Paquistão contrata Leonardo converter aeronaves Embraer para patrulha marítima
Empresa Paramount da África do Sul também participará do programa paquistanês
O Paquistão contratou a empresa de defesa italiana Leonardo para converter três jatos regionais Embraer Lineage 1000 em aeronaves de patrulha marítima de longo alcance para sua Marinha.
O contrato com a Leonardo envolve a aquisição de duas aeronaves para integrar ao avião Lineage 1000 que já está no Paquistão, seguida do projeto, modificação, instalação e integração de um pacote de guerra anti-submarino e patrulha marítima. Os três aviões serão então introduzidos em serviço como aeronaves de patrulha Sea Sultan.
Os contratos subsequentes devem trazer o número total de Sea Sultans para 10, substituindo a frota P-3C Orion do país.
Um concurso fechado foi lançado em novembro de 2020 envolvendo Leonardo, Rheinland Air Services da Alemanha e Turkish Aerospace Industries, com base em sua experiência comprovada de conversão de aeronaves de patrulha marítima.
A Rheinland já havia ganhado um pedido para a conversão de aeronaves de patrulha marítima Sea Eagle dos turboélices ATR 72 para a Marinha do Paquistão, vencendo uma oferta rival da TAI, que oferecia um pacote baseado no desenvolvido para o ATR 72 da Marinha turca.
Apenas a Leonardo foi selecionada em uma base técnica para a conversão do Lineage 1000. Isso ocorreu principalmente com base no radar Leonardo SeaSpray instalado na aeronave RAS 72 Sea Eagle e nos helicópteros Sea King, e nos confiáveis ??sistemas de liberação de torpedo de origem italiana já instalados nas aeronaves de guerra anti-submarino da Marinha do Paquistão, e que certamente será instalado no Sea Sultan.
A Leonardo também tem um bom relacionamento com outros ramos militares do Paquistão, fornecendo radares Grifo para caças Mirage III e F-7PG Fishcan, entregando helicópteros AW139 e ajudando a adquirir obuses autopropelidos M109 recondicionados.
Após três meses de discussões técnicas detalhadas e a obtenção de fundos internos do Plano de Desenvolvimento das Forças Armadas do Paquistão, um contrato de US$ 190 milhões foi assinado entre o Ministério da Produção de Defesa e Leonardo na penúltima semana de junho.
O Brasil, onde a Embraer está sediada, também está desenvolvendo um programa de aeronaves de patrulha marítima baseado na conversão do Lineage 1000 para substituir a frota P-3B Orion, mas parece não haver cooperação entre os dois programas.
A aquisição, em 2010, dos mísseis PAA-1 Piranha fabricados pela Mectron no Paquistão (agora SIATT depois que a empresa-mãe desmembrou a unidade Mectron) e mísseis anti-radiação MAR-1 não levou à cooperação da indústria de defesa prometida anteriormente.
O especialista aeroespacial Justin Bronk do Royal United Services Institute disse que as expectativas de cooperação internacional nos programas de conversão do Lineage 1000 não eram realistas.
“Os sistemas de missão da MPA são na verdade alguns dos programas mais sensíveis no mundo da aviação de defesa e, portanto, pode haver razões de segurança pelas quais o Paquistão e/ou o Brasil optariam por não cooperar na conversão do Lineage 1000”, disse ele.
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