Verdade seja dita que ao Marquês de Pombal só apanharam esta vez "com as calças na mão", pois até cerca de 1780 tinhamos um exercito bem organizado - sem falar na marinha, que entre 1775 e 1805 era de se ter orgulho.
Esta é uma realidade muitas vezes esquecida.
Ainda há pouco, num fórum de nuestros hermanos (where else) vi uma descrição da marinha portuguesa nessa altura em que (como é hábito) se falava da decadência da marinha portuguesa no inicio do século XIX.
Na altura, a Holanda estava relativamente decadente, mas Portugal tinha conseguido reconstruir a marinha, de forma a que ela fosse a quarta mais poderosa do mundo. Aqui, há que no entanto referir que neste caso há bastante influência do periodo brasileiro.
= = =
Quanto à operação Félix e ao periodo imediatamente anterior, é importante dizer que no inicio dos anos 30, os planos navais apontavam para a construção de uma marinha mais importante.
Em 1931/34, com a República Espanhola, o regime começou a sentir-se pressionado e passou a considerar a Espanha como uma potêncial ameaça.
É por isso, que o planos posteriores abandonam os projectos navais (construção de um transporte de aviões e de pelo menos um cruzador) para passar a dar primazia ao exército, porque se considerou que a Espanha estava a caminhar para uma guerra, onde inevitavelmente de uma maneira ou de outra, Portugal tinha que intervir.
Os planos posteriores a 33/34 e 34/36 são segundo alguns historiadores, a preparação de Portugal para intervir na guerra em Espanha.
Para muitos, a opção por cancelar os projectos navais acabou por ser um erro, porque o país não podia de nenhuma forma defender-se de uma invasão e a nossa capacidade de sobrevivência baseava-se na força que poderiamos ter do império e do controlo dos Açores.
Quando começou a guerra, não tinhamos o exército em condições e a marinha também não tinha meios suficientes. As ilhas estavam completamente desprotegidas e mesmo com o envio de quase toda a Força Aérea para lá, continuavam a estar "parcamente" defendidas.
Verdade se diga, que perante a força das divisões alemãs, pouco se poderia fazer.
Mesmo que Portugal tivesse cinco divisões operacionais, podemos comparar com o que aconteceu na Grécia, onde os gregos tinham de 14 a 16 divisões, e receberam apoio de várias divisões britânicas e mesmo assim os alemães ganharam, por causa da sua esmagadora superioridade aérea.
Cumprimentos