Não tinha visto ainda estes desenvolvimentos sobre os helis médios (ditos de evacuação). Sempre achei que eram a melhor opção, uma família vasta que cobre vários requisitos e funções de todo o tipo, bastante rodados e mais baratos de operar do que os NH-90.
Sobre as supostas guerrinhas entre ramos sobre o modelo e quem fica com o quê, são os resquícios do paroquialismo militar lusitano e não fico admirado se for verdade, as coisas não são como são por acaso, é tudo obra de profissionais ao longo de gerações.
O que me parte todo é a suposta exigência da FAP por um heli para CSAR e inserção de forças especiais. A FAP tem (em teoria) 4 helis para CSAR e além disso as Forças Armadas Portuguesas dificilmente têm capacidade para executar operações CSAR reais, por isso isto parece mais um capricho do que outra coisa, a ser verdade.
A “oferta” dos EUA por um valor simbólico pode ser boa, mas cuidado com os entusiasmos. Dificilmente alguém dá algo de borla neste meio, muito menos a administração Trump. É obvio que é de avaliar seriamente e aproveitar, mas tendo a noção de que o equipamento americano tem sido usado e abusado nos Iraques, Afeganistãos e outros paraísos deste mundo, aquilo não é material para exercícios e demonstrações. Mesmo que a verba da LPM não seja gasta na aquisição, terá certamente que ser gasta no recondicionamento e se por acaso sobrasse alguma coisa seria de manter neste programa, assegurando sobressalentes e uma manutenção como deve ser e adquirindo equipamento e armamento para estas unidades.
Sobre os Apache, sem comentários... Não irá acontecer é claro, mas acho que comprar Apache seria tão estúpido, tão exibicionismo saloio, tão “gajo das barracas com o mercedes à porta”, tão tuga pato-bravo, que deveríamos mesmo comprar, para uma experiência plena de terceiro-mundismo militar. Assentava que nem uma luva no mundo da falta de pilotos e técnicos de manutenção aeronáutica, dos meios parados inoperacionais, da falta de pilotos comandantes, do Exército dos mil comandantes e zero praças, do NPO 2000 pela metade em 2020, etc.
Se quisermos helis armados, o que a família black hawk e derivados oferece chega e sobra para as nossas possibilidades e necessidades e escusamos de ter meios humanos e materiais dedicados em exclusivo a isso, o que aconteceria no papel como em tantos outros casos nas FFAA. Temos que tratar dos alicerces antes de construir o telhado.