Pandur II

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Rui Elias

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« Responder #120 em: Outubro 06, 2006, 01:04:24 pm »
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Montagem em causa
Desavenças entre o Estado e a Steyr no processo dos blindados

06.10.2006 - 09h09   Inês G. Sequeira, Lurdes Ferreira PÚBLICO
 


A Comissão Permanente de Contrapartidas (CPC) e os austríacos da Steyr-Daimler-Puch não se entendem quanto ao contrato de montagem dos futuros blindados do Exército e da Armada.

A CPC, entidade governamental com a dupla tutela da Economia e da Defesa, notificou, na semana passada, a Steyr-Daimler-Puch de que não lhe está a ser fornecida informação adequada sobre o que está em curso e que quer ser informada sobre o que está a ser feito na fábrica do Barreiro, onde deverão ser montados os futuros blindados do Exército e da Armada.

É o culminar de várias mudanças em relação ao projecto inicial e de reticências manifestadas nos últimos relatórios de actividade da entidade governamental que gere e acompanha os processos de contrapartidas para a indústria nacional, por via das grandes compras de equipamentos e sistemas de defesa.

O presidente da CPC, Rui Neves, diz que está disponível para apreciar este projecto ou outro, "desde que tenha interesse para a economia portuguesa", tendo em conta que se trata de um contrato de cerca de 100 milhões de euros. No limite, o projecto poderá ser feito mas deixar de ser considerado como contrapartida, se tiver um fraco impacte económico, um cenário que Neves se escusa a comentar.

A CPC justifica a decisão pelo facto de ter recebido há cerca de duas semanas uma carta da Steyr afirmando sinteticamente que o projecto se mantinha, mas sem ter anexo uma ficha de descrição do seu conteúdo, ponto que a Comissão considera fundamental para a respectiva avaliação. "Não falava das alterações em relação ao projecto inicial", afirma Rui Neves, lembrando que o projecto abandonou o objectivo de recuperar parte da ex-Bombardier e deixou de envolver ex-quadros com know-how da empresa ferroviária.

Contactada pelo PÚBLICO, a Steyr-Daimler-Puch afirma que não foi até agora informada de qualquer cessação do contrato. Segundo a empresa austríaca, a CPC - em resposta ao mais recente relatório semestral da Steyr sobre a evolução dos diferentes projectos no âmbito do contrato de contrapartidas - referiu que "exige novas informações e uma nova avaliação quanto ao projecto de produção local [de blindados], uma vez que considera que este projecto foi modificado".

Em contrapartida, a empresa defende que "o projecto não foi modificado". "Alterado foi apenas o dono, ou seja, houve uma passagem de mãos entre um dono sem fábrica e um com instalações", considera o director de vendas responsável por Portugal, Martin Malzacher.

O mesmo responsável afirma também que "a Steyr-Daimler-Puch, entretanto, já investiu nestas novas instalações da Fabrequipa, no Barreiro, para assegurar a produção para Portugal e para mercados terceiros, como, por exemplo, Angola".

A fábrica recebeu a visita de uma delegação de deputados angolanos, na semana passada, em que vinha também o presidente da Comissão de Defesa, Segurança Nacional e Ordem Interna de Angola, general José Domingos Tuta "Ouro de Angola". Estes "mostraram-se muito interessados", salienta Martin Malzacher.

Está instalado o desentendimento em relação a um dos principais projectos de contrapartidas ligados à compra à Steyr das viaturas blindadas de rodas (VBR), por parte do Exército, também conhecidas por 8x8, e cujas negociações decorreram e foram fechadas no tempo de Paulo Portas, quando esteve à frente do Ministério da Defesa.

O valor global do programa de contrapartidas assumido pelo fornecedor é de 516 milhões de euros.

O Governo e a Steyr-Daimler-Puch assinaram, em Fevereiro de 2005, o contrato de aquisição de 260 VBR e o respectivo programa de contrapartidas no montante referido, com uma duração de nove anos. O Tribunal de Contas aprovou-o quase nove meses depois.

De acordo com o último relatório da CPC, o programa abrange cinco projectos relacionados com operações de fabrico, montagem e apoio das VBR (GOM e OGME), quatro projectos na área dos componentes automóveis (ACECIA), dois outros na área do software (Critical e Edisoft) e um último relacionado com investimento directo estrangeiro (Tomé Feteira). Os relatórios têm dado conta de dificuldades de execução dos projectos e de arrastamento de prazos. No caso da montagem dos VBR, acresce o facto de a GOM ter mudado, entretanto, de mãos.

Da GOM à Fabrequipa

Em Maio, a Fabrequipa, uma fábrica de semi-reboques do Barreiro, adquiriu a GOM - Grupo de Operações Metalomecânicas, por 3,3 milhões de euros. Esta empresa, formada por ex-quadros da antiga Bombardier da Amadora, tinha sido criada para ser a destinatária das contrapartidas negociadas pela Steyr.

Ou seja, a GOM iria produzir em Portugal 219 dos 260 carros de combate fornecidos ao Exército e à Armada portuguesas pela Steyr, recebendo também know-how tecnológico.

A criação da GOM foi também aproveitada por Paulo Portas para anunciar que a nova empresa iria dar emprego aos trabalhadores despedidos da Bombardier. E chegou a afirmar que iria ser aproveitada parte da antiga fábrica, o que nunca se confirmou.

Entretanto, por falta de entendimento entre a GOM e a Steyr sobre os preços e as condições do negócio, a empresa austríaca seleccionou então a Fabrequipa. Para além das promessas de contrapartidas, a GOM "não tinha nada", segundo o sócio-gerente da empresa do Barreiro, Francisco Pita.
 

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Miguel

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« Responder #121 em: Outubro 06, 2006, 05:29:27 pm »
Ainda vão acabar por fazer um UpGrade as Chaimites... e mandar pelos ares o contrato dos Pandurs :roll:

Realmente a renovação das Forças armadas é um circo!!

Havemos de chorar os mortos se os vivos não o merecerem??
 

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antoninho

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« Responder #122 em: Outubro 06, 2006, 05:57:10 pm »
Aquilo que deu para perceber é que alguem queria comer à conta, mas como os austriacos não gostam de parasitas cortaram as rédias a estes.
Ora como se pode construir numa fábrica que só tem paredes?????
Aqui dá para perceber, que algo saiu errado a quem pensava encher bolsos na gom, que entretanto foi vendida à Fabrequipa, que pelos vistos, sabe o que quer e para onde vai.
Se as informações, que o sr. que está à frente da CPC, quer e não lhe dão a esse dou-lhe um conselho:
Ponha-se a caminho da dita fábrica e veja com os seus olhos o que lá se passa, pois acredito que recebe o sufeciente para deslocações e deve ter um motorista de servço.
Depois se tiver razões no que afirma, fale com 1º ministro e deve ser este a transmitir ao publico o que pensa fazer, ou um ministro por ele designado.
Chega de tanto mediatismo que só serve para criar confusõers e mal entendidos, a não ser que seja para isso que o sr. tem emprego.
 

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Pedro Monteiro

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« Responder #123 em: Outubro 06, 2006, 07:36:05 pm »
Citação de: "ricardonunes"
Alguém sabe ou pode confirmar esta informação, e afinal em que fábrica é que vão ser produzidos?


Confirmo essa informação. Os trabalhos envolvem, desde Agosto, uma equipa luso-austríaca e devem terminar em Dezembro. Aproveito para informar que a Fabrequipa iniciou a produção em Setembro.

Aliás, a Fuerzas Militares del Mundo deste mês (nº 50) traz uma notícia algo desenvolvida sobre o tema (a versão anfíbia).
Cumprimentos,
Pedro Monteiro
 

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antoninho

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« Responder #124 em: Outubro 06, 2006, 10:08:39 pm »
deve ser por isso que ainda não consegui apanha-la à venda...

colaborador em Portugal.......bons artigos, bom profissional, sabendo do que fala, continue a prestar este enorme serviço, o de dar a conhecer as nossas forças armadas lá fora
                             

                                   Obrigado
 

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Pedro Monteiro

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« Responder #125 em: Outubro 06, 2006, 10:18:49 pm »
Citação de: "antoninho"
deve ser por isso que ainda não consegui apanha-la à venda...

colaborador em Portugal.......bons artigos, bom profissional, sabendo do que fala, continue a prestar este enorme serviço, o de dar a conhecer as nossas forças armadas lá fora
                             

                                   Obrigado


Normalmente vende-se na Yellows.
E obrigado pelas simpáticas palavras! Lá se vai tentando dar algum contributo útil para a divulgação das FA.
Cumprimentos,
Pedro Monteiro
 

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Pedro Monteiro

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« Responder #126 em: Janeiro 09, 2007, 09:44:45 pm »
No próximo dia 17 de Janeiro decorrerá a cerimónia de inauguração da linha de montagem das Pandur II em Portugal. A Fabrequipa, empresa situada no Barreiro, começou já a montar e produzir alguns componentes das viaturas blindadas encomendas pelo Exército e Corpo de Fuzileiros da Armada, de um total de 240. As restantes 20 são produzidas - já o começaram, aliás - nas instalações da Steyr na Áustria.

Cumprimentos,
Pedro Monteiro
 

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Luso

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« Responder #127 em: Janeiro 09, 2007, 10:11:15 pm »
Excelente. Vamos ver como as coisas correm e que novas potencialidades poderão surgir.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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ricardonunes

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« Responder #128 em: Janeiro 09, 2007, 10:18:40 pm »
Julgo que é um grande passo para o ressurgimento da industria militar em Portugal :wink:

Uma questão, os prazos contratualizados estão a ser cumpridos?
Potius mori quam foedari
 

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papatango

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« Responder #129 em: Janeiro 09, 2007, 10:30:52 pm »
Sem dúvida uma notícia excelente.
Será que a cermónia é pública?

Relativamente aos veículos que inicialmente estavam previstos, é que não vejo decisões... :roll:
Acho que vamos ficar por estas 240 unidades, o que de qualquer forma não é exactamente mau de todo.
Mais problemática é a quantidade de unidades básicas e a relativamente pequena quantidade de unidades equipadas com armamentos de maior calibre e utilidade.

A utilização do Pandur-II por exemplo em operações de Paz, apenas armado com uma 12.7mm não me parece boa ideia.
Melhor seria adquirir uma quantidade de Dingos ou coisa que o valha, que sempre são mais baratos.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Wad_Ras

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« Responder #130 em: Janeiro 10, 2007, 10:36:29 am »
Bom dia,

Em relação aos Pandur tenho as seguintes duvidas pelo que peço a v/ colaboração para esclarecimento :

a) data de entregas das primeiras viaturas;
b) quais as unidades que irão receber este equipamento ;
c) ainda na continuação na alinea anterior, e atendendo ao numero de viaturas em questão no programa, não vos parecem ser um numero elevado para a quantidade de unidades operacionais que o exercito dispõe ? Estamos a falar de cerca 270 viaturas ( o meu receio é que numero de viaturas no fim do programa seja muito inferior...  )

Cumprimentos,
Wad Ras
 

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Pedro Monteiro

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« Responder #131 em: Janeiro 10, 2007, 01:15:17 pm »
Citação de: "papatango"
Sem dúvida uma notícia excelente.
Será que a cermónia é pública?


A cerimónia não é pública. Entre os 300 convidados, conta-se a imprensa e o próprio primeiro-ministro pelo que é de prever uma grande divulgação mediática do evento. O programa inclui uma visita à linha de montagem onde já estão a ser montadas as primeiras viaturas blindadas.
Cumprimentos,
Pedro Monteiro
 

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Pedro Monteiro

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« Responder #132 em: Janeiro 10, 2007, 01:18:03 pm »
Citação de: "Wad_Ras"
Bom dia,

Em relação aos Pandur tenho as seguintes duvidas pelo que peço a v/ colaboração para esclarecimento :

a) data de entregas das primeiras viaturas;
b) quais as unidades que irão receber este equipamento ;
c) ainda na continuação na alinea anterior, e atendendo ao numero de viaturas em questão no programa, não vos parecem ser um numero elevado para a quantidade de unidades operacionais que o exercito dispõe ? Estamos a falar de cerca 270 viaturas ( o meu receio é que numero de viaturas no fim do programa seja muito inferior...  )

Cumprimentos,
Wad Ras


As primeiras viaturas serão recebidas já este ano. Estão contratualizadas 260 viaturas (240 para o Exército e 20 para a Armada, sendo 20 produzidas em Viena). É de prever que o contrato seja respeitado (as distribuições quantitativas pelas variantes foram publicadas na Fuerzas Militares del Mundo e, salvo alguns detalhes, mantém-se).
Cumprimentos,
Pedro Monteiro
 

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tsahal

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PANDUR 2.
« Responder #133 em: Janeiro 10, 2007, 04:23:52 pm »
A primeira VBR (construida na Austria) será entregue ao EP em Junho 2007. Tal como disse o Pedro Monteiro, a cerimónia é apenas para convidados. Convidados a quem foi enviado um convite por correio normal. Do programa, constam a inauguração, conferencia de imprensa, visita e os respectivos comes e bebes.
 

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pedro

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« Responder #134 em: Janeiro 10, 2007, 05:17:45 pm »
Sem duvida uma excelente noticia.
Cumprimentos