O maior problema da Defesa, não é se o OE trás mais milhão ou menos milhão. O problema é que quem faz e apresenta o orçamento, sabe que é apenas fictício, porque basta aplicar as cativações e deita por terra qualquer tentativa de renovação das FA. E como sabemos que os salários nunca serão cativados, onde acham que vão ser aplicados os cortes?
Uma breve história para enquadrar a origem das cativações.
Até ao tempo da famosa troika, o Ministro das Finanças, fosse quem fosse, era atormentado por despesa sobre a qual não tinha possibilidade de controlar, só porque estava inscrita no OE. Por exemplo, um Ministro da Agricultura, se tivesse um orçamento de mil milhões de euros, podia executá-lo até ao último cêntimo sem dar "cavaco" ao Ministro das Finanças, e este último é que ficava com o menino nos braços se por exemplo não tivesse como pagar!!!!!
Com a vinda da troika, o Ministro das Finanças ganhou super-poderes, porque foi identificado este problema, de que todos os Ministros tratavam de executar o valores aprovados em OE, sem saberem ou nem se preocuparem se o Estado tem dinheiro ou não para pagar!!!!!!!
Então foi criado um mecanismo para travar os gastos de qualquer ministério. Neste momento, um Ministro já não é "dono" do orçamento do seu ministério, tem de pedir autorização ao Ministro das Finanças para qualquer despesa avançar e até nas contratações!
Temos o caso caricato do Pedro Nuno Santos dar razão ao ex-Presidente da CP que nem sequer tinha dinheiro para comprar rodados novos para os comboios...... mas por acaso e em vez dos trocos que referiu...... não se ter lembrado assim de de repente do elefante que é o sorvedouro da TAP, da autoria do Pedro Nuno Santos!!!!!!
Por fim, há ainda mais uma habilidade criada pelo ex-Ministro das Finanças (Centeno), que para evitar os orçamentos retificativos, criou outra defesa que são as cativações.
Somando a autorização de despesa que o Ministro das Finanças tem de dar a cada Ministro para poderem executar o orçamento mais as cativações, conseguimos perceber como o outro mero contabilista das Finanças passou ao todo poderoso que se senta no Ministério das Finanças, seja ele quem for!!!!!!!
Outra achega, a dificuldade do BE e PCP aprovarem o novo orçamento é o de saberem que o que for inscrito no OE para 2022 pode nunca saír do papel, porque o Ministro das Finanças é quem tem poder de o executar. Por isso é que estão tão renitentes em acordarem o que quer que seja com este governo, porque a palavra do Costa não vale a tinta que gasta!