Fuzileiros da Armada Portuguesa

  • 2085 Respostas
  • 593539 Visualizações
*

mafets

  • Investigador
  • *****
  • 8684
  • Recebeu: 3263 vez(es)
  • Enviou: 1002 vez(es)
  • +4063/-6488
Re: Fuzileiros da Armada Portuguesa
« Responder #825 em: Maio 07, 2015, 10:57:32 am »
Não será deste tipo? Esta é a UAM 102 e pelas características postadas atrás parece corresponder na integra.  :wink:

Citar
http://fuzileiros.marinha.pt/PT/Pages/home.aspx

Cumprimentos
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

http://mimilitary.blogspot.pt/
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: PereiraMarques

*

nelson38899

  • Investigador
  • *****
  • 5354
  • Recebeu: 739 vez(es)
  • Enviou: 732 vez(es)
  • +509/-2608
Re: Fuzileiros da Armada Portuguesa
« Responder #826 em: Maio 07, 2015, 11:37:38 am »
Citação de: "mafets"
Não será deste tipo? Esta é a UAM 102 e pelas características postadas atrás parece corresponder na integra.  :wink:

Citar
http://fuzileiros.marinha.pt/PT/Pages/home.aspx

Cumprimentos

Eu concordo com o Mafets!
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: PereiraMarques

*

diogo13350

  • Membro
  • *
  • 178
  • Recebeu: 30 vez(es)
  • Enviou: 9 vez(es)
  • +8/-1
Re: Fuzileiros da Armada Portuguesa
« Responder #827 em: Maio 08, 2015, 06:38:33 pm »
novas armas e equipamento em 2017~??
 

*

Cabeça de Martelo

  • Investigador
  • *****
  • 20284
  • Recebeu: 2999 vez(es)
  • Enviou: 2251 vez(es)
  • +1345/-3467
Re: Fuzileiros da Armada Portuguesa
« Responder #828 em: Maio 08, 2015, 06:50:19 pm »
Citação de: "diogo13350"
novas armas e equipamento em 2017~??

As únicas noticias em relação à substituição das G3, é a possível compra para o Exército de 10.000 espingardas-automáticas em 5.56mm.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

*

diogo13350

  • Membro
  • *
  • 178
  • Recebeu: 30 vez(es)
  • Enviou: 9 vez(es)
  • +8/-1
Re: Fuzileiros da Armada Portuguesa
« Responder #829 em: Maio 08, 2015, 08:41:40 pm »
nao hà programa  de modernização do equipamento individual nos fuzos?
 

*

Crypter

  • Investigador
  • *****
  • 1207
  • Recebeu: 204 vez(es)
  • Enviou: 233 vez(es)
  • +29/-7
Re: Fuzileiros da Armada Portuguesa
« Responder #830 em: Maio 09, 2015, 12:24:14 am »
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Citação de: "diogo13350"
novas armas e equipamento em 2017~??

As únicas noticias em relação à substituição das G3, é a possível compra para o Exército de 10.000 espingardas-automáticas em 5.56mm.

O calibre já está decidido??
 

*

Cabeça de Martelo

  • Investigador
  • *****
  • 20284
  • Recebeu: 2999 vez(es)
  • Enviou: 2251 vez(es)
  • +1345/-3467
Re: Fuzileiros da Armada Portuguesa
« Responder #831 em: Maio 09, 2015, 10:47:21 am »
Citação de: "diogo13350"
nao hà programa  de modernização do equipamento individual nos fuzos?

O anterior era ao nível das Forças Armadas, o actual segundo li nas noticias é só para o Exército.
Citação de: "Crypter"
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Citação de: "diogo13350"
novas armas e equipamento em 2017~??

As únicas noticias em relação à substituição das G3, é a possível compra para o Exército de 10.000 espingardas-automáticas em 5.56mm.

Citar
O calibre já está decidido??

5.56mm.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

*

dc

  • Investigador
  • *****
  • 8562
  • Recebeu: 3914 vez(es)
  • Enviou: 722 vez(es)
  • +4988/-790
Re: Fuzileiros da Armada Portuguesa
« Responder #832 em: Maio 09, 2015, 10:54:40 am »
Oficialmente penso que não, mas pode-se assumir já que vai ser quase de certeza 5.56... Não me parece que se vá optar por um calibre diferente dos outros...
A questão que eu tenho é onde é que está escrito que as armas adquiridas serão exclusivamente para o exército.

Edit: O problema é que pode ser apenas um lapso jornalistico, como é comum nas notícias sobre as forças armadas, portanto até haver algum tipo de comunicado oficial ou assim, não se pode assumir grande coisa. E a meu ver não faz grande sentido não dotar uma das unidades mais operacionais das FA com a nova arma...
 

*

Pedro Monteiro

  • Analista
  • ***
  • 888
  • Recebeu: 146 vez(es)
  • Enviou: 17 vez(es)
  • +25/-20
    • http://www.pedro-monteiro.com
Re: Fuzileiros da Armada Portuguesa
« Responder #833 em: Julho 18, 2015, 01:01:31 am »
No recente exercício naval "Contex/Phibex", em Junho, os Fuzileiros embarcaram a bordo do navio anfíbio "Juan Carlos I" onde constituíram com forças espanholas, dois batalhões combinados, um com comando português e outro espanhol.



Cumprimentos,
Pedro Monteiro
 

*

mafets

  • Investigador
  • *****
  • 8684
  • Recebeu: 3263 vez(es)
  • Enviou: 1002 vez(es)
  • +4063/-6488
Re: Fuzileiros da Armada Portuguesa
« Responder #834 em: Julho 19, 2015, 11:23:26 am »
http://defesanacionalpt.blogspot.pt/2015/07/unidade-de-meios-de-desembarque-do.html
Citar
No passado dia 28 de Junho a Unidade de Meios de Desembarque (UMD) do Corpo de Fuzileiros comemorou o seu 36º aniversário.

As comemorações como já vem sendo prática realizaram-se no sábado,27 de Junho, para que os militares da UMD pudessem trazer os seus familiares e amigos e assim tomar contacto com a actividade que realizam ao serviço do País, na Marinha.

Para assinalar esta efeméride durante o dia realizaram-se várias actividades lúdicas como passeios de Bote de assalto, LARC e de LAR UAM 101 “Vale de Zebro” para os militares da guarnição e seus familiares.

Teve lugar ainda uma celebração litúrgica na capela da Escola de Fuzileiros, pelo Capelão Licínio Silva.

O almoço de convívio decorreu no refeitório geral da Escola de Fuzileiros, o qual contou com a presença de antigos comandantes da UMD e com a presença do 2º Comandante do Corpo de Fuzileiros, CMG FZ Teixeira Moreira. Após esse agradável convívio, realizou-se o corte do bolo de aniversário pela praça mais antiga presente e o Quartel-Mestre da UMD.

Por fim, foi realizada uma demonstração cinotécnica por parte da secção de cães de guerra e realizada uma visita ao museu da Escola de Fuzileiros. (CF)


Saudações
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

http://mimilitary.blogspot.pt/
 

*

Cabeça de Martelo

  • Investigador
  • *****
  • 20284
  • Recebeu: 2999 vez(es)
  • Enviou: 2251 vez(es)
  • +1345/-3467
Re: Fuzileiros da Armada Portuguesa
« Responder #835 em: Julho 29, 2015, 06:02:46 pm »
1º Curso Elementar de Combate em Áreas Edificadas de 2015

Decorreu no dia 18 Maio de 2015 na “Sala Elíptica” da Escola das Armas, a cerimónia de abertura do 1º Curso Elementar de Combate em Áreas Edificadas de 2015 (1ºCECAE15). O Curso é constituído por 12 formandos de diversa U/E/O do Exército Português, 3 formandos da Marinha, do Corpo de Fuzileiros, e um formando da Força Aérea. O curso tem a duração de 15 dias uteis de formação (DUF) e destina-se a habilitar os militares para o desempenho da função de formador nas matérias de Combate em Áreas Edificadas.  



Fonte: Escola das Armas
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

*

ACADO

  • Investigador
  • *****
  • 2562
  • Recebeu: 189 vez(es)
  • Enviou: 44 vez(es)
  • +29/-57
  • The Way of the Warrior(s) - www.warriors.pt
    • http://www.warriors.pt
Re: Fuzileiros da Armada Portuguesa
« Responder #836 em: Agosto 03, 2015, 10:37:15 pm »
The way of the Warrior(s) - www.warriors.pt:
" Only fools and dead Men don´t change their minds. Fools won´t and dead Men can´t !! "
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Cabeça de Martelo, Lightning

*

Menacho

  • Investigador
  • *****
  • 2815
  • Recebeu: 302 vez(es)
  • Enviou: 60 vez(es)
  • +6/-50
Re: Fuzileiros da Armada Portuguesa
« Responder #837 em: Setembro 13, 2015, 06:06:51 pm »
Citar
Cuando 007 hablaba portugués

El régimen del Estado Novo organizó en 1970 una operación de comando contra un dictador africano para matarlo, y para matar también a un líder guerrillero durante la guerra colonial que mantuvo durante casi 14 años.

Cuando las potencias europeas comprendieron que EEUU y la URSS habían decidido la desaparición de los imperios coloniales, la mayoría de ellas aceptó el ocaso de su poder y arrió las banderas, como hicieron Bélgica, Gran Bretaña, Francia (salvo en Argelia), España, Italia y Holanda. Londres y sobre todo París se las apañaron para controlar algunos de los nuevos presidentes mediante apoyo militar, sobornos o la Francofonía. Sin embargo, dos países se atrevieron a oponerse a los mandatos de la ONU, a las superpotencias y al signo de los tiempos: Sudáfrica y Portugal.
El régimen sudafricano se anexionó de hecho el África del Sudoeste, antigua colonia alemana conquistada en la Gran Guerra, y apoyó a los blancos de Rodesia y, además, a los portugueses, aunque en Lisboa gobernaba una dictadura cuando Sudáfrica era una democracia (limitada a los blancos) parlamentaria. El régimen salazarista se había negado a conceder la autodeterminación a sus inmensas colonias africanas: Angola, Mozambique, Guinea y Cabo Verde (casi 2.100.000 kilómetros de extensión conjunta) y en Asia mantenía Macao en China, cerca de Hong-Kong, y Timor Oriental; por el contrario había perdido Goa y el resto sus enclaves en la India en 1961 ante una invasión militar ordenada por el primer ministro Pandit Nehru.
Sin su imperio, Portugal es “un escollo de España”

El portugués Antonio María Salazar, cabeza de la dictadura portuguesa, explicó al periodista italiano Indro Montanelli que su oposición a la independencia de las colonias constituía un asunto de supervivencia nacional: “Sin su imperio de ultramar, ¿qué sería este escollo adherido a España en el que se habla un dialecto español?”.
Por ello, entre 1961 y 1975 el pequeño Portugal libró guerras a miles de kilómetros de sus costas, movilizó a docenas de miles de soldados, desplazó población europea a África (en Angola se pasó de 44.000 portugueses blancos en 1940 y 172.000 en 1960 a 400.000 en 1970) y aceptó aislarse del Occidente. Tanto EEUU como otros miembros de la OTAN, a la que el país luso pertenecía, afeaban al Gobierno su empecinamiento y se negaban a suministrarle armamento y tecnología. Incluso la España franquista acabó separándose de su vecino en las votaciones de la ONU. El Estado Novo respondió con un eslogan, pronunciado por Salazar en 1965: “orgulhosamente sós” (“orgullosamente solos”).
Asombrosamente, el pobre Portugal organizó un enorme ejército (en 1973 alcanzó los 170.000 hombres y consumió el 43% del presupuesto nacional) y desarrolló una estrategia que le llevó a vencer en el campo de batalla en Angola y Mozambique: concentrar la población en las comarcas más productivas y dejar el territorio infecundo a las guerrillas. En 1970, Angola fue el cuarto productor mundial de café y exportó 200.000 toneladas.
La única colonia donde la victoria militar se resistía era Guinea-Bissau, la más pequeña y cercana a la metrópoli. La principal razón era la situación de la Guinea portuguesa entre Senegal y Guinea-Conakry, desde donde se prestaba apoyo a los guerrilleros del Partido Africano por la Independencia de Guinea y Cabo Verde (PAIGCV), dirigido por Amílcar Cabral.
Respecto a Senegal, las fuerzas aéreas portuguesas bombardearon varias veces posiciones artilleras desde las que se disparaba contra sus camaradas de tierras y en 1969 se envió un grupo de comandos para destruir varias baterías. Las incursiones portuguesas fueron condenadas varias veces desde 1963 por el Consejo de Seguridad de la ONU.
El enfrentamiento con la República de Guinea no se podía solucionar solo con escaramuzas. Su dictador, Ahmed Sekú Turé, era presidente desde la independencia de Francia en 1958 y lo fue hasta su muerte en EEUU en 1984. Era uno de los caudillos más antieuropeos de África, se declaró marxista, rompió con Francia y se alió con la URSS. Cada cierto tiempo recurría a purgas en su Gobierno, su partido y su Ejército, de modo que se calcula que el número de asesinados durante su régimen ronda las 50.000 personas. Turé no sólo asilaba a Cabral, sino que daba armas a sus guerrilleros e incitaba a los africanos a golpear a los portugueses de todas las maneras.
Menos de nueve horas en Conakry

El mando portugués diseñó una operación de comando con varios objetivos: matar a Turé y su huésped Cabral, rescatar a unas decenas de prisioneros portugueses y destruir las lanchas que usaba el PAIGCV para atacar la colonia lusa. Se trataría de una operación anfibia dirigida por el capitán de los fuzileiros (infantería de marina) Alpoim Calvao.

El gobernador de la Guinea portuguesa, era el general Antonio de Spínola, que había participado en el sitio de Leningrado en el lado alemán. En 1974, Spínola participó en el derrocamiento de la dictadura y se presentó convertido en demócrata, pero en 1970 aprobó Mar Verde.
El momento escogido para el golpe fue la noche del 21 al 22 de noviembre de 1970. En Mar Verde participaron unos 220 soldados portugueses blancos y negros (infantes de marina y comandos), más 200 guineanos. Los invasores, vestidos con uniformes del ejército de Turé, se acercaron en varias embarcaciones a Conakry y pasada la medianoche desembarcaron en distintos puntos de la ciudad.
En cuestión de minutos alcanzaron sus objetivos: destruyeron seis lanchas del PAIGCV y ocuparon la residencia de Turé, la sede del PAIGCV, el estado mayor guineano y la principal fábrica de alimentos de la ciudad. Los portugueses liberaron a 26 de sus camaradas prisioneros en el cuartel general del PAIGCV, pero no encontraron una emisora de radio ni pudieron matar o capturar ni a Cabral ni a Turé, porque no se hallaban en los edificios que atacaron. Al comprobar esto último, Alpoim Calvao, dio la orden de retirada antes de que las tropas de Turé fuesen más fuertes que la fuerza atacante. A las nueve de la mañana del 22, todos los atacantes estaban a bordo de sus naves y regresando a la Guinea portuguesa.
Los portugueses tuvieron ocho muertos, mientras que en el bando guineano el número de caídos oscila entre unos 50 y casi 500.
Una consecuencia no buscada de la que se llamó ‘invasión portuguesa de Guinea’ fue que Turé realizó una de sus purgas habituales: decenas de ejecuciones legales y desapariciones que se prolongaron durante meses. Cabral fue asesinado por camaradas de su partido en enero de 1973.
Los efectos políticos de Mar Verde fueron mucho más negativos que los militares. Aunque Lisboa negó haber atacado Conakry y atribuyó la operación a una revuelta contra Turé, el Consejo de Seguridad y la Organización para la Unidad Africana aprobaron sendas condenas a Portugal, por la que la dictadura europea cayó en su mayor aislamiento internacional. Además, la URSS desplazó varios buques de guerra a la zona para evitar nuevos desembarcos, lo que constituyó un motivo de fricción entre la OTAN y el Pacto de Varsovia.
El jefe de la operación, expulsado de las FFAA

Los primeros documentos oficiales sobre la operación se desclasificaron en 2006. El jefe del comando, Alpoim Calvao, anticomunista convencido, se negó a unirse a la Revolución de los Claveles, pero participó en el contragolpe de Spínola de marzo de 1975; huyó a España al fracasar a éste y se le expulsó de las Fuerzas Armadas. Regresó a Portugal en 1978 y el Gobierno de centro-derecha de Aníbal Cavaco Silva le reintegró a la Armada. En 2010 recibió su última condecoración y falleció en 2014.
Sin duda Mar Verde inspiró al novelista Frederick Forsyth el plan de ataque de sus mercenarios en Los perros de la guerra: un desembarco en un muelle de la capital y la certeza de que el presidente estaría en su palacio; por eso escogió como día-D la víspera de la independencia.

De haber realizado esta operación un comando que hablase inglés en vez de portugués, ya había alguna película sobre ella, y Hollywood sería capaz incluso de reescribir la historia, como ha hecho con Rambo y con Argo, donde sendas derrotas de EEUU, la guerra de Vietnam y la ocupación de su embajada en Teherán, se presentan como victorias.

http://gaceta.es/noticias/007-hablaba-p ... 92015-0837
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: ACADO

*

Crypter

  • Investigador
  • *****
  • 1207
  • Recebeu: 204 vez(es)
  • Enviou: 233 vez(es)
  • +29/-7
Re: Fuzileiros da Armada Portuguesa
« Responder #838 em: Setembro 25, 2015, 10:52:02 pm »
A reportagem que está a dar que falar..

Citar
Um 'fuzo' esquecido junto aos mortos do Corubal

Há quase meio século que um homem espera sentado numa canoa na margem do rio Corubal. Não tem nada. Apenas a mágoa de ter sido abandonado, uma revista antiga e um velho cartão de combatente. Espera pelos antigos companheiros que o venham buscar, junto às águas que servem de cemitério para dezenas de portugueses

5 DE FEVEREIRO DE 1969, CHECHE
Aquele rio parece calmo. Mas tem mortos e vivos que querem ser levados para cá. Em fevereiro de 1969, nove meses após ter sido nomeado governador militar da Guiné, Spínola manda retirar de Madina do Boé. Era um esforço militar inútil. Um quartel isolado a sul de Nova Lamego (hoje, Gabu), cortado por um rio, constantemente fustigado pelo PAIGC, colado à fronteira com Conacri. Essa pequena língua de terra não valia o esforço militar. Mas a travessia do rio Corubal iria ficar associada a uma das maiores tragédias militares portuguesas. E Madina do Boé seria o local onde se proclamaria unilateralmente a independência, em 1973.

Ainda hoje é uma longa e penosa viagem até à passagem do rio Corubal. De Bissau aponta-se a Leste até Gabu e é tudo alcatrão. Umas horas de viagem. Depois, em pista de terra vermelha, vira-se a sul de Conacri para Cheche. Queríamos chegar a Madina do Boé. Mais precisamente ao antigo quartel e ao monumento da independência que lá dizem existir. Mas o Corubal não quis. Do lado de lá está a jangada que consegue transportar viaturas. Mas não atravessa porque o rio está cheio e a corrente forte de mais. Só em outubro. E o que atravessa? São canoas, escavadas a um tronco, com um remador. Levam até motorizadas, mulheres com bebés. É uma operação de risco. O remador avança furiosamente em direção a montante e é arrastado pela corrente até um ponto neutro. Depois desse ziguezague é preciso repetir a operação até conseguir chegar à margem de lá. Uns 200 metros.

Na margem do rio Corubal
É assim que se percebe o poder brutal da corrente do Corubal, que levou a vida a 47 militares portugueses na noite de 5 para 6 de fevereiro de 1969. A companhia de Caçadores 1790 já tinha percorrido os 30 quilómetros entre o quartel e a margem, com forte apoio aéreo para não ser atacada. O atravessamento do material militar e das viaturas foi feito exatamente com pirogas dessas, com lacas de madeira e um zebro de borracha a empurrar. Foram 28 viaturas pesadas, 100 toneladas de munições, três autometralhadoras e 500 homens. Já de madrugada, na última passagem, quando a jangada vinha carregada de homens, o comandante da operação decide mandar umas morteiradas para uns alegados locais do PAIGC. Os homens a meio do rio entram em pânico por não saberem de onde vem a fogachada. A barcaça começa a cuspir homens vestidos e carregados de munições. Morreram 47. A maioria ficou para sempre naquele rio. Alguns foram enterrados nas margens.


Antigo fuzileiro português com um exemplar da revista "Combatente"
E, contudo, há ali um que espera que o venham buscar. Está sentado numa canoa. Aliás, disse-o logo: “Sou fuzileiro especial português Silai, curso NATO, quero ir para Portugal. Estou à espera que me venham buscar.” Esta é uma das muitas histórias que se misturam em remoinho na margem do rio Corubal. Não tem nada. Ou melhor, tem mágoa por ter sido abandonado pelos seus camaradas fuzileiros. Mostra uma revista “Combatente” já muito usada com uma foto de uma reunião de antigos ‘fuzos’ da Guiné: “Somos colegas.” Esteve fugido 20 anos para não ser morto. “Andei pelo Burkina Faso.” E o Burkina é muito longe.


E chegam outras pessoas que querem contar histórias. No início, nada. Agora saem como numa nascente de água, às golfadas. Sobre a morte dos portugueses. De como nos dias seguintes à tragédia apareceram uns helicópteros e não conseguiram levantar os corpos do rio, de como durante anos aparecerem malas e objetos...

Fonte: http://expresso.sapo.pt/internacional/2 ... do-Corubal
 

*

Cabeça de Martelo

  • Investigador
  • *****
  • 20284
  • Recebeu: 2999 vez(es)
  • Enviou: 2251 vez(es)
  • +1345/-3467
Re: Fuzileiros da Armada Portuguesa
« Responder #839 em: Outubro 24, 2015, 10:36:33 am »


















Fonte: Marinha e Estado Maior das Forças Armadas.
Fonte: Marinha Portuguesa
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.