Contra-terrorismo

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Contra-terrorismo
« em: Abril 12, 2005, 08:58:40 pm »
Gostaria de colocar uma questão ao fórum que está relacionada com a ameaça assimétrica. Como sabemos é extremamente difícil criar medidas activas de combate, tanto mais que não sabemos nada sobre o inimigo. Quem é? Onde está? e que está a fazer? são perguntas de dificil resposta quando se fala de terrorismo.
De que forma poderão as nossas FA's actuar neste campo por forma a defender os nosso território, pessoas e interesses de possíveis ataques? E quais as medidas que se podem aplicar quer à Marinha quer à Força Aérea?

cumprimentos :)
 

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papatango

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(sem assunto)
« Responder #1 em: Abril 12, 2005, 09:25:03 pm »
Quando falamos de guerra assimétrica, desde logo, falamos de um tipo de conflito, para os quais as forças armadas convencionais não estão preparados.

A luta contra o terrorismo, não pode ser uma luta convencional, e um país, não pode defender-se do terrorismo com as suas forças convencionais.

As forças armadas, nomeadamente as portuguesas, devem no entanto ser capazes de agir, antes que seja necessário reagir.

Para isso, o exército deve ter as suas forças especiais, devidamente preparadas para operações com o objectivo de neutralizar eventuais bases de terroristas, nomeadamente fora do país. A Marinha e a Força Aérea, devem estar equipadas com meios que permitam, não só transportar as suas forças especiais, como ainda apoiar o transporte e extracção de pequenos grupos.

No exército, os meios, são essencialmente a formação de meios humanos, que devem ser equipados com armas ligeiras e sistemas de comunicações eficientes. A Força Aérea precisa de disponibilizar a sua capacidade para projectar essas forças, utilizando para isso, aeronaves com capacidade de aterrar e descolar de pequenos aeroportos ou mesmo de estradas, em condições complicadas (para isso o mais adequado é o C-27J, um dos concorrentes à substituição do Aviocar).

A Marinha, necessita capacidade para apoiar esse tipo de operações, nomeadamente através do previsto NavPol, e dos meios aéreos que pode utilizar, quer os EH-101, como os futuros NH-90.

Há uma regra básica, nesta situação, que existe desde que o Sun-Tzu escreveu o seu livro e que foi explicada por Napoleão:

“Numa guerra, o lado que se defende por detrás das muralhas, é o lado que perde.”

O terrorismo só se combate, atacando-o onde for possível, e atacando as causas do terrorismo. Não há uma solução militar, para uma guerra assimétrica, desde que se tenha que responder perante a opinião pública.

Se não fosse a opinião pública, não haveria problemas no Iraque, porque a seguir a cada ataque terrorista, ou a seguir a qualquer informação sobre a presença de terroristas num determinado bairro, a solução sería, arrasar o bairro, com 99% de danos colaterais.
Na Russia, em 1941-1944 e na Alemanha em 1945 também houve movimentos da população contra o ocupante, que podem ser considerados guerra assimétrica. No entanto, a resposta era de tal forma brutal e de uma crueldade tão violenta, que a guerra assimétrica deixou de fazer sentido.

Só uma visão de trazer por casa escrita à pressa :mrgreen:

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...