Vamos lá falar sobre isto:
Há uma coisa que se chama DEFESA NACIONAL.
Há outra coisa, muito distinta, que se chama NEGÓCIOS DA DEFESA NACIONAL.
Pois bem.
No meu ponto de vista, que me querem a mim e a mais uns milhões de portugueses rotular de analfabeto, estúpido, quadrupede, boçal, etç, etç, muito boa gente, generais incluidos, dizem-me que estamos a falar do mesmo. Quem sabe são eles, os entendidos...
Não é bem assim. Acresce que eu até pago isto tudo.
Para a DEFESA NACIONAL, sem entrar noutros campos como a economia, etç, precisamos de:
1 - Homens;
2 - Equipamentos.
Quanto a homens ( mulheres agora incluidas ) não nos venham lixar porque a nossa história está repeleta de casos em que quem veio meter a pata em território continental levou que contar. E se alguém, no futuro, cá quiser vir não tenho dúvidas que não virá em passeio...
Quanto a equipamentos, é óbvio que Portugal e a generalidade dos países do mundo não têm know-how tecnológico para ser INDEPENDENTE.
Não estamos a ver Portugal a fabricar todos os aviões, os navios e os carros de combate que garantam a sua inviolabilidade territorial.
Nem o canadá, nem a espanha, nem a itália, nem a áfrica do sul o fazem.
Por isso, há equipamentos para a DEFESA NACIONAL que, necessáriamente, têm que ser comprados a países estrangeiros.
É óbvio que se comprarmos determinado tipo de missil aos americanos ( ressalvo comprar ) em quantidade x e, em determinada altura, o país y nos invadir com a benção dos americanos, mesmo que queiramos comprar mais, já não há. E toda a informação anti-missil secreta será facultada ao nosso invasor. Pagamos o equipamento, mas o antidoto será facultado ao amigo.
Mas isto são equipamentos tecnologicamente muito evoluidos e só acessíveis a 3 ou 4 países do mundo: os fabricantes. Todos os outros serão, em maior ou menor quantidade, compradores, Portugal incluido.
Pois bem: há outros equipamentos, que por não serem tecnologia de ponta, estão acessíveis à maioria dos países razoávelmente industrializados, tal como Portugal.
Era demasiado ridiculo se, hipoteticamente, tivessemos um qualquer conflito com o Japão e os jeeps toyota fossem gradualmente para o estaleiro por falta de peças de reposição.
Para mim, isto são os NEGOCIOS DA DEFESA NACIONAL. Chorudos, com comissões apetecíveis, mas extraordináriamente lesivos do País.
quando comparados com jeeps militares, os toyotas (pelo menos a versão que o exercito comprou) são muito inferiores que os jeeps militares, como os UMM ou os Land rover (e possivelmente só comparando no terreno se percebe a diferença).
Para dar um exemplo quem nunca viu uma Berliet tramagal fora de estrada, possivelmente pensa que uma DAF nunca atasca a não ser por azelhice, mas a verdade é que quando vieram para o exercito, as DAFs fartaram se de ser desatoladas por Berliets,
UMM/Nissan Patrol ( GNR )/Toyota
Berliet Tramagal/DAF.
Estamos perante exemplos da NEGOCIOS DA DEFESA NACIONAL.
Portugal será mais independente, quer territorial quer industrialmente, se fabricar por si estes equipamentos que tecnologicamente lhe estão acessiveis.
Só que isto dá trabalho ( e há quem não queira, deseja-se emprego ) e não dá comissão ( que é o que a maior parte dos entendidos procura ).
Não me venham com a questão dos preços finais porque aqui aplica-se aquilo que um amigo meu, piloto da TAP, diz: " O combustível no chão está caro, mas a acontecer a sua falta, em voo, não têm preço ".
Cumprimentos,