Mensagem do Chefe do Estado-Maior da Armada à Marinha
Publicado em:
2006-09-28
Militares, Militarizados e Civis da Marinha,
Têm vindo a público, nas últimas horas, notícias sobre o alegado envolvimento de alguns militares da Marinha em eventuais actos ilícitos.
O meu primeiro pensamento vai para todos os que, anonimamente, cumprem, dia a dia, em permanência, com dádiva total, as missões da Marinha ao serviço de Portugal e dos Portugueses. Muito em especial lembro os que se encontram em missão da União Europeia na República Democrática do Congo e no mar, longe das famílias.
Assumiremos, como sempre, as nossas responsabilidades. Orgulho-me de vós e exorto-vos a continuar a honrar a nossa Marinha e a nossa Pátria.
Somos uma Instituição secular, respeitada e acarinhada pelos Portugueses e cuja história se confunde com a História da própria Nação. Prestamos, diariamente, serviços relevantes ao País, pautando a nossa actuação pelos mais altos valores morais e éticos, e pelo escrupuloso cumprimento da lei.
Neste contexto, relativamente à investigação em curso, dei instruções aos Órgãos da Marinha para darem toda a colaboração que lhes for solicitada pelas entidades competentes, como é nossa obrigação.
Internamente, ordenei que se proceda a averiguações e tomarei as medidas necessárias para garantir a correcção de procedimentos a todos os níveis e reforçar os mecanismos de controlo, quando tal se justifique.
As instituições têm que estar sempre acima das pessoas e dos interesses particulares. Assim, no âmbito das minhas competências, aplicarei com todo o rigor e celeridade as sanções adequadas a todos os eventuais prevaricadores. Simultaneamente, disponibilizarei todo o apoio institucional aos militares que, no exercício das suas funções e face aos elementos disponíveis, se presuma inocentes.
A defesa dos valores da honestidade, lealdade, dedicação, disciplina e sentido das responsabilidades, que sempre nos nortearam, constitui orientação permanente dos militares da Armada, que não pode ser posta em causa por ilações que carecem de ponderada reflexão.
Conjuntamente ultrapassaremos, como sempre, os maus momentos porque somos “os do mar” e servimos exigindo, apenas, o reconhecimento e o respeito que à Marinha são devidos.