Porque a Suécia decidiu enfrentar a pandemia sem máscaras
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País é dos poucos a não recomendar o uso de máscara na luta contra a pandemia, nem mesmo em espaços fechados. O argumento é a falsa sensação de segurança que estas oferecem.
Para quem chega à Suécia por estes dias, o cenário vai parecer-lhe estranho. Seja no metro de Estocolmo, nos centros comerciais, nos cabeleireiros, nos táxis, nas escolas ou mesmo nos lares de idosos, são poucas ou nenhumas as máscaras que se vêm nos rostos dos suecos.
Tudo porque apesar de os médicos já terem revelado preocupação com o aumento rápido dos contágios e, desde o início deste mês de novembro, também dos internamentos, as autoridades do país não recomendam o uso de máscara na luta contra a covid-19. No país que desde o primeiro dia da pandemia recusou o confinamento e manteve um estilo de vida o mais normal possível, as várias regiões têm vindo, no entanto, a aumentar as restrições para tentar travar a segunda vaga. Os habitantes são aconselhados a limitar ao máximo os contactos e a evitar sempre que possível os transportes públicos, grandes superfícies comerciais e ginásios.
Com uma população de pouco mais de dez milhões, a Suécia tem neste momento 166 mil casos registados de covid e 6082 mortos. Portugal, com uma população semelhante, tem mais casos - mais de 192 mil - mas quase metade dos mortos - 3103.
Não usar máscara é uma opção que vem de cima. Da família real, com o rei Carl XV Gustaf e a princesa herdeira Victoria a surgirem de rosto descoberto. O próprio primeiro-ministro Stefan Löfven tem surgido sem máscara no seu país, usando-a apenas quando vai a Bruxelas para os conselhos europeus, sendo nessa altura obrigado a seguir as regras em vigor na Bélgica.
Mas há exceções. Os funcionários de grandes empresas que têm as suas sedes noutros países e têm de seguir as regras desses países, como a Apple ou a Chanel, usam máscara. E a sueca Ericsson, o gigante das telecomunicações, também impôs o uso da máscara aos seus 100 mil funcionários no mundo - 17 mil dos quais trabalham na Suécia.
Mas porquê esta decisão de não usar máscara? Elin Lindberg, dentista e mãe de família de Malmö, explicou ao Le Monde que pelo contrário. "Se a Agência de Saúde Pública recomendasse o uso da máscara tenho a certeza que quase toda a gente a usava".
Simplesmente não é essa a opção das autoridades de saúde suecas. Depois de na primavera, quando a Europa e grande parte do mundo entraram em confinamento, terem recusado fechar a população em casa para lutar contra a pandemia, agora, apesar de 180 países no mundo já recomendarem o uso da máscara, a Suécia não o faz.
No seu site, a Agência de Saúde Pública explica que as bases científicas que provam a eficácia na máscara para limitar os contágios são "fracas". E alerta para o perigo de recomendar o seu uso, destacando a "falsa sensação de segurança" que provoca, podendo levar as pessoas a esquecer as principais recomendações: não sair se tiver sintomas e manter a distância de segurança. "Há também o perigo de tocar na máscara e, dessa forma, propagar o vírus com as mãos, mais ainda do que sem máscara", explica a Agência.
Também o principal epidemiologista do país, Anders Tegnell, o homem que traçou a estratégia sueca de luta contra a pandemia, duvida da eficácia da máscara. Numa entrevista ao Dagens Nyheter aponta a situação em vários países que recomendam o uso da máscara como a melhor prova de que esta não funciona, destacando o caso da França.
Apesar dos protestos de um grupo de duas dezenas de cientistas suecos que desde o início contesta a estratégia seguida, no reino as recomendações das autoridades de saúde são bem aceites. Segundo uma sondagem Ipsos de 30 de outubro, 68% dos suecos confiam na Agência de Saúde Pública e nas suas recomendações.
Expliquem lá se fazem favor, então a Suécia que nunca fechou nada, a população sempre viveu normalmente digamos assim, as pessoas não usam máscara nem se quer em sítios fechados como comboios, autocarros etc e têm menos infetados que nós.
Portugal assim como outros países desde Março que têm vindo a tomar medidas de fechar total ou parcialmente, uso de máscara até na rua etc etc, e no final das contas mais infetados e a economia no caralh….
Notícia fresquinha para ti:https://www.businessinsider.com/sweden-herd-immunity-second-wave-coronavirus-cases-hospitalisations-surge-2020-11Sweden has admitted its coronavirus immunity predictions were wrong as cases soar across the countrySweden's chief epidemiologist has admitted that the country is now experiencing a second wave of coronavirus despite predicting that the country's no-lockdown policy would prevent another surge.
Tegnell had suggested that case numbers would be "quite low" in the autumn compared to other European countries which imposed lockdowns.
However, the latest figures show Sweden is experiencing higher levels of coronavirus cases, hospitalizations and deaths than its neighbours, relative to population size.
"We see community spread in many regions simultaneously right now," Tegnell said, according to Reuters.
Sweden's chief epidemiologist has admitted that the country is experiencing a second surge in coronavirus cases despite previously predicting that the number of infections in the autumn would be "quite low" due to the country's no-lockdown policy.
"In the autumn there will be a second wave. Sweden will have a high level of immunity and the number of cases will probably be quite low," Anders Tegnell told the Financial Times back in May.
However, the latest figures show Sweden is experiencing higher levels of infections, hospitalizations and deaths than its neighbours, relative to its population size, the Financial Times reported on Thursday.
Sweden recorded 4,658 new coronavirus cases on Thursday, according to official figures reported by Reuters, with new daily cases having surged in recent weeks.
Hospitalizations have also increased dramatically, with over 1000 patients with COVID-19 being treated in hospitals, a 60% increase from last week. The figures were reported by state broadcaster SVT and cited by the Guardian.
The death rate from coronavirus in Sweden is now one of the highest in the world when adjusted for population size.
Tegnell, who has become known for designing Sweden's anti-lockdown policy, admitted this week that the country was seeing significant spread of the virus across the country.
"I don't think the definition is that important, but we see community spread in many regions simultaneously right now," Tegnall told a press conference, according to Reuters.
Sweden's public health agency also acknowledged that the high number of cases seen in the country in the first wave had not protected it in the second.
"We also see that many other countries in Europe that had a big effect during the spring, that had lockdowns and now again have lockdowns also see a big increase now," Sara Byfors from the Public Health Agency of Sweden told the Financial Times.
"So it seems to follow this pattern that if you had a lot of cases during the spring you also see a lot of cases now... We don't know why this is."
The Swedish government initially refused to adopt strict measures to tackle the coronavirus, relying only on voluntary guidance to try and curb the spread of infections.
However, the surge in infections has prompted the country to adopt harsher measures in recent weeks.
The country has moved to ban the sale of alcohol in pubs and bars after 10pm and Tegnell this week told Swedes that the government may be forced to introduce travel restrictions across the country "right before Christmas," according to the BBC.
Que estranho! Pensava que o Daniel dizia que a Suécia era o exemplo a seguir...