro 31, 2019, 03:45:01 pm »
Por acaso os americanos desistiram do AW para o Marine One e vão para o  VH-92A
« Última modificação: Janeiro 31, 2019, 03:45:54 pm por MATRA »
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Re: EH-101
« Responder #594 em: Janeiro 31, 2019, 03:55:07 pm »
Bora para o HH 47 e tramamos os gajos...  :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

https://www.wearethemighty.com/gear-tech/the-chinook-could-have-been-a-search-and-rescue-legend

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Performance
Velocidade máxima: 315 km/h (196 mph)
Velocidade total em Nó: 170 kn (315 km/h)
Alcance: 2 252 km (1 400 mi)
Alcance bélico: 370,4 km (230 mi)
Razão de subida: 7,73 m/s
Tecto de serviço: 5 640 m (18 500 ft)



Cumprimentos  c56x1 :-P
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

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Re: EH-101
« Responder #595 em: Fevereiro 09, 2019, 09:04:56 am »
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Governo garante operacionalidade dos helicópteros da Força Aérea
Ministério da Defesa respondeu ao CDS sobre o chumbo, pelo Tribunal de Contas, do contrato de manutenção dos motores dos helicópteros EH-101.

Manuel Carlos Freire
08 Fevereiro 2019 — 19:47

A frota de helicópteros EH-101 da Força Aérea não é afetada pelo chumbo do Tribunal de Contas (TdC) ao contrato de manutenção dos motores, garantiu o Ministério da Defesa ao Parlamento. A informação chegou quinta-feira à Assembleia da República e teve por base um requerimento do CDS para saber quais os efeitos daquela decisão do TdC e cujo recurso está em apreciação.

Segundo o Ministério, a decisão "não implica o risco de a frota ficar operacional" porque o contrato assinado em 2010 com a empresa Safran está "ainda em vigor" e "não foi objeto da recusa de visto". O contrato em causa terminou a 31 de dezembro de 2018, sem que um novo acordo tivesse sido alcançado entre as partes devido aos valores pedidos pela Safran serem considerados excessivos pela tutela.

Mas a lógica dos contratos envolvem a sua continuidade temporária (poucos meses) a fim de dar tempo às partes para chegarem a um acordo, explicaram ao DN fontes conhecedoras desses processos. Assim, "mantê-se em vigor os atuais processos individuais de orçamentação prévia das reparações e subsequente encomenda, bem como os processos de orçamentação prévia, encomenda e aquisição de consumíveis para os motores" dos EH-101, precisou o gabinete de João Gomes Cravinho.

https://www.dn.pt/poder/interior/governo-garante-operacionalidade-dos-helicopteros-da-forca-aerea-10558284.html
Saudações Aeronáuticas,
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Re: EH-101
« Responder #596 em: Fevereiro 09, 2019, 07:29:40 pm »
Segundo o Ministério, a decisão "não implica o risco de a frota ficar operacional"

Ah bom, assim tá bem, riscos desses não podemos correr...
 
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Re: EH-101
« Responder #597 em: Fevereiro 09, 2019, 09:41:25 pm »
Segundo o Ministério, a decisão "não implica o risco de a frota ficar operacional"

Ah bom, assim tá bem, riscos desses não podemos correr...
:toto:

É obviamente uma gralha jornalística, no entanto como as coisas andam todo o cuidado é pouco.  :mrgreen: ::)
Saudações Aeronáuticas,
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Re: EH-101
« Responder #598 em: Fevereiro 10, 2019, 03:09:39 pm »
Bela foto ;)  :-P


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A close look at the folding tail system on the Merlin helicopter.

Saudações
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Re: EH-101
« Responder #599 em: Fevereiro 12, 2019, 08:31:09 am »
Afinal parece que o 19612 está parado há mais tempo do que aquele que foi adiantado pela Força Aérea, e que a demora/paralisação da sua reparação por parte da Leonardo se ficou a dever a falta de pagamento devido às infames cativações do Ministério das Finanças. Além disso, é pouco provável que fique de novo operacional ainda este ano.  ::)

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Estado já pagou 30 milhões por helicóptero militar avariado há mais de três anos
Fatura deverá continuar a subir porque a reparação do aparelho, acidentado em agosto de 2015, dificilmente ficará concluída neste ano.

Manuel Carlos Freire
11 Fevereiro 2019 — 17:31

A empresa pública dona dos helicópteros EH-101 usados pela Força Aérea reteve quase quatro milhões de euros, pagos em setembro pelo Ministério da Defesa, para reparar um aparelho acidentado em agosto de 2015 e para o qual o Estado pagou, desde então, cerca de 30 milhões de euros. As contas são fáceis de fazer: continuaram a pagar-se as rendas pela compra do helicóptero em leasing operacional, na casa dos seis milhões de euros anuais. Multiplicados pelos quatro anos de paragem (2015-2019), dá um bolo de 24 milhões - a que se somam agora os mais de 6,5 milhões, autorizados e contabilizados em 2018, para pagar a reparação. Mais de metade da reparação já estava feita quando, em 2017, o fabricante - a Leonardo (Itália) - suspendeu os trabalhos por falta de pagamento.

A autorização dada no ano passado pelas Finanças, através de uma portaria de extensão de encargos que permitiu à Defesa pagar à Defloc quase quatro dos 6,5 milhões de euros da reparação, tornaria possível reatar os trabalhos. Só que, já com o dinheiro em caixa, a empresa entendeu pedir o visto prévio do Tribunal de Contas (TdC) - e agora não pode usar as verbas sem nova autorização, que algumas fontes garantiram ao DN ser improvável em 2019 devido às cativações. Paulo Santana, presidente da Defloc, explicou há dias a decisão ao DN: "O conselho de administração entendeu que o TdC devia analisar" o processo, face a dúvidas jurídicas entretanto surgidas e que não especificou.

TdC requereu contrato original

O problema é que deixou de haver prazo à vista para concluir a reparação do helicóptero com o número de cauda 19612: o TdC analisou o pedido da Defloc e requereu o contrato original, celebrado em 2001 com base num quadro jurídico e legal que entretanto mudou, revelaram algumas das fontes. A par da demora na análise do processo, um eventual chumbo do processo por parte do TdC - como aconteceu há semanas com o contrato de manutenção dos motores dos EH-101 (agora em fase de recurso) - fará o caso arrastar-se. Mas continuará a pagar-se por um helicóptero que não se usa.

Paulo Santana confirmou ainda que o helicóptero em causa ficou inutilizado em "agosto de 2015", o que faz que esteja parado há três anos e meio - pelo menos mais dois do que o admitido em dezembro passado pela Força Aérea e por outras fontes. O helicóptero EH-101, n.º 19612, operado pela Força Aérea é um dos dez adquiridos em 2001 pela Defloc em regime de leasing operacional, para missões de busca e salvamento. A reparação dos estragos causados pelo acidente em agosto de 2015 foi iniciada "à confiança" pela Leonardo, segundo uma das fontes ouvidas pelo DN.

Cativação bloqueou pagamento

Mas uma falha no pagamento por parte do Estado levou o fabricante a suspender essa reparação. Esse incumprimento resultou da cativação de verbas do orçamento da Defesa por parte das Finanças, em 2017, explicaram várias fontes do setor. A reparação tem de ser paga pelo orçamento do Ministério da Defesa e não com verbas da Lei de Programação Militar (LPM) por se tratar de uma despesa extraordinária, não abrangida pelos contratos de manutenção dos helicópteros - o chamado FISS - e dos motores, explicou uma das fontes. Segundo várias fontes do meio, a decisão da Defloc recorrer ao TdC para visar aquela despesa extraordinária terá sido uma medida de cautela face às alterações legais entretanto ocorridas. Um exemplo é o facto de a Defloc ter passado a ser uma entidade pública reclassificada (EPR) desde 2014. Essa reclassificação resultou da exigência europeia de contabilizar as despesas feitas pelo setor público empresarial para efeitos de défice, ficando abrangidas pela Lei de Enquadramento Orçamental.

Acresce, lembrou uma das fontes, que a lei do Orçamento do Estado para 2019 (artigo 255.º) alterou o valor dos contratos sujeitos a fiscalização prévia do TdC e que têm implicações neste caso da reparação do helicóptero parado desde 2015. Essa lei estabelece que os "atos e contratos que estejam ou aparentem estar relacionados entre si" sejam apreciados pelo TdC quando a soma dos valores ultrapassar os 750 mil euros, como é o caso. Ora isso impõe aos juízes que apreciem o contrato original, de 2001, que nessa altura estava dispensado de passar pelo crivo desse tribunal.

O próprio TdC, numa sentença de 2002 transitada em julgado, considerou que o contrato de manutenção dos EH-101 estava isento de visto prévio por ser "um verdadeiro contrato de assistência técnica". Mas a legislação mudou entretanto e a opinião do tribunal também parece ter mudado. Se em 2002 equiparou o contrato de manutenção dos EH-101 a um de assistência técnica, pelo menos numa sentença de 2015 - relacionada com a área informática -, concluiu que aqueles conceitos "não se confundem, mantendo individualidade e autonomia". Para algumas fontes, este novo entendimento também se aplicará ao caso dos helicópteros. O risco, segundo as fontes, resulta de o TdC poder questionar os moldes em que esse contrato de 2001 foi feito - a exemplo do que decidiu há semanas com o dos motores dos EH-101, considerando-o abrangido pela legislação que rege as parcerias público-privadas (PPP). E aí...

Defloc tinha alternativa?

O DN não conseguiu obter esclarecimentos adicionais junto de Paulo Santana, que deixou de responder após o DN o questionar sobre a carta em que a eurodeputada Ana Gomes punha em causa a sua idoneidade enquanto antigo quadro do Banco de Negócios Internacional Europa (BNIE). A par da estranheza com o facto de a Defloc recorrer ao TdC depois de já ter recebido os quase quatro milhões de euros para regularizar as contas com a Leonardo, algumas fontes interrogaram-se sobre o porquê de o acerto de contas não ser feito no âmbito do contrato FISS. Esta possibilidade decorre de o contrato FISS ter mecanismos de compensação entre as partes - prémios e penalizações - e que poderiam permitir a regularização das contas. Redução do número de horas de voo abrangidas, formação ou multas são alguns desses instrumentos típicos.

https://www.dn.pt/poder/interior/estado-ja-pagou-30-milhoes-por-helicoptero-militar-avariado-ha-mais-de-tres-anos-10562432.html
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