Não nos podemos dar por vencidos nesta batalha, o INEGI já desenvolve um pequeno submarino, que pode complementar o ROV LUSO.
Um veículo submarino inovador
Projecto MARES criou um veículo autónomo de características únicas no Mundo pela forma como se desloca debaixo de água
2008-10-05
NUNO MARQUES
Nasceu no Porto, na Faculdade de Engenharia, e é uma prova da boa ligação entre as universidades e as empresas. O MARES, um pequeno submarino com 1,5 metros e 30 quilogramas de peso, é o único no Mundo com as suas características e veio responder às necessidades de efectuar trabalhos subaquáticos de forma autónoma.
Os primeiros testes operacionais do projecto, uma parceria com o grupo Águas de Portugal, foram um sucesso e o aparelho prepara-se para as primeiras missões de trabalho, como seja a monitorização de emissários submarinos.
O MARES (Modular Autonomous Robot for Environment Sampling) resulta de investigações desenvolvidas por dois investigadores da FEUP, Nuno Cruz e Aníbal Matos, envolvidos também noutros projectos ligados à robótica subaquática. Foi necessário solucionar dois problemas: a localização debaixo de água, já que ali não há sinais GPS, e a capacidade do submarino reduzir a velocidade ou mesmo parar durante as missões.
"A grande inovação do MARES está na forma de locomoção, já que os submarinos deste tamanho normalmente funcionam através de lemes que não lhes permitem estar parados", explica Nuno Cruz. O submarino tem dois motores atrás e dois verticais, cujo funcionamento conjunto permite que o submarino possa reduzir a velocidade ou até mesmo parar.
A resolução do problema da localização subaquática é menos inovadora e aplica tecnologias já conhecidas e que os próprios investigadores da FEUP dominam já há bastante tempo. O submarino envia sinais acústicos para duas bóias colocadas à superfície e obtém a localização através da medição do tempo que esses sinais demoram a regressar. Sinais idênticos são enviados pelas bóias e permitem que o operador saiba a localização do aparelho, já que este funciona de forma totalmente autónoma. Isto é, o submarino é colocado na água com uma missão pré-programada e sem que haja qualquer intervenção durante o trabalho, até porque não há qualquer ligação física com o centro de operações.
As aplicações são inúmeras, destaca Nuno Cruz, dando como exemplo a monitorização de emissários submarinos que, até agora, era feita através de um processo de recolha de amostras para análises à água. Com o MARES, é cumprida uma rota pré-estabelecida e feitas medições de vários parâmetros ao longo do percurso, obtendo-se muito mais informações.
O submarino é construído em "fatias que encaixam como legos", o que permite acrescentar novos módulos de sensores ou, por exemplo, uma câmara video, beneficiando da capacidade de imobilização do MARES para efectuar filmagens.
http://jn.sapo.pt/Domingo/Interior.aspx ... id=1022312Cumprimentos,