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Outras Temáticas de Defesa => Área Livre-Outras Temáticas de Defesa => Tópico iniciado por: Cabeça de Martelo em Setembro 30, 2014, 01:43:21 pm
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Morreu Alpoim Calvão, o operacional anticomunista
O antigo operacional do MDLP morreu hoje de madrugada, aos 78 anos, depois de prolongada doença.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fexpresso.sapo.pt%2Fimv%2F2%2F169%2F465%2Fcalvao-eb04.jpg&hash=dec19c6c4e68d74c5d7392c92381f47e)
Alpoim Calvão com Marcelino da Mata (à sua direita) e Almeida Bruno, durante o Encontro Nacional de Combatentes, em 2001, nas comemorações do dia 10 de Junho, em Lisboa. / Alberto Frias
Guilherme Almor de Alpoim Calvão foi um dos oficiais mais condecorados das Forças Armadas portugesas mas acabou por destacar-se politicamente após o 25 de Abril, pela sua oposição ao regime. Faleceu esta madrugada no Hospital de Cascais, aos 78 anos, vítima de doença prolongada.
Foi fundador e participante ativo do Movimento Democrático de Libertação de Portugal (MDLP), responsável por uma série de assaltos e atentados bombistas a sedes do PCP e outros partidos de esquerda no chamado Verão Quente de 1975.
Muito ligado ao general Spínola, a quem acompanhou no exílio depois do 11 de março, era fuzileiro tendo chegado ao posto de capitão de mar-e-guerra. Na Guiné, onde combateu durante a guerra colonial, foi o responsável pela fracassada invasão da Guiné-Conacri, em 1970, que visava libertar prisioneiros portugueses e abater aviões de apoio ao PAIGC.
Embora convidado, Alpoim Calvão recusou integrar o grupo de oficiais do 25 de Abril e, pouco tempo depois, apoiou declaramente o general Spínola, a quem considerava como o único que poderia repor os "objetivos iniciais" do 25 de Abril.
É neste contexto que o apoia no 28 de Setembro e, mais tarde, acompanha-o na fundação do próprio MDLP, em maio de 1975, onde ocupava funções como operacional, coordenando ações e arranjando armas.
Participou no golpe do 11 de Março de 1975, liderado por Spínola e, depois disso, coordenou uma série de ações terroristas no norte do pais. É também atribuído ao MDLP o ataque à bomba que matou o padre Max, ligado aos movimentos de extrema-esquerda.
Depois de ser afastado compulsivamente da Marinha após o 11 de março de 1975, veio a ser condecorado em 2010 pelo ramo com a medalha de Comportamento Exemplar, grau ouro, no dia do Fuzileiro. Fora das Forças Armadas, dedicou-se aos negócios, em particular na Guiné-Bissau. Estava em situação de reforma extraordinária desde 1990.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/morreu-alpoim-c ... z3EnoAIIDu (http://expresso.sapo.pt/morreu-alpoim-calvao-o-operacional-anticomunista=f891638#ixzz3EnoAIIDu)
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Um dos últimos grandes operacionais da "história do império"
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Descansa em paz Calvão, fizeste muito por esta pátria cheia de traidores e corruptos que não dignificaram o teu nome e o de tantos outros que lutaram no ultramar, mas os utilizadores do Forum Defesa não se esqueceram de ti, e através deste meio expressamos as mais sentidas condolências aos familiares e amigos deste grande Senhor do século XX português !!
RIP
:Soldado2: :Soldado2:
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RIP
Operacional anticomunista é um titulo muito redutor para a pessoa que foi .
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Que descanse me paz.
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O impressionante parece ser a superior longevidade dos traidores.
Foi-se mais um dos Últimos Portugueses.
Que um dia hajam outros que lhes façam a devida justiça.
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Olds soldier never die.
RIP
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Alguém sabe se o governo ou a presidência da República expressou as suas condolências publicamente ??
Cumprimentos
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Alguém sabe se o governo ou a presidência da República expressou as suas condolências publicamente ??
Cumprimentos
Claro que não! Não foi nenhum "capitão de abril" que morreu!
Conferir:
http://www.presidencia.pt/ (http://www.presidencia.pt/)
http://www.defesa.pt/Paginas/ATUALIDADE.aspx (http://www.defesa.pt/Paginas/ATUALIDADE.aspx)
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Descanse em paz e que sirva de pessoa exemplo para outros militares.
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A Marinha é uma organização quase milenar com um sentido de dever e honra, que faz com que preste a mais justa e elementar homenagem a um herói nacional e da Marinha, no seu adeus final. Colocar em questão e utilizar este ato solene para atacar a Marinha é para nós inclassificável. O comandante Alpoim Calvão era um homem com H grande, um português destemido, que em campo de batalha era respeitado pelos seus homens e muito mais pelo inimigo. Após o fim da Guerra o Comandante Alpoim Calvão voltou à Guiné onde foi bem recebido por aqueles contra quem havia combatido e que o consideravam um verdadeiro amigo. Foi dos poucos portugueses que investiu na Guiné e nunca abandonou o seu povo. Era um Homem que não se agachava sob o fogo inimigo, um líder nato, um patriota, um marinheiro que muito nos honrou.
O Comandante Alpoim Calvão é um herói nacional a quem a Marinha reafirma todo o seu empenho em o distinguir com esta última homenagem.
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BE questiona homenagem da Marinha a Alpoim Calvão
por Manuel Carlos Freire
O BE perguntou ao ministro da Defesa se teve conhecimento e autorizou a realização, esta quinta-feira, da cerimónia de lançamento ao mar das cinzas do comandante Alpoim Calvão "a bordo de uma embarcação da Marinha e com a presença das maiores figuras" do ramo.
"Não se percebe a que propósito, ou com recurso a que figura institucional, a Marinha portuguesa procedeu a esta cerimónia de homenagem" a bordo de uma fragata e "durante uma missão operacional" do ramo, argumentou a deputada Mariana Aiveca, perguntando: "Teve o ministro [José Pedro Aguiar-Branco] conhecimento da realização" do evento?"
Alpoim Calvão morreu a 30 de setembro e, no seu funeral, recebeu as honras militares constantes do Regulamento de Continências e Honras Militares. Ontem, para "cumprir o último desejo expresso" por um militar que a Marinha diz ser "um herói nacional", o ramo embarcou familiares e amigos para lançar as suas cinzas ao mar.
O BE perguntou depois se o ministro da Defesa, no caso de saber da iniciativa, "anuiu à realização de uma cerimónia que homenageia, em nome da Marinha portuguesa, uma figura chave do movimento bombista que atacou cidadãos e sedes partidárias na década de 1970?"
Sustentando que "a Marinha deve garantir o pleno respeito pela neutralidade política, a qual inclui um dever de neutralidade sobre aspetos controversos e polémicos da vida recente do país, devendo abster-se de ações que expressam uma tomada de posição política ao arrepio do que impõe a Constituição da República a qualquer ramo das Forças Armadas", o BE fez outra pergunta: "Como é que [Aguiar-Branco] encara esta tomada de posição da Marinha portuguesa sobre uma figura cujos contornos políticos são tão controversos e divisores na sociedade portuguesa?"
O Ministério da Defesa não respondeu às questões do DN e o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas disse "não ter qualquer comentário a fazer", enquanto a Marinha também não respondeu a novas perguntas.
Entre outras questões, o DN perguntou se a Marinha pode - e com que base legal - considerar-se competente para dizer quem é "herói nacional" e para decidir que homenagens lhe presta e em que termos, para além dos legalmente determinados.
http://www.dn.pt/politica/interior.aspx ... 64&page=-1 (http://www.dn.pt/politica/interior.aspx?content_id=4185264&page=-1)
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Absolutamente nojento.
Os que criticam a anomia face à corrupção e má gestão dos partidos do centrão, que se lembrem que essa mesma apatia moral se de deve em boa parte à subversão da moral trazida por esta escumalha. Escumalha essa que "curiosamente" tende a ter demasiado tempo de antena nos "me®dia" dos grandes grupos económicos que também "curiosamente" muito ganham com essa corrupção.
A luta de Alpoim Calvão era também contra essa acção subversiva.
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Comunicado da Marinha Portuguesa
A Marinha é uma organização quase milenar com um sentido de dever e honra, que faz com que preste a mais justa e elementar homenagem a um herói nacional e da Marinha, no seu adeus final. Colocar em questão e utilizar este ato solene para atacar a Marinha é para nós inclassificável. O comandante Alpoim Calvão era um homem com H grande, um português destemido, que em campo de batalha era respeitado pelos seus homens e muito mais pelo inimigo. Após o fim da Guerra o Comandante Alpoim Calvão voltou à Guiné onde foi bem recebido por aqueles contra quem havia combatido e que o consideravam um verdadeiro amigo. Foi dos poucos portugueses que investiu na Guiné e nunca abandonou o seu povo. Era um Homem que não se agachava sob o fogo inimigo, um líder nato, um patriota, um marinheiro que muito nos honrou. O Comandante Alpoim Calvão é um herói nacional a quem a Marinha reafirma todo o seu empenho em o distinguir com esta última homenagem.
.|. isto para o BE !!