Do meu ponto de vista, a cavalaria tem o seu equivalente hoje nas grandes unidades blindadas constituidas por tanques médios ou pesados.
A cavalaria sempre foi importante no campo de batalha porque se considerava que era uma força móvel que poderia ser utilizada com facilidade conforme as necessidades do campo de batalha, e ao mesmo tempo, se fosse blindada (cavaleiros com armadura) poderia penetrar nas linhas inimigas desorganizando-as.
Sabemos que deste a antiguidade é da maior importãncia manter uma linha coesa de defesa, porque um soldado defende-se a si ao mesmo tempo que defende um dos flancos do soldado seguinte e é defendido pelo soldado que está ao lado.
Quando a linha é rompida, toda a organização defensiva se perde.
A cavalaria blindada foi perdendo importância à medida que foram aparecendo as armas de fogo, mas o conceito da ruptura das linhas inimigas foi novamente introduzido durante a I Guerra Mundial com a introdução do carro de combate, que na prática desempenhou a função do cavaleiro com armadura da idade média.
A cavalaria blindada é portanto na sua essencia uma arma ofensiva, e desde logo na Europa os nossos exércitos quase sempre foram forças defensivas e não ofensivas, enquanto que o tipo de inimigos que encontrámos fora do país podiam ser enfrentados ou com navios ou com forças de infantaria.
A Cavalaria á portanto importante apenas como arma defensiva, função para a qual não é a arma mais adequada.
Para combater um tanque, diz-se que a melhor arma é outro tanque, mas pelo que vimos no Iraque, onde os M1 americanos destruiram centenas ou milhares de T-72 e T-55 nas duas guerras sem que um único M1 tenha sido destruido, deixam-nos a pensar que isto não é verdade.
Aliás, quando olhamos para o Iraque verificamos que os únicos Abrams destruidos foram destruidos por armas ligeiras anti-tanque.
A lição que creio que se deve extrair, é a de que os tanques não são das armas mais eficientes como armas defensivas e que armamento ligeiro mas poderoso pode efectivamente resultar tão bem ou melhor.
O que de alguma forma explica e justifica a grande redução do numero de carros de combate principais prevista para o exército português, que não é exctamente uma má noticia, desde que acompanhada do necessário reforço de unidades ligeiras e móveis com equipamentos que possam de alguma forma equilibrar a falta de tanques.
Cumprimentos