JP Sá Couto na Venezuela para vender 'Magalhães' Os irmãos João Paulo e Jorge Sá Couto estão na Venezuela esta semana a negociar o contrato para a compra dos computadores produzidos na sua fábrica de Matosinhos. O embaixador venezuelano em Lisboa diz que o país está interessado em comprar os portáteis portugueses e precisa de 600 mil
O negócio poderá estar concluído nas próximas semanas
A Venezuela poderá comprar a Portugal mais de 600 mil unidades do novo computador Magalhães, admitiu ao DN o embaixador daquele país em Lisboa, Enrique Ricón Romero. "Estas são as necessidades do país, tendo em conta o número de estudantes das escolas venezuelanas a que se destina este tipo de computador. Neste momento estamos num processo de avaliação, depois da vinda a Portugal, no mês passado de um delegação técnica que visitou a fábrica de Matosinhos. Mas acho que vamos comprar o Magalhães", afirmou Enrique Ricón Romero.
Segundo o diplomata, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, gostou do computador português, que é mais pequeno do que o produzido na Venezuela, podendo assim ser mais facilmente utilizado por crianças mais pequenas. Aliás, o Magalhães apresentado no início de Agosto em Lisboa, numa cerimónia que contou com a presença do primeiro ministro português, José Sócrates, e do presidente da Intel, Craig Barret, foi concebido para crianças entre os seis e os dez anos.
Os irmãos João Paulo e Jorge Sá Couto estão já na Venezuela para negociarem o contrato com as autoridades daquele país, tal como confirmaram fontes da JP Sá Couto. Preços e prazos de entrega são alguns dos aspectos que estão a ser discutidos neste momento. Até porque as encomendas poderão ser faseadas. O contrato, segundo a imprensa venezuelana, poderá ser assinado dentro de semanas. Apesar da compra daquele equipamento a Portugal estar a gerar críticas por parte da indústria local .
Se assim for, a Venezuela poderá ser o primeiro mercado para onde a JP Sá Couto exportará o pequeno portátil produzido na sua fábrica, em consórcio com a Pológica. Um computador que , de acordo com declarações já feitas pelos responsáveis da empresa, será totalmente português, com excepção do processador, que é da Intel.
As negociações com a Venezuela para a venda dos computadores nacionais estão a ser desenvolvidas no âmbito de um memorando de entendimento assinado pelos governos dos dois países, no decurso da última visita de Hugo Chávez a Lisboa, em Julho, que previa a venda de equipamento informático para aquele mercado. Tudo ao abrigo do acordo que possibilita a troca de produtos e serviços portugueses por petróleo venezuelano.
Por enquanto, a JP Sá Couto tem assegurada a venda de 500 mil unidades para as escolas portuguesas, no âmbito do programa e.escolinha. E até ao final do ano promete colocar o portátil de baixo custo à venda nas lojas nacionais.
A empresa, entretanto, está também a negociar a venda para outros mercados europeus, PALOP, alguns países da América Latina e para a Líbia, no âmbito de um acordo já assinado pelo Governo português com aquele país.
http://dn.sapo.pt/2008/09/02/economia/j ... magal.html