São 4h15 da madrugada do dia 9 de Abril de 1918. A artilharia alemã começa a cair sobre as trincheiras. Cai também o gás asfixiante, fosgénio e mostarda. Em meia hora, as redes de arame farpado estão destruídas. As comunicações telegráficas e telefónicas são cortadas. Há mortos e feridos por todo o lado. Muitos soldados são feitos prisioneiros, a maior parte dos comandantes também.
Fica-se com a ideia de que em meia hora, portanto às 04:45, já havia mortos e feridos por todo o lado e que a maioria dos comandantes tinham sido feitos priosioneiros.
Para começo a descrição do «Público» é péssima, e um mau serviço à verdade histórica.
Durante o bombardeamento das trincheiras, ninguém é feito prisioneiro, porque pura e simplesmente os atacantes estão escondidos e protegidos atrás das suas próprias trincheiras.
As unidades da primeira linha tentam resistir, sem saber a quem obedecer. Às 7 horas o fumo mistura-se com o nevoeiro matinal e a infantaria alemã, aproveitando a má visibilidade, avança sobre as trincheiras da frente
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às 07:00 ainda continuava o bombardeamento de artilharia.
A única resistência (ou resposta) foi a da artilharia portuguesa que de facto respondeu, mas os sistemas de trincheiras alemães resistiam melhor que os dos aliados, pelo que a resposta portuguesa, não teve repercussão nenhuma.
A descrição feita pelo Gen. Gomes da Costa e os relatórios ingleses, resultam no horário que está aqui:
http://www.areamilitar.net/Analise/analise.aspx?NrMateria=24&p=2A ordem para substituição das forças portuguesas tinha já sido dada, mas não foram apenas as linhas portuguesas que ficaram desorganizadas com o bombardeamento que começou às 04:15 e que só terminou por volta das 08:45, ou seja, após quatro horas e meia.
Na verdade, numa frente de aproximadamente 12km pode acontecer muita coisa. Muitas secções da frente podem quebrar enquanto outras resistem.
Sabemos que o facto de a frente se ter quebrado em muitos lugares, levou a que os portugueses vissem surgir os alemães pelas costas.
Perante uma situação destas, a rendição foi a solução para muitos.
O numero de baixas é enorme, evidentemente, mas quando olhamos para a dimensão da chacina que foi a I guerra mundial, aquilo era o pão-nosso-de-cada-dia.
Na operação Michael (a primeira das quatro ofensivas de 1918) e que antecedeu a Georgette, os britânicos tiveram 38.000 baixas nas primeiras 24 horas. Desses 21.000 foram soldados que se renderam.
Normalmente a violência a que eram submetidas as primeiras linhas tornava as tropas inoperacionais. Havia casos de loucura. Os soldados pura e simplesmente passavam-se.
Ocorre que também entre os britânicos havia tropas que eram submetidas à violência dos bombardeamentos e que só serviam para cavar trincheiras. O que acontece é que os britânicos, tinham capacidade para transferir as unidades que tinham ficado inoperacionais para divisões de segunda linha, permitindo às divisões continuar na frente.
Por exemplo, os quatro grandes ataques de 1918 (Las Lys foi o segundo) foram tão violentos para o IV exército britânico, que no final, esse exército passou a chamar-se V exército.
Cumprimentos