No Público de hoje:
“Há dois anos, o jornal El País escreveu um artigo provocatoriamente intitulado “Os portugueses extinguir-se-ão neste século?”, com base em dados do INE que mostravam que o país tinha tido um saldo populacional negativo pelo décimo ano consecutivo.
Seria uma triste ironia do destino que uma pequena nação perdida no canto ocidental do continente euroasiático, que resistiu durante séculos à anexação de Castela, acabasse a definhar porque os seus cidadãos não têm vontade de se reproduzir e os seus políticos não têm vontade de agir. (…)
Alemanha, Itália ou a própria Espanha têm o mesmo problema em termos de saldo natural – também aí os nascimentos não compensam os óbitos.
Só que esses países mantêm algo que nós temos vindo a perder: capacidade para atrair e fixar imigrantes. (…)
À minha volta só vejo jovens a partir para o estrangeiro, a desejar partir para o estrangeiro ou a lamentar não terem partido para o estrangeiro.
É o resultado do mais explosivo dos cocktails: 20 anos de estagnação, a geração mais qualificada de sempre, saldos naturais negativos, uma sociedade cada vez mais envelhecida, a população activa a cair a pique, e absolutamente nenhuma esperança de que as coisas venham a ser diferentes.
Num país que ainda tivesse um pingo de lucidez, este seria o tema de abertura de todos os telejornais, a discussão mais badalada no espaço público, o primeiro ponto de todos os programas eleitorais.
Em Portugal é o que se vê.
Não nascem portugueses em número suficiente, os imigrantes não querem cá ficar e os jovens portugueses sonham em ir-se embora?
Eh pá, que chato."
Nem mais, muito bem colocado P44, isto e as alterações climáticas e seus efeitos em Portugal devia ser tema de entrada de TJ e comentadores no mínimo semanalmente.
Também vejo o desejo de ir embora nos mais jovens à minha volta, não só no mais jovens, como nos pais destes, que cada vez mais cedo os começam a preparar para terem de sair deste marasmo em busca de melhores condições.
Ui se isto fosse no tempo do Passos, caía o Carmo a a trindade.
O problema desta geringonça 2.0 reside no facto de ser anti-empresas e a tudo o que é privado! Ninguém está a pedir para ser amigo como foi o Sócrates....... apenas incentivar os empresários a investirem, a criarem emprego. Mas não, a preocupação é distribuir o que se tem e não tem, apostar mal na salvação de empresas condenadas (caso da TAP ou do Novo Banco em que devíamos ter ficado com o banco e quando fosse viável, então aí sim aliená-lo e até ganhar dinheiro, mas não fazemos sempre o oposto do que é necessário para o país).
A nossa preocupação é apenas lixar com taxas e impostos quem cá vive e nem param um bocado para pensar porque é que o país perde população, isso sim é preocupante. Porque é que muitos jovens emigram? Porque procuram melhores condições de vida? O que ganha o país a exportar mão-de-obra qualificada? Nadinha, gastamos dinheiro a instruír quadros para irem enriquecer os outros países (enriquecer, essa palavra maldita para a esquerda...... talvez isso explique porque é que tantos se encostam ao poder político, é a forma mais segura de lá chegar e sem arriscar).
Os meus 5 tostões para o país crescer mais do que os outros:
- Apostar na educação (se for preciso impor o 12º ano como mínimo e preferencialmente a licenciatura);
- Apostar especialmente na indústria exportadora (a que mais dinheiro ganha);
- Redução de impostos generalizada (nenhum imposto pode ser mais elevado do que nos vizinhos aqui ao lado). A política não deve ser a de precisar de X para gastar então vou cobrar esse X aos desgraçados que cá moram. Devia ser o oposto, reduzir impostos e incentivar a ganharem dinheiro, porque a prazo, impostos baixos atraem empresas e pessoas e no fundo o estado acaba por receber mais dinheiro;
- Incentivos locais e nacionais para a criação de postos de trabalho líquidos (isenção de taxas municipais e/ou dedução de X% no IRC);
- Acessibilidades terrestres, marítimas e aéreas, para facilitar a chegada e partida de mercadorias;
- Redução da carga burocrática;
- Muita mais celeridade na justiça, especialmente na recuperação de dívidas e resolução de casos de insolvência!