Política em Portugal

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Re: Política em Portugal
« Responder #180 em: Setembro 17, 2020, 05:02:20 pm »
Magnífico texto, Viajante.
A parte socialista da geringonça está apenas interessada em esquemas e corrupção (e fazer algum frete ao Soros) enquanto que aos Comunistas e o Bloco é-lhes dada a liberdade para fazer subversão.
E como temos a direita mais estúpida da Europa, tudo isto passa em claro.

Por isto é que, depois de ouvir o Ventura (de quem muito desconfio) vou nele votar. Ouçam as intervenções no Parlamento e as do João Tilly no youtube.
Podem ser toscos de estilo mas ao menos dizem mais verdades que os bem falantes dos outros fiteiros.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Re: Política em Portugal
« Responder #181 em: Setembro 17, 2020, 06:29:16 pm »
Como dizem os brasileiros, "conversa mole para boi dormir"

Tudo tretas
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Re: Política em Portugal
« Responder #182 em: Setembro 17, 2020, 08:45:14 pm »
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Re: Política em Portugal
« Responder #183 em: Setembro 18, 2020, 03:13:27 pm »
Enquanto a carneirada anda distraída com o covid

https://www.facebook.com/407371473046989/posts/1063790710738392/
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 


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Re: Política em Portugal
« Responder #185 em: Setembro 20, 2020, 12:54:42 am »
Bom dia! Vejo que acordou para a realidade. Mas por acaso discutiu alguma vez as mil e uma disciplinas e indicações dos ministérios nas últimas décadas? Nos governos de direita não havia gente de avental? E da Opus Dei também não havia? Alguma vez questionou o impacto da Igreja nos currículos escolares das últimas décadas? Ou só são questionáveis currículos de partidos que não gostamos?
É normal discutirem-se matérias escolares. Isso não é um problema para mim. Eu também não acho que sexualidade seja um tema que deva ser discutido numa aula de Cidadania a não ser que seja para falarmos na questão de respeito por outras pessoas e as suas escolhas (desde que dentro da lei) - algo que por exemplo teria feito muita falta a gente como o Luso.
O que me cria revolta não é ser contra determinadas matérias leccionadas, é o facto de se achar que qualquer um pode escolher o que os seus filhos aprendem na escola. Ou que se questione o facto de se ensine a uma criança valores de cidadania e convivência em sociedade. Ainda para mais quando a matéria em causa apenas ensina os valores básicos que regem uma sociedade democrática.

https://www.dge.mec.pt/sites/default/files/ECidadania/Docs_referencia/educacao_para_cidadania_linhas_orientadoras_nov2013.pdf

https://www.dge.mec.pt/educacao-para-a-cidadania/documentos-de-referencia

Se o problema é o algum tipo de conteúdo, converse-se para que se possa criar uma disciplina que reflicta o que a maioria da população acha que deve ser boa cidadania. Agora atacar a disciplina por completo baseando-se em preconceitos ideológicos é fazer exactamente o que se acusa "os do avental" de fazer.

https://dge.mec.pt/sites/default/files/Esaude/referencial_educacao_saude_original_4julho2017_horizontal.pdf

Por favor indique qual a área que acha que é ofensiva e que não deve ser ensinada a uma criança porque está a endoutrinar a pobre criança. Assim podemos ter um debate construtivo.

Eu também sou contra o acordo ortográfico, mas também sei que a língua que falo e escrevo hoje também resulta dum acordo ortográfico nascido em 1945. Mas sou dos que acha que a evolução das línguas deve ser fluída e não balizada por acordos ortográficos entre países cuja língua terá forçosamente evolução diferente.

A importação do Halloween não é imposta de cima para baixo. É antes uma tendência de uniformização cultural existente no Ocidente imposta de baixo para cima devido à supremacia cultural vigente dos países anglófonos no mundo ocidental. Eu também gosto das nossas tradições e acho que não estão valorizadas, mas um magoito implica colocar as crianças perante fogo. Consegue imaginar as manchetes da CM-TV quando a primeira criança chamuscar os cabelos?

Sabe que eu tenho boas memórias das minhas aulas de Religião e Moral. Talvez tenha tido sorte e tenha tido excelentes professores, mas as aulas eram sempre locais de debate e conhecimento pessoal e de grupo, e talvez por isso eu ainda hoje me considere católico (apesar de não praticante). Já alguns dos meus colegas optavam por outras aulas opcionais em que não faziam nada (uma espécie de aulas de cidadania em que os professores nem fingiam que não davam aulas).

A escola pública desde a sua fundação sempre teve função de doutrinar. Os valores endoutrinados podem variar no tempo e entre regimes, mas acho engraçado que só agora se ache que há endoutrinação. Toda a gente fala em doutrina sem perceber o que significa. Se acham que o que aprenderam os programas escolares que estudaram não se basearam em doutrinas é porque ainda não perceberam o que é o ensino obrigatório.
https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/doutrina
Há áreas de governação em que defendo pactos de regime entre a maioria de partidos possíveis interessados em manter um regime democrático. A educação é uma delas. Porque a escola pública deve ensinar os valores que queremos para o país. Deve criar cidadãos capazes com espírito crítico, capazes de raciocinar e entender factos, respeitadores da lei, mas também exigentes da lei. O facto de cada governo alterar as regras e os currículos só porque quer é contraproducente (tanto serve para a esquerda como para a direita). E estas guerrinhas por causa dum pai que acha que pode simplesmente decidir sobre quais as disciplinas que os filhos devem poder frequentar num regime de escolariedade obrigatória da escola pública é absolutamente a imagem do rídiculo do quadro político portugês. Os miúdos até podiam ir às aulas e faltar à parte que ofende o paizinho, mas preferiu brincar com a vida dos filhos e armar-se em tiranete que acha que as leis não se aplicam a ele nem aos seus.

A História é uma interpretação do passado segundo o espírito da época vigente. Sempre o foi. A disciplina de História dos nossos pais é diferente da História que nós aprendemos e esta é completamente diferente da História da Guerra do Peloponeso de Tucídides, porque a forma como interpretamos determinados acontecimentos mudou, porque novos dados foram descobertos relativamente à História que aprendemos, porque o aumento das fontes estrangeiras acerca de determinados eventos nos permite julgar doutra forma esses mesmos eventos.
Dou-lhe o exemplo da invasão muçulmana da Península Ibérica. O meu pai estudou que os mouros invadiram tudo por aí acima, matanto ou obrigando a converter-se os cristãos. A verdade é que a sua invasão só foi possível depois de décadas de lutas internas visigóticas (à altura da invasão parece ter existido uma guerra civil) e devido aos visigodos representarem apenas cerca de 2% da população o que tornava dificil o controlo do reino. Com a vitória sobre Rodrigo basicamente os muçulmanos decapitaram a cúpula visigótica e criaram um vazio de poder que lhes permitiu através de conquista ou meramente de alianças locais conquistar a península sem grande resistência. Existem referências, por exemplo, de os muçulmanos terem permitido a um líder visigótico da zona de Murcia de se manter autónomo em troca da capitulação, por exemplo. Também em Portugal é sabido que existiam cidades cristãs sob domínio muçulmano. Até ao século X a maioria da população no Al Andalus era cristã, o que indica que a conquista foi relativamente rápida e sem grande oposição local. O facto de haver disputas confessionais entre donatistas e católicos permitiu também que a conquista muçulmana do Norte de África e da Península fosse mais rápida, já que os donatistas eram maioritários no Norte de África e em boa parte da Península e estes reviam-se mais na tolerância e dogmas dos muçulmanos do que na Ortodoxia do Catolicismo. Alguma vez leu isto num manual escolar? Alguma vez leu num manual escolar sobre as diferentes heresias cristãs que se opuseram à doutrina de Roma? Porquê se estas questões foram fulcrais na evolução do pensamento ocidental? Eu ainda aprendi um pouco sobre estas questões na escola na Alemanha, em Portugal, no meu tempo nunca vi nada escrito nos livros. Lá está... doutrinas...

Todas as questões históricas, tal como a industrialização, tiveram coisas boas e coisas más. A História não é uma bolha estanque em que temos de olhar sem poder interpretar. Para mim, como apaixonado por História (e porque foi assim que aprendi a gostar de História na Alemanha), a sua função não é dar-nos factos. É ensinar-nos a pensar. Tucídides quando escreveu a sua História da Guerra do Peloponeso, não estava simplesmente a dar-nos factos e datas. Estava a explicar-nos a sua interpretação das causas e acontecimentos que levaram à guerra, estava a dar-nos as razões para determinados eventos. Por isso é que é importante que as crianças saibam interpretar a história, mais do que decorem os acontecimentos e datas. Se uma criança não souber a data do inicio da Segunda Guerra Mundial, ninguém morre. Se uma criança não perceber que o totalitarismo e o racismo mataram milhões de pessoas ao longo dos séculos, aí já podemos voltar a repetir os erros do passado.

Está enganado se acha que eu critico o facto de criticarem a disciplina ou até o currículo das diferentes disciplinas. Eu critico há anos a maneira como se ensina em Portugal. O que não quero é que se chegue ao ponto que ocorre em vários estados dos EUA, onde os pais decidem o que se ensina nas escolas. Onde, por exemplo, os evangélicos conseguiram dominar os currículos escolares de muitas escolas. Critico também quem critica uma disciplina de cidadania, num país onde ela tanto faz falta. Na Alemanha ninguém questiona a disciplina de Politik porque há um entendimento colectivo de que é essencial a educação das crianças para serem bons cidadãos. O facto de não conseguirmos sequer chegar a acordo sobre esta questão diz muito sobre o país que temos.

Lusitan, acordei para qual realidade? A da manipulação da história? Da cidadania? Essa só vejo acontecer agora. Nem no tempo do Passos, nem do Sócrates (excepto dar diplomas a quem mal sabia ler e escrever com as novas oportunidades), ou do Durão, ou Guterres.......

Deixei-lhe 6 exemplos claros de manipulação da história e que foi feita muito recentemente pela geringonça. Se há cada vez maior crispação na nossa sociedade, tal deve-se a este governo de incompetentes que sabe manipular e desviar-se muito bem dos problemas e empurrar para outros a culpa.

A 2ª Guerra Mundial deveu-se ao racismo? Essa é nova para mim, mas de quem já agora, dos alemães inflamados pelo Hitler ou dos franceses que humilharam os alemães no final da 1ª Guerra? Sabe onde foi assinado o armistício de 1940, não sabe?

Já agora aconselho-lhe a ler um artigo de Arturo Pérez-Reverte, tirando o delírio da união ibérica (de que sou absolutamente contra), onde ele coloca a ferida dos males que afligem os países europeus, que com a nova moda do politicamente correcto, vamos criar imbecis, sem os expor a dificuldades, para as pessoas pensarem livremente do que não devem fazer ou ouvir por elas, sem serem manipuladas!!!!!!

É um bom artigo que expõem de forma clara os governos imbecis que nos saíram na rifa, eleitos por nós!!!!!!!

https://observador.pt/especiais/arturo-perez-reverte-nao-ha-interesse-em-conhecer-o-discurso-do-dissidente-so-em-cala-lo/

Olhe aqui a crise vista pelo xuxalismo: Presidente da Câmara de Coimbra comprou automóvel de 83 mil euros com dinheiro público? (https://poligrafo.sapo.pt/fact-check/presidente-da-camara-de-coimbra-compra-automovel-de-83-mil-euros-com-dinheiro-publico)

Afinal o autarca é poupado, a Câmara de Coimbra só pagou 60 000€ pelo Audi A8 que custa 83 000€........ porque a autarquia tinha dado à troca o velhinho Audi A6 com 4 anos!!!!!
« Última modificação: Setembro 20, 2020, 01:05:42 am por Viajante »
 

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Re: Política em Portugal
« Responder #186 em: Setembro 20, 2020, 12:18:03 pm »
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Re: Política em Portugal
« Responder #187 em: Setembro 20, 2020, 03:06:53 pm »
Sondagem JN



O CDS é sempre a subir coitados. não admira que seja os partidos de esquerda a governar o país, a direita fora o CHEGA anda morta a muito tempo.
 

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Re: Política em Portugal
« Responder #188 em: Setembro 20, 2020, 07:07:39 pm »

Queria acreditar mas não devo.
Isto é como pensava (friamente): um partido falso criado para controlar a oposição ao sistema globalista que manda nisto (tal como o CDS. O Manuel Monteiro era genuíno e fizeram-lhe a folha com o Portas.

O descontentamento dos patriotas existe mas depois a força e gasta ao criar falsas válvulas de escape como esta.

"A melhor maneira de controlar a oposição é liderá-la nós mesmos". Lenin.

E eu digo que só mesmo Deus pode salvar Portugal.
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Re: Política em Portugal
« Responder #189 em: Setembro 21, 2020, 10:22:40 am »
O menino Tonecas, mestre de Cidadania e Desenvolvimento Socialistas
Por Helena Matos

O problema não está na disciplina mas sim naquilo em que ela se transformou num país em que um partido, o PS, se comporta como dono do Estado e faz dos serviços públicos uma extensão do seu poder

Lição n.º 1. O primeiro-ministro integra a comissão de honra de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica. Não há incompatibilidade. É o chamado direito à sua “contradição íntima” explica a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem.

Luís Filipe Vieira retira o primeiro-ministro da sua comissão de honra. A ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, não explicou mais nada mas deve tratar-se do exercício do direito à coerência pública por parte de Luís Filipe Vieira, como diria, não duvido, o menino Tonecas.

O menino Tonecas, aquele que nunca cumpria com o seu dever mas arranjava uma resposta ardilosa para todas as situações e validava uma coisa e o seu contrário, tornou-se na figura tutelar do momento. A ministra da Justiça, com a sua desastrada referência a Mitterrand para dar conta das contradições de António Costa, é apenas mais um protagonista a confirmar o que se me foi tornando uma evidência perante as palavras e os actos dos nosso governantes, Presidente da República e dra. Graça Freitas incluídos: todos eles, tal como o menino Tonecas, estão imbuídos de uma lógica imbatível que não serve rigorosamente para mais nada, a não ser, claro, para justificar o respectivo protagonismo.

Lição n.º 2. Para atalharmos caminho convém que fixemos um ponto à laia de sumário: a escola é, em Portugal, neste momento, um local de transmissão de algum conhecimento e de muita ideologia. Em caso de dúvida, a ideologia prevalece. Como não podia deixar de ser, a disciplina de Cidadania e Desenvolvimento tornou-se um espaço por excelência de doutrinação.

Mas o invólucro ideológico está longe de se restringir a esta disciplina.  Do Português à História, e com particular destaque para os estudos dito do meio, as crianças e adolescentes são doutrinados num ranço maçónico-progressista que os leva a papaguear sem pensar frases como esta retirada de uma manual de Geografia de 12.º ano, no caso intitulado Visão do Mundo mas que não está de modo algum solitário nesta sua perspectiva política: “A questão principal do processo de globalização é que ela corresponde a uma forma de capitalismo ultra-liberal. Os Estados dos países pobres não garantem níveis salariais justos, fazendo com que o nível económico não se traduza em melhorias apreciáveis nas condições de vida”.

A situação também não é nova, os exemplos do fervor ideológico não faltaram ao longo do século XX na escola portuguesa: as questões da identidade de género sucedem-se aos anúncios do apocalipse por causa da industrialização (capitalista, naturalmente), que por sua vez sucedeu ao homem que havia de ser novo na sociedade igualitária, que por sua vez fora antecedido pelo combate à sociedade de consumo…

A diferença está portanto não no uso da escola para transmitir ideologia mas sim em agora a doutrinação se ter transformado numa das suas principais prioridades, ultrapassando a própria transmissão de conhecimento. Como logo se viu em 2016, quando o PS, BE e PCP reduziram em 57 por cento o financiamento dos contratos de associação que mantinham com vários colégios privados a qualidade do ensino não era a questão prioritária do governo das esquerdas. Agora, em 2020, face ao caso da família que não autoriza os seus filhos a frequentar a disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, a vertente ideológica do Ministério da Educação tornou-se mais óbvia. Afinal, o problema não está na disciplina mas sim naquilo em que ela se transformou num país em que um partido, o PS, se comporta como dono do Estado e faz dos serviços públicos uma extensão do seu poder. Parafraseando Elisa Ferreira e o seu inesquecível “Esqueceram-se de vos dizer que o dinheiro é do Estado, é do PS”  esqueceram-se de vos dizer que a disciplina de Cidadania e Desenvolvimento é do PS.

Lição n.º 3. A idiotia a que nos está a conduzir a desvalorização do conhecimento está bem estampada naqueles cartazes da EDP em que uns jovens apresentados como “Geração Zero” apelam sorridentes a um mundo com “Zero CO2”. Ou seja a um mundo em que estariam mortos eles e as árvores que alegadamente querem defender. Não interessa não saber para que serve o CO2 e como ele é indispensável à vida, o que conta é que dizer “Zero CO2” é um bom slogan.

https://observador.pt/opiniao/o-menino-tonecas-mestre-de-cidadania-e-desenvolvimento-socialistas/
 

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Lusitan

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Re: Política em Portugal
« Responder #190 em: Setembro 21, 2020, 01:56:26 pm »


Lusitan, acordei para qual realidade? A da manipulação da história? Da cidadania? Essa só vejo acontecer agora. Nem no tempo do Passos, nem do Sócrates (excepto dar diplomas a quem mal sabia ler e escrever com as novas oportunidades), ou do Durão, ou Guterres.......

Deixei-lhe 6 exemplos claros de manipulação da história e que foi feita muito recentemente pela geringonça. Se há cada vez maior crispação na nossa sociedade, tal deve-se a este governo de incompetentes que sabe manipular e desviar-se muito bem dos problemas e empurrar para outros a culpa.

A 2ª Guerra Mundial deveu-se ao racismo? Essa é nova para mim, mas de quem já agora, dos alemães inflamados pelo Hitler ou dos franceses que humilharam os alemães no final da 1ª Guerra? Sabe onde foi assinado o armistício de 1940, não sabe?

Já agora aconselho-lhe a ler um artigo de Arturo Pérez-Reverte, tirando o delírio da união ibérica (de que sou absolutamente contra), onde ele coloca a ferida dos males que afligem os países europeus, que com a nova moda do politicamente correcto, vamos criar imbecis, sem os expor a dificuldades, para as pessoas pensarem livremente do que não devem fazer ou ouvir por elas, sem serem manipuladas!!!!!!

É um bom artigo que expõem de forma clara os governos imbecis que nos saíram na rifa, eleitos por nós!!!!!!!

https://observador.pt/especiais/arturo-perez-reverte-nao-ha-interesse-em-conhecer-o-discurso-do-dissidente-so-em-cala-lo/

Olhe aqui a crise vista pelo xuxalismo: Presidente da Câmara de Coimbra comprou automóvel de 83 mil euros com dinheiro público? (https://poligrafo.sapo.pt/fact-check/presidente-da-camara-de-coimbra-compra-automovel-de-83-mil-euros-com-dinheiro-publico)

Afinal o autarca é poupado, a Câmara de Coimbra só pagou 60 000€ pelo Audi A8 que custa 83 000€........ porque a autarquia tinha dado à troca o velhinho Audi A6 com 4 anos!!!!!
[/quote]

Página 6: “Reconhecer a situação de subalternidade das mulheres nas cidades-estado gregas, problematizando a questão com os debates atuais sobre a igualdade de género.” – Portanto, até já metem a igualdade de género no estudo da civilização Grega!!!!!

Que problema tem discutir o papel da mulher na civilização grega? Na civilização egipcia, minoica ou na romana as mulheres tinham mais poder que na grega. A subalternidade na civilização grega era tal ao ponto de os relacionamentos homossexuais serem mais valorizados que a relação heterossexual. Acha que debater essa questão é lavagem cerebral? Já ouvi falar no Batalhão Sagrado de Tebas?
https://www.ancient.eu/article/927/women-in-ancient-greece/

Página 14: “Compreender os séculos XV e XVI como período de ampliação dos níveis de multiculturalidade das sociedades” ……..
“Caracterizar a escravatura nos séculos XV e XVI e as atitudes dos europeus face a negros e índios.”
“Constatar a permanência e a universalidade de valores e atitudes racistas até à atualidade.”

O Renascimento foi um período de enormes trocas culturais entre civilizações. A chegada de escravos (e não só) à Europa levou a que cidades como Lisboa se tornassem multiculturais, onde a população escrava chegou a certa altura a representar 10% da população.
A atitude relativamente aos indios e aos negros foi muito díspar. A igreja católica defendeu a certa altura a não escravização dos índios. As diferenças de tratamento aplicada a indios e negros era bem grande.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Escravid%C3%A3o_ind%C3%ADgena_no_Brasil
O racismo existe, mas é hoje em dia, completamente diferente de há 5 séculos atrás. O facto de analisarmos os avanços civilizacionais relativamente à questão e compararmos com a actualidade não é nenhuma agenda secreta de lavagem cerebral.

Página 20: “Conhecer e compreender as implicações ambientais da atividade das comunidades humanas e, em particular, das sociedades industrializadas
1. Problematizar a proposta interpretativa segundo a qual apenas na Época Contemporânea as sociedades humanas geraram problemas ambientais graves.
2. Relacionar industrialização com agravamento de condições de higiene e segurança no trabalho, com poluição e com degradação das condições de vida em geral.
3. Relacionar a industrialização com consumo intensivo de recursos não renováveis e com alterações graves nos equilíbrios ambientais.” – Portanto a industrialização, que permitiu ao mundo enriquecer e permitiu um grande boom da população mundial……. Não cumpria os requisitos ambientais!!!!

Lá está. O seu problema é que olha para história como uma bolhinha de sabão que se tocar rebenta. A industrialização foi um acontecimento formidável no que ao avanço da Humanidade diz respeito. Mas teve consequências. Uma delas foi a ambiental. O rápido fluxo migratório das aldeias para as cidades levaram à criação de problemas sérios em termos de saneamento, de dificuldades na habitação, aumento da periodicidade de surtos de doenças. Relativamente à degradação das condições de vida em geral é mais complicado, mas no Reino Unido por exemplo, a mendicidade aumenta, e a mecanização da indústria leva ao desaparecimento de inúmeras profissões especializadas. O aumento de doenças como a tuberculose também ocorre com a industrialização.


Página 23: “Conhecer e compreender a evolução do operariado
1. Descrever os processos de proletarização dos artesãos e dos trabalhadores das grandes manufacturas fruto da introdução das máquinas, da revogação da regulamentação corporativa e do aumento da concorrência por parte de trabalhadores recém-chegados das zonas rurais ou de outros países.
2. Descrever as condições-tipo de vida do operariado no século XIX.
3. Relacionar liberalismo económico e as crises do capitalismo com os baixos salários e a
precariedade das condições de emprego.
4. Relacionar as condições de vida e de trabalho do proletariado com o surgimento de
sindicatos e de formas de luta organizada.
5. Enumerar conquistas do movimento sindical.
6. Relacionar as condições de vida e de trabalho do proletariado com o surgimento das
doutrinas socialistas.
7. Caracterizar sucintamente as propostas das doutrinas socialistas.”
         - Esta podia vir num panfleto do PCP que nem notávamos a diferença!!!!!

Aqui concordo com alguma da sua revolta. Mas a verdade é que a luta sindical foi essencial para a evolução da Europa. Em Portugal isso não é patente, porque os sindicatos são completamente manietados por questões políticas, mas na Europa industrializada, a acção dos sindicatos foi essencial para o aparecimento da Europa que temos hoje. Até nos EUA o papel dos sindicatos foi essencial para o período pós-Guerra.

Na página 28, e apesar de parágrafos antes classificar o regime estalinista como totalitário, não referem por exemplo um simples facto das URSS ser aliada de Hitler entre 1939 e 1941 e façam apenas referência à importância da entrada na guerra da URSS e EUA: “Explicar as razões e importância da entrada da URSS e dos EUA na 2.ª Guerra Mundial.” – A URSS em Setembro de 1939 invadiu a Polónia, ao lado de Hitler……..

A aliança não existia de facto. Era um pacto de não agressão que basicamente dava liberdade para que ambos os países tomassem grande parte da Europa do Leste. Mas também no meu tempo de escola se falava nesse facto.


Página 31: “Conhecer e compreender a evolução ocorrida desde as “crises petrolíferas” até ao colapso do bloco soviético
1. Referir as consequências das “crises petrolíferas” nos países capitalistas
(desenvolvidos e subdesenvolvidos) e nos países comunistas.
2. Referir a substituição do modelo keynesiano pelo modelo monetarista e a
introdução das primeiras medidas neoliberais em países capitalistas
desenvolvidos (EUA e Reino Unido).
3. Confrontar os princípios básicos do “Estado Providência” com os do “Estado
Neoliberal”.

Viajante… isto é simplesmente olhar para o que aconteceu nesta fase da História sem qualquer ideologia. As crises petrolíferas tiveram um grande impacto no Ocidente, enquanto que o choque teve o efeito contrário na União Soviética já que tornou rentáveis as explorações na Sibéria e no Caucaso.

https://www.researchgate.net/profile/Clifford_Gaddy/publication/228985150/figure/fig1/AS:300787222761474@1448724670186/Soviet-1970-1990-and-Russian-1991-2009-oil-and-gas-rents-As-explained-in-Appendix-A.png
O modelo keynesiano foi substituído pelo modelo monetarista e teve sucesso durante várias décadas. O impacto das medidas neoliberais foi evidente em Thatcher e Reagan. Mas depois tiveram consequências a longo prazo.
Confrontar os princípios básicos de dois tipos de governação capitalista não me parece que seja lavagem de cérebro de ninguém. O Estado Providência (Welfare state) foi criado por Bismarck (esse famoso revolucionário comunista) para retirar o apoio dos operários ao SPD. Infelizmente a actual direita não consegue perceber a razão da existência de um Estado Providência, nem quando olham para a resposta dos EUA à pandemia. Se acham que o problema dos EUA é o Trump é porque não percebem o sistema de saúde norte-americano.

https://www.smithsonianmag.com/history/bismarck-tried-end-socialisms-grip-offering-government-healthcare-180964064/#:~:text=%E2%80%9CCall%20it%20socialism%20or%20whatever,public%20policy%20and%20budget%20debates.&text=So%20in%201883%2C%20with%20the,in%20the%20world%2C%20Steinberg%20says.


A história está a ser reescrita, ninguém tenha dúvidas.
O que nunca podemos equivocar-nos é nas tarefas já muito grandes de cada um, o das Escolas é o de ensinar (livre de ideologias) e a dos pais é educar os filhos, para que estes sejam “domesticados” pelos nossos valores e regras e aí sem dúvida dizer às crianças que cá não se tratam as mulheres como animais, têem direitos, ……. Mas daí a que cada um de nós não posso criticar o que tentam-nos impingir!!!!!!!!
A História é reescrita todos os dias através de novo conhecimento e novas descobertas arqueológicas. O problema é quando as pessoas tentam ver a História através da subjectividade ideológica e não da objectividade dos factos.

A 2ª Guerra Mundial deveu-se ao racismo? Essa é nova para mim, mas de quem já agora, dos alemães inflamados pelo Hitler ou dos franceses que humilharam os alemães no final da 1ª Guerra? Sabe onde foi assinado o armistício de 1940, não sabe?

Se calhar não me exprimi muito bem na minha frase ou então preferiu não perceber. Eu não disse que a 2ª Guerra Mundial se deveu ao racismo. Disse que o totalitarismo e o racismo mataram milhões ao longo de séculos. Que as datas não são essenciais, mas sim o conhecimento dos acontecimentos e das suas causas.
Mas já agora deixe-me dizer-lhe algo sobre esse mito do revanchismo alemão. O Tratado de Versailles foi de facto muito penalizador para a Alemanha. Mas o facto é que a década de 1920 a 29 é chamada de Golden Twenties na Alemanha devido a um crescimento económico saudável. O grande problema é que no final da década existiu o crash da bolsa americana. Isso levou a que a dívida alemã incurrida para pagar Versailles se tornasse um problema. O aumento galapoante do desemprego levou a que as pessoas começassem a aderir a partidos dos extremos como o NSDAP e o KPD (PC alemão). Portanto o Crash da Bolsa teve um impacto mais directo na subida de Hitler ao poder do que o Tratado em si.

https://www.bbc.co.uk/bitesize/guides/zpvhk7h/revision/1#:~:text=The%20most%20obvious%20consequence%20of,the%20figure%20hitting%206.1%20million.
 

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Daniel

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Re: Política em Portugal
« Responder #191 em: Setembro 21, 2020, 02:17:58 pm »
Citar
O problema não está na disciplina mas sim naquilo em que ela se transformou num país em que um partido, o PS, se comporta como dono do Estado e faz dos serviços públicos uma extensão do seu poder

Não são precisas mais palavras esta tudo dito, tudo o resto é blablabla.
 

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Re: Política em Portugal
« Responder #192 em: Setembro 23, 2020, 10:19:37 am »


Podiam fazer o mesmo cá ::)
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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LM

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Re: Política em Portugal
« Responder #193 em: Setembro 23, 2020, 11:32:04 am »
Atacar "detalhes" do parlamentarismo visa, muitas vezes, o populismo no que tem de pior... posso analisar mas tenho de ter em mente se isso impede vozes (e regiões) importantes de estarem representadas - será que a a IL e/ou o Chega estariam na Assembleia se diminuirmos muito os deputados de +10 milhões de habitantes? Será que o que poupamos compensa o que podemos perder? Pode ser complexo.   
Quidquid latine dictum sit, altum videtur
 

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Daniel

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Re: Política em Portugal
« Responder #194 em: Setembro 23, 2020, 02:00:10 pm »
Atacar "detalhes" do parlamentarismo visa, muitas vezes, o populismo no que tem de pior... posso analisar mas tenho de ter em mente se isso impede vozes (e regiões) importantes de estarem representadas - será que a a IL e/ou o Chega estariam na Assembleia se diminuirmos muito os deputados de +10 milhões de habitantes? Será que o que poupamos compensa o que podemos perder? Pode ser complexo.

Diminuir os poíticos no parlamento é populismo,  ::) depois a pergunta se o que poupamos compensa com o que podemos perder, diga-me lá então com menos deputados o que é que podemos perder? Pensões vitalícias, menos corruptos com ligações obscuras, que ficam ricos à conta da política, Tachos para familiares, ordenados chorudos para o que fazem, alguns marcam ponto mas nem lá estão, outros vivem em Lisboa e declaram que vivem a 200 km  ::) enfim mais do menos.
Portugal tem corruptos a mais, e isso faz mal à economia hà que reduzir a corrupção e claro está, deve-se começar por casa, PARLAMENTO.
 
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