Boinas azuis
Primeira oficial da PSP acaba curso de Segurança Pessoalpor SÓNIA SIMÕES
Comissária Paula Monteiro foi a única oficial que concluiu o curso da Unidade Especial e foi a melhor classificada
Três dias sem dormir e saltar de olhos vendados de uma altura completamente desconhecida são apenas algumas das provas feitas na selecção final dos candidatos ao curso de Segurança Pessoal - integrado na Unidade Especial de Polícia (UEP) - e que levam muitos polícias à desistência. A comissária Paula Monteiro foi um dos 75 candidatos que resistiram e receberam ontem as boinas azuis. Além de ser a primeira mulher oficial a terminar o curso, foi também a mais bem classificada.
"Criámos no grupo uma família e as palavras de apoio uns aos outros foram fundamentais", disse ao DN, à margem da cerimónia. Mas não foram os únicos ingredientes para conseguir terminar o curso - "força de vontade", admite.
Para o comandante da Unidade Especial de Polícia, Magina da Silva, a conclusão do curso só é possível aos polícias que mostrem grandes "capacidades físicas e psicológicas". Só assim estarão aptos para promover a segurança de testemunhas em processos-crime, governantes, magistrados e todos aqueles que solicitem e que se mostre necessário. Por isso, 468 elementos das várias áreas da PSP concorrem, mas apenas 75 conseguiram superar todas as provas.
Durante a cerimónia de encerramento do curso, ontem na Quinta das Águas Livres, em Belas, o comandante do Corpo de Segurança Pessoal, Waldemar Coroado, explicou que o curso abrange matérias como armamento, combate ao terrorismo, relações públicas e segurança às instalações.
A comissária Paula Monteiro, que passa agora a ser uma das oito mulheres do Corpo de Segurança Social, já deu a cara pelo Comando da PSP de Lisboa e até foi capa de um livro sobre a PSP. Mas o reconhecimento público, afirma, não prejudica o seu trabalho. "Vou ter funções de coordenação e muitas vezes fazer a ligação entre os eventos e os próprios jornalistas", referiu. Um evento como a visita do Papa a Portugal, por exemplo, que o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, fez ontem questão de elogiar à margem da cerimónia. "A Unidade Especial de Polícia é a jóia da coroa da PSP", referiu. "Só uma força como a PSP é capaz de assegurar a segurança dos portugueses e, esta unidade em concreto, de magistrados e até testemunhas em processos", diz.
No processo Casa Pia, arguidos como o "Bibi", vítimas que desencadearam o processo e até o próprio colectivo de juízes, precisaram de segurança pessoal por causa das ameaças que enfrentaram.
Nos últimos cinco anos, segundo o subintendente Coroado, o Corpo de Segurança Pessoal participou em 3365 acções, o que implicou o envolvimento de 11 856 homens. Com a entrada dos elementos deste corpo, o CSP passa a ser composto por 250 elementos.
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