Licenciados na PSP

  • 41 Respostas
  • 17537 Visualizações
*

Lancero

  • Investigador
  • *****
  • 4213
  • Recebeu: 83 vez(es)
  • +74/-3
(sem assunto)
« Responder #30 em: Agosto 03, 2008, 12:03:46 am »
Pegando no que o Trafaria escreveu,
Conheço poucas profissões onde se trabalhe tanto e tantas horas por dia/semana do que na investigação criminal da PSP (e seguro que na GNR será o mesmo).
É que se fosse "só" vigiar o bandido e prendê-lo... mas depois tens de fazer e organizar o processo-crime, apresentar a proposta ao MP, ir frequentemente falar com o procurador titular do processo, e no fim passar horas como testemunha no tribunal.
E multipliquem isto pelo número de processos (muitos...) entregues a cada equipa de agentes.
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

*

jmg

  • Analista
  • ***
  • 640
  • Enviou: 15 vez(es)
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #31 em: Agosto 03, 2008, 12:27:36 pm »
Mas não há dúvida que deve ser altamente gratificante quando se vê o culminar de horas e horas de trabalho numa condenação.
Penso que provávelmente a investigação criminal deveria ser uma fase na carreira do agente. Enquanto é novo, sem grandes compromissos familiares para se poder dedicar a investigação sem menosprezar a familia, porque essa não têm culpa de nada e muitas vezes sofre o inferno para que o agente possa nos servir a todos, zelando pela nossa segurança e bem estar.
Não te fies de mim, se te faltar valentia.
(Inscrição gravada num antigo punhal.Autor desconhecido)

ΜΟΛΩΝ ΛΑΒΕ
 

*

Trafaria

  • Investigador
  • *****
  • 2117
  • Recebeu: 139 vez(es)
  • Enviou: 112 vez(es)
  • +54/-1
(sem assunto)
« Responder #32 em: Agosto 03, 2008, 04:11:24 pm »
De facto assim é Lancero,
As DIC e EIC estão realmente atoladas em processos, diria que isso deve ser entendido como “normal”. O português gosta de papéis e os políticos fazem-lhe a vontade... onde não houver necessidade dum papelinho, cria-se ... inventam-se logo 4 ou 5 folhas A4 todas em triplicado para tapar esse "vazio".

 Sabia que, a titulo de exemplo, um agente a quem esteja distribuído (ou que por acaso lhe venha “cair ao colo”) um caso duma viatura furtada tem que preencher 15 impressos todos diferentes caso a encontre?
Somos um país de burocratas. Nem imagina quanto a burocracia contribui para a inoperacionalidade das nossas forças (é só papeis, papelinhos, procedimentos e rodriguinhos, um não mais acabar de relatórios, formulários e formalidades… montes de garantias e grantismos, tudo em prol do prevaricador … e tudo bem feitinho sob pena do juiz considerar tudo nulo). A uma hora de diligências na rua, de serviço efectivo, corresponderá pelo menos uma hora de papelada em gabinete.

No que à GNR diz respeito os procedimentos são mais ou menos os mesmos, afinal o CPP e outra legislação aplicável é a mesma, mas o serviço em geral é bem menos e mais nas calmas se comparado com a PSP; a geografia e a concentração populacional assim determinam …
Não tenho presente, não recordo, mas o número anual de ocorrências da PSP equivale ao da GNR multiplicado por muitos. Isso reflecte-se na mesma proporção na base, para o agente da PSP e militar da GNR.

Img,
As coisas não são assim tão lineares. O agente jovem nem sempre tem a estabilidade e disponibilidade necessárias (não falo só de tempo). Também não se pode decretar a IC como uma “fase” da carreira obrigatória e para todos porque nem todos têm aptidão/vocação para aquilo, não é generalizável. Impensável por toda a gente a passar por lá, não dá. Em termos de gestão de recursos humanos e de formação seria também altamente pernicioso e penoso.
Por outro lado ter família também pode ser significado de vidinha arrumada e estabilizada, logo, mais tempo, menos desassossego, mais maturidade, etc … Ninguém pode ser excluído, ate porque a tarimba tem aqui um papel muito importante.
 

Citar
Mas não há dúvida que deve ser altamente gratificante quando se vê o culminar de horas e horas de trabalho numa condenação.

Não é bem assim, ou pelo menos não é generalizável.
O Policia faz o seu trabalho e entrega-o ao MP que é quem tutela o processo, o recebe e formula ou não a acusação (arquivando-o). Se o procurador não pedir mais diligencias o caso está encerrado para o policia a menos que seja (normalmente é) chamado a depor em sede de julgamento onde nas mais das vezes só chega (se chegar) vários anos mais tarde e não poucas vezes já mal se recorda dos detalhes.

Tem de assim ser. Porquê?
O trabalho é tanto, tão absorvente e nos mais dos casos tem tão pouco de encantador que o que mais faltava era o pessoal andar a roer a mioleira com processos anteriores e já despachados para outra instância. Bastam para isso os actuais, os que tem na gaveta ou em cima da mesa.

(Depois… raramente o agente está presente quando é lida a sentença, logo, com a mesma raridade delas tomará conhecimento. Não sendo obrigado a estar presente quando essas são lidas, não vai, já lhe basta lá ir quando tem mesm o que ser. Lembrar que as idas a tribunal não são pagas, nem sequer os transportes… quer calhem nos dias de serviço, folga ou férias…)

Numa perspectiva pessoal há ainda uma outra razão – e a mais importante – para dissociar o meu trabalho duma eventual condenação.

É a seguinte:
Tem a ver com o sistema dual em que vivemos. Entendo que não existe correspondência entre o mal e os danos que a bandidagem provoca à sociedade e às pessoas com as penas que lhes são aplicadas, quando o são.

Por isso e para bem da minha saúde mental nem quero saber das penas que lhes são impostas, se o forem. Não é que não ache essa parte interessante ou displicente, só que conscientemente a ignoro que é para não sofrer, para não desmotivar, para não “arrear”.

Faço a minha parte, o meu trabalho é lavá-los a tribunal; os magistrados (juízes e procuradores) que façam a deles.    

Abraço
::..Trafaria..::
 

*

PEDRO GALVÃO

  • Membro
  • *
  • 47
  • +0/-0
Licenciados
« Responder #33 em: Agosto 04, 2008, 12:44:36 am »
Cuidado senhor dentista pois as chefias na PSP temem os agentes formados, andam a tentar de tudo para bloquear o acesso aos estudos académicos...
Carpe Diem
 

*

Trafaria

  • Investigador
  • *****
  • 2117
  • Recebeu: 139 vez(es)
  • Enviou: 112 vez(es)
  • +54/-1
(sem assunto)
« Responder #34 em: Agosto 04, 2008, 02:24:50 pm »
Não é verdade…

A policia não tem é culpa que pessoas ressabiadas, recalcadas ou/e frustradas se alistem nas suas fileiras (os testes psicológicos nao são uma ciência exacta, só dão indicações, são falíveis)… e também não estabelece entraves nem limitações às habilitações máximas dos seus candidatos, nem planeia estabelecer como pode deduzir-se das suas palavras, e muitos menos por vias ínvias, já que somos uma força que se rege por critérios de legalidade e de racionalidade. Também não fecha as portas a ninguém, a porta de entrada está aberta para servir de saída a quem quiser quando quiser!

Essa mentalidade do curso superior....eu sei onde quer chegar, mas por favor, as pessoas não devem ser premiadas só porque têm um curso superior, mas sim e sobretudo pelo que fazem com ele!
Se lhe serviu para ser agente – opção tomada de livre vontade – então seja-o, honre a farda que veste e que tudo faça para merecer o vencimento que os portugueses lhe pagam!
Mas se se licenciou e está descontente então abandone a vida policial, seja homem e sobretudo seja honesto consigo próprio, siga uma carreira e seja feliz na sua área de formação!

Se instituição há neste país onde os direitos do estudante trabalhador são salvaguardados essa é a PSP. Mas infelizmente nem todos deles são dignos, também é uma verdade insofismável!
::..Trafaria..::
 

*

PEDRO GALVÃO

  • Membro
  • *
  • 47
  • +0/-0
Trafaria
« Responder #35 em: Agosto 04, 2008, 11:10:00 pm »
Não fique tão inflamado com esta questão dos licenciados pois quem o é só deve ser premiado por isso e quem não o é não deve criticar quem consegiu uma licenciatura/ pós gradução/ mestrado...
Uma coisa é certa, quer goste ou não, quanto mais avanço académico melhor para a Instituição. E nota-se bem a diferença no contacto com o público.
Agora aqueles que não têm ou não gostam de estudar dedicam-se a criticar os outros como forma de colmatar as suas frustrações por não possuirem...e mais lhe digo que quanto maior é o grau académico maior a felicidade interior...
E não se esqueça que o futuro da Instituição são recursos humanos evoluídos e não analfabetos, quer goste ou não...leia umas coisas para perceber que o mundo não se resume à "banca" na Esquadra... c34x
Carpe Diem
 

*

AgentePM

  • 101
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #36 em: Novembro 13, 2008, 06:14:59 pm »
Citação de: "Trafaria"
Deixo-te aqui para tua referencia o horário de serviço de um agente duma esquadra de Lisboa:

19h00/01h00
 19h00/01h00
 13h00/19h00
 13h00/19h00
 07h00/13h00
 07h00/13h00
 01h00/07h00
 01h00/07h00
 Folga
 Folga

 19h00/01h00 e segue...


Trabalham 8 dias seguidos para folgar 2?!  :shock:
 

*

AJ

  • 207
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #37 em: Novembro 16, 2008, 04:15:26 am »
Mas são horários de 6h (teoricamente).

*

othelo

  • 46
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #38 em: Novembro 16, 2008, 02:00:23 pm »
Ilegalidade flagrante e que se for levada a tribunal administrativo é certamente revogada e isso, porque ninguem na função publica pode estar mais de seis dias sem folgar e isso é um ponto acente, independentemente do numero de horas de serviço diárias.

´Para existir tal horário, teria que existir acordo com os funcionários e serem consultados os sindicatos, coisa que nunvca existiu. Parece no entanto que a esmagadora maioria está contente com tal horário e por isso nada é feito.

Se o é praticado é para favorecer quem mora ou tem a familia longe, agora quem mora perto e tem cá a familia não tem que pagar por isso.
Olho por Olho, Dente por Dente
 

*

Açoriano

  • 720
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #39 em: Novembro 16, 2008, 02:25:24 pm »
Ainda à pouco tempo atrás era 3 turnos de 8 horas cada e acho que a folga era mais cedo, não percebo para quê estes turnos de 6 horas, uma que o agente tem de trabalhar mais dias para ter folga e o efectivo fica mais dividido, tendo cada turno  menos pessoal que anteriormente.
 

*

G.P

  • 1
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #40 em: Novembro 16, 2008, 03:04:42 pm »
Caro trafaria, lamento desapontar-te, mas qd dizes que o nº de ocorrências da PSP são muito superiores às da GNR estás muito enganado. Pois o nº de ocorrências registadas pela GNR no seu total por ano são muito superiores, atingindo quase as 6 mil.
 

*

AgentePM

  • 101
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #41 em: Novembro 17, 2008, 10:46:03 am »
conheço casos em que os turnos são:

19h - 01h
13h - 19h
07h - 13h
01h - 07h
Folga
Folga

E assim sucessivamente...