A bomba que está a ser colocada no caça F-86, que de facto nunca esteve em Angola, aparenta ser uma bomba de 500 libras, modelo Mk.82, muito utilizada pelos americanos. Acho-a demasiado grande para ser uma Mk.81, no entanto é uma fotografia.
Aparentemente o artigo inicial, afirma que os bombardeamentos foram feitos com bombas de 45kg, ou seja, bombas de 100 libras.
Em 1961, não se fabricavam já bombas de 100 libras.
No entanto, a Mk81 de 250lb (120kg) de peso total, tinha 96lb (44kg) de explosivo, pelo que os autores podem referir-se a esta bomba.
Vários anos mais tarde voltou a haver referências à utilização de Napalm em Angola.
Relativamente a Angola existe uma referência à presença de bombas de Napalm, armazenadas no aeroporto de Nova Lisboa (actual Huambo) no final da decada de 1970. As bombas estavam em Nova Lisboa, armazenadas, porque a sua utilização não tinha sido autorizada, eram bombas de 750 libras.
Eu não sei se a referência era ao peso total da bomba, ou à sua carga explosiva.
O que concluo é que de facto quem tentou juntar algumas peças de um puzle, inventou quando concluiu que havia coisas que não podiam bater certo.
Segundo o livro «Costa Gomes o último marechal», as tais bombas de 750libras, foram posteriormente enviadas para Moçambique e para a Guiné. Costa Gomes afirma que foram seguramente utilizadas em Moçambique, mas que quanto à Guiné não tem a certeza.
A dedução lógica é a de que Portugal teria utilizado um tipo de bomba de Napalm em 1961 e outro em 1970.
As imagens mostradas são da Guiné e são do final dos anos 60 ou inicio dos anos 70.
Infelizmente, é o mais comum nas alegações contra Portugal. Demasiada névoa, demasiadas meias verdades, que como são meias verdades são sempre difíceis de rebater.
No entanto, não há realmente nenhuma prova clara de que as forças portuguesas utilizaram Napalm, nem sequer sobre qual foi o veículo de entrega (avião) nem mesmo sobre o sistema utilizado (tipo de bomba).
Também concordo que a Grande Reportagem, ao ter representado uma aeronave a ser municiada, e ter errado de forma tão grosseira na representação fotográfica, errando o tipo de bomba e errando o tipo de avião (quando ainda por cima a foto era apresentada como prova), deitou por terra a alegada investigação jornalística.
Cumprimentos