Saudações guerreiras
CM– Profissionalizar é mau?
Gen L.S.– As Forças Armadas profissionais não são solução, designadamente para países desenvolvidos e democráticos que pretendem levar a cabo acções ofensivas no estrangeiro. Nos exércitos de base conscrita [serviço militar obrigatório] há um núcleo importante de quadros permanentes que garante a selecção e formação dos conscritos, o que permite manter o nível.
CM– O Serviço Militar Obrigatório garantia a qualidade?
Gen L.S.– Dava mais segurança e prestígio às FA. Os conscritos são os principais publicitários das FA, pois quando estão lá apercebem-se da razão de ser das FA.
CM– Mas estão lá obrigados.
Gen L.S.– Veja-se a quantidade de gente que foi obrigada a ir para a guerra e agora se reúne em convívios. Sentem orgulho por terem servido Portugal.
"TROPA NÃO PODE SER ESCAPE DA SOCIEDADE"
A forma de “atrair os jovens às Forças Armadas”, por parte do Governo, “com subsídios e outros incentivos”, é “extremamente negativa”, disse ao CM Lima Coelho, presidente da Associação Nacional de Sargentos. E tudo porque “este ingresso não qualificado quebra o espírito militar e as Forças Armadas não podem responder por dramas sociais ou servir de escape da sociedade”.
Os sargentos prometem não fechar os olhos, “até porque não se pode mentir aos cidadãos”. Lima Coelho recorda os “70 por cento de candidatos à Força Aérea” que ainda recentemente “não passaram nos testes físicos”. O excesso de incentivos “coloca uma linha ténue entre o mercenarismo e o espírito de servir dos militares”.
Por mais defeitos que o homem tenha, isto que disse está carregado de 200% cheio de razão. A falta do (SEM- Serviço Efectivo Normal), vulgo serviço militar obrigatório está para a “tropa”, como a taxa de fertilidade está para Portugal. Esta entrevista lembra-me aquele artigo que um destacado jornalista escreveu há uns tempos atrás, por causa dos mercenários portugueses na Bósnia ou qualquer coisa assim. Não me recordo do nome dele.
Para mim, não é só o dinheiro que está em causa, ou a degradação das FA no seu geral, mas a degradação do futuro da sociedade no seu geral. Sem a aprendizagem ou sujeição dos mancebos(“as”) ao rigor e disciplina, como preparação para o resto da vida e correção de eventuais propensões para a asneira durante um ano, para mim tem o efeito como se de uma vacina se tratasse, o efeito preventivo na paz de uma sociedade. É evidente que se tem que olhar aos tempos. Uma atualização da aprendizagem é necessária.
Assim já não há desculpas para objetores de conciencia dizerem que partem as unhas ao manejarem uma G-3. Ser objetor de consciência para mim não significa que esse individuo não possa ser militar ou estar sob ação militar. Pode ter averssão sãs armas, como eu, mas como era se estivesse em guerra? Ía buscar a fisga ao fundo do baú que tinha no sótão. O resultado `tá-se mesmo a ver… Só por muito azar o inimigo era atingido.
Não sei se aquilo que vou escrever estará correto, não tive tempo de confirmar se aquilo que ouvi corresponde ou não á verdade. A julgar por aquilo que se passa para admissão de pessoal na PSP, não sei se também será assim na GNR. Já no ano passado deixou de ser obrigatório a esses elementos, terem o SEN cumprido antes.
Isto é mesmo verdade? Se é como dizem, pergunto como é que isto é possível? Eu já nem, exijo isto para todos os que queiram ser funcionários públicos sem pertencerem á PSP e GNR. Mesmo assim é uma pena.
Cumprimentos