A componente militar (humana e técnica) passou para segundo plano e o PIB é a solução do conflito e claro a Russia não tem hipóteses.
Eu não vi em que contexto tal debate decorreu, mas há uma coisa que qualquer estudo dos conflitos permite concluir.
Por detrás de cada guerra está sempre, sempre, sempre a capacidade económica. Há a determinação dos povos, a moral, tudo isso é verdade, mas há sempre uma realidade impossível de esquecer:
sem dinheiro não se compram bolos.
D.Afonso Henriques era um homem riquissimo. Prova-o o dinheiro que enviou ao Papa para o reconhecimento da independência, como o testamento que deixou após a morte.
Israel lutou contra árabes que ainda não tinham petro-dolares. Golda Meir fez uma viagem pelos Estados Unidos, onde conseguiu milhões de dolares, que permitiram a Israel ter vantagem logo no inicio.
Os Estados Unidos, sofreram um boom, com a tomada do ouro mexicano, que transformou o país numa super potência económica.
A questão do dinheiro mostra que, achar que uma economia muito, muito mais fraca que as que se lhe opõem não tem grande futuro.
A Europa não está preparada para uma guerra, porque não tem uma industria de guerra, mas pode te-la.
A BAE Systems informou que pode voltar a produzir o M777 de 155mm à razão de um por dia (ou 30 por mês).
A título de comparação, a Alemanha, sozinha, durante o ano de 1944 produzia 27 peças de 105mm e 8 peças de 150mm todo o santo dia.
Os soviéticos, entre peças de 122 e 152mm produziam 21 por dia.
I isto não contava com as peças de 76mm e 75mm russas e alemãs e todas as outras bocas de fogo de menor calibre.
Logo, se a Europa e os EUA quiserem, não há forma de não serem superiores.
Do ponto de vista da capacidade, a superioridade das democracias não tem como ser contrariada.
As pessoas muitas vezes esquecem os números. Toda a gente gosta de falar na decadência do ocidente e tudo isso...
Mas os numeros... os números, sempre os números, mostram que por muito decadente que o ocidente esteja, continua a ser inimaginavelmente rico.
Por isso, as armas mais poderosas de Putin contra as democracias, chamaram-se nos últimos anos Donald Trump, Marine Le Pen, Boris Johnson e Jeremy Corbin e já agora, Angela Merkel.
Aparentemente, não foram suficientes.