Kosovo - À Procura do Beijo Impossível

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comanche

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« Responder #15 em: Dezembro 04, 2007, 11:49:36 am »
Albaneses e sérvios do Kosovo com vidas paralelas em Mitrovica


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A norte do rio Ibar Zorica Kragovic vende roupa para criança em dinares sérvios. A sul Burim Sezimi e a mulher, Tahire, negoceiam vestidos de noiva em euros. Num e noutro lado do rio, atravessado pela ponte de Austerlitz, sérvios e albaneses têm vidas paralelas dentro da mesma cidade, Mitrovica, o símbolo máximo da divisão étnica no Kosovo. A tensão é contida, o alarmismo varia, mas a situação pode explodir a qualquer momento: os sérvios recusam-se a aceitar a independência do Kosovo e os albaneses dizem não haver outra solução para o estatuto final da província que, desde 1999, é administrada pelas Nações Unidas e vigiada por 16 mil militares da NATO.

"Não vou ao outro lado [da ponte] nem a Pristina [capital kosovar] porque tenho medo. Na zona onde vivo há albaneses que apedrejam os nossos carros quando passamos", conta Zorica, ex-estudante de geografia com 22 anos, enquanto observa o mercado onde sérvios de todo o Kosovo vêm uma vez por semana vender produtos. "Nós vamos ficar aqui, não vamos sair, talvez venha a haver outra guerra [como a que nos anos 90 opôs as forças militares sérvias de Slobodan Milosevic aos combatentes albaneses do UÇK]." Dragomir, um professor de 60 anos, cujo salário é pago por Belgrado, alerta que no caso de os albaneses declararem a independência do Kosovo no dia 10 - data de entrega do relatório sobre o estatuto final da província ao secretário-geral da ONU - a situação ainda vai ficar pior do que já está e arrastar-se-á como em Israel e em Chipre.

Na parte sul de Mitrovica, cidade que fica a menos de 40 quilómetros de Pristina, Burim garante que "não haverá nova guerra porque os sérvios podem aceitar a independência", revelando ainda que tem vizinhos do Norte na lista de clientes da sua loja, situada numa movimentada rua a meio caminho entre os minaretes de duas mesquitas. "Os sérvios não vêm aqui porque têm medo, mas não têm razões, como no passado", diz Artan Maxhuni, dono de uma loja de móveis, a quem o negócio corre melhor no Verão. "É quando os emigrantes kosovares que têm dinheiro vêm a Mitrovica. As pessoas aqui não têm poder de compra, ganham 50 euros por mês, nem sequer pagam a luz!"

Mas o passado é, justamente, o problema para muitos dos 70 mil habitantes da cidade. Olivera Mitrovic, sérvia de 77 anos, perdeu dois filhos na guerra às mãos do UÇK. Não pode visitar as suas sepulturas porque estão do outro lado da ponte. "Todos os sábados as pessoas vêm aqui ao mercado e eu venho a este monumento chorar por eles", conta, adiantando que já nada lhe interessa em relação ao futuro do Kosovo. Ferlci Sh. viu o pai ser morto pelos sérvios em 1999 e a sua casa ocupada desde então. "Há oito anos que fugi do lado norte, agora vivo no sul, onde trabalho como músico", explica o albanês de 30 anos, barba comprida, já atrasado para a terceira oração do dia.

Mitrovica é, no contexto actual, uma das zonas mais sensíveis para a ONU. "Há três linhas vermelhas estabelecidas: uma é a de não permitir violência, outra é a de que os contactos com a ONU não sejam quebrados e a outra é que não haja controlo de segurança paralelos [por parte de grupos radicais no Norte do Kosovo]", explicou ao DN o porta-voz da Unmik, Alexander Ivanko, assegurando que existem boas relações com todos os líderes daquela cidade e que existe já um grande "cansaço da violência no Kosovo e nos Balcãs em geral". É o que falta comprovar. A partir do dia 10.
 

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ricardonunes

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« Responder #16 em: Dezembro 05, 2007, 10:40:10 pm »
Rússia anuncia manobras navais no Atlântico e Mediterrâneo

A marinha russa vai iniciar exercícios no oceano Atlântico e mar Mediterrâneo, revelou hoje o ministro da Defesa, Anatoli Serdiukov. O anúncio insere-se na recente política de demonstração do poderio militar de Moscovo face ao Ocidente.

“A partir de hoje, e até 3 de Fevereiro de 2008, estão previstas missões navais no nordeste do oceano Atlântico e no mar Mediterrâneo”, revelou o responsável após um encontro com o Presidente russo, Vladimir Putin.

“O objectivo é garantir a presença naval [russa] em regiões tacticamente importantes dos mares do mundo”, explicou Serdiukov, citado pela agência russa Interfax.

Segundo o responsável, dezenas de navios das frotas do Báltico e do mar Negro vão participar nestes “exercícios tácticos” que contarão com o apoio de 47 aviões, entre eles bombardeiros estratégicos.

“Prevemos atracar em portos de seis países e durante os 71 dias os nossos navios vão percorrer mais de 12 mil milhas marítimas”, acrescentou.

A realização de manobras navais longe das suas costas insere-se numa estratégia de Putin – tanto para consumo interno como externo – de que a Rússia reassumiu o lugar de grande potência mundial, depois do colapso político e económico que se seguiu à queda da antiga União Soviética.

Graças às receitas geradas pelo petróleo e gás natural, o Kremlin está a investir enormes quantias na modernização das suas forças, lançando-se numa frenética corrida ao armamento. No entanto, a Marinha, orgulho e símbolo da antiga URSS, sofre ainda os efeitos de mais de uma década de desinvestimento, de que o acidente com o submarino nuclear Kursk, em 2000, foi o pior exemplo.

Este ano, Moscovo tinha já retomado as missões de longo alcance dos seus bombardeiros estratégicos, que chegaram a avistar-se com caças norte-americanos junto à base de Guam, no Pacífico, retomando uma provocação habitual durante a Guerra Fria.

A 20 de Julho, recorda a AFP, o Exército norueguês detectou bombadeiros russos em missão no mar do Norte, voando em “latitudes pouco habituais” entre a Noruega e o Reino Unido.

Moscovo anunciou também que pretende lançar-se na conquista do espaço submarino, tendo enviado em Agosto uma missão de exploração para colocar uma bandeira russa no fundo o oceano Árctico, sob o pólo Norte, numa zona disputada internacionalmente por ser considerada rica em hidrocarboneto.

Recentemente, o chefe da Frota do mar do Norte, o almirante Vladimir Massorin, tinha admitido que o país estava a ponderar repor uma presença naval permanente no Mediterrâneo, onde está sedeada a VI frota americana.
publico

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Coincidência de acontecimentos? Ou...
Potius mori quam foedari
 

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Luso

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« Responder #17 em: Dezembro 05, 2007, 11:17:12 pm »
Está-se a prever pancadaria para aqueles lados?
Pergunto-me se a percepção da "questão muçulmana" alterou ao longo dos anos face às experiências mais recentes...
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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ricardonunes

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« Responder #18 em: Dezembro 05, 2007, 11:29:23 pm »
Citação de: "Luso"
Está-se a prever pancadaria para aqueles lados?

Quanto a esta questão, respondo com esta noticia  c34x
 

Citação de: "Luso"
Pergunto-me se a percepção da "questão muçulmana" alterou ao longo dos anos face às experiências mais recentes...


A essa questão não sei responder nada :oops:
Potius mori quam foedari
 

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comanche

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« Responder #19 em: Dezembro 11, 2007, 12:38:07 pm »
Kosovo: "Sem o Kosovo, a Sérvia não existe" - bispo ortodoxo sérvio

Rui Parracho, da agência Lusa

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Pristina, 11 Dez (Lusa) - "Sem o Kosovo, a Sérvia não existe", garante o bispo Artemije, responsável pela diocese kosovar de Raska-Prizren da Igreja Ortodoxa Sérvia e uma das vozes sérvias mais influentes do território.

Em entrevista a jornalistas portugueses no mosteiro de Gracanica, onde reside, num enclave sérvio a meia dúzia de quilómetros de Pristina, o bispo afirma a sua completa oposição à independência do Kosovo, que deverá ser brevemente proclamada pelos kosovares albaneses.

O Kosovo "é o berço da Sérvia" e deve manter-se como parte integrante da "pátria sérvia".

"A Sérvia não pode ficar parada se lhe tirarem 15 por cento do seu território", nota o bispo, defendendo a tomada de posições por parte de Belgrado no caso da proclamação da independência pelos albaneses, como "a mobilização, o fecho de fronteiras e outras medidas".

Para Artemije, "a Sérvia deve demonstrar que se importa que o Kosovo fique na Sérvia e, no caso de secessão violenta, deve actuar como qualquer outro Estado democrático actuaria".

O religioso procura matizar as suas palavras, referindo que "não se trata de uma declaração de guerra" e que "não deseja a guerra".

Contudo, "a Sérvia deve defender-se em caso de perigo", adverte.

Segundo o bispo, desde 1999, data da intervenção da NATO para pôr fim à guerra no Kosovo, pouco mudou nas condições de vida dos kosovares sérvios.

"Continuamos sem direitos humanos, sem direito de associação, sem liberdade, sem educação", afirma.

"Em 1999, havia dez mortos sérvios por dia às mãos dos albaneses e agora há menos, mas ainda há", acrescenta o bispo, denunciando ainda a destruição das condições de vida e da herança cultural sérvia no Kosovo.

"Dezenas de milhares de casas de sérvios foram destruídas, bem como mais de 150 igrejas e mosteiros, toda uma herança cultural dos séculos XIII e XIV", assegura.

O bispo é também resolutamente crítico da intervenção internacional.

"A resolução da ONU (que instituiu a administração internacional do território, em 1999) visava possibilitar a criação de condições de paz e segurança, mas essas condições só foram criadas para os albaneses, e não para os outros", afirma.

O dignitário religioso nota ainda que cerca de 250.000 sérvios foram forçados a fugir do Kosovo e que, apesar de a resolução 1244 da ONU afirmar que todos os refugiados têm direito a regressar, "nem 2 por cento dos sérvios regressou".

"Esses 250.000 sérvios foram forçados a fugir pelos albaneses, que fizeram ainda mais de 13.000 raptos e mil mortes", aponta o bispo, notando que, ainda hoje, há mais sérvios a sair do território do que a regressar.

"Trata-se de crimes não punidos cometidos pelos albaneses. Nem um perpetrador foi identificado", garante.

Quanto à actuação da Kfor, a força da NATO que garante a segurança no Kosovo, Artemije diz também "não ter bases para confiar" nela.

"Os crimes e o sofrimento aconteceram na presença da Kfor, que não garantiu a segurança", afirmou, exemplificando com os acontecimentos de Março de 2004, em que questões aparentemente menores levaram a que multidões albanesas se voltassem contra os seus vizinhos sérvios.

O bispo elogia contudo as autoridades de Belgrado, considerando que o actual governo sérvio "tem um grande nível de preocupação, tentando proteger e manter o Kosovo na Sérvia".

Artemije manifesta ainda a esperança de que a independência não se verifique, adiantando que, a concretizar-se, "serão violadores, assassinos e terroristas que estarão a ser recompensados pela comunidade internacional com a independência".

Como solução para a crise kosovar, Artemije vê apenas "as várias propostas para uma solução mutuamente aceitável apresentadas pela equipa negocial sérvia" nas negociações com a parte albanesa, mediadas pela troika internacional (UE, EUA e Rússia), sucessivamente rejeitadas por Pristina.

As conversações não permitiram qualquer acordo entre as duas partes, com Belgrado, com o apoio da Rússia, a aceitar apenas conceder uma autonomia alargada ao território, enquanto os kosovares, suportados pelos Estados Unidos e alguns países europeus, não cedem na sua pretensão de independência.

"A outra parte teve o apoio dos Estados Unidos e de vários países europeus à sua pretensão de independência", podendo assim recusar as propostas sérvias, notou o bispo.

Segundo ele, a acontecer a proclamação de independência, manter-se-á "uma situação de crise e poderá verificar-se uma cisão na União Europeia e o alargamento da instabilidade aos Balcãs e à Europa".

As perspectivas de reconciliação, no entender do bispo, só existirão quando as duas partes estiverem empenhadas nela.

"Os sérvios já provaram essa vontade, ao permanecerem no Kosovo. Os albaneses, pelo contrário, continuam empenhados numa limpeza étnica", sublinha.

O bispo Artemije mantém contudo ainda algumas esperanças.

"Um homem que acredita em Deus, também acredita num futuro melhor", conclui.

Nada, contudo, parece indicar que os kosovares albaneses tenham a intenção de desistir da proclamação da independência, que garantem para breve, mas em concertação com a comunidade internacional, como reafirmou recentemente o primeiro-ministro eleito kosovar Hasim Thaci.

Observadores internacionais em Pristina apontam para os dois primeiros meses do próximo ano como data possível para a declaração de independência do Kosovo. Onde o bispo Artemije garante que vai continuar.

 

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pedro

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« Responder #20 em: Dezembro 11, 2007, 03:50:28 pm »
So uma pergunta e quem é que vai ganhar a OTAN o a Russia?? :roll:
Cumprimentos
 

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« Responder #21 em: Dezembro 11, 2007, 04:02:53 pm »
a Verdade sobre os terroristas do UÇK:
http://www.kosovo.net/kla2.html
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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comanche

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« Responder #22 em: Dezembro 12, 2007, 12:57:49 am »
A independência do Kosovo vai abrir um precedente para muitas regiões no mundo, na Russia, no caucaso,  etc.
Eu sou contra esta independência, o Kosovo é o berço da nação Sérvia, os dos Uçk são um grupo terrorista, estes Albaneses não são de fiar, nas já na segunda mundial ficaram muito conhecidos os crimes praticados por Albaneses do Kosovo ao serviço das tropas SS alemãs.
Penso a solução mais aceitável, seria a continuação do Kosovo, com grande autonomia na Sérvia, e aonde as duas comunidades vivessem sem agressões.
Os Estados Unidos querem alargar a Nato para o Kosovo, a Sérvia sempre foi um aliado da Russia.

Vai ser mais um erro estratégico dos Usa, e a Europa é que vai ter de pagar, um novo país de maioria muçulmana, sem estruturas, controlado pela máfia em que a corrupção é regra e que  tem aspirações a entrar na União Europeia.
 

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« Responder #23 em: Dezembro 12, 2007, 08:21:28 am »
Exactamente como o comanche disse, é mais uma manobra dos EUA para desestabilizar a Europa, vai abrir um precedente gravissimo e queira Deus que não tenha um efeito-dominó , que a Europa inteira terá de pagar.

Além de que em 1999 tinha ficado acordado que o Kosovo teria uma Autonomia Alargada, NUNCA teria a Independência...mas mais uma vez foi o Ocidente a quebrar o acordado.

Isto é apenas uma questão geoestratégica de influência, os EUA e a UE estão-se marimbando para os "kosovares".
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comanche

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« Responder #24 em: Dezembro 13, 2007, 12:48:01 am »
Os Sérvios já provaram que também não nenhuns santos, e os Albaneses também não o são.

http://br.youtube.com/watch?v=fkgHkxIfgBc
 

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« Responder #25 em: Dezembro 13, 2007, 08:35:32 am »
Citação de: "comanche"
Os Sérvios já provaram que também não nenhuns santos, e os Albaneses também não o são.

http://br.youtube.com/watch?v=fkgHkxIfgBc


Nenhuma das étnias é santa, a imprensa ocidental é que fez passar a imagem que os Sérvios eram uns malandros e os Croatas e Bósnios (e mais tarde os Albaneses) , uns "santinhos".

Basta ver que durante não sei quantos anos o TPI apenas julgava Sérvios, enquanto criminosos de guerra Croatas e Bósnios passeavam á vontade.

Já agora, visto que se vai abrir o precedente de dar independencia a regiões na base de "etnicidade" apenas, para quando a independencia da Rep. Srpska da Bósnia?
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Luso

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« Responder #26 em: Dezembro 13, 2007, 09:37:17 am »
Correndo o risco de ser simplista - portanto esclareçam-me - julgo que não faz sentido para a Europa estar a dar preferência a um povo culturalmente mais distante que o Sérvio.
Esta já deveria ser uma questão exclusivamente europeia, não vos parece?
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« Responder #27 em: Dezembro 13, 2007, 01:44:38 pm »
o Problema é que os Sérvios estão a pagar o preço de serem aliados tradicionais dos Russos

Eu tenho receio é que o efeito dominó venha a dar nisto...



mais uns factos históricos:

A Sérvia e Kosovo
 
   
A mídia ocidental difundiu a imagem de que a Sérvia invadiu a província de Kosovo, realizando por conseguinte um ato de agressão contra a população local. Ocorre que Kosovo sempre pertenceu à Sérvia, sendo um lugar sagrado para os de fé cristã-ortodoxa, com grande força simbólica para a maioria dos iugoslavos. Não se tratou, pois, de uma invasão estrangeira seguida de ocupação militar, mas sim de uma guerra civil travada entre o governo central e uma província separatista.


No monastério sérvio de Visoki Decani, em Kosovo, uma vez por semana ocorre um ritual bizarro. Reunidos em frente ao sarcófago do czar Stefan Dekanski, o seu santo padroeiro, os monges cristãos ortodoxos abrem-lhe a tampa. Ao tempo das preces, dizem eles, os sagrados ossos espalham um incrível perfume de rosas. Obedecem, com essa magia branca, a uma liturgia praticada desde o século 14 para que os restos ilustres lhes inspirem, mediunicamente suponho, como agir na temeridade.


Batalha de Kosovo, 1389


Pelo infeliz retrospecto histórico daquela região da Iugoslávia, quase sempre submersa em tempestades de espadas e tiros, melhor fosse deixarem-nos, os ossos, sempre a descoberto. Kosovo (do pássaro "kos", melro), centro político e religioso do Estado sérvio no medievo, quase nunca soube o que é liberdade. Em 1389, por exemplo, Lazar, um dos seus príncipes, sofreu ali tamanha derrota frente aos turcos otomanos que marcou o início do longo avassalamento do seu povo, obrigado ao tributo fixo e ao serviço militar. Desconfiados da fidelidade deles, dos slavas, os sultões resolveram, durante seu opressivo domínio de cinco séculos, povoá-la com os valsh, albaneses convertidos ao islamismo.


A Jerusalém dos Sérvios

Nada porém arrefeceu a determinação dos sérvios em manterem-se nela. Entre outras razões porque Kosovo, bem antes da ocupação turca, era motivo de peregrinação aos seus santuários e relicários, onde os belos mosteiros de Raska-Priznen, Granica, e tanto outros, fizeram-na não só a Lourdes, como a Jerusalém deles.

Os sérvios somente retomaram o controle sobre ela nas guerras antiturcas de 1912, quando a Sublime Porta Otomana declinava. Oficialmente, ela tornou-se província do Reino da Iugoslávia depois de 1918, não sem antes o exército sérvio sufocar uma rebelião dos albaneses, insatisfeitos com seu status subalterno. A hora da vingança destes soou quando Mussolini ocupou a Albânia, em 1940. A Balli Combetar, agrupamento de albaneses fascistas, atiçados, desforraram-se nos sérvios de Kosovo.


Ícone de Cristo no mosteiro de Decani e um ícone moderno


Kosovo Socialista
 
   
Pouco lhes serviu a baixeza e as atrocidades. Em 1945, os guerrilheiros comunistas de Tito expulsaram os nazi-fascistas, reintegrando-a como província autônoma (pokrajina) na República Socialista Federativa da Iugoslávia. Como os comunistas de Enver Hoxa tomaram também o poder na vizinha Albânia, os kosovares, fossem slavas ou valsh, respiraram aliviados. Imaginaram que por serem ambos governos da mesma fé , obedientes à ideologia marxista-leninista, a pequena região fronteiriça teria descanso. Frustaram-se. Em 1948, Stalin denunciou Tito como um nacionalista pequeno-burguês, hostil à URSS, enquanto o albanês Hoxa, ao contrário, aferrou-se a Moscou.


A Revolta Albanesa

Com o desmantelamento da Iugoslávia comunista a partir de 1989, os albaneses de Kosovo, amplamente majoritários (formam 90% da população de 2,1 milhões de habitantes), a exemplo dos eslovênios, dos croatas e dos bósnios muçulmanos, resolveram também proclamar-se independentes, lançando mão do movimento guerrilheiro do UCK (Exército de Libertação de Kosovo). Ninguém os reconheceu na Europa. Kosovo então mergulhou na guerra civil, na qual a população albanesa foi duramente atingida pela repressão sérvia (estima-se o número dos mortos entre dois a dez mil). Dusan Batakovic, um historiador sérvio da nova geração, defendia, antes da ocupação da província pelas tropas da Otan, no The Kosovo Chronicles, como solução intermediária e distensionante, a cantonização de Kosovo. Ainda que pertecente à Sérvia, ela adotaria o modelo suíço com cinco cantões rurais, havendo um governo misto servo-albanês nas cidades maiores. Durando uns quinze ou vinte anos tal alternativa, acreditou ele, otimista, o sangue esfriaria e a geração futura, distanciada das recentes crueldades, haveria de agir com bom senso. Quer dizer, até a próxima guerra balcânica. No presente, porém, Kosovo acha-se ocupada por tropas do Kfor, desde que Milosevic, quando ainda era presidente da Federação da Iugoslávia (a união da Sérvia com o Montenegro), depois de ter sido submetido a 72 dias de bombardeio aéreo, concordou, em 20 de junho de 1999, em retirar as tropas sérvias da região.


Ironia

O pretexto da intervenção da Otan em Kosovo era evitar que os sérvios comandados por Milosevic orquestrassem uma limpeza étnica, expulsando todos os albaneses da província separatista. A presença militar dos sérvios aumentara desde 1986, quando começaram as primeiras agressões violentas dos albaneses sobre os sérvios kosovares, amplamente minoritários na província. A supressão da autonomia dos albaneses, determinada pelo parlamento iugoslavo em 1986, deu-se exatamente por esse motivo. Agora, apoiados pela tropa de ocupação da Otan, os albaneses estão mais ou menos livres para poderem expulsar os sérvios kosovares dos seus lares, retomando assim as perseguições que eles haviam desencadeado desde 1986. As tropas da Kfor, que vieram para garantir a não perseguição aos albaneses, terminaram sendo, mesmo sem o desejar, a avalista da exclusão dos sérvios kosovares, atacados sem trégua pelos albaneses. Não só isso, a sua presença militar contribuiu para que os albaneses se sentissem suficientemente fortes para irem atacar, com operações de guerrilha, a vizinha Macedônia, alastrando a guerra para mais ao sul dos Bálcãs.


http://educaterra.terra.com.br/voltaire ... ervia2.htm

leia Mais
Iugoslávia
A Destruição de uma Nação
http://educaterra.terra.com.br/voltaire ... slavia.htm

................

A Servia e a Rússia
 
   

Nicolau II, czar da Rússia, foi à guerra em 1914 em defesa da Sérvia  
 

 
A primeira região balcânica a conseguir a sua autonomia foi o reino da Sérvia, em 1878, como resultado da derrota dos turcos na Guerra Russo-Turca de 1877. Desde então, a Sérvia estreitou seus laços de amizade e de dependência com a Rússia, fazendo com que os czares a utilizassem como ponta-de-lança dos seus interesses simultaneamente contra o Império Austro-Húngaro e contra o Império Otomano. Assim, durante séculos, os povos que compunham a Iugoslávia (iugoslavo = os eslavos do sul) foram vítimas, primeiros das partilhas dos imperadores de Roma e de Bizâncio, depois dos governantes de Viena, Istambul e também, mais indiretamente, de Moscou. Eles somente conseguiram sua real autonomia após a Grande Guerra Mundial de 1914-18, devido ao enfraquecimento geral dos seus dominadores (O Império Austro-húngaro foi dissolvido, o império dos czares convulsionou-se em 1917, e o Império Otomano foi derrotado em 1918).


A Guerra Balcânica e a Grande Sérvia
Em 1908, um grupo de jovens oficiais turcos deu início a uma revolução reformista que pretendia modernizar o Império Turco Otomano, mergulhando numa longa estagnação. Ao deporem o sultão, porém, terminaram por incitar uma onda de descontentamento geral contra o domínio turco. Aproveitando-se da confusão provocada pelas reformas, o Reino da Sérvia de Pedro I, da dinastia dos Karagerogevitch, aliou-se aos búlgaros e romenos para dar início a uma guerra que tinha por objetivo afastar os turcos dos Bálcãs. Travou-se então, de 1911 a 1913, a primeira guerra balcânica, que assegurou a independência das nações daquela região. Logo em seguida, as ambições da Sérvia voltaram-se para o Oeste, em vistas da formação da Grande Sérvia, que, por ser um reino geograficamente fechado, desejava anexar a Bósnia, para desta forma por um pé no Mar Adriático. Ocorre que a Bósnia era província do Império Habsburgo desde 1908 e os austríacos viram, por detrás das manobras expansionistas da Sérvia, os interesses de Moscou. Como os czares da Rússia não tinham, nos últimos séculos, conseguido abrir caminho para o Mediterrâneo, devido ao controle que os turcos exerciam sob as duas margens do Bósforo, o governo russo estava insuflando a Sérvia para obter tal fim. No complicado tabuleiro de xadrez balcânico, os povos locais sempre foram vistos como peões sem vontade própria, a não ser a de vingarem-se uns dos outros, movidos pelos que jogavam pesado, isto é, as grandes potências. Como atualmente muitos analistas acreditaram que o bombardeio da Sérvia, executado pela Otan em 1999 durante 72 dias, era uma maneira de atingir e humilhar a Rússia pós-glasnost, uma ex-potência empobrecida e desmoralizada.

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« Responder #28 em: Dezembro 13, 2007, 01:58:16 pm »
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The magnitude of Kosovo reverberates across the centuries. It has survived 609 years and throughout the succeeding generations Kosovo has become the inspiration of an entire nation. And through its grandeur and its religious example it has influenced other nations to seek freedom. Kosovo permanently changed the face of Europe and altered history. Kosovo, 100 years before Columbus sailed for the New World, was a statement for religious freedom and the belief that no man had a right to rule another. Rather than to consent to become slaves to tyranny, the Serbs willingly gave their lives for their religious belief. Seldom in history have we witnessed such a commitment. The Serbs on the Kosovo Field not only paid with the staggering loss of 77,000 lives in one day of battle, but the Serbian nation suffered 500 years of Ottoman slavery as the consequence. Historians have never spoken of Kosovo as though it were an event in the past that will never happen again. Through the centuries, Serbian sacrifice and Kosovo have become synonymous.

The Serbian people have continually assumed that in every century they would again find it necessary to defend their rights to their land, self-determination, and freedom of worship. History in the Balkans continuously repeats itself! In 1690, more than 180,000 Serbs were forced from Kosovo and, again, an equal number were exiled in 1737. After the Congress of Berlin, in 1878, another 150,000 Serbs were expelled. This ongoing trend took on tragic proportions following the war in Crete between Turkey and Greece in 1897. Diplomatic efforts to stem the tide of atrocities against Serbs were useless, but documentation remains to testify to the crimes committed against the Serbian population. The Balkan war of 1912 was fought not only by Serbs but by Montenegrins, Bulgarians, and Greeks to liberate their people from centuries of uninterrupted Islamic aggression. The situation is little changed today.

To understand Kosovo, the American people need to compare the current Balkan crisis with its own American Civil War in which just 4% of the population lost their lives compared to Serbia who lost 52% of her adult male population in WWI and another 26% of her overall population in WWII. Readers of this forum need reminding that during the American Civil War it was the loyal Virginia citizens who refused to secede from the union and formed the state of West Virginia in 1863. Certainly Serbs deserve the same rights to remain in their union, a union which was internationally recognized as a nation in 1878 at the Congress of Berlin.

Not a single head of state, nor any American president, senator, or humanitarian group raised their voices as 200,000 Serbs were "ethnically cleansed" from Kosovo in the last 2 decades. People should be asking, why are the Serbs destined to suffer and be persecuted?

In September 1992, Jehoshua Porat, reporting in the Israeli daily Ha'Artz, claimed: "It seems we have caught the same syndrome as the Russians -- fear that we shall lose billions of dollars from the United States and the West if we say something good about Serbs." Serbs are perplex when the media proclaims Kosovo as Serbian territory, then encourages the Albanians who comprise a majority in just the last 40 years, to secede and seek self-determination while denying the Serbs that same right in Croatia in 1991 in areas where Serbs were the majority and in Bosnia in 1992 where Serbs represented 31% of the population and owned 62% of the land. It was arrogant that the world awarded the Bosnian Muslims for gaining their majority population through their genocide of the Serbs in WWII. Awarding the Albanians for the same disgusting deeds in Kosovo would make a mockery of democratic principles.

During King Milutin's reign of 40 years (1281-1321), he built 40 churches in Kosovo. There are more than 140 Serbian churches and monasteries in Kosovo, a significant number having been built before 1459. More than 75 were built after 1459. There are also more than 80 church ruins that date prior to 1459. The actual seat of the Serbian Orthodox Church was first established in Kosovo at the Pec Patriarchate in 1346 (pictured at the top of this page). The Patriarchate remained in Pec until 1939, when in fear of WWII it was moved to Belgrade. The surviving Monasteries of Pec, Decani, The Virgin of Ljeviska, and Gracanica are monuments to the Serbian people, their dedication to their faith, and a testimony to their cultural achievements.

The time has come for a more balanced and fair assessment of the situation and a review of the facts, not hysterical propaganda. As the Very Rev. Mateja Matejic has observed, "Serbs were the first to anticipate the grave peril coming at one time from Islam and then from Nazism and finally Communism. They were the first to resist ... making the victories of others possible, even if they themselves were defeated."

The following pages of this forum are intended to provide the discerning American reader with historical facts unethically withheld from them by the partisan press and American politicians with a hidden agenda in the Balkans.

Above text written by William Dorich, author of the 1992 book, "Kosovo"
http://www.srpska-mreza.com/Kosovo/index.html

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Ethnic map done by Nazis in 1940

The following map was recovered from the Third Reich and was originally classified as "Top Secret". The title of the map is "Jugoslawien: Volkliche Gliederung Mehrheitsgebiete". The author is Dr. Manfred Straka from Graz's "Sudostdeutsches Institut".


How compelling, that in 1940, and prior to World War II, the Germans needed to know the ethnic make-up of Yugoslavia. Hitler wanted to know precise disposition of peoples of Kingdom of Yugoslavia in 1940 - just a year before his attack and dismemberment of the country.

What should you note on the Hitler's map:

In 1940 Yugoslavia was bordering with both fascist Italy and Nazi Germany itself. (Note "Deutsches Reich" in the North-West corner of the map.) Hitler forcefully annexed Austria in March 1938.
Nazis knew that "Kroaten" = Croats (here in green) and Muslim Bosnians (here in brown) would be their future allies.
They also had to know where "Serben" (here in yellow) live. "Serben" would soon become "Serbische banditen" (sp?).
The Serbs stretch over one third of what is to become Tito's Socialist Republic of Croatia and over two thirds of future Socialist Republic of Bosnia.
"Macedonians" are also presented as a separate ethnic group.
Like Communist Tito after him, Hitler invented new ethnicities. Hitler's addition include: Tschechen (sic!), Windische(?), Prekmurzen...
But Montenegrins are only "Montenegrische Serben" (Serbs from Montenegro).
http://www.srpska-mreza.com/MAPS/Ethnic ... -1940.html

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The following map was issued by U.S. Department of State, Office of The Geographer.

Document id#: 1777 3-92 STATE (INR/GE).

The map was entitled:



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YUGOSLAV REPUBLICS
March 10, 1992
PREDOMINANT ETHNIC GROUPS (*)


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At the time when the map was created (in March 1992) the United States was still recognizing the country of Yugoslavia. Less than a month later (April 6, 1992) the American administration recognized three more countries out of the body of Yugoslavia; the UN recognized multi-ethnic state.


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One more IMPORTANT NOTE: The country of Yugoslavia was formed in 1918. Its first name was the "Kingdom of Serbs, Croats and Slovenes". Those three nations were the constituent nations of Yugoslavia. Thus, they have the right to (using peaceful means) negotiate leaving the union.

Albanians of Kosovo are NOT constituent nation of Yugoslavia. They are minority in the true sense of the term. To make a precedent and give Albanians of Kosovo "right" to secede would open a whole new Pandora's box in the international relationships.






http://www.srpska-mreza.com/MAPS/Ethnic ... -Dept.html
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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« Responder #29 em: Dezembro 13, 2007, 04:13:32 pm »
do MP.net

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Enjoy this bit of light reading:

http://www.hrw.org/reports/2001/kosovo/undword.htm

That's the Human Rights Watch report on the KLA.

The ICTY in 2005 indicted Ramush Haradinaj (a senior KLA commander) and several of his sub-ordinates on 37 counts of war crimes, exemplary of a campaign of ethnic cleansing he supervised against Serbs, Roma and other ethnic minorities in Kosovo.

Here is the source:  http://www.un.org/icty/indictment/engli ... 50224e.htm

"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas