Disparate total inventado nas últimas 12 horas.
Se não tivesse sido a França o primieiro país a atacar a Líbia e tivessem sido os ingleses, agora teriamos comentários a explicar que os ingleses é que estavam interessados no petróleo.
Como foram os franceses, agora são os franceses, que querem o petróleo.
Curiosamente o país europeu mais independente em termos energéticos com 75% da energia eléctrica produzida por centrais nucleares.
O argumento utilizado pelos fanáticos árabes já começa a cansar. A ideia de que foram os franceses a instigar a revolta é completamente estúpida, porque toda a gente sabe que o que se passou na Libia, é resultado do que se passou na Tunisia, influenciado pelo que se passou no Egipto e tem a ver com a manutenção de regimes ditatoriais nos paíse sárabes há anos.
A ideia de que os franceses instigaram alguma coisa é ainda mais estúpida, quando sabemos que os próprios franceses estavam na cama com o Kadafi, junto com ingleses, italianos e até com o Sócrates.
Se não houvesse revolta nas ruas, os franceses, como os outros todos, tinham olhado para o lado e tinham, continuado a fazer negócios.
Porque razão os franceses instigariam alguma coisa se recebiam combustível de um Kadafi que até estava dócil para com o ocidente ?
A revolta Árabe, é isso mesmo, UMA REVOLTA DOS ÁRABES. E tem a ver com o desejo normal do ser humano de ser livre.
Nós podemos até considerar que é um conceito abstracto, mas isso somos nós, que temos a liberdade de dizer o que queremos, sem ter medo que o governo nos entre em casa e nos meta uma bala na cabeça.
É a situação económica, a falta de saídas profissionais, mas acima de tudo a falta de liberdade para protestar, que fez caír o regime da Libia o do Egipto e está a protestar contra o Kadafi.
O que muda no regime de Kadafi, como no regime de Bashar Al-Assad da Siria, é que é uma ditadura que desenvolveu estruturas de repressão típicas de um estado marxista.
Essas estruturas são as mais eficientes estruturas repressivas que existem.
As estruturas de repressão das monarquias absolutas são diferentes e explicam-se por outras razões. As monarquias absolutas, nomeadamente a mais importante de todas - a saudita - justificam-se com o direito divino (protecção das duas mesquitas) ou com o direito histórico, que muitas vezes está fundado também na religião, pois o Emir é o protector dos crentes e vem dessa protecção o direito de governar.
Por essa razão, os regimes árabes republicanos não conseguem encontrar legitimidade para lá da repressão brutal.
Tunisia, Libia, Egipto, Siria, Irão e Yemen, são repúblicas com estruturas de repressão distintas, onde as mais pro-ocidentais acabaram por aceitar uma transição ainda que controlada.
As mais brutais, normalmente as anti-americanas resistem pela força das armas, e esse é o caso da Libia.
Não adianta continuar com o mesmo argumento de sempre, que justifica tudo com o petróleo.