Todas as tropas especiais treinam infiltração/exfiltração e prisioneiros de guerra, mas os pilotos não é bem isso que precisam pois as situações em que se podem encontrar são diferentes (podem ser piores ou melhores) do que as unidades especiais.
Para mim as principais diferenças são, as tropas especiais andam em unidades de vários elementos, andam com armamento capaz de se defenderem, quando vão fazer alguma operação está planeado a maneira como se vão inserir no TO, como se vão retirar, reforços que possam precisar se for o caso, e algo do género uma exfiltração de emergência, mas no fundo a ajuda nunca deve estar muito distante, nem o inimigo.
Um piloto de F-16 é muito diferente, ele não vai ter treino de combate tipo comando, ele quando se ejecta está sozinho e praticamente desarmado, pode estar numa zona controlada por forças inimigas, e nesse caso ele não vai andar aos tiros para sair da zona, vai ter é que se esconder e tentar sair dali sem ser detectado (pouco provável mas tenta-se), como pode ejectar-se num sitio onde não haja nenhuma pessoa em kms, mas não deixa de ser um ambiente hostil (deserto, selva, montanha) em que pode morrer na mesma, ele pode estar muito longe de qualquer helicóptero que o possa resgatar, pode ter ou não capacidade de comunicar e indicar a sua posição, aqui a importância é a capacidade de sobrevivência (aquela parte de construir abrigos, caçar, conhecer as plantas que se pode ou não comer, etc), orientação, talvez camuflagem.
A situação mais parecida que me ocorre é uma equipa sniper infiltrada muito no interior de um pais inimigo, mas mesmo esses a sua posição é conhecida.
Da mesma forma concordo que o curso SERE da Força Aérea também não é o indicado para as Tropas Especiais, para as Tropas Especiais esse tipo de treino será para lhes dar rusticidade, adaptarem a novas situações, e tenham confiança no seu treino e na sua capacidade de resistência para ultrapassar situações difíceis com que não se estava a contar.
Resumindo, uma unidade especial está sempre em perigo, sempre em zona onde há forças hostis, um piloto o perigo é ele estar só e não escolher o sitio onde se vai ejectar, depois é a carta da sorte, tanto pode cair no meio de inimigos e ai muito provavelmente está lixado, como pode cair no sitio mais isolado onde o inimigo seja um escorpião, algum tipo de planta venenosa, temperaturas negativas à noite, etc. O material de sobrevivência também deve reflectir a região onde esse avião opera, médio-oriente, selva africana, mar mediterrâneo, etc.
Nos casos de campanhas aéreas com pouca ou nenhuma participação de forças terrestres como Kosovo ou Líbia, qualquer avião em dificuldades ou que não conseguisse voltar à base (normalmente em Itália), o melhor possível seria ejectar-se sobre o mar, para que depois um helicóptero ou navio o fosse buscar, se conseguisse fazer isso já poupava muito trabalho a muita gente.