Missões para os Fuzileiros... para quando?

  • 46 Respostas
  • 16741 Visualizações
*

Lightning

  • Moderador Global
  • *****
  • 11077
  • Recebeu: 2352 vez(es)
  • Enviou: 3260 vez(es)
  • +740/-1032
(sem assunto)
« Responder #30 em: Dezembro 10, 2008, 02:20:28 pm »
Citação de: "Dead_Corpse"
A que missões se está a referir? Guardar instalações e participar em cerimónias protoculares... estas são as missões que a Marinha tem para os Fuzileiros. Para quê então gastar cerca de 5000€ se não estou em erro a preparar um combatente se este só vai para a parada e fica a fazer serviço de securita??


Pois... na Força Aérea acontece isso na Polícia Aérea pois só os 30/40 elementos da UPF é que conseguem ir a missões/exercícios fora do pais, exepto alguns sargentos/oficiais que sejam NBQ ou EOD.
 

*

Dead_Corpse

  • 42
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #31 em: Dezembro 10, 2008, 06:52:42 pm »
Citação de: "Lightning"
Pois... na Força Aérea acontece isso na Polícia Aérea pois só os 30/40 elementos da UPF é que conseguem ir a missões/exercícios fora do pais, exepto alguns sargentos/oficiais que sejam NBQ ou EOD.


Mas o BLD não é um Corpo de Policia como a P.A. são unidades com caracteristicas diferentes. Para esse efeio, temos a Unidade de Policia Naval.
 

*

Portucale

  • Membro
  • *
  • 197
  • Recebeu: 19 vez(es)
  • +3/-0
(sem assunto)
« Responder #32 em: Dezembro 12, 2008, 12:32:47 am »
Os fuzileiros têm uma longa existência, é uma velha Senhora que merece todo o nosso respeito.
Ao longo de esse tempo teve os seus momentos altos e outros menos bons.
Não acredito no desaparecimento dos Fuzileiros.

Na minha opinião a alteração do metodo de recrutamento veio mudar profundamente as Força Armadas e essas mudanças também se refletem neste Corpo.

Com a falta de espirito e sentido de servir, que graça na mentalidade actual, atrair voluntários é um grande desafio.

É necessário atrair a juventude que está habituada a ter o seu próprio quarto, lidar com a última geração de computadores e telemóveis, a vestir o que lhe apetece e a sair quando quer.
É um modo de vida que neste momento não encaixa muito com a vida militar, principalmente a nivel dos praças.
Quanto a alojamentos temos casernas, é necessário cumprir horários, vestir o que lhe mandam, obedecer a ordens e sobre o equipamento, sem comentários.....
É bem mais fácil a aposta no meio civil do que no meio castrense.
O resultado é a falta genérica de voluntários, sendo grande ao nível dos praças.


Penso que não é só nos Fuzileiros, há uns meses foi feito e colocado um video no youtube sobre o CTComandos, era o desfile das forças comandos na sua unidade num dia festivo.

Vinha o Estandarte e o comando das forças, segue-se um grupo de 10 graduados, depois uma companhia a dois grupos com +- 30homens cada e por fim outra companhia com três grupos com +- 20homens.
No video só vi +- 150Comandos, é verdade que estava uma companhia de +-120homens no Afeganistão mas tudo somado não chega a 300 Comandos num Batalhão de três companhias.


Sobre a participação de forças Fuzileiros nas missões internacionais é só uma questão de vontade e oportunidade.
Este corpo participou em missões na Bosnia e em Timor porque o Exército não tinha voluntários (praças) suficientes para garantir a presença em vários teatros de operações em simultaneo, não esquecer que uma companhia no terreno representa a necessidade de três companhias.
Uma que está no terreno, outra que acabou de chegar e ainda uma terceira que se está a preparar para substituir a actual.
Na prática uma força de 500homens  em forças destacadas representa a necessidade de +-1500homens disponiveis.
A realidade é que neste momento o Exército tem os voluntários necessários para as missões que existem, logo não precisa do Corpo da Armada.


Infelizmente o relacionamento entre o Exército e a Armada nunca foi famoso.
Nunca percebi muito bem porque é que quando foram definidos os Grupos de batalha da União Europeia, Portugal decidiu participar no grupo anfibio.
E o Exército que é o maior ramo que tem contribuido com milhares de efectivos em várias missões pelo mundo fora?
O Exército deve ter ficado  :twisted: ... mal disposto no minimo.


A uniformização que está a chegar com as Pandur, os equipamentos rádio e com as novas espingardas automáticas permitirão estabelecer pontes para uma maior coordenação entre os ramos.
O melhoramento de esta ligação permitirá ultrapassar as dificuldades que não têm permitido a participação dos Fuzileiros.


Mas não devemos esquecer uma facto muito importante, as operações maritimas são da Armada, as terrestres do Exército e as aéreas da Força Aérea.
Cada um no seu lugar mas a remar unidos para o mesmo lado.
 :)
Eis aqui
quase cume da cabeça da Europa toda
O Reino Lusitano
onde a Terra se acaba
e o Mar começa.

Versos de Camões
 

*

Lightning

  • Moderador Global
  • *****
  • 11077
  • Recebeu: 2352 vez(es)
  • Enviou: 3260 vez(es)
  • +740/-1032
(sem assunto)
« Responder #33 em: Dezembro 12, 2008, 01:48:35 pm »
Citação de: "Portucale"
Infelizmente o relacionamento entre o Exército e a Armada nunca foi famoso.
Nunca percebi muito bem porque é que quando foram definidos os Grupos de batalha da União Europeia, Portugal decidiu participar no grupo anfibio.
E o Exército que é o maior ramo que tem contribuido com milhares de efectivos em várias missões pelo mundo fora?
O Exército deve ter ficado  :twisted: ... mal disposto no minimo.


Mas se o governo queria que Portugal participasse no Battlegroup Anfíbio tinha que ser com os Fuzileiros e não com o Exército.
O Exército já participa no Battlegroup Espanhol.
 

*

Stavares

  • 11
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #34 em: Dezembro 12, 2008, 04:44:01 pm »
Citar
Mas não devemos esquecer uma facto muito importante, as operações maritimas são da Armada, as terrestres do Exército e as aéreas da Força Aérea.



Isto é tudo muito bonito na teorica, mas só quem la esta dentro é que sabe o que se anda a passar!!!
 

*

Lightning

  • Moderador Global
  • *****
  • 11077
  • Recebeu: 2352 vez(es)
  • Enviou: 3260 vez(es)
  • +740/-1032
(sem assunto)
« Responder #35 em: Dezembro 12, 2008, 06:16:43 pm »
O Corpo de Fuzileiros não são uma entidade autonoma, são uma força dependente da Marinha e existem porque a Marinha necessida deles.

O Corpo de Fuzileiros são a unidade de infantaria mais antiga das Forças Armadas portuguesas, pois traça a sua linhagem aos Terços Espanhois mas, a Infantaria da Marinha não teve uma existencia continua, essas unidades foram formadas e extintas várias vezes ao longo dos séculos, e se a Marinha decidir que já não precisa de Fuzileiros acaba com eles, outra vez.
 

*

HSMW

  • Moderador Global
  • *****
  • 12770
  • Recebeu: 3105 vez(es)
  • Enviou: 7612 vez(es)
  • +800/-1318
    • http://youtube.com/HSMW
(sem assunto)
« Responder #36 em: Dezembro 12, 2008, 06:44:05 pm »
Citação de: "Lightning"
Citação de: "Portucale"
Infelizmente o relacionamento entre o Exército e a Armada nunca foi famoso.
Nunca percebi muito bem porque é que quando foram definidos os Grupos de batalha da União Europeia, Portugal decidiu participar no grupo anfibio.
E o Exército que é o maior ramo que tem contribuido com milhares de efectivos em várias missões pelo mundo fora?
O Exército deve ter ficado  :twisted: ... mal disposto no minimo.

Mas se o governo queria que Portugal participasse no Battlegroup Anfíbio tinha que ser com os Fuzileiros e não com o Exército.
O Exército já participa no Battlegroup Espanhol.


Battlegroup Anfíbio?
Onde posso encontrar mais informação sobre isso?
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

*

FoxTroop

  • Investigador
  • *****
  • 1845
  • Recebeu: 669 vez(es)
  • Enviou: 389 vez(es)
  • +336/-6302
(sem assunto)
« Responder #37 em: Dezembro 12, 2008, 09:27:37 pm »
A missão de FZ's

ZAIRE: Foram FZ's e OE's não por vontade do Exercito mas sim porque a única maneira de colocar forças no terreno ser através do rio Zaire e a situação táctica estar num misto de combate urbano e contra guerrilha na selva, capacidades que nenhuma unidade do Exercito (salvo OE's) dispõe.

GUINÉ: Era para ser destacada uma companhia de infantaria aerotransportada. Infelizmente, para as chefias do exercito, a ocupação do aeroporto de Bissau pelas forças de Ansumano Mané obrigou a uma mobilização de um TG reunido à pressa. A unica maneira de projectar força era através da componente anfíbia.

Bósnia: A maior dor de cabeça de sempre para o Exercito. Com uma enorme falta de efectivos para poder rodar entre Kosovo, Bósnia e Timor, e para mais com o PorBat a passar a reserva móvel do comando NATO, uma CF foi atribuída à BLI e integrada no Agrupamento Conjunto Alfa. Apesar de todas a tentativas das chefias do Exercito para nas operações onde unidades do batalhão foram chamadas, mandar a companhia de atiradores, os comandantes das unidades estrangeiras pediam expressamente a CF. A maior dor foi FZ's a receber louvores e medalhas enquanto os seus camaradas do exercito recebiam chapéus e autocolantes no fim das missões de apoio às unidades NATO.

Timor: A mesma razão acima dada. As CF's foram sempre destacadas para o mais desolado e isolado possível (o castigo dado aos camaradas do exercito que prevaricavam era ir prestar serviço para onde os FZ's se encontravam) A situação foi bem observada pelo comandante da PKF, que numa visita ao destacamento em Same declarou ironicamente "interessante, Fuzileiros no meio da montanha e Exercito junto à costa e na cidade".

Os FZ's não têm neste momento qualquer chance de participar em missões. O grau de atrito das altas chefias dos dois ramos contribui ainda mais para essa situação. Por outro lado como disse um antigo cmdt do CCF "se as missões são boas para o espírito do pessoal, por outro lado estão a banalizar os Fuzos. Somos uma tropa de assalto, uma elite. Este trabalho tipo policia tem tendência a desmistificar o espírito de um Corpo. É ver o que aconteceu aos Páras"
 

*

Lightning

  • Moderador Global
  • *****
  • 11077
  • Recebeu: 2352 vez(es)
  • Enviou: 3260 vez(es)
  • +740/-1032
(sem assunto)
« Responder #38 em: Dezembro 12, 2008, 11:40:24 pm »
Citação de: "HSMW"
Battlegroup Anfíbio?
Onde posso encontrar mais informação sobre isso?


Battlegroups da UE
http://en.wikipedia.org/wiki/EUBG

Battlegroup Anfíbio Hispano-Italiano
http://en.wikipedia.org/wiki/Spanish-It ... attlegroup

E só para completar e para se ter uma visão geral da capacidade anfíbia que se pretende

Iniciativa Anfíbia Europeia
http://www.cdef.terre.defense.gouv.fr/p ... s/art4.pdf
 

*

Stavares

  • 11
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #39 em: Dezembro 12, 2008, 11:56:28 pm »
Citar
A missão de FZ's

ZAIRE: Foram FZ's e OE's não por vontade do Exercito mas sim porque a única maneira de colocar forças no terreno ser através do rio Zaire e a situação táctica estar num misto de combate urbano e contra guerrilha na selva, capacidades que nenhuma unidade do Exercito (salvo OE's) dispõe.

GUINÉ: Era para ser destacada uma companhia de infantaria aerotransportada. Infelizmente, para as chefias do exercito, a ocupação do aeroporto de Bissau pelas forças de Ansumano Mané obrigou a uma mobilização de um TG reunido à pressa. A unica maneira de projectar força era através da componente anfíbia.

Bósnia: A maior dor de cabeça de sempre para o Exercito. Com uma enorme falta de efectivos para poder rodar entre Kosovo, Bósnia e Timor, e para mais com o PorBat a passar a reserva móvel do comando NATO, uma CF foi atribuída à BLI e integrada no Agrupamento Conjunto Alfa. Apesar de todas a tentativas das chefias do Exercito para nas operações onde unidades do batalhão foram chamadas, mandar a companhia de atiradores, os comandantes das unidades estrangeiras pediam expressamente a CF. A maior dor foi FZ's a receber louvores e medalhas enquanto os seus camaradas do exercito recebiam chapéus e autocolantes no fim das missões de apoio às unidades NATO.

Timor: A mesma razão acima dada. As CF's foram sempre destacadas para o mais desolado e isolado possível (o castigo dado aos camaradas do exercito que prevaricavam era ir prestar serviço para onde os FZ's se encontravam) A situação foi bem observada pelo comandante da PKF, que numa visita ao destacamento em Same declarou ironicamente "interessante, Fuzileiros no meio da montanha e Exercito junto à costa e na cidade".

Os FZ's não têm neste momento qualquer chance de participar em missões. O grau de atrito das altas chefias dos dois ramos contribui ainda mais para essa situação. Por outro lado como disse um antigo cmdt do CCF "se as missões são boas para o espírito do pessoal, por outro lado estão a banalizar os Fuzos. Somos uma tropa de assalto, uma elite. Este trabalho tipo policia tem tendência a desmistificar o espírito de um Corpo. É ver o que aconteceu aos Páras"
_________________
Bater não batem, ralhar não doi e para me comerem vão ter de me c***r, por isso.....





A unico conclusao que eu tiro desse texo é que existe um grande lobby dentro do exercito...e mais nao digo, nao vale a pena.

um bem haja a todos
 

*

diesel139

  • 1
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #40 em: Janeiro 19, 2009, 01:48:45 am »
Será assim tão díficil integrar uma CF conjuntamente, com as missões do Exercito, no passado foi feito, porque não no futuro a curto prazo de preferência :?:

Burucracias acho que é a resposta.

Depois não se admirem, quando os (poucos) miudos que ainda conseguem xegar ao fim do curso, não renovem contratos, e concorram para a GNR, PSP, GP, etc...

cumpz
Mais razão há que queira
                                                   Eterna glória
                               Quem faz obras tão dignas
                                                    De memória
        Lusiadas
        Canto II
 

*

Arkkkangel

  • 5
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #41 em: Janeiro 20, 2009, 05:56:55 pm »
o que a malta quer é missoes e com muita razao, agora que so ha para alguns, isso tambem é outra verdade. os fuzos sao mais uma tropa que vivem na sombra de uma tropa. ja acontece na força aérea com os "pilots" e aeronaves. no exercito isso nao acontece porque, terra é terra. é a tropa que temos e assim vamos continuar. deadcorpse ja entrou alguma gaja para os fuzos para te poder chamar de fuza? ehehehhehehehehehehehehehehehhe
 

*

Lancero

  • Investigador
  • *****
  • 4213
  • Recebeu: 83 vez(es)
  • +74/-3
(sem assunto)
« Responder #42 em: Janeiro 20, 2009, 10:11:32 pm »
Citação de: "FoxTroop"
ZAIRE: Foram FZ's e OE's não por vontade do Exercito mas sim porque a única maneira de colocar forças no terreno ser através do rio Zaire e a situação táctica estar num misto de combate urbano e contra guerrilha na selva, capacidades que nenhuma unidade do Exercito (salvo OE's) dispõe.


Na altura. Felizmente resolvido.
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

*

Lightning

  • Moderador Global
  • *****
  • 11077
  • Recebeu: 2352 vez(es)
  • Enviou: 3260 vez(es)
  • +740/-1032
(sem assunto)
« Responder #43 em: Janeiro 20, 2009, 10:41:33 pm »
Citação de: "Arkkkangel"
os fuzos sao mais uma tropa que vivem na sombra de uma tropa. ja acontece na força aérea com os "pilots" e aeronaves.


Não percebi bem o que quer dizer, está a dizer que acontece aos pilotos da Força Aérea o mesmo que aos Fuzileiros da Marinha? Se é digo-lhe que está completamente enganado, é o oposto.
 

*

Cabeça de Martelo

  • Investigador
  • *****
  • 20220
  • Recebeu: 2983 vez(es)
  • Enviou: 2233 vez(es)
  • +1327/-3461
(sem assunto)
« Responder #44 em: Janeiro 21, 2009, 10:28:54 am »
Citação de: "Lancero"
Citação de: "FoxTroop"
ZAIRE: Foram FZ's e OE's não por vontade do Exercito mas sim porque a única maneira de colocar forças no terreno ser através do rio Zaire e a situação táctica estar num misto de combate urbano e contra guerrilha na selva, capacidades que nenhuma unidade do Exercito (salvo OE's) dispõe.

Na altura. Felizmente resolvido.


E os Pára-quedistas! Mas tenho que confessar que para esta missão o mais lógico era a utilização dos Fuzos e dos OE's.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.