li com atenção o artigo da EHM na revista VEGA, e não fiquei esclarecido quanto a aquisição de novos aparelhos LYNX ou da sua substituição pelo futuro NH90, (...)
Como foi explicado pelo membro Pereira Marques, a opção da EHM não passa pela aquisição de novos aparelhos mas pela maior rentabilização do recurso a simuladores e, consequentemente, das horas de voo nos cinco aparelhos existentes. O argumento de mais aparelhos foi muito bem "desmontado" pelo Comandante Hugo Cabral e pelo próprio Comandante Costa e Sousa, comandante da EHM. Infelizmente, por limitação de caracteres para o artigo, não pude abordar, com maior detalhe, este tema.
Em resumo, a EHM possui cinco aparelhos que contam com 16 mil horas de voo e década e meia de serviço na Marinha portuguesa. A aquisição de um pequeno número de aparelhos como previsto na LPM (um ou dois?) implicaria sempre comprar células com idades diferentes. Ou células novas ou células antigas que não eram da mesma versão e exigiam trabalhos adicionais para conversão para a versão Mk 95 - que já não se fabrica. Depois, em dado momento, a frota portuguesa ficaria com cinco aeronaves no final de vida - e, portanto, a "pedir reforma" - e duas com algum potêncial de horas de voo em célula. Isto não implica a rejeição dos NH-90. Mas não são uma prioridade.
Corresponde, pois, a uma visão de que o investimento na aquisição de mais aeronaves - com mais custos de horas de voo, sobresselentes, aquisição e necessidade de pilotos - pode ser direccionado com melhores resultados para a modernização das actuais (e.g., armamento e sensores para voo nocturno) e para o simulador. Esta noção espelha algo que me agradou profundamente no contacto com a EHM: o seu pragmatismo e realismo. Talvez, e aqui dou a minha opinião pessoal, porque são uma das unidades portuguesas que, nos últimos anos, esteve envolvida em mais missões reais. Mas existe ali uma noção muito mais avançada de como deve ser o relacionamento dos militares com civis, da Marinha com outros ramos militares e a constituição de uma unidade militar de modo a responder às missões que, com maior probabilidade, poderão ocorrer.
Aproveito para dizer que leio com bastante atenção os seus artigos de análise no site da Área Militar.
Devem ser de outro Pedro Monteiro.
Cumprimentos,
Pedro Monteiro