Pedido de Fotografias

  • 39 Respostas
  • 17111 Visualizações
*

Luso

  • Investigador
  • *****
  • 8530
  • Recebeu: 1623 vez(es)
  • Enviou: 684 vez(es)
  • +940/-7276
Pedido de Fotografias
« em: Agosto 11, 2004, 11:09:26 pm »
Solicito a amável colaboração aos meus caros companheiros de fórum, no sentido de aqui colocarem fotografias sobre a seguinte temática:

Uso de Sniders; Kropatschek 1886; Mannlicher 1896; Vergueiro 1904; Enfield Pattern 14 e Armalite AR10.

Fotografias de Moçambique (Pauíla e Balama) dos anos de 1970 a 1975.

Um exemplo...



Já agora, o meu pai é o da boina... :wink:
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

*

Ria

  • Membro
  • *
  • 57
  • +0/-0
    • http://mariacaramela.hi5.com/
(sem assunto)
« Responder #1 em: Agosto 13, 2004, 12:44:53 am »
Very interesting Luso! :) I can't wait to see more pictures.
 

*

Luso

  • Investigador
  • *****
  • 8530
  • Recebeu: 1623 vez(es)
  • Enviou: 684 vez(es)
  • +940/-7276
(sem assunto)
« Responder #2 em: Agosto 13, 2004, 10:29:52 pm »







(Mina)


(Procurando minas)


(Quando o Luso nasceu...  8) )



Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

*

JLRC

  • Investigador
  • *****
  • 2505
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +4/-85
(sem assunto)
« Responder #3 em: Agosto 14, 2004, 11:50:16 pm »
Caro Luso

Aqui vão algumas fotografias da minha comissão em Moçambique. A minha companhia esteve em Moatize, na Zona Operacional de Tete (ZOT), entre 1972 e 1974. O batalhão era o de Caldas Xavier. A área operacional da minha companhia era bastante extensa, ía desde os arredores do aeroporto de Tete, até ao cruzamento para Caldas Xavier, na picada Moatize-Zobué, que depois seguia para o Malawi e o rio Zambeze.

Mudança de picadores



Coluna Moatize-Zobué (A coluna começava na Rodésia e acabava no Malawi)



Rebentamento controlado de uma mina anti-carro TM-46



Para finalizar uma foto de moi (A porta aberta no edifício, era a entrada para a sala do comando).



Se acham que vale a pena posso por mais fotografias.
Cumptos
« Última modificação: Agosto 15, 2004, 04:22:47 pm por JLRC »
 

*

JLRC

  • Investigador
  • *****
  • 2505
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +4/-85
(sem assunto)
« Responder #4 em: Agosto 14, 2004, 11:53:26 pm »
Alguém sabe-me explicar porque ficaram as fotografias com aquele aspecto? E com aquele tamanho?
 

*

komet

  • Investigador
  • *****
  • 1662
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +0/-1
(sem assunto)
« Responder #5 em: Agosto 15, 2004, 02:22:29 am »
Fantásticas fotos Luso e JLRC, não parem de postar  :wink:
"History is always written by who wins the war..."
 

*

Luso

  • Investigador
  • *****
  • 8530
  • Recebeu: 1623 vez(es)
  • Enviou: 684 vez(es)
  • +940/-7276
(sem assunto)
« Responder #6 em: Agosto 15, 2004, 01:07:43 pm »
Caro JLRC:

Aceite os meus cumprimentos, assim como o meu obrigado pela contribuição que deu ao País!  

No entanto peço-lhe mais um esforço: melhore a qualidade das fotografias que aqui colocou. O JLRC merece e serão mais documentos históricos disponíveis!

Obrigado!!
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

*

komet

  • Investigador
  • *****
  • 1662
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +0/-1
(sem assunto)
« Responder #7 em: Agosto 15, 2004, 01:34:31 pm »
Já agora, de que canhão se trata aquele montado no Alouette?
"History is always written by who wins the war..."
 

*

Luso

  • Investigador
  • *****
  • 8530
  • Recebeu: 1623 vez(es)
  • Enviou: 684 vez(es)
  • +940/-7276
(sem assunto)
« Responder #8 em: Agosto 15, 2004, 02:43:49 pm »
Canhão de 20mm alemão MG151.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

*

JLRC

  • Investigador
  • *****
  • 2505
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +4/-85
(sem assunto)
« Responder #9 em: Agosto 15, 2004, 04:30:47 pm »
Citação de: "komet"
Fantásticas fotos Luso e JLRC, não parem de postar  :wink:


Obrigado Komet

Já estive a trabalhar nas fotografias e penso que já resolvi o problema do tamanho. Quanto à qualidade de imagem, já as melhorei mas ainda não está como deve ser. O problema foi que instalei o Windows XP e ao instalar o Scanner devo ter alterado as especificações. De qualquer maneira penso que já está melhor. Assim que tiver o problema resolvido, volto a poe mais fotografias.

Caro Luso

Obrigado pelas suas palavras. Como já acima afirmei, estou a tentar resolver o problema. Tem de ser por tentativas mas penso que estou no bom caminho.
Cumptos
 

*

JLRC

  • Investigador
  • *****
  • 2505
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +4/-85
(sem assunto)
« Responder #10 em: Agosto 16, 2004, 01:33:14 am »
Vamos a ver se desta vez vai correr tudo bem. Antes queria explicar o que eran as colunas.
A ligação entre a Rodésia (agora Zimbawe) e o Malawi era através de Moçambique. O transito era mais ou menos livre até à minha companhia e daí, até à fronteira com o Malawi, as viaturas formavam uma coluna e eram escoltadas até à fronteira. Nós, a princípio, escoltavamo-las desde Moatize até ao cruzamento para Caldas Xavier e aí, entregavamos a coluna à companhia do Zobué. Mais tarde, foi colocada outra companhia a meio do caminho, em Capirizange (já não me lembro se é assim que se escreve) e nós passámos a ir até aí e fazermos a entrega da coluna ao Zobué em Capirizange. A coluna passou a realizar-se num dia em vez dos habituais 2. O trajecto era todo feito em picada (só para o fim a estrada começou a ser esfaltada) e tinha que ser feito todo com 4 picadores à frente à procura de minas. Só para ficarem com uma ideia, um dia encontramos 4 minas anti-carro e mais de 40 anti-pessoal.
As colunas eram formadas muitas vezes por mais de 100 viaturas comerciais e ligeiras. Para escoltarmos todos estes carros muitas vezes só dispunhamos de uma Berliet à frente, e um Unimog à retaguarda. As Berliets, como iam à frente, eram protegidas com sacos de areia para resistirem às minas. Depois começámos também a colocar água nas camaras de ar, o que minimizava os efeitos das explosões. Quando dispunhamos de 3 Berliets, colocava 1 à frente com cinco homens (era a rebenta minas), depois vinha a 2ª com o grosso das forças e a terceira vinha na retaguarda com a força de reacção e perseguição. Vou-vos mostrar agora as viaturas de uma coluna.

Berliet preparada com sacos de areia



Imagem parcial da viatura da frente



Rebentamento controlado de uma mina anti-carro



Unimog da retaguarda da coluna



Espero que não tenha abusado da vossa paciência
Cumptos
 

*

komet

  • Investigador
  • *****
  • 1662
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +0/-1
(sem assunto)
« Responder #11 em: Agosto 16, 2004, 01:43:40 am »
Citar
Espero que não tenha abusado da vossa paciência


Só pode estar a gozar  :?
"History is always written by who wins the war..."
 

*

JLRC

  • Investigador
  • *****
  • 2505
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +4/-85
(sem assunto)
« Responder #12 em: Agosto 16, 2004, 09:12:57 pm »
Citação de: "komet"
Não consigo deixar de pensar que essas colunas me parecem tão vulneráveis... não havia um único blindado?  :?


Caro Komet

Quando nos foi entregue o quartel de Moatize, de material rolante foi-nos passado uma Berliet velhinha (que acabou por ser minada 2 vezes e sempre recuperada), 3 Unimogs e 4 Pinchas (Unimog 411, conhecidos em Angola por burros do mato) e 2 Jeeps. Estou a falar em viaturas em estado de andar. Chegámos a ter para a coluna só 2 Unimog. É claro que a coluna era muito vulnerável. Estendia-se por vezes por vários quilómetros. Tinha que parar frequentemente para reagrupar a coluna. Ficava particularmente fulo quando um condutor resolvia parar para urinar ou outra coisa e a coluna partia-se. Só sabia quando a viatura da retaguarda comunicava que estavam parados. O ideal seria ter 4 Berliets. 2 á frente, 1 ao meio e 1 à retaguarda. Lá para o fim da comissão recebemos outra Berliet, de 3 rodados, que passámos a colocar no fim e eu, quando me calhava comandar a coluna, pedia uma emprestada à Companhia de Transportes da ZOT e fazia a coluna com 3 Berliets. Era uma festa. Tinha de me comprometer a não arriscar a viatura e por isso colocáva-a na retaguarda e as nossas 2 à frente. Blindados era coisa que não existia, nem eram precisos. As Berliet, com os sacos de areia, forneciam protecção suficiente, eram os nossos blindados. Em caso de emboscada, nem saltávamos da viatura porque as bermas podiam estar minadas. Era uma guerra de tesos. Não sei se o Komet sabe, mas tinhamos que justificar todos os tiros que dávamos e as cápsulas de cobre sempre que possível, eram recuperadas e enviadas para Lisboa. Nós tinhamos um lança granadas que só tinha duas munições, a Dreyse não funcionava, das MG 42 só uma disparava, salvavam-se as HK 21. Eu, nas minhas colunas, enchia as Berliet com todo o material que tinhamos, disparasse ou não e fazia uma passagem pela vila para que todos vissem o material e pensassem que íamos armados até aos dentes. Era tudo só bluff, mas eles não sabiam. Curiosamente, não me lembro de terem alguma vez atacado as viaturas civís das nossas colunas. Aliás, tivemos poucas emboscadas, o IN preferia atacar a coluna quando era escoltada pela companhia do Zobué. Esses sim, tiveram graves problemas com as emboscadas, com mortos e feridos. Os nossos 2 únicos mortos (e foram demais) foram provocados por minas, 1 anti-pessoal e o condutor de 1 Bedford que passou por cima de uma mina anti-carro.
Um destes dias ponho imagens de algumas viaturas minadas.
Cumptos
 

*

komet

  • Investigador
  • *****
  • 1662
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +0/-1
(sem assunto)
« Responder #13 em: Agosto 17, 2004, 12:11:41 am »
Deveras impressionantes tais factos, que desconhecia, sempre soube que estivemos em guerra sempre no limite do possível, e ás vezes do impossivel, á boa maneira portuguesa, mas era o que havia na altura...

Obrigado pelo enriquecimento que tem dado a este fórum :)
"History is always written by who wins the war..."
 

*

Fábio G.

  • Investigador
  • *****
  • 1393
  • +3/-0
(sem assunto)
« Responder #14 em: Agosto 17, 2004, 09:50:36 am »
Obrigado por contar as suas experiências JLRC e pelas imagens, continue a pôr mais imagens e a contar as suas experiências sempre que quiser, é um prazer "ouvi-lo".