Instruções para atirar

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Jorge Pereira

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Instruções para atirar
« em: Março 21, 2006, 05:16:34 pm »
Citação de: "Correio da Manhã"
Exclusivo CM  

2006-03-21 - 13:00:00

Instruções para atirar
 
Jorge Paula

 
O fogo hostil em bairros problemáticos, que só no ano passado matou três agentes da PSP, na zona de Lisboa, passa a ter uma resposta à altura por parte da Polícia. Chama-se Modelo Integrado de Prevenção e Intervenção Policial e foi ontem apresentado, na Direcção Nacional, ao ministro da Administração Interna, António Costa.  
 
 
Depois de Ireneu Dinis, abatido à traição na Cova da Moura, Amadora, em Fevereiro, foi a vez de os agentes António Abrantes e Paulo Alves caírem às mãos de um criminoso, na madrugada de 20 de Março, também na Amadora.

Nessa altura, disse ontem o intendente Barros Correia, director do Departamento de Operações da PSP, “foi criado um grupo que se dedicou ao diagnóstico da criminalidade violenta em bairros problemáticos” – e às directivas operacionais, que foram apresentadas ao ministro António Costa.

A partir de agora, segundo fontes policiais contactadas pelo CM, os agentes têm instruções para responder aos tiros criminosos . O patrulhamento vai ser reforçado, mais do que os dois agentes habituais num veículo; armamento mais eficaz, sempre à mão e pronto a atirar – e coletes à prova de bala sempre vestidos nessas circunstâncias.

O nível de actuação, segundo disse ontem o ministro, vai depender da perigosidade de cada local: “Os bairro estão classificados em três níveis [de perigosidade] – alto, médio e baixo – e a actuação é traçada em função desse risco.”

Estas novas medidas vão abranger o Corpo de Intervenção, o Grupo de Operações Especiais e as simples patrulhas da PSP.

A GNR também vai passar a dar “resposta adequada ao fogo criminoso” durante as suas operações – de acordo com instruções do comando-geral. Os militares autores de disparos fatais vão ter acompanhamento jurídico, já garantido pelo actual comandante-geral daquela força, tenente-general Mourato Nunes.

“O apoio jurídico a polícias que, em serviço, atinjam os suspeitos em fuga ou em legítima defesa” é fundamental, disse ao CM fonte policial, salientando: “A falta de protecção jurídica inibe as forças policiais de ripostarem ao fogo hostil.”

Entretanto, três pelotões (90 militares) do Batalhão Operacional do Regimento de Infantaria da GNR, que fizeram parte do subagrupamento Alfa, em Nassíria, no sul do Iraque, vão reforçar o patrulhamento nas zonas de maior criminalidade dos concelhos de Almada, Loures e Sintra. Estas equipas passam a estar fortemente armadas com as novas pistolas-metralhadoras HK G36.

A grande maioria dos militares que compõem estes três pelotões passaram três ou mais meses no Iraque. “O treino que receberam e as situações que enfrentaram dão uma garantia de segurança em zonas de maior tensão”, diz a mesma fonte.

"HOMENAGEM TAMBÉM É PUNIR"

Dez elementos do Corpo de Intervenção da PSP, fardados a rigor, perfilaram ontem à tarde em sentido, ao som do Hino Nacional. E em frente ao painel com a imagem da Nossa Senhora da Penha de França, na sede da Direcção Nacional da PSP, ao lado do memorial com os nomes de todos os agentes da PSP mortos em serviço, o ministro da Administração Interna depositou uma coroa de flores em forma de homenagem.

Uma homenagem que, segundo António Costa, também passa por “combater e punir todos os que atentam contra a vida de um agente de segurança. Não há nada mais grave num Estado de Direito”.

PORMENORES

PISTOLAS NOVAS

Os operacionais da PSP e da GNR serão equipados em breve com novas pistolas, após a abertura de um concurso público por parte do Governo para aquisição de armas. As principais candidatas são as Glock de 9 mm, iguais às utilizadas pelos inspectores da Polícia Judiciária.

BATALHÃO AVANÇA

Os bairros de maior risco, nas áreas vigiadas pela GNR, serão patrulhados por equipas do Batalhão Operacional, uma unidade de reserva às ordens do Comando Geral, e que já esteve em operações no Iraque.

PATRULHAMENTO

Cada equipa do Batalhão Operacional da Guarda Nacional Republicana destacada para bairros de risco será formada por sete a 14 militares, liderada por um oficial ou sargento. Um pelotão, constituído por 30 homens, vai estar sempre no terreno – enquanto outros dois ficam de prevenção 24 horas por dia.


Decisão acertadíssima que só peca por tardia.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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Lightning

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« Responder #1 em: Março 21, 2006, 07:54:04 pm »
Citar
Estas equipas passam a estar fortemente armadas com as novas pistolas-metralhadoras HK G36


É só um pormenor mas penso que uma HK G36 seja uma espingarda automática que usa munições de calibre 5.56, que eu saiba uma pistola-metrelhadora é por exemplo uma HK MP5 que usa uma munições de pistola 9mm.
 

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ricardonunes

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« Responder #2 em: Março 21, 2006, 10:29:21 pm »
Diário Digital
    Os polícias estão com o pé atrás relativamente ao plano de acção anunciado esta segunda-feira pelo ministro da Administração Interna, António Costa. Um policiamento mais musculado vai «aumentar os processos-crime e os processos disciplinares», dizem os sindicatos. Além disso, sublinham que há militares que, desde o início da carreira, nunca mais treinaram o uso da arma.

    Um policiamento mais reactivo e disparos mais rápidos são respostas da PSP e da GNR à crescente ameaça aos agentes das forças de segurança. O Modelo Integrado de Prevenção e Intervenção Policial foi apresentado ao ministro da Administração Interna um ano depois do assassinato de dois agentes na Amadora e dá instruções de reacção em caso de tiroteio.

    Mas os sindicatos prevêem o pior. «Nós neste momento já temos processos disciplinares só por andarmos na rua com a mão na arma», explica Ernesto Rodrigues, da Associação Sindical Independente de Agentes da PSP. «Com a actual legislação não podemos usar armas de fogo de uma forma mais musculada», afirma. Se o fizerem, admite, isso «vai aumentar o número de processos
[crime e disciplinares] contra os elementos das forças de segurança».

A anunciada liberdade para disparar também não convence José Alho, dirigente sindical da GNR. «A lei só nos permite ripostar perante ameaça de morte - nossa ou de colegas - e perante igualdade de armas», esclarece. Ora, «se a lei não foi alterada», fica a dúvida: «podemos disparar em que aspecto?»

Em que aspecto e com que armas, acrescente-se. É que, de acordo com os sindicatos ouvidos pelo PortugalDiário, os elementos das forças de segurança não estão preparados para responder ao fogo com fogo. «Eu, por exemplo, não faço tiro há três anos», admite Ernesto Rodrigues. Três anos sem treinar. Um prazo demasiado longo que pode ser fatal em caso de tiroteio.

Mas há casos piores. «No grupo territorial da GNR de Beja há cinco anos que ninguém faz tiro com a arma que usa», garante José Alho, da Associação Socio-Profissional Independente da Guarda. O mesmo responsável acrescenta: «há pessoas que só fizeram [treino de tiro] no curso e depois nunca mais». O ideal, explica, «devia ser mensalmente». «Há pessoas que exercem funções burocráticas que se forem chamados a intervir numa situação de ordem pública não estão preparadas», sublinha Ernesto Rodrigues.

Optimista relativamente ao novo plano de acção, Paulo Rodrigues está, no entanto, céptico quanto à sua execução. O dirigente da ASPP (Associação Sindical dos Profissionais de Polícia) defende um «patrulhamento activo» e de «proximidade». Concorda com o aumento do número de polícias em cada patrulha e espera pela «execução prática» do plano teórico.

Este projecto prevê mais elementos nas patrulhas em bairros perigosos. Recurso frequente e articulado ao Grupo de Operações Especiais e ao Corpo de Intervenção. E um mapa digital com as pontos mais perigosos das grandes áreas metropolitanas.
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Potius mori quam foedari
 

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« Responder #3 em: Março 22, 2006, 09:15:29 pm »
Citar
A partir de agora, segundo fontes policiais contactadas pelo CM, os agentes têm instruções para responder aos tiros criminosos


Então quer dizer que até agora só podiam pedir educadamente para acabar com o tiroteio?! :mrgreen:


Cumptos
A realidade não alimenta fóruns....
 

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Pantera

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« Responder #4 em: Março 22, 2006, 09:23:27 pm »
Isto é mais uma medida para enganar o povo português,bem à maneira socialista,só pode.Isto na prática não vai dar em nada,os policias vão continuar a ser suspensos e processados sempre que meterem o pé na argola.

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Azraael

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« Responder #5 em: Março 22, 2006, 10:52:21 pm »
Citação de: "Jorge Pereira"
Decisão acertadíssima que só peca por tardia.
Nao podia concordar mais...

Citação de: "Pantera"
os policias vão continuar a ser suspensos e processados sempre que meterem o pé na argola.

E' o que merece quem "mete o pe na argola".
 

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PATTON

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« Responder #6 em: Abril 03, 2006, 03:41:54 pm »
Sim eu espero para ver :moca:
O que é certo é que tem existido um desrespeito pela autoridade, e somente com um meio dissuasor :Combate: naaaa  :G-Ok:
 

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Rui Elias

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« Responder #7 em: Abril 26, 2006, 05:15:38 pm »
Citar
A partir de agora, segundo fontes policiais contactadas pelo CM, os agentes têm instruções para responder aos tiros criminosos


 :lol:

É de notar que é recorrente os polícias, principalmente os da PSP queixarem-se dos mau estado e idade das armas,  o que as torna pouco fiáveis.
 

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Pantera

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« Responder #8 em: Abril 26, 2006, 07:18:58 pm »
Citação de: "Rui Elias"
Citar
A partir de agora, segundo fontes policiais contactadas pelo CM, os agentes têm instruções para responder aos tiros criminosos

 :lol:

É de notar que é recorrente os polícias, principalmente os da PSP queixarem-se dos mau estado e idade das armas,  o que as torna pouco fiáveis.


antigamente tinha que pedir licença aos criminosos. c34x
mas de facto esta noticia é parvota.