Pequim 2008

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« Responder #30 em: Agosto 18, 2008, 05:52:11 pm »
Uma questão subsiste para mim: como é que o COP aceita enviar atletas que apenas cumprem os mínimos?
Para justificar a dimensão da organização?
Estão à espera que aos restantes competidores dê algum tipo de "soltura"?

O COP tem culpas. Ponto. E não pode simplesmente dizer que a questão da educação do atleta é a principal razão do descalabro.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Luso

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« Responder #31 em: Agosto 18, 2008, 07:51:03 pm »
Em lugar de postais inócuos que em nada esclarecem a prestação decepcionante (para quem tinha ilusões), deixo-vos aqui outro comentário surpreendente que merece certamente outros comentários pessoais aqui dos foristas...

A RTP diz-nos que "os fatos de banho que levaram Michael Phelps a ganhar oito medalhas de ouro são feitos em Portugal".

O Portugal que inova está de parabéns pelos resultados de Phelps.

Do Portugal que "nada" temos chegam-nos alguns relatos:

Diana Gomes revelou que foram uns familiares que residem fora de Portugal" que lhe arranjaram o fato LZR da speedo. Tiago Venâncio revela que o seu treinador escreveu uma carta à Speedo, na qual convenceu a marca britânica a oferecer-lhe um fato. Simão Morgado, capitão da equipa portuguesa de natação em Pequim disse que iria competir com um fato LZR "emprestado por um colega estrangeiro"

Se Portugal não alcançar nenhuma medalha de ouro poderemos sempre dizer que demos uma série delas ao Phelps.


http://31daarmada.blogs.sapo.pt/
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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« Responder #32 em: Agosto 19, 2008, 08:27:28 am »
A Naide Gomes já pediu desculpas aos contribuintes :roll:  :evil:
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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« Responder #33 em: Agosto 19, 2008, 10:15:09 am »
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Portugal: Atletismo - Nenhum atleta foi brincar aos Jogos, diz Naide Gomes
19 de Agosto de 2008, 08:01

** Emídio Simões (texto) e Manuel Almeida (fotos), Agência Lusa **

Pequim, 19 Ago (Lusa) - Naide Gomes afirmou hoje que nenhum atleta foi "brincar" aos Jogos Olímpicos, um dia depois de o presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), Vicente Moura, ter pedido "profissionalismo e brio" aos desportistas que representam Portugal em Pequim2008.

Após ser eliminada nas qualificações do salto em comprimento, com dois saltos nulos e um de apenas 6,29 metros, a campeã do Mundo em pista coberta e detentora da melhor marca mundial do ano, com 7,12, frisou que todos os atletas trabalharam "imenso" para irem aos Jogos.

"Não sei... é fácil falar. Todos os atletas a quem correu mal, incluindo eu, a quem hoje correu pessimamente, trabalhámos imenso para chegar aqui, para estar em grande forma. Houve vários sacrifícios, não só nossos, como de outras pessoas", disse a atleta do Sporting, de 28 anos.

Ainda "sem palavras" para explicar a sua surpreendente eliminação, Naide Gomes acrescentou: "e chegar aqui e não correr como nós gostaríamos é triste. Ninguém quer que as provas corram mal, ninguém vem cá brincar, eu muito menos, mas infelizmente é a vida".

Na véspera, após Vanessa Fernandes ter conseguido a prata no triatlo, conquistando a até agora única medalha de Portugal em Pequim2008, Vicente Moura criticou os atletas que deram desculpas que "não são as correctas" para os seus maus resultados.

"Todos temos de ter educação, olhar para a bandeira e saber que temos o povo português todo atrás de nós. Não podemos esquecer isso e não devemos defraudá-lo", disse o presidente do COP, adiantando: "Exijo apenas profissionalismo e brio para prestigiar Portugal".

Naide Gomes admitiu que o seu resultado de hoje "poder ter" consequências para si no que diz respeito à bolsa que aufere por ser atleta de alta competição com resultados internacionais, mas não está preocupada com isso.

"Pode ter, sim, mas sinceramente não é isso que me preocupa. O que me preocupa é não ter chegado à final. Nem quero saber da bolsa", sublinhou.

A recordista nacional, com os 7,12 metros conseguidos a 29 de Julho, no Mónaco, considerou bom o ambiente vivido na delegação portuguesa, garantindo que os atletas mais novos, eventualmente deslumbrados com a sua estreia olímpica, não prejudicam a concentração das primeiras figuras.

"Nem pensar. Dormem cedo, estão concentrados e a portar-se lindamente", disse Naide Gomes, para quem é "indiferente" as competições de atletismo serem logo pela manhã, a partir das 09:00, contrariando assim o lançador do peso Marco Fortes, que afirmou não render às primeiras horas do dia.

"A questão não está em ser cedo ou não. Temos que competir e quem dera a muitos atletas cá chegarem. Mesmo a competir às sete da manhã, gostariam de estar aqui. E eu também e tive essa oportunidade. Não soube aproveitá-la, as coisas correram mal, mas a vida continua", concluiu.

ESI.

Lusa/Fim.


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Pequim2008: Vela (Laser) - Frustrado e em lágrimas, Gustavo Lima abandona a vela
19 de Agosto de 2008, 08:36

** Rui Boavida, Agência Lusa **

Qingdao, China, 19 Ago (Lusa) - Depois de ter falhado por um triz a medalha olímpica de bronze na classe Lazer, Gustavo Lima saiu hoje do mar lavado em lágrimas e prestes a abandonar a vela, com as expectativas frustradas e queixando-se das pressões.

"O que eu sofri para chegar aqui foi muito. As pessoas podem rir, podem gozar por eu estar a chorar. Mas eu sofri muito e já estou farto e vou abandonar a vela", disse Gustavo Lima, após perder a medalha de bronze por um escasso ponto.

Apesar de ter entrado na prova com boas possibilidades de conquistar um lugar no pódio, Gustavo Lima sai da última regata Laser dos Jogos Olímpicos de Pequim2008 com o quarto lugar, ao acontecer a única coisa que não podia acontecer - ter terminado com uma embarcação entre o português e o italiano Diego Romero.

Frustrado com a regata, cuja primeira metade até correu bem, Gustavo Lima lembrou o sexto lugar nos Jogos Olímpicos de Sidnei2000 e do quinto lugar em Atenas2004 e desabafou: "ficar três vezes em sexto, quinto e quarto, depois do que passei... duvido que facilmente volte a passar pelo mesmo".

"Garanto-vos que não foi por falta de vontade. Se dependesse só da condição física, se dependesse só dos meus braços, eu talvez levaria o nome de Portugal muito mais alto e muito mais longe, mas não foi possível. A vela é um desporto ingrato", lamentou o atleta.

Gustavo Lima até conseguiu sair no grupo dos cinco primeiros e ia em quinto ao chegar à primeira bóia, o mesmo lugar em que cortou a linha de chegada mas que então ainda lhe dava a medalha de bronze por ir colado ao velejador italiano.

À segunda bóia o ritmo da regata abrandou com uma quebra de vento, que permitiu ao argentino Julio Alsogaray colocar-se no quinto lugar, entre o português e o italiano Diego Romero.

O francês Jean Baptiste Bernaz caiu para o sexto lugar, o que permitiu a Alsogaray subir para quarto, e a Lima recuperar o quinto lugar, mas a constante presença do argentino (sétimo no quadro geral) antes de Romero não permitiu a Gustavo Lima mais do que o amargo de boca do quarto lugar na geral, ao final de 10 regatas.

"Não há nada a fazer a partir do momento em que o vento acaba e depois entra de um lado em que nós não estamos. O azar anda no ar e tem de cair em cima de alguém. Hoje caiu em cima de mim, paciência", disse Gustavo Lima.

O velejador lamentou: "por mais que queiramos dar a volta, por vezes não é possível chegar lá à frente. Isto é sinónimo de injustiça e veio deixar na minha cabeça muitos pensamentos", acrescentou, antes de voltar a insistir na ideia de largar a vela de vez, depois de lhe ter visto fugir por 16 segundos - o tempo que o separou do argentino - um resultado histórico para Portugal

RBV.

Lusa/Fim.
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Cabecinhas

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« Responder #34 em: Agosto 19, 2008, 11:10:34 am »
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Vicente Moura demite-se do Comité Olímpico
19 de Agosto de 2008, 11:05

Vicente Moura vai demitir-se da presidência do Comité Olímpico Nacional.

O motivo são os maus resultados nos Jogos de Pequim.

A expectativa era de Potugal conseguir 4 medalhas e cerca de 60 pontos. Até ao momento, os atletas portugueses conseguiram uma única medalha de prata.

Vicente Moura ocupava a presidência do Comité Olímpico Português desde 1997.
Um galego é um português que se rendeu ou será que um português é um galego que não se rendeu?
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Xô Valente

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« Responder #35 em: Agosto 19, 2008, 11:13:26 am »
Eu ainda não trabalho, mas sei que os contribuintes como os meus pais, ou como vocês, trabalhadores, andam a pagar impostos para depois recebermos em troca expressões como " a esta hora é bom 'tar na caminha" ou "eu não me dou bem com este tipo de competições". Se não se dá bem, o que vai lá fazer? Viajar, passear, comer e "curtir" a custa do contribuinte para depois dar aos Portugueses estas expressões em vez de medalhas. :evil:
Se alguém se sentir ofendido com o que eu disse, desde já peço desculpa, mas, não me levando a mal, esta foi a minha indignação e o meu desabafo.
PS: Dou os meus parabéns à Vanessa Fernandes e que o Nelson Évora nos dê alguma alegria.
Cumprimentos a todos.
http://valente-city.myminicity.com/  -  Cria a tua minicidade também.
 

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« Responder #36 em: Agosto 19, 2008, 11:37:03 am »
Isto já faz lembrar Barcelona 92, quando andaram todos na "borga" :roll:

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Vicente Moura demite-se do Comité Olímpico
19 de Agosto de 2008, 11:32

Vicente Moura vai demitir-se da presidência do Comité Olímpico Nacional.

O motivo são os maus resultados nos Jogos de Pequim e segue-se a uma notícia, ontem, da Lusa,  de que o presidente do Comité Olímpico acusou os atletas nacionais de «falta de profissionalismo e brio».

Era ainda afirmado que  Vicente Moura não tem gostado de algumas situações: "Uma das coisas que ninguém contava era as pessoas darem desculpas que... não são as correctas". "Não é só com os participantes nacionais. Há a tentação de, imediatamente a seguir à prova, atribuir a causas externas o seu eventual menos bom desempenho", lamentou.

No auditório da Biblioteca Municipal de Santo Tirso, onde decorreram as II Jornadas do Conhecimento Desportivo, Vicente Moura já havia afirmado: "Se não formos capazes, peço desculpa. Vou para casa, onde tenho umas pantufas confortáveis à minha espera".

A expectativa era de Portugal conseguir 4 medalhas e cerca de 60 pontos. Até ao momento, os atletas portugueses conseguiram uma única medalha de prata e esta madrugada Naide Gomes foi eliminada do salto em compimento, reduzindo assim as possibilidades de se alcançar mais medalhas.

Vicente Moura ocupava a presidência do Comité Olímpico Português desde 1997 e vai deixar o cargo depois dos Jogos de Pequim.
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« Responder #37 em: Agosto 19, 2008, 11:51:06 am »
Citação de: "André"
Vanessa Fernandes acusa atletas portugueses de desconhecerem significado de alta competição

A vice-campeã olímpica de triatlo Vanessa Fernandes considerou hoje que há atletas portugueses que desconhecem o significado de viver em desporto de alta competição, como em Pequim 2008.

"A alta competição não é brincadeira nenhuma. Não é fazer meia dúzia de provas, andar a receber uma bolsa e está feito. Muitos não vêem bem a realidade das coisas. Não têm a noção do que isto significa. Se calhar por termos facilidades a mais", criticou.

Quando vários elementos da Missão de Portugal nos Jogos Olímpicos têm dado as mais diversas e originais desculpas para o falhanço desportivo, a medalha de prata faz questão de se distanciar de alguns comportamentos.

"Nunca na vida vinha para aqui para viajar e ver os Jogos. Para isso não vinha. O meu pensamento nunca foi assim", vincou, defendendo, em tom de brincadeira, que no fim dos Jogos Olímpicos se deveria fazer a avaliação a cada atleta.

As declarações de Vanessa Fernandes surgem no mesmo dia em que o presidente do COP, Vicente Moura, pediu "profissionalismo e brio" aos atletas.

A atleta do Benfica :Bajular:  :Soldado2:
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« Responder #38 em: Agosto 19, 2008, 12:32:47 pm »
Eu gostava de saber o que fez esse senhor presidente do COP e como foi nomeado. Outro tacho, ao que parece.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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« Responder #39 em: Agosto 19, 2008, 12:37:22 pm »
Já agora, tive uma colega que foi atleta olímpica e esse facto ajudou-a bastante na faculdade. Resultados?
Pois.

Passado algum tempo e conhecendo a coisa por dentro, não é possível ter ilusões sobre estas coisas, sobre as instituições e seu funcionamento. É o valor individual que vale. Ponto.
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« Responder #40 em: Agosto 19, 2008, 12:40:32 pm »
Citação de: "Luso"
Eu gostava de saber o que fez esse senhor presidente do COP e como foi nomeado. Outro tacho, ao que parece.


Maldizente :roll:
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dremanu

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« Responder #41 em: Agosto 19, 2008, 05:38:27 pm »
Para ser um atleta de alta competição (na minha opinião) é preciso ter:

1) Espírito de competição

2) Ser trabalhador

3) Ter talento  

Quanto muito a maioria dos atletas nacionaís que estam nos olímpicos têm talento para o desporto que praticam, mas não têm o que é mais importante, serem trabalhores com vontade de ganhar.

Por isso vemos as patéticas desculpas que utilizam para justificar os seus falhanços, que são nada mais que o resultado da falta de ética desportiva que têm.

Não se pode esperar que todos eles sejam campeões, mas pelo menos seria bom ver esta gente a participar nestes eventos com atitudes mais positivas.
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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« Responder #42 em: Agosto 20, 2008, 09:45:06 am »
Pequim2008: Desculpas começam a faltar para prestação abaixo das expectativas

20 de Agosto de 2008, 08:40

Lisboa, 20 Ago (Lusa) - Uma das maiores comitivas de sempre de Portugal a uns Jogos Olímpicos e a que maior expectativa criou junto dos portugueses ameaça tornar-se numa das piores prestações e com algumas das desculpas a roçar... o indesculpável.

"De manhã só é bom é na caminha", foi a frase, infeliz, escolhida pelo lançador do peso Marco Fortes para justificar a eliminação e, sobretudo, a má prestação na sua prova, já que ficou bastante longe do seu próprio recorde nacional (20,13) da disciplina, ao lançar a 18,05 metros.

A frase de Fortes foi apenas mais uma e talvez a que mais tenha destoado no rol de desculpas que alguns dos atletas eliminados precocemente utilizaram para justificar as suas prestações menos positivas.

Após ter conseguido um feito que milhares de atletas perseguem ao longo de penosos quatro anos, Vânia Silva desculpou o seu 46º lugar no martelo com o facto de... não se dar com grandes competições.

"Estava bem, fiz o aquecimento bem. A única explicação é que, infelizmente, não sou muito dada a este tipo de competições. Em campeonatos da Europa, campeonatos do Mundo e Jogos Olímpicos, o melhor que fiz foi 63 metros nos últimos Jogos", lamentou no final a atleta.

"Tareiazinha" e "banhozinho" foram algumas das expressões escolhidas por Arnaldo Abrantes para dizer que aprendeu com estes Jogos e que já partirá para as próximas competições com a lição aprendida, depois de ter "bloqueado" com a imagem do Estádio Nacional de Pequim cheio.

Também curiosa foi a desculpa do cavaleiro Miguel Ralão Duarte, que, montando Oxallys da Meia Lua, disse que desistiu da prova de "dressage" no hipismo devido ao medo que a égua mostrou do ecrã instalado no recinto.

"Fizemos um aquecimento muito bom, estávamos os dois muito descontraídos, mas, quando entrei no recinto, percebi logo que a égua estava com medo", disse Ralão Duarte, justificando ainda que a "dressage" é uma disciplina que não depende só dos cavaleiros, mas também de animais com vontade própria.

Uma das modalidades que chegou a Pequim com expectativas elevadas e acabou por desiludir foi o judo, mas, apesar dos resultados terem ficado aquém das ambições, o que ressaltou foram algumas críticas às arbitragens.

"Não tivemos uma competição justa. Lutei um pouco contra os árbitros. Saí com vontade de rir. Pensei que estava a lutar contra quatro pessoas. Mas nem quero dar isso como desculpa. Quando estamos num dia para ganhar, entramos e projectamos a outra pessoa por ippon se for preciso, mesmo que os árbitros não estejam a ajudar", disse Telma Monteiro, a maior esperança de medalha no judo, mas que acabou por ter de se contentar com o nono posto.

Outros atletas preferiram justificar os maus resultados com a falta de apoios ou de condições de treino.

Esse foi o caso de Gustavo Lima, que se queixou da falta de condições de treino e de que se encontraria em Pequim sem treinador, embora a comitiva da vela tenha integrado Gonçalo Carvalho, treinador da classe Laser.

Depois de ter elogiado o comportamento dos seus companheiros no triatlo, Vanessa Fernandes, que conquistou a medalha de prata, e única para Portugal, nos presentes Jogos, classificou de "patética" a desculpabilização de alguns atletas portugueses.

"Acho que falta (atitude). Falta mesmo. Terem um pouco a consciência do que é um evento como estes. Isto tem de vir mesmo do coração e não sinto muita gente a vir (para os Jogos) com isso cá dentro. Vêm cá e... pronto. Olha está feito. Aqui tens de competir a fundo, mas isso é que é difícil", atirou.

A vice-campeã olímpica criticou a atitude dos atletas que tentam justificar as suas prestações com factores exteriores.

"Como não assumem a responsabilidade deles, começam a julgar coisas exteriores. A desculpar-se ou a criticar alguém ou alguma coisa. É patético. É a pior coisa que um atleta pode fazer", sublinhou.


Quem não se refugiou em desculpas foi o velocista Francis Obikwelu, medalha de prata em Atenas2004 nos 100 metros e que apostava forte na mesma distância em Pequim.

"Agradeço a todos, porque estiveram a ver-me na televisão, e peço desculpa. Eu estou a ganhar dinheiro porque o povo português está a pagar para eu estar aqui e não consegui chegar à final. Este é o meu trabalho e queria pelo menos dar uma final aos portugueses", afirmou Obikwelu, pouco depois de ter falhado o apuramento para a final da prova.

A prestação menos conseguida dos atletas portugueses já provocou alguns danos, tendo o presidente do Comité Olímpico de Portugal, Vicente Moura, já anunciado que não pretende se recandidatar devido a ter falhado o objectivo que delineou para os jogos: três a quatro medalhas e 60 pontos.

VR.

Lusa/fim
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« Responder #43 em: Agosto 20, 2008, 02:02:42 pm »
Pequim2008: Vicente Moura defende revisão de todo o sistema desportivo português

20 de Agosto de 2008, 11:44

** Rui Barbosa Batista, Agência Lusa **

Shunyi, China, 20 Ago (Lusa) -- Vicente Moura considerou hoje que para Portugal ganhar as medalhas desejadas nos Jogos Olímpicos é necessário rever todo o sistema desportivo do país, pois entende que a acção única do Comité Olímpico de Portugal é manifestamente insuficiente.

"Se é preciso vir aqui ganhar algumas medalhas é o sistema desportivo português que tem de responder. O COP, naturalmente, com certeza o Governo também, as escolas, o desporto escolar, autárquico e universitário. É todo o sistema integrado de desenvolvimento desportivo. Tem de ser tudo avaliado", disse o presidente do COP.

O dirigente defende que "o Projecto Olímpico tem de integrar-se e ser harmonizado com esse projecto muito mais vasto", deixando, no entanto, reflexões mais profundas para o regresso a Lisboa.

Ainda assim, Vicente Moura não tem dúvidas: "Parece que se comprova que a tentativa ou intenção do COP de, sozinho, assumir a responsabilidade desta preparação e participação olímpica já não chega, face às condições actuais das organizações. Talvez chegasse para os anos 90. Estamos atrasados quase uma década. Precisamos partir para outra".

"Temos de fazer uma reflexão em Portugal. Se queremos vir aos Jogos Olímpicos apenas para mostrar a bandeira, para estar presente - como muitos países africanos, sem qualquer tipo de ambição, que gastam pouco dinheiro, porque também não o têm, e vêm cá com cinco ou seis atletas, e satisfazem-se por isso - ou queremos vir aqui ganhar algumas medalhas", alertou.

Como exemplo da dificuldade de Portugal em competir com alguns países, Vicente Moura citou o exemplo da China "que tem 400.000 crianças de três a quatro anos a viver em permanência longe das famílias, em centros de alto rendimento de ginástica rítmica, circunstâncias que se aplicam a várias outras modalidades".

RBA.

Lusa
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MERLIN

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« Responder #44 em: Agosto 20, 2008, 03:02:43 pm »
O virus da desculpa futebolistica ja chegou aos outros atletas: é o arbitro, é o ecrã, são os calções... Haja paciência!!!
Cumptos
"Se serviste a patria e ela te foi ingrata, tu fizestes o que devias, ela o que costuma"
Padrea Antonio Vieira