A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !

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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #2250 em: Outubro 18, 2021, 12:39:35 pm »
40% vota nesta m......

Temos o que merecemos.
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Stalker79

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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #2251 em: Outubro 18, 2021, 02:26:52 pm »
E……. "Contou-me um passarinho"
 A WestSea… não está minimamente interessada no atual planejamento  de construção, dos NPO’s,  que não tem pés nem cabeça do ponto de vista da operacionalidade do estaleiro.

Quando o último dos seis for construido, seis anos depois do primeiro, metade dos equipamentos instalados no primeiro foi descontinuado ou está obsoleto.

Eu não digo mais nada!


Então que adjudiquem a construção dos NPO´s ao Alfeite, e já tinham a desculpa mais que necessaria para revitalizar os estaleiros com umas "ajudas".
 :-P
 

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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #2252 em: Outubro 18, 2021, 03:14:26 pm »
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 
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asalves

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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #2254 em: Outubro 18, 2021, 03:29:30 pm »
E……. "Contou-me um passarinho"
 A WestSea… não está minimamente interessada no atual planejamento  de construção, dos NPO’s,  que não tem pés nem cabeça do ponto de vista da operacionalidade do estaleiro.

Quando o último dos seis for construido, seis anos depois do primeiro, metade dos equipamentos instalados no primeiro foi descontinuado ou está obsoleto.

Eu não digo mais nada!


Então que adjudiquem a construção dos NPO´s ao Alfeite, e já tinham a desculpa mais que necessaria para revitalizar os estaleiros com umas "ajudas".
 :-P

Tanto quanto sei (e li) o Alfeite neste momento não tem capacidade para nada, até a construção de umas lanchas salva-vidas deu barraca, a construção era para começar em 2017 e a primeira era para ser entregue no inicio de 2018 e segunda no final de 2018, a primeira foi concluída no final 2020 e a 2ª tanto quanto sei ainda não foi sequer iniciada.

As manutenções da marinha estão atrasadas, e ainda falam em adjudicar a construção de novas embarcações ao estaleiro. É que mesmo que houvesse dinheiro ia demorar até endireitar aquilo tudo e formar e ter capacidade de construção.
 

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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #2255 em: Outubro 18, 2021, 06:26:39 pm »
E……. "Contou-me um passarinho"
 A WestSea… não está minimamente interessada no atual planejamento  de construção, dos NPO’s,  que não tem pés nem cabeça do ponto de vista da operacionalidade do estaleiro.

Quando o último dos seis for construido, seis anos depois do primeiro, metade dos equipamentos instalados no primeiro foi descontinuado ou está obsoleto.

Eu não digo mais nada!


Então que adjudiquem a construção dos NPO´s ao Alfeite, e já tinham a desculpa mais que necessaria para revitalizar os estaleiros com umas "ajudas".
 :-P

Tanto quanto sei (e li) o Alfeite neste momento não tem capacidade para nada, até a construção de umas lanchas salva-vidas deu barraca, a construção era para começar em 2017 e a primeira era para ser entregue no inicio de 2018 e segunda no final de 2018, a primeira foi concluída no final 2020 e a 2ª tanto quanto sei ainda não foi sequer iniciada.

As manutenções da marinha estão atrasadas, e ainda falam em adjudicar a construção de novas embarcações ao estaleiro. É que mesmo que houvesse dinheiro ia demorar até endireitar aquilo tudo e formar e ter capacidade de construção.

Enterrar o Alfeite de vez, isso sim!



A West Sea só se está a precaver para não se repetir a novela das primeiras  séries de NPO’s
As coisas tem que ser feitas a pensar no economicamente viável e não com base em conveniências politicas.

 

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dc

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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #2256 em: Outubro 19, 2021, 01:32:28 pm »
É o que dá planear em cima do joelho. Agora vamos ver é o que calha à Marinha. Qualquer dia tem de pedir navios emprestados, porque esta massa política não dá uma para a caixa, os programas não avançam, nem mesmo as acções de manutenção dos meios existentes.
 

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Luso

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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #2257 em: Outubro 19, 2021, 02:16:53 pm »
https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=4BD79032236AF8C0!20647&ithint=file%2cdocx&authkey=!ANkHa45h2fLsY4o

ARMADA: “EQUÍVOCOS” QUE SÃO INFÂMIAS …

18OUT21

“Como querem que eu amanhã na guerra faça o que devo fazer, se a minha coragem não me chegar, para em tempo de paz dizer o que penso? É por isso que eu digo o que digo.”

Coronel de Cavalaria Serpa Soares

Voltemos atrás para nos situarmos melhor.

Aparentemente vinda do nada, apareceu a ideia de fazer uma mudança da Estrutura Superior das Forças Armadas. Embora seja conhecida a “técnica” de quando não se consegue ou quer, resolver um problema inventar-se uma “reforma”…

Nunca veio verdadeiramente a público a sua génese, nem os seus mentores. Ou seja, a urdidura.

Estávamos em 8 de Abril, data em que o Conselho de Ministros aprovou duas propostas de alteração à Lei de Defesa Nacional e à Lei Orgânica de Bases das Forças Armadas.

Do anterior surgiram vozes maioritariamente de altas patentes militares (28 antigos chefes de Estado-Maior – só um não aderiu – e dois ex - Presidentes da República – é obra!); militares individuais e alguns civis versados na matéria e outros nem por isso – é bom lembrar que só para aí 0,01% da população estará capacitada para opinar sobre esta problemática – vieram opor-se ao que estava a ser cozinhado (o termo é este).

E, digamos, que com argumentos válidos.

“Associações” de militares levantaram também sérias reservas às alterações que foram sendo conhecidas e os três chefes de Estado-Maior fizeram saber através de pareceres internos – depois de, inexplicavelmente, terem sido confrontados com um quase facto consumado – e, mais tarde, em sede de audiência parlamentar.

Nenhum deles foi incorrecto, extravasou as suas competências ou teve qualquer atitude minimamente repreensível. O Almirante Mendes Calado terá sido mais contundente na sua argumentação, mas nada que não fosse seu direito – e dever – fazer.

Ninguém beliscou, sequer ao de leve, a lealdade fosse para quem fosse.

E a decisão sobre um assunto que devia merecer ponderação cuidada, precipitou-se, com a ajuda inexplicável do CDS, que não sabe ao que anda, ou ainda pensa que está no tempo do “Conselho da Revolução”; e um PSD, melhor dizendo um personagem dentro do PSD, já que este Partido raramente atinou, relativamente à Instituição Militar, e o Dr. Rui Rio perceber tanto de “tropa” e Defesa Nacional, como o meu sapateiro entende de Física Nuclear. Mas entregou-se, vá-se lá saber porquê, nas mãos do Engenheiro Ângelo Correia (é esse o personagem) cujo orientador da Tese de Doutoramento, foi o actual Almirante CEMGFA (ele há coincidências) – o aparente grande promotor da actual reforma, sem nunca aparecer na linha da frente da defesa da mesma.

Agora o Dr. Rui Rio parece já estar arrependido…

Engenheiro que teve o despautério de aparecer na TVI24 a desconsiderar o honrado Almirante Mendes Calado (e por arrastamento a Marinha), logo ele, um cidadão sobremaneira conhecido pelas suas múltiplas ligações ao mundo empresarial e financeiro, como se deduz da análise de qualquer biografia sua. O que pode indiciar que algum empreendimento possa estar na calha.

E assim se aprovou a penosa e, sobretudo, escusada reorganização que, visando mecanismos de controlo e interferência futura, ainda mais inaceitáveis e dolosos, vai escondendo e postergando a resolução dos verdadeiros e gravíssimos problemas das Forças Armadas, sem que o “Comandante Supremo” tivesse levantado qualquer questão séria relativamente à mesma.

Ora, esta reforma, jamais poderia ter sido originária no Governo, pois a equipa que está no Ministério da Defesa Nacional (que na realidade nunca existiu neste regime, reduzindo-se a um Ministério para “controlar” as Forças Armadas), não parece ter o menor gabarito para o fazer.

A ideia da Reorganização, só poderia, pois, ter partido do CEMGFA.

Ora, neste ponto, teremos ainda que fazer uma nova incursão ao passado recente.

O primeiro mandato do actual CEMGFA teve início em 1 de Março de 2018 e teve uma primeira metade relativamente tranquila, apoiada numa “Directiva Estratégica” generalista e pouco incisiva, acompanhando sem grande alarde, a contínua degradação, a todos os níveis, das Forças Armadas e da Instituição Militar. Os dossiers talvez mais problemáticos (mas não os mais graves) e que mais davam nas vistas tinham a ver com o descalabro e falência do IASFA e a problemática da Saúde Militar, dominada pela concentração num único hospital (com um pólo no Porto) de toda a capacidade hospitalar das Forças Armadas, no HFAR, sito no Lumiar.

Um dossier completamente inquinado do anterior e ainda hoje cheio de mazelas e danos irreparáveis.

As poucas unidades militares enviadas para missões fora do território nacional continuaram a sua boa prestação sempre escamoteada, aliás, em termos políticos e na generalidade da Comunicação Social.

A certa altura o Almirante CEMGFA – num gesto raro num chefe militar – decidiu dar uma entrevista à Rádio Renascença e ao Jornal “Público”, em 18 de Julho de 2019, onde apontou alguns problemas que, no seu entender, afligiam as Forças Armadas tendo, a certo passo, relacionado com a falta de pessoal, classificado a situação de “insustentável”. O que era, e é, verdade.

O viajante ocasional que ocupa a função de Ministro da Defesa Nacional, tirocinando o frete à espera de saltar para o Palácio das Necessidades – um costume arreigado na prática da política partidária – apanhou uma fúria e falou destemperada e publicamente contra o Almirante Silva Ribeiro, indicando-lhe, na altura, a porta dos fundos.1

Chamado este, à presença do “Comandante Supremo”, a coisa também não parece ter corrido bem, ficando a impressão de tal não se ter devido ao conteúdo da entrevista, mas ao facto da mesma não ter sido combinada com ele…

Daí para cá o Almirante CEMGFA remeteu-se ao silêncio prudente de Conrado, silêncio que se ouviu bem alto, quando o Director Nacional da PSP tropeçou nas próprias botas, aquando do lamentável caso da actuação de uma força militar num Lar, em Vila Real, no âmbito do apoio à vacinação.

Tal ocorreu na sequência da assinatura de um “memorando de entendimento” entre o CEMGFA e a Secretária-Geral do Sistema de Segurança Interna, em que se estabelece os procedimentos para o uso de forças militares em reforço das forças e serviços de Segurança em caso de uma ameaça à Segurança Interna, em que estas possam não ter os meios suficientes para lidar com a mesma.

Um documento que parece muito mal “amanhado”, e que, eufemisticamente, pode ser desculpado chamando-lhe o “acordo possível”, antes que se consiga emendar a Constituição da República…

Entretanto ocorreu um episódio obscuro e bizarro, cuja razão última, se mantém oficialmente encoberta e que vitimou o então Comandante Operacional da Madeira, Major General Carlos Perestrello, exonerado do cargo, a poucos dias da sua passagem à reserva. O que nada, aparentemente, justificava.

Mas não deixa de ser curioso que a razão invocada foi o facto de ter saído (também do nada, ou seja, por “obra e graça do Espírito Santo de orelha”) no Diário de Notícias da Madeira, um artigo, referindo-se a uns eventos ocorridos um ano antes, num Clube de Golfe da Ilha, envolvendo o General Perestrello onde, de resto, nada havia de censurável. 2

Chamo isto à colação porque, curiosamente, também agora saiu uma jornalista a questionar o suposto Campo de Golfe que o CEMA Almirante Calado teria mandado construir no Alfeite (o que também não é verdade…).

Tudo se encaminhava para que o CEMGFA fosse substituído no final do seu mandato, não só porque era esse o seu interesse, já expresso de moto próprio, como por estar a ser negociada a sua ida para professor da Universidade Católica.

Com o deflagrar da “epidemia” do “Sars-Cov-2” de contornos e origens ainda muito suspeitos, descobriu-se a “oportunidade” dos militares, sobretudo o tal HFAR e respectivos Serviços de Saúde colaborarem no combate à dita cuja, sobretudo tendo em conta as limitações dos serviços civis em lidarem com tal fenómeno. O que viria a causar, mais tarde, uma nova vítima, na figura do então Director do HFAR, Major General Fazenda Branco, através de um processo conhecido na Marinha, como “BDR” – “Botão de Destacamento Rápido” – quando se referem ao modo de actuar do CEMGFA.3

E, deste modo, o mandato do Almirante Silva Ribeiro foi renovado por mais dois anos, em 1 de Março de 2021.

Entretanto algumas funções importantes na estrutura do MDN mudaram de mãos.

Acontece que desde então, o Almirante CEMGFA, que andava de candeias às avessas com o MDN, Dr. Titterinton Cravinho, desde a citada entrevista passou, tudo o indica, a andar (como sói dizer-se) com ele no bolso.

O que se passou para tão importante alteração de “status quo” é passível de especulação, mas talvez não seja estranho as eventuais “informações” obtidas em funções anteriores do CEMGFA, facilmente descortináveis no seu “curriculum vitae” e, ou, que algum “poder oculto” tenha dado indicações para que o senhor ministro, passasse a ser mais “compreensivo” com o seu vizinho do andar de baixo do edifício do Restelo. Como se sabe, existem por aí, estruturas e lealdades, paralelas. Mas o futuro nos esclarecerá.

É aqui que entra a reorganização das Forças Armadas.

Crispados com a oposição havida, voltaram-se contra o Almirante CEMA que, entretanto, tinha feito a proposta (legítima) para que o seu chefe de gabinete, Contra-Almirante Oliveira e Silva, que pelas suas características como oficial reunia o consenso de ser o mais indicado para ocupar o alto cargo de Comandante Naval. Tal proposta feita antes da entrada em vigor da nova legislação foi retida na gaveta pelo ministro e mais tarde vetada, depois da aprovação precipitada da nova legislação, segundo se sabe com a anuência do CEMGFA, que pretenderia um outro para o lugar.

Tal facto levou ao pedido de passagem à reserva do Almirante proposto para a função, o que representa uma atitude digna, mas que me atrevo a qualificar de precipitada, pois é o que as pessoas que provocam estas situações querem.

Estamos assim a beneficiar o infractor.

Foi nessa esparrela que o Almirante CEMA Mendes Calado, avisadamente não caiu. E foi à luta, até porque a razão está do seu lado.

Acresce ainda que segundo consta, quem se pretendia colocar como Comandante Naval ser um homem que nunca comandou um navio.

Quero fazer um pequeno parêntesis para dizer que isto de ter almirantes que nunca comandaram um navio me parece uma coisa assaz esdrúxula (para além de anti-regulamentar). É como aqueles oficiais generais, que chegam a esse posto sem conseguirem saltar o muro, nas provas físicas…

Mas, certamente, que a responsabilidade maior de tais situações se verificarem, não cabe aos próprios.

Aliás, dentro em breve não se conseguirá ter oficiais generais (nem coronéis ou capitães de mar-e-guerra) que tenham comandado seja o que for, pois não há subunidades do Exército, navios na Armada ou aviões na Força Aérea, para operar/comandar…

Perdoem-me se estou a dizer alguma inconveniência.

Não conseguindo fazer com que o Almirante Calado saísse pelo seu pé, resolveu-se jogá-lo borda fora (para utilizar terminologia naval) usando a técnica “BDR”, já referida.

O governo dá por terminada, de uma forma abrupta e inesperada, a “task force” para a vacinação – que a incompetência do Ministério da Saúde e outros órgãos civis, obrigou (em boa

hora) a criar – e no mesmo dia (nem disfarçaram) cai a público – com a pueril origem em “fontes do MDN” - a decisão governamental de demitir o CEMA e nomear para o seu lugar o Vice-Almirante Gouveia e Melo, alçado a herói, qualificação que, estou em crer, o próprio dispensa e sabe não ser justificada.4

O CEMA é chamado de chofre, ao MDN e enxovalhado com a notícia que ia ser exonerado, isto é, demitido, sem que o inquilino de Belém soubesse do assunto – a acreditar no que foi dito – e dado a sua anuência, como prescrito na Lei.

A manobra é desmontada pelo próprio Presidente da República que, por uma vez, esteve bem, mas apenas até ao ponto de dizer que os “equívocos” que alardeou estavam esclarecidos.

Não foram esclarecidos, não estão esclarecidos e ninguém foi responsabilizado (nem sofreu consequências) pelo que se passou. É que não foram apenas equívocos, foram infâmias. E um dos que foi infamado foi ele próprio.

Recordemos sinteticamente, pois a memória é curta, os equívocos apontados: o da renovação do mandato de Mendes Calado, ser de dois anos, estando disposto (em acordo de cavalheiros) a sair mais cedo de modo a permitir que outro fosse para o seu lugar (leia-se, antes que “alguém” fosse obrigado a passar à reserva por limite de idade), mas ainda não teria chegado o momento – o que sendo verdade e aceitável não parece ser muito curial, dizer-se em público; a fundamentação que leva à exoneração do CEMA, de que ele se opunha à nova reorganização, que de facto é outra infâmia e, finalmente, que a nomeação era extemporânea, por só se dever iniciar aquando da decisão de substituir alguém (nota-se que se trata de demitir e não da normal substituição de um chefe militar), e que ele, Presidente, era não só parte da discussão, como a última palavra lhe cabe a ele.

Foi pena ter-se ficado por aqui. E tudo ainda se tornou mais incompreensível quando o General Chefe do Estado-Maior do Exército viu o seu mandato renovado “in extremis”, sabendo-se que também se tinha oposto à reorganização – argumento avançado para destituir o Almirante CEMA…

Agora o Senhor Ministro faz birra e diz que não recebe mais o Almirante CEMA (e nem comparece nas visitas à Marinha do PR…). Situação que na prática tenta boicotar o funcionamento da mesma. Ora não se pode tolerar uma situação em que se prejudica o funcionamento e o bom nome da Armada. E o que há a fazer para resolver a situação é de uma evidência cristalina.

Algumas considerações são, ainda, mister fazer para terminar:

O Almirante Gouveia e Melo teve um bom desempenho na missão que lhe foi confiada, bem como toda a sua equipa, como ele fez questão de realçar. Nada se conhece das suas

atitudes que o possam diminuir no meio de toda esta controvérsia, e a sua concordância ou não, com a actual reforma deve ser considerada lateral em toda esta questão.

Não merecia, por isso, ser colocado numa situação delicada em que pudesse sair “chamuscado” ou partir com algum “capitio diminuto” para um eventual futuro mandato como CEMA. Mas talvez fosse justamente essa a intenção de alguns dos protagonistas em toda esta lamentável novela de Estado. É conhecida, aliás, a especial apetência que existe entre nós, de logo abater a cabeça que se destaca na multidão…

Para além disso, existem, felizmente, outros Almirantes na Armada que não devem ser excluídos à partida, de puderem ser escolhidos para a função. Finalmente, o Almirante Gouveia e Melo, que é uma pessoa estimável e um oficial com provas dadas, deve ser escolhido, ou não, para o elevado cargo de CEMA, pelas suas qualidades pessoais, militares e de marinheiro, e não por se ter desincumbido de uma missão de apoio civil (os militares, pelos vistos, são pau para toda a obra – até para substituir camionistas em greve…) que não consta em nenhuma missão primária das Forças Armadas e para a qual até se caiu no ridículo de inventar uma medalha, como se de uma campanha militar se tratasse.

Por tudo isto a posição do Conselho do Almirantado, que não é “real, nem republicano”, nem deve ter ideologia a não ser a do Dever Militar, é a mais correcta pois, não tendo que se pronunciar sobre o novo nome para suceder na Armada, repudiou uma manobra ilegal, ilegítima, imoral, antiética e anticonstitucional. Que nunca lhe doam as mãos! Peças de bombordo – fogo; peças de estibordo – fogo!

Toda a Marinha, aliás, num sentimento pouco usual, cerrou fileiras em torno do CEMA e muitas vozes quebraram a regra existente e nunca escrita, de que a “roupa suja se lava em casa” (quanto muito discute-se no Clube Militar Naval), por a situação ter extravasado e ser de facto, muito grave.

Isto está tudo mal e foi-se (desceu-se) longe demais.

Os equívocos podem resolver-se com boa fé, diálogo e arrepio de caminho. E se houver dolo, com o envolvimento da justiça com responsabilização vária, proporcional à injúria ou erro.

Mas as infâmias para serem redimidas correctamente carecem da preciosa ajuda do pau de marmeleiro. Talvez assim se evitassem tentações de as cometer ou repetir.

João José Brandão Ferreira

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Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 
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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #2258 em: Outubro 19, 2021, 04:00:25 pm »
Avisei que a questão dos NPO não era tão certa como alguns afirmavam.



Agora a pergunta dos milhões: Se o NPO não serve para os estaleiros, o AOR e Navpol serve? Ou muito me engano ou a marinha se não for fabricar em outro lado esta bem f...di...a.  :mrgreen:



Cumprimentos

P.S. Se não inventassem...  ::)







"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

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dc

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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #2259 em: Outubro 19, 2021, 05:24:54 pm »
A Marinha já parece estar bem tramada. Ou a West Sea ganha o concurso, e a Marinha/MDN aceitam os prazos que esta empresa poder fornecer, ou procuram outro estaleiro nacional que pode, ou não, ter capacidade de os construir (não é só construir, é construir em prazos realistas e custos comportáveis). Ou então vai-se pedir a um estaleiro estrangeiro, para despachar esta trapalhada toda, porque não há milagres.
 

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asalves

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« Responder #2260 em: Outubro 19, 2021, 05:34:42 pm »
A Marinha já parece estar bem tramada. Ou a West Sea ganha o concurso, e a Marinha/MDN aceitam os prazos que esta empresa poder fornecer, ou procuram outro estaleiro nacional que pode, ou não, ter capacidade de os construir (não é só construir, é construir em prazos realistas e custos comportáveis). Ou então vai-se pedir a um estaleiro estrangeiro, para despachar esta trapalhada toda, porque não há milagres.

Tanto quanto estou sei (li) vai haver um concurso internacional para a construção nos NPOs, tanto quanto ouvi do ministro (em que disse que havia estaleiros que já tinha construido o NPO e como tal poderiam ter uma vantagem em relação a outros) a ideia é de alguma forma privilegiar os West Sea para serem estes a ganhar. Muito provavelmente se fizerem isto e houver concorrentes o concurso vai dar barraca e vai atrasar.
Muito provavelmente os West Sea não querem uma novela até porque com a quantidade de trabalho que tem não tem tempo para brincadeiras.

Curioso estou também para ver o projeto e alterações que foram feitas e se o projeto ficou alguma coisa de jeito ou não, tanto quanto percebi os Batch 2 dos NPO já foi um filme, e teve que ter a ajuda da West Sea pois acho que a Marinha sozinha não tinha capacidade técnica para alterações ao projeto.
 

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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #2261 em: Outubro 19, 2021, 06:50:02 pm »
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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #2262 em: Outubro 19, 2021, 10:22:24 pm »
 

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Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
DE NADA A FORTE GENTE SE TEMIA
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Luís Vaz de Camões (Os Lusíadas, Canto I - Estrofe 97)
 
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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #2264 em: Outubro 20, 2021, 09:44:21 am »


https://www.facebook.com/photo/?fbid=2946271309036756&set=a.1484456375218264

Falando de coisas importantes....

E já chegou aos jornais...

https://www.cmjornal.pt/portugal/detalhe/marinha-investe-1692-euros-em-bolas-de-golfe-compra-gera-mal-estar-entre-militares?ref=HP_PrimeirosDestaques

Anda pelo Facebook à grande, que é assim a malta tem uma ideia dos assuntos navais.
Os NPO devem ser equipados com maquinetas que disparam bolas de golf contra piratas


Entretanto toda a novela do NPO mostra incompetência e interesses diversos, menos interesse nacional de dotar a Marinha com meios devidamente eficazes.
Mais um arrastar de tempo como o das fragatas BD e VG
Não esquecer o submarino no estaleiro que aguarda que se lembrem dele.

Isto chama-se falta de zelo, para não chamar pior.
 
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