Luso, acalme-se porque você de certeza que não leu o que está escrito, no seu devido contexto.
Em primeiro lugar, fui eu mesmo quem colocou um excerto de um video do «Russia Today» sobre uma louca que explicou o lançamento do míssil contra os extraterrestres pleiadianos. É informação do site
http://www.wildcolleen.com/.
Eu não estou a ridicularizar ninguém, e peço desculpa se pareceu que estava. Se pareceu, não era minha intenção.
Lembro que quem colocou o tema neste fórum, sobre um míssil na Califórnia FUI EU. Logo se alguém seria ridicularizado seria sempre EU e mais ninguém.
Eu, não sei tudo, e nem as respostas me saem num instantinho. Eu pesquiso e procuro informações sobre um tema quando digo alguma coisa.
Não há nada que eu diga, que alguém não tenha afirmado antes, excepto quando eu utilizo a expressão «na minha opinião».
Passando da louca do canal russo de televisão (que é origem de muitos outros disparates, nomeadamente sobre sistemas de armas russos
) passemos ao caso seguinte:
As afirmações deste senhor Madsen.Os meus comentários, referem-se única e exclusivamente a este Madsen e a absolutamente mais ninguém.
Ele produz afirmações que são absurdas, porque entram em contradição umas com as outras.
A China não precisa mostrar ao Obama que tem capacidade nuclear.
E é aqui, que eu encontro mais disparates nas declarações do Madsen, porque ele entra num assunto sobre o qual eu até tenho algum conhecimento.
O engraçado, é que uma parte considerável do conhecimento que eu tenho sobre as armas China provém, imagine-se, da própria «Jane's», à qual o apresentador do programa tece tantos elogios.
Senão vejamos:
A tese do Madsen gira em torno da demonstração das capacidades chinesas.
Considerando a dimensão do trilho de condensação (caso seja um míssil) é legítimo afirmar que se trata de um míssil balístico intercontinental. Logo, a suposição lógica seria a de que fosse um JL-2 (código NATO: CSS-N-5 «Giant Wave»).
A imagem seguinte mostra o JL-2 a ser lançado, em imagens da televisão chinesa:
Mas, o JL-2, é apenas a versão naval do míssil chinês DF-31, que entrou ao serviço em 1999.
Há mais de uma década que os chineses têm o míssil operacional e desde 1995 que fazem testes com ele, estando registados vários deles.
A questão lógica que se deve colocar ao senhor Madsen e:Porque diabo é que os chineses mostram que têm um míssil, quinze anos depois de o testarem, onze anos depois de ele entrar ao serviço e quando está já operacional o DF-31A, com alcance de até 11,000km, que pode atingir a América ?
O trilho de condensação engana e as ilusões de óptica existem e enganam mesmo os generais que se limitem apenas a olhar para as imagens disponíveis, sem informação adicional nenhuma.Vejamos por exemplo a seguinte reportagem, em que participa o tenente-general Tom McInnerney.
Vejam a partir do minuto 01:00:
O militar afirma que aquilo é um míssil, para lá de qualquer dúvida, porque ele foi piloto.
No entanto ao mesmo tempo apanhamos o militar em contradição :
Ele diz que já viu muitos mísseis a serem lançados, e que o que ali se vê,
é claramente um míssil a corrigir a rota, algo que é normal nos mísseis SM-3 (que ele já viu serem disparados).
A questão que coloco é:Se é um SM-3, isso explica a mudança aparente de direcção do «míssil» que é referida pelo general.
O que fica por explicar, é como é que um SM-3 consegue produzir um rasto daquela magnitude.
É a dimensão do rasto produzido, que levou toda a gente (inclusive militares) a afirmar desde a primeira hora, que aquilo era um ICBM, um míssil balístico intercontinental. Só um míssil com uma enorme dimensão (mais de dois metros de diâmetro) e com motores muito potentes poderia provocar aquele rasto.
Então, a conclusão é a de que não é um SM-2 nem SM-3,
tem que ser um míssil balístico (ICBM).Mas se é um ICBM de grandes dimensões, fica por perguntar ao general, como é que um míssil balístico intercontinental como o JL-2, consegue mudar de direcção de forma brusca (o que se nota do trilho de condensação) a uma altitude tão elevada ?
Alguém me conseguirá por favor explicar o que é um trajectória balística e porque é que se chama a esses mísseis «Balísticos» ?.
Estamos portanto perante um paradoxo:
Não pode ser um SM-3 porque aquele rasto não podia ser produzido por um míssil relativamente pequeno.
Não pode ser um JL-2, porque um míssil balístico não poderia corrigir a rota a grande altitude.Não pode ser um míssil pequeno!
Não pode ser um míssil grande !
Qual é a outra coisa que é suficientemente grande para produzir aquele rasto e suficientemente lenta para produzir um rasto que aparenta mudar de direcção ?Quando fazemos estas perguntas a quem estuda estes problemas e já viu como se comportam os mísseis e quais são as suas características, como é que podemos interpretar as palavras deste Madsen ?