IMD: Portugal é 43º mais competitivo

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Marauder

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IMD: Portugal é 43º mais competitivo
« em: Maio 11, 2006, 10:27:42 am »
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IMD: Portugal é 43º mais competitivo

Portugal interrompeu a tendência descendente que apresentava no ranking de competitividade do Instituto Internacional para o Desenvolvimento da Gestão (IMD), hoje divulgado, ao recuperar duas posições na edição de 2006 para o 43.º lugar.


A edição 2006 do IMD cobre 61 economias - mais uma do que na edição anterior -, divididas em 53 países e oito regiões, a saber, Baviera, Catalunha, Ilha de França, Lombardia, Maharashtra (Índia), Escócia, Estado de São Paulo e Zhejiang, na China.

Esta subida de Portugal interrompe a tendência descendente que trouxe o País do 32.ºlugar em 2001, para o 33.º em 2002, 39.º em 2003 e 2004 e 45.º lugar em 2005.

As classificações devem ser avaliadas tendo em conta o número de participantes considerado, que foi de 49 em 2001, 2002 e 2003, passou entretanto para 60 e subiu agora para 61.

O IMD subdivide o índice geral por dimensão da população, regiões e produto interno bruto (PIB) por habitante.

No primeiro, relativo ao grupo das economias com menos de 20 milhões de habitantes, Portugal ocupa a 26.ª posição, entre 31 integrantes, o que constitui uma recuperação face ao 28.º lugar da edição anterior.

Atrás de Portugal ficaram Eslovénia, Jordânia, Bulgária, Lombardia e Croácia.

Na ordenação respeitante à região Europa-Médio Oriente-África, Portugal continua a aparecer na 26.ª posição, mas agora entre 37 economias, a seguir à Grécia e imediatamente antes da África do Sul.

A Itália aparece aqui na 34.ª posição, a seguir à Federação Russa e antes da Roménia, Polónia e Croácia.

Quando o critério para hierarquizar é o PIB por habitante superior a 10 mil dólares, Portugal surge no 33.º lugar, superando apenas Eslovénia, Lombardia e Itália, que ocupa o último lugar.

Estas classificações resultam da agregação do desempenho em quatro áreas: desempenho económico, eficiência governamental, eficiência empresarial e infra-estruturas.

Na primeira, liderada por EUA, Luxemburgo e República Popular da China e encerrada pela Federação Russa, Jordânia e Indonésia, Portugal surge na 48.ª posição, uma descida de quatro lugares em relação ao ranking anterior.

As principais debilidades são de tal ordem que Portugal surge no fim da lista (61.º) na referente à ameaça que a deslocalização representa para a economia e em 60.º nas que respeitam ao crescimento do PIB e à capacidade da economia de suportar as variações conjunturais.

Ao contrário, a economia portuguesa aparece melhor no índice de termos de troca (o valor da unidade exportada sobre o da importada), ao aparecer no 11.º lugar, nas saídas de investimento directo - 14.ª posição - e na percentagem da população empregue e nas receitas de turismo, em que está no 15.º lugar.

No respeitante à eficiência governamental, encimada por Hong Kong, Singapura e Dinamarca e encerrada por Polónia, Brasil e Itália, Portugal ocupa a 42.ª posição, uma descida de um lugar.

Os principais pontos positivos são a ausência de problemas sociais por discriminação racial ou sexual (7.º lugar), as leis da imigração, que não impedem o emprego de trabalhadores estrangeiros (10.º lugar), e a estabilidade cambial, com Portugal no 14.º lugar.

Ao contrário, as principais fraquezas situam-se na evasão fiscal, cuja dimensão coloca o País na 55.ª posição, e no número de dias necessários para iniciar um negócio e no défice orçamental, que põem Portugal no 54.º lugar.

A pior classificação da economia portuguesa nas quatro áreas é na da eficiência empresarial, apesar de melhorar uma posição, para a 50.ª, na tabela que é liderada por Hong Kong, Islândia e Dinamarca e encerrada por Venezuela, Polónia e Croácia.

Neste ranking Portugal surge à frente da Itália (55.º) e muito perto da França, que aparece em 48.º lugar.

As principais forças da economia portuguesa estão na participação feminina na força de trabalho, que dá direito ao 7.º lugar, na própria dimensão da população activa (10.º) e ainda na cultura nacional, apreciada na perspectiva de abertura às ideias estrangeiras, que permite a 20.ª posição.

Ao contrário, as fraquezas mais acentuadas são o débil empreendorismo dos gestores, que colocam o País no último lugar, a formação (penúltimo lugar) e a adaptabilidade das empresas às mudanças de mercado em que, tal como na satisfação os clientes, Portugal aparece no antepenúltimo posto.

Na quarta área, relativa às infra- estruturas, é onde o País aparece em melhor posição, ao melhorar um posto para o 34.º lugar na classificação liderada por EUA, Japão e Dinamarca, e encerrada por México, África do Sul e Indonésia.

Os contributos mais determinantes para esta evolução vieram do critério relativo aos rácio entre professores e alunos no ensino secundário e primário, em que Portugal lidera no primeiro e ocupa o 5.º lugar no segundo, e ainda da despesa pública em educação, expressa em percentagem do PIB, que permite o 8.º lugar.

Ao contrário, nesta área os priores critérios de desempenho são os custos de ligação à Internet e a ausência do desenvolvimento sustentável nas prioridades das empresas (56.º), bem como a iliteracia económica da população (54.ª posição).

O parceiro português da IMD neste anuário, a Formédia, aponta ainda vários desafios que, considera, o País enfrentará em 2006, o primeiro dos quais é reduzir o défice orçamental.

Aumentar a competitividade e as exportações e mostrar empenho na redução do desemprego são outros dois, a que acrescenta o da realização da reforma da administração pública e da justiça e a conjugação da melhoria da qualidade dos serviços de saúde com a redução de custos.

O IMD publica este anuário sobre competitividade desde 1989 de forma ininterrupta.

Os 'rankings' são baseados em 312 critérios.

Estes dividem-se em 126 indicadores estatísticos extraídos de informação disponibilizada por organizações internacionais, nacionais e regionais, 113 baseados em inquéritos de opinião e 73 que são apresentados como informação de 'background' mas não utilizados na construção das ordenações.

Os primeiros pesam dois terços do total e os do inquérito, respondido por 4.055 líderes de opinião, como professores universitários, empresários, gestores, sindicalistas, políticos, personalidades da cultura e ciência, o terço restante.

Todos estão agrupados em quatro factores de competitividade, a saber, o desempenho da economia, que mobiliza 77 critérios, a eficiência do governo (72), a das empresas (68) e a infra- estrutura, que mobiliza 95 critérios.

O primeiro inclui economia doméstica, comércio internacional, investimento internacional, emprego e preços.

O segundo desdobra-se em finanças públicas, política fiscal, ferramentas institucionais, legislação para empresas e enquadramento social.

O factor relativo à eficiência das empresas inclui produtividade, mercado de emprego, finanças, práticas de gestão e atitudes e valores.

O último tem como sub-factores as infra- estruturas básicas, tecnológica e científica, saúde e ambiente e educação.

Diário Digital / Lusa

11-05-2006 0:01:00


de:
http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro%5 ... news=66919

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