Sector Naval

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Malagueta

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Sector Naval
« em: Maio 27, 2011, 10:03:44 am »
Vila Real de Santo António assistiu recentemente ao bota-abaixo do atuneiro "Mestre Sacadura", encomendado à Nautiber pelo armador açoriano Pescas Amaral & Sousa e que irá integrar a frota da pesca do atum nos mares dos Açores. Trata-se também do primeiro atuneiro de 25 metros construído por aquela empresa vila-realense de construção naval.
"Já tínhamos construído um palangreiro [para a pesca com anzóis] e uma traineira, também com 25 metros, mas este é o primeiro atuneiro que construímos com estas dimensões", diz Rui Roque, proprietário da Nautiber, empresa que tem liderado o mercado no âmbito da construção de embarcações em fibra de vidro.
O "Mestre Sacadura" não será certamente a última embarcação a sair daqueles estaleiros, mas o futuro começa a apresentar-se cada vez mais complicado num setor com grandes tradições na cidade pombalina. "Tem havido algum trabalho no âmbito da construção de embarcações para a pesca, mas apenas para os Açores, porque para o mercado do continente já acabou. E para os Açores também está a acabar, devido à falta de apoios para o setor", lamenta o empresário e engenheiro de construção naval.
Aliás, uma situação confirmada no dia do bota-abaixo por Gualberto Rita, da empresa Pescas Amaral & Sousa, proprietária da embarcação: "Encomendámos esta embarcação e, em princípio, vamos parar por aqui".
Atualmente, a Nautiber emprega cerca de 40 pessoas. No entanto se forem contabilizados os subcontratados, trabalham diariamente naquele estaleiro de construção naval mais de meia centenas de pessoas. "Ainda temos em construção mais cinco embarcações, mais pequenas do que esta e também para os Açores, mas o futuro é uma incógnita. Depois, não temos mais nada", garante Rui Roque.
O empresário recorda que Vila Real de Santo António teve, há alguns anos, "a capacidade para passar da construção em madeira para a construção em fibra de vidro", especializando-se nesta última área. "Em Vila Real de Santo António temos um know-how que não existe noutro local do país. Ganhou-se uma grande tradição neste tipo de construção e é uma pena que se perca. É que por este caminho, isto vai mesmo acabar", alerta Rui Roque.
De acordo com o responsável da Nautiber, a solução terá forçosamente que passar por substituir a construção pelos setores da reparação e do parqueamento. Porém, esta reconversão implicaria mais algum investimento e a criação de outras condições de trabalho.
Rui Roque diz que a prometida expansão da zona industrial da cidade seria "uma boa forma de levar a cabo essa transição", mas sublinha que a incógnita acerca do avanço das obras está a deixar os empresários do setor num dilema. "Não investimos nas instalações que temos porque nos dizem que não vale a pena, já que a zona industrial vai avançar. Mas, entretanto, também vamos perdendo os timings.", lamenta o aquele engenheiro de construção naval.


Fotos do interior e exterior do "mestre secadura "

http://www.nautiber.pt/verboat.php?id=818
 

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HSMW

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Re: Sector Naval
« Responder #1 em: Junho 09, 2011, 11:29:25 pm »
Construção naval em Portugal e comércio.
http://www.infoempresas.com.pt/C301_CON ... NAVAL.html
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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chaimites

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Re: Sector Naval
« Responder #2 em: Junho 10, 2011, 12:33:35 pm »
O melhor contributo que a construçao naval poderia dar a Portugal era juntar todos os dirigentes politicos que tem dirigido este País  prende-los todos juntos na Amarra e fazer isto:    Anchor Drop!!!

http://youtu.be/oepO8o1R_zo

 fundo bem fundo!!!! la no fundo e que eles estavam bem!
 

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FoxTroop

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Re: Sector Naval
« Responder #3 em: Junho 10, 2011, 08:49:49 pm »
Concordo, apoio e até ajudo a prender os bichos, mas temo que a multa por lançar lixo tóxico borda fora seja alta demais para a minha carteira e já se sabe como os ambientalistas e defensores dos animais são chatos com essas coisas.....
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Sector Naval
« Responder #4 em: Junho 11, 2011, 11:23:16 am »
Aprendam comigo que eu não duro para sempre, era só convidá-los para dar uma voltinha de iate, depois dizer que se eles puxassem aquela corda eles ganham uma prenda muita especial. No final, eles próprios fazem o serviço... :twisted:

7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Malagueta

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Re: Sector Naval
« Responder #5 em: Junho 28, 2011, 11:22:51 am »
DouroAzul recebe novo navio-hotel Douro Spirit
EMPRESA APOSTA NO REFORÇO DA FROTA EM CONTRACICLO COM A RECESSÃO ECONÓMICA

 
embarcação tecnologicamente inovadora e energeticamente eficiente chega domingoe inicia operações no final de abril
projecto classificado de interesse turístico num investimento global de 12,4 milhões de euros
construção adjudicada ao estaleiro naval da navalria, grupo martifer, levou cerca de um ano
                                                                           
Após um ano de construção nos estaleiros da NavalRia, em Aveiro, vai ser entregue domingo o novo navio-hotel da DouroAzul. Tecnologicamente inovador e energeticamente eficiente o Douro Spirit começará a operar a partir do final de  Abril em cruzeiros de uma semana no Douro. A DouroAzul reforça assim a sua frota, passando a ter com a entrada do Douro Spirit, cinco navios-hotel, num total de 11 embarcações.
 
Domingo, dia 10 de Abril, o Douro Spirit navegará pela primeira vez, saindo dos estaleiros da NavalRia pelas 09h30 e estando prevista a chegada ao Cais de Gaia, em Vila Nova de Gaia, cerca das 12h30.
 
Este projecto foi classificado de Interesse para o Turismo e fez parte de uma candidatura submetida ao sistema de incentivos SI Inovação do Ministério da Economia, no valor global de 12,4 milhões de Euros, e que recebeu do Turismo de Portugal a respectiva aprovação tendo sido co-financiado pelo QREN, no âmbito do Programa Operacional Factores de Competitividade.
 
O Douro Spirit destina-se ao mercado internacional, estando já integralmente vendida a sua ocupação para clientes estrangeiros entre 2011 e 2015 e irá operar cruzeiros de uma semana no Douro.
 
Este navio-hotel, que tem 80 metros de comprimento e 11,4 metros de largura, sendo composto por 65 quartos duplos, com uma capacidade para 130 pessoas é a nova aposta da DouroAzul para a continuação do seu plano de expansão e crescimento. O investimento neste navio-hotel irá criar 36 novos postos de trabalho directos (tripulantes do navio) e várias dezenas de postos de trabalho indirectos na região do Douro, pela parte da empresa líder de cruzeiros em Portugal, para além dos que foram criados nos estaleiros da Navalria.
 
“Apesar da recessão económica a DouroAzul decidiu avançar para a construção deste navio-hotel depois de ter assegurado a sua ocupação, junto de operadores turísticos internacionais, entre 2011 e 2015, sendo mais um passo no seu crescimento orgânico e contribuindo, consequentemente, para o aumento da notoriedade no exterior da Região do Douro, património da humanidade”, disse Mário Ferreira, CEO e fundador da Douro Azul.
 
Este novo navio-hotel é inovador e energeticamente mais eficiente, com um menor consumo dos motores propulsores para atingir a mesma velocidade com consequente redução substancial de emissões de CO2. Conta com piscina aquecida e será o primeiro do género com SPA, cabeleireiro e ginásio.
 
É também o primeiro navio do sector a integrar uma rede de fibra óptica, possibilitando as ligações entre quartos e exterior, sistema de gestão hoteleira, house TV para promover a loja e os produtos da região, televisão de alta definição por satélite auto tracking em movimento, filmes de sistema Pay TV, assim como um completo sistema de banda larga de acesso à Internet que poderá ser acedido desde o quarto com o seu próprio teclado sem fios e TV ou com um PC pessoal através dos pontos wireless.
 
A iluminação da embarcação será feita por sistema de LEDs, poupando nos consumos eléctricos e no calor produzido pelos focos que são de luz fria, reduzindo a necessidade de ar condicionado. Tem ainda pré-aquecimento da água de banhos por permutador de calor utilizando a água de arrefecimento dos motores.
 
Sobre a DouroAzul
A DouroAzul é líder no mercado nacional de cruzeiros fluviais. Iniciou a sua actividade há 18 anos, e desde essa data encontra-se em constante expansão. Dispõe de uma frota de 10 embarcações, que passará agora a 11, composta por cinco navios-hotel, quatro barcos que efectuam cruzeiros diários, um Iate de luxo, um barco rabelo e um helicóptero. Com este novo navio-hotel reforçará a sua frota com vista ao fortalecimento da internacionalização, mercado que representou em 2010, cerca de 70% das vendas da DouroAzul, com um valor superior a 8,5 milhões de Euros.
 

Direcção de Comunicação e Relações Institucionais

08-04-2011
 

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Malagueta

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Re: Sector Naval
« Responder #6 em: Junho 28, 2011, 11:29:35 am »
Os Estaleiros Navais do Mondego (ENM), Figueira da Foz, assinaram, nos últimos dias, dois contratos de construção de navios e acreditam na recuperação da unidade de construção naval que está em processo de insolvência, disse fonte empresarial.

O futuro imediato dos ENM, fundados nos anos 40 do século passado, passa pela assembleia de credores agendada para 30 de junho. Nos últimos dias, os ENM anunciaram a assinatura de dois contratos – um catamarã de passageiros e o casco de uma embarcação de pesca – com início de construção agendada para 01 de julho e setembro.

Ouvido pela Lusa, Élio Figueiredo, do departamento comercial dos ENM, justificou a assinatura dos contratos alegando que a empresa “mantém a atividade comercial” e está em processo de recuperação.

Embora alegando que questões relativas ao processo de insolvência extravasam as suas competências no departamento comercial, Élio Figueiredo assumiu que os clientes dos estaleiros “estão plenamente conscientes de que a situação da empresa não é saudável”, disse.

“Mas o mercado existe e queremos demonstrar que a empresa tem mercado. E a administração está a fazer um esforço enorme para encontrar fontes de autofinanciamento”, necessárias para adquirir matérias-primas, pagar aos trabalhadores “e viabilizar os dois projetos”.

O gestor comercial manifestou-se “plenamente confiante” da viabilidade da empresa e que os contratos agora assinados representam “uma verdadeira oportunidade” de recuperação dos ENM.

“Espero que o Estado, que é o maior credor, não se decida pela liquidação. Esse é um cenário que nem sequer equaciono”, afirmou.

O Tribunal Judicial da Figueira da Foz decretou a insolvência dos ENM a 18 de abril, na sequência de um pedido que partiu da própria empresa.

Apenas oito trabalhadores estão no ativo já que os restantes, na ordem da meia centena, suspenderam os contratos em fevereiro alegando ordenados em atraso desde dezembro de 2010, créditos que totalizam cerca de 800 mil euros.

Contactado pela Lusa, o administrador de insolvência Jorge Calvete recusou comentar a assinatura dos contratos por parte dos ENM.

Já os sindicatos do setor desconfiam do anúncio da celebração dos acordos “em cima” da assembleia de credores.

“Espero que não seja uma manobra de marketing. Mas antes do dia 30 não vai haver novidades, isto parece uma forma de colocar pressão em cima do administrador judicial que é quem tem de decidir”, disse à agência Lusa António Moreira, da União de Sindicatos de Coimbra.

Também José Paixão, do Sindicato das Industrias Transformadoras, considerou “muito estranho” o anúncio dos contratos.

“É um risco, porque a última palavra é do administrador de insolvência, [os estaleiros] têm de prestar contas ao administrador judicial”, frisou.

As estruturas sindicais reúnem quinta-feira com a administração dos ENM, pretendendo ainda reunir com o Presidente da Câmara da Figueira da Foz e administrador de insolvência antes da assembleia de 30 de junho, indicou.


Sobre o Navio para a madeira:

Os Estaleiros Navais do Mondego (ENM) vão construir “uma nova embarcação para a atividade marítimo-turística” na Madeira, anunciaram este domingo (12) a empresa da Figueira da Foz e o operador turístico madeirense Brisa Clássica, que a encomendou.

Envolvendo um investimento da ordem de um milhão de euros, o barco, “tipo catamaran”, terá “um comprimento de fora-a-fora de 19,7 metros”, e capacidade para 149 passageiros, acrescenta uma nota divulgada pelas duas empresas.

Construída em alumínio naval e “recorrendo à mais recente tecnologia”, a embarcação deverá ser construída no prazo de 180 dias, tudo indicando que pode estar em pleno funcionamento em março de 2012.

“Esta embarcação é diferente das que têm vindo a operar na Madeira”, disse à Lusa Élio Figueiredo, responsável da área comercial dos ENM, acreditando que “esta será a primeira de um novo ciclo de embarcações marítimo-turísticas” a construir por estes estaleiros. Apostando em baixos consumos e reduzidas emissões de gases, o barco também terá particular preocupação com a eficiência energética, garante aquele responsável
 

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Malagueta

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Re: Sector Naval
« Responder #7 em: Julho 07, 2011, 03:11:31 pm »
boas

nei onde por isso, mas acho que isto, explica mt a diferença entre mts paises e o nosso, no que concerne na estrategia
economica.

" CE investiga ajudas do Estado espanhol à aquisição de navios
A Comissão Europeia abriu a 1 de julho de 2011 uma investigação sobre financiamento o Estado espanhol à compra de navios, através de benefícios fiscais.

Em causa está a compatibilidade com as regras comunitárias relativas aos auxílios estatais. Segundo um comunicado da Comissão, "o plano permitiria as companhias de navegação em certas condições, a compra de navios a preços 20 a 30% inferior ao de mercado.


O Comissário Almunia disse que "a UE precisa de uma indústria naval competitiva internacionalmente e permite um regime fiscal favorável, conhecido como o de imposto de tonelagem (tax tonnage), para que as empresas deslocalizem as suas actividades. Mas a Comissão deve assegurar que o sistema espanhol não excede o permitido pelas regras da UE e não cria distorções à concorrência no mercado interno. "

O regime espanhol permitiria a uma sociedade adquirir um navio por meio de uma complexa estrutura contratual e financeira e não diretamente ao estaleiro. Estas estruturas complexas são introduzidas por b ancos espanhóis e geralmente envolvem uma empresa de leasing, os contribuintes espanhóis que desejam reduzir sua base tributária e um agrupamento de interesse económico (AIE), o beneficiário original do medidas fiscais em causa.

A aplicação de determinadas medidas fiscais exige a aprovação prévia da administração fiscal. Neste ponto, a Comissão considera que este sistema contém um auxílio estatal em benefício da GIE, os contribuintes que investem, e as empresas de transporte que adquiriem os navios, e, possivelmente, o benefício do estaleiro e alguns intermediários.

A Comissão recorda que, até à data, autorizou o sistema de imposto de tonelagem em dezesseis estados membros."
 

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Malagueta

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Re: Sector Naval
« Responder #8 em: Julho 18, 2011, 09:50:02 am »
"Vocação africana dos Estaleiros de Peniche faz ganhar aposta na internacionalização

« anteriorseguinte »Senegal, Nigéria, Cabo Verde e Angola já têm embarcações construídas em Peniche. Agora, chegou a vez de Moçambique e Argélia, porque a Europa é muito proteccionistaMoçambique é, actualmente, o principal destino das exportações dos Estaleiros Navais de Peniche (ENP), que têm em carteira encomendas de 19,5 milhões de euros para aquele país. Dois navios de carga, uma lancha de 29 metros e dois ferries para passageiros destinados ao lago Niassa e a Cahora Bassa fazem parte da lista. O Índico I, um dos dois navios de carga e a lancha, já concluídos, zarparam do porto de Peniche em 29 Junho passado, devendo chegar a Maputo a 4 de Agosto.

"Estas encomendas aconteceram devido à necessidade de Moçambique reequipar o seu transporte marítimo e aproveitando as linhas de crédito, estabelecidas entre o Estado português e o moçambicano", diz Carlos Mota, presidente dos ENP, para quem só graças a estes acordos entre Estados tem sido possível construir navios para os mercados africanos.

Para Angola, os ENP assinaram um contrato para a construção de uma doca flutuante no valor de 7,3 milhões de euros, a fabricar em Peniche e rebocada depois para Luanda, onde será montada. Acompanhando este negócio, este empresário diz que se perspectiva também a recuperação do estaleiro da Soconal na ilha de Luanda, destinado a apoiar a frota artesanal e semi-industrial daquele país, bem como a própria possibilidade de os ENP virem a assumir a própria exploração destes estaleiros.

"A nossa internacionalização, que até agora tem sido só de fornecedores de bens de equipamento, entraria assim numa fase em que nos assumiríamos também como prestadores locais de serviços de reparação naval", diz Carlos Mota.

Contrato de nove milhões

A Argélia é o mais recente mercado desta empresa, para onde vai construir duas lanchas de apoio ao trabalho portuário, num negócio de 800 mil euros, mas que é apenas o início de um contrato mais vasto que inclui o fornecimento de 18 lanchas, no valor de nove milhões de euros.

Nos últimos três anos, os ENP já fabricaram 16 traineiras para Angola e nove water-táxis para a Nigéria, Moçambique e Senegal.

No mercado português conta-se o fabrico de quatro lanchas de piloto para a administração dos portos da Terceira e Graciosa e para as barras do Douro e de Leixões, bem como o apetrechamento final do Sacor II, um navio da Galp para distribuição de combustível na costa portuguesa e que constitui para o ENP um contrato de 1,7 milhões de euros.

A componente reparação tem vindo a perder peso na actividade destes estaleiros, mas em 2010 representou, ainda assim, uma facturação de 2,7 milhões de euros (num total de 12,5 milhões de volume de negócios). Dentro desta, o segmento das embarcações de pesca representou 765 mil euros e tem vindo a cair - sinal também do declínio deste sector de actividade - estando as reparações concentradas nos ferrys, pequenos navios de carga e embarcações ligadas às actividades portuárias, que foram responsáveis, no ano passado, por 1,9 milhões de euros de facturação.

Mas para 2011 está já fechado um contrato com um armador norueguês para a reparação de um navio por um milhão de euros.

Também de um milhão de euros e também para um cliente nórdico é o valor do contrato dos Estaleiros de Peniche com uma empresa finlandesa. A colaboração passa pela montagem de um equipamento para produção de energia através das correntes submarinas.

Para responder às encomendas moçambicanas, os estaleiros de Peniche investiram em 2010 mais de quatro milhões de euros - "sem qualquer apoio oficial", sublinha Carlos Mota - na construção de uma nova doca para receber navios de maior porte e na modernização e ampliação de toda a sua linha de aço. Um investimento que não se traduz directamente num aumento do imobilizado no seu balanço, uma vez que os ENP operam num espaço concessionado pelo Instituto Marítimo Portuário e dos Transportes Marítimos, ao qual pagam 200 mil euros por ano. "O nosso património resume-se aos bens de equipamento móveis", diz Carlos Mota.

De resto isso também acontece com os outros estaleiros congéneres em Portugal - os de Viana do Castelo, que são uma empresa pública, e a Naval Ria, em Aveiro, que pertencem à Martinfer.

Quarto maior estaleiro

Peniche tem o quarto maior estaleiro nacional (após a Lisnave, Estaleiros de Viana do Castelo e Arsenal do Alfeite), mas esta posição sobe para primeiro lugar se se considerar o universo dos estaleiros privados.

Carlos Mota diz que a concorrência entre os estaleiros portugueses não é um problema. Sobre a situação dos de Viana do Castelo, diz apenas desejar que a solução encontrada para a paralisia em que se encontram não aconteça, "uma vez mais, exclusivamente à conta do Orçamento do Estado". Isto, sem deixar de verberar "a infeliz afirmação do presidente da Câmara de Viana do Castelo, quando referiu que não se podem deixar morrer estes estaleiros, por serem os únicos a garantir a construção naval no país".

A crítica ao proteccionismo interno é velada: em Viana do Castelo é o Estado que paga a factura e que arranja os clientes para os estaleiros. Em Peniche, é ele próprio que procura encomendas pelo mundo inteiro.

E na Europa? "É praticamente impossível assegurar uma encomenda no mercado europeu porque há um proteccionismo de cada um dos países para salvaguardar para os seus estaleiros o mercado interno", responde Carlos Mota, lamentando que, já agora, Portugal não faça o mesmo.

"Ainda recentemente o Governo Regional dos Açores abriu um concurso com um valor-base de 18 de milhões de euros, para comprar dois ferries para apoio ao transporte interilhas do qual, na prática, excluiu os estaleiros nacionais com as imposições colocadas a nível do caderno de encargos", referiu o presidente dos estaleiros.

No seu relatório de contas de 2010 a empresa lamenta a "irrelevância" do mercado nacional e "verbera, muito veementemente, a irresponsabilidade com que as empresas de capitais públicos organizam os concursos para as novas construções, num manifesto desprezo impune pela salvaguarda do interesse nacional".
 

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Malagueta

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Re: Sector Naval
« Responder #9 em: Julho 25, 2011, 10:01:33 am »
Construção naval: Portugal passou de 26 mil trabalhadores para um milhar em 40 anos

A indústria naval portuguesa já empregou 26.000 pessoas mas actualmente restam os Estaleiros Navais de Viana do Castelo como a última grande empresa de um sector que nunca se conseguiu levantar após a chegada dos construtores asiáticos.

O contra-almirante Victor Gonçalves de Brito, um dos maiores especialistas em indústria naval, recorda que o pico do sector foi atingido em meados dos anos setenta. Desde então o sector só tem perdido postos de trabalho, empresas e encomendas, até aos cerca de mil trabalhadores actuais.

“As crises económicas cíclicas desde 1973 fizeram reduzir a procura e desviar a indústria da construção naval desde a América do Norte e Europa para a Ásia. Mais recentemente a China e outros países vizinhos tornaram-se construtores com elevada quota de mercado”, justificou o especialista, à Lusa.

Gonçalves de Brito destacou-se no Arsenal do Alfeite, onde foi chefe de divisão de projectos, director técnico e presidente do Conselho de Administração. “Maior produtividade, menores custos de produção e condições de mercado distorcidas”, são os motivos na alteração do mercado.

Há cerca de 40 anos, só nos estaleiros de Viana do Castelo (ENVC), a construção e reparação naval empregava mais de 2.500 trabalhadores, na LISNAVE mais de 8.500 e em Setúbal (SETENAVE) cerca de 5.000. A estes somavam-se ainda 3.400 trabalhadores no Arsenal do Alfeite e cerca de 2.000 espalhados por outros estaleiros.

“A importação de soluções desenvolvidas no Ocidente permitiram a implantação da Ásia como principal centro da indústria naval de grandes navios e de embarcações de serviços”, explica.

A Europa foi relegada para “nichos de navios específicos de alta tecnologia, incluindo navios militares e equipamento para plataformas de exploração oceânica”, diz ainda o homem que liderou o Departamento de Construções da Direcção de Navios da Marinha portuguesa, entre 1994 e 2001.

Quanto a Portugal, os Estaleiros da Lisnave, com cerca de 300 trabalhadores e o maior da Europa na reparação naval, são uma “honrosa excepção” ao panorama em que a modernização e especialização das empresas nacionais simplesmente não foi feita.

“Portugal apenas deverá aspirar à construção de navios em nichos dentro dos nichos, aproveitando situações pontuais de ocasião, potenciando a diplomacia económica e valorizando a entrada na construção de navios militares de tecnologia média, marítimo turísticas e mais algumas outras oportunidades que aparecem esporadicamente”, afirma.

Além da conjuntura internacional e das dificuldades do país, Victor Gonçalves de Brito sublinha que “neste momento a indústria naval portuguesa debate-se com o problema adicional de falta de profissionais qualificados”.

“Mesmo que ocorresse uma viragem nas perspectivas de mercado de procura, a incapacidade de resposta seria um facto face à dita falta de recursos humanos qualificados e à descapitalização dos estaleiros que limita a respectiva actualização tecnológica e a inovação”, assume, ele que também foi presidente do Executivo dos ENVC, em 2010, onde trabalham cerca de 700 pessoas.

“Portugal deixou de ser competitivo”, admite.

Assinala que o país não tem custos de produção baixos, produtividade ou sequer capacidade de gestão “adequadas”.

“E não dispomos de centro de excelência que disponibilizem rapidamente projectos técnicos inovadores e atractivos para os armadores, por total descapitalização das poucas estruturas de engenheiros e projectistas, existentes”, aponta.

Entre o “nicho tecnológico” ao alcance de Portugal, conta-se, defende ainda, a aposta nas renováveis.

“Sobretudo grandes estruturas oceânicas de energia, investigação e recolha de matérias prima para as águas sob controlo nacional, onde seja importante minimizar a distância do local de construção ao local de utilização
 

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miguelbud

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Re: Sector Naval
« Responder #10 em: Agosto 09, 2011, 01:21:13 pm »
Bem, estes estaleiros nao param. O Indico 2 já está pronto.

"Construction 975 Launched
    
ENP Have launched on 28th July 2011 their construction 975, named "ÍNDICO II", to be delivered to the Ministry of Transports and Communications, of the Repulic of Mozambique.

This 57 m Landing Craft is a twin sister of Construction 974, "ÍNDICO I", which was delivered last June and is now underway from Peniche, Portugal to Maputo, Mozambique.

These vessels are the largest of a 5 vessel contract, which also include a 30 m passenger landing craft and two 24 m GRP passenger vessels, one for the Niassa Lake and the other to operate in the Cahora Bassa dam."

http://www.enp.pt/index.php?lop=conteud ... 40275bdc0a
 

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chaimites

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Re: Sector Naval
« Responder #11 em: Agosto 13, 2011, 10:23:26 am »
A Palhaçada na Atlanticoline continua, mas com os Holandeses nao brincam mais!


A Damen desistiu do contrato de construçaão dos novos ferrys para os Açores!  

A atlanticoline vai abrir novo concurso internacional
Depois dos ENVC e da DAMEN resta saber quem sera o novo Actor da novela, mas a continuarem assim um dia destes so em Marte e que compram navios!
 

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ICE 1A+

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Re: Sector Naval
« Responder #12 em: Agosto 14, 2011, 11:16:21 am »
Contou-me um "passarinho" do mundo da construção naval que a Atlanticoline pretendia que os novos ferrys atingissem os 18 nós, mas....

A Damen detectou que o projecto fornecido pela Atlanticoline   nunca ultrapassaria os 13 Nós de velocidade maxima!!!!

:rir:  :rir: :rir:


Como o Armador nao apresentou a solução para o problema, e a Damen nunca conseguiria colocar os ferrys a 18 nós!  desistiram da Construção
 

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Feinwerkbau

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Re: Sector Naval
« Responder #13 em: Agosto 14, 2011, 11:47:01 am »
ehhh paahhh!!!!

onde é que eu já vi uma historia parecida????   :twisted:
 

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Malagueta

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Re: Sector Naval
« Responder #14 em: Setembro 23, 2011, 08:59:14 am »
A " saga" continua.


" Atlânticoline lançou novo concurso para construção de dois navios
Regional | 2011-09-22 18:19

A Atlânticoline anunciou o lançamento de um novo concurso para a construção de dois navios para operar nas ligações entre Faial, Pico e S. Jorge, nos Açores, mantendo as condições que suscitaram críticas dos estaleiros nacionais.
“Os critérios mantêm-se, sempre achamos que estavam bem”, afirmou Carlos Reis, presidente da Atlânticoline, empresa que gere o transporte marítimo de passageiros e viaturas entre as ilhas dos Açores, acrescentando que o concurso pretende seleccionar “estaleiros com capacidade técnica e financeira”.

No anterior concurso, encerrado em Agosto depois da desistência do único estaleiro convidado a apresentar proposta, algumas das condições exigidas suscitaram fortes críticas da Associação das Indústrias Navais, para quem essas condições inviabilizavam a participação dos estaleiros nacionais.

Carlos Reis considerou que o novo concurso “tem boas probabilidades de sucesso”, salientando que se pretendem dois navios que permitam garantir as ligações entre as ilhas do Triângulo durante todo o ano em condições de segurança e conforto.

Os navios sofreram, no entanto, mudanças, aumentando três metros em cumprimento, que passou a ser de 40 metros, o que permite também aumentar em quatro toneladas a carga que podem transportar, ainda que o peso global tenha descido 13 toneladas.

Um dos navios aumenta a capacidade de 300 para 333 passageiros e de seis para oito viaturas, enquanto o outro mantém a capacidade para 12 viaturas, mas aumenta a lotação de 228 para 246 passageiros.

O tempo de construção também aumenta, passando de 450 para 540 dias no primeiro caso e de 540 para 600 dias no segundo"