VIANA-CASTELO Viana: Câmara aprova protocolo para levar submarino "Delfim" para a cidade
Viana do Castelo, 13 Set (Lusa) - A Câmara de Viana do Castelo aprovou hoje o protocolo a celebrar entre o Município e a marinha portuguesa com vista à transferência para a cidade do submarino "Delfim", que funcionará como um espaço museológico.
O "Delfim" fez a sua última imersão a 07 de Dezembro de 2005, encontrando-se desde então no Arsenal do Alfeite.
O documento obriga a Câmara a ressarcir a Marinha dos encargos correspondentes à preparação técnica e ambiental do submarino para utilização museológica, no valor estimado de 50.000 euros, a realizar obrigatoriamente no Arsenal do Alfeite.
A Câmara compromete-se ainda a contratualizar com o exterior a operação de reboque do submarino até Viana do Castelo.
A Marinha, por seu lado, efectua a cedência do submarino "isenta de custos de alienação" e disponibiliza toda a informação relacionada com o mesmo, para a sua utilização museológica.
Segundo o presidente da Câmara de Viana do Castelo, Defensor Moura, a chegada do submarino à cidade deverá ocorrer em 2008.
O submarino será colocado num jardim da cidade, "provavelmente" junto ao "Gil Eannes", antigo navio- hospital que, depois de resgatado da sucata e recuperado, se encontra na antiga doca comercial da cidade.
O objectivo da Câmara é criar naquele local "um pólo de visitas a navios", que, além do "Gil Eannes" e do "Delfim", poderá também vir a contar com o bacalhoeiro "Maria Manuela", actualmente desactivado em Aveiro.
Pesando 869 toneladas, quando se desloca à superfície, e 1.038 quando está submerso, o "Delfim" tem 57,78 metros de comprimento e 6,75 metros de boca, dispondo de dois motores eléctricos e dois geradores a diesel.
Foi lançado à água a 23 de Setembro de 1968, em Nantes, França, e entrou ao serviço da Armada Portuguesa a 01 de Outubro de 1969, sob o comando do então capitão- tenente Costa Monteiro.
Ao longo da sua actividade operacional, o "Delfim" navegou 44.307 horas, das quais 30.743 em imersão nas águas do Atlântico e do Mediterrâneo, tendo participado em vários exercícios nacionais e da Aliança Atlântica (NATO).
Destaca-se ainda a sua participação na operação "Endurance", realizada em 1997, tendo permanecido 31 dias no mar, em exercícios.
Este submarino realizou também missões típicas da Guerra Fria até 1989, passando depois a efectuar acções de vigilância, recolha de informações estratégicas para o Estado Português, operações de suporte e infiltrações de forças especiais e de apoio avançado à Força Naval.