Despacho n.º 4213/2017 - Diário da República n.º 95/2017, Série II de 2017-05-17 107023698
Defesa Nacional - Gabinete do Ministro
Processo de aquisição - atualização do sistema de bordo HARPOON (HSCLCS)
https://dre.pt/web/guest/home/-/dre/107023698/details/maximized?serie=II&parte_filter=31&dreId=107023685
Este texto faz levantar a questão de se as VdG deixarão então de operar o Harpoon visto a actualização se referir somente às fragatas da classe BD. Será mesmo possível que se continua com a intenção de transformar 3 fragatas Meko 200 em OPVs?
Mas ainda tinhas dúvidas CJ? Apesar de não haver nenhum impedimento técnico para equipar as VdG com ESSM e Harpoon Block II, tudo o que vem descrito na Wiki não passa de wishful thinking e contradiz tudo o que foi anunciado até agora para esta classe. Para quê investir não sei quantos milhões na remotorização dos Sea Sparrow se a intenção fosse equipar estes navios com ESSM? Para quê investir em Harpoon Block II para as VdG quando, aparentemente, nem isso está previsto para as BD?
Como já referi muitas vezes no passado, as VdG vão ser relegadas para NPO's musculados (ASW) para actuar no Med, ou então como canhoneiras em África, pois a sul do Sahara podem actuar praticamente sem oposição (tirando a África do Sul). Vamos, basicamente, servir de gendarmes para a UE e para a França em particular.
Por isso, mais vale assumir as coisas como elas são e remover imediatamente Sea Sparrow e Harpoon das VdG. Ficam com a 100 mm, CIWS e torpedos, e podem levar uns Stinger para emergências. Guarnição reduzida em 30 a 40 elementos, ficando mais espaço disponível para acomodar fuzileiros e zebros — e lá temos o mini-LPD, conceito tão querido a vários colegas do fórum. Com jeitinho ainda leva os contentores para luta anti-minas e ficamos com um dos navios mais polivalentes da NATO.
A outra hipótese é vendê-las ao Brasil e adquirir as KD holandesas e belgas daqui a uns seis ou sete anos.
Nem se tratava bem de ter dúvidas, é mais pensar o pior para depois ser surpreendido de alguma forma pela positiva. Mas já vi que é tarefa inglória no que à Defesa em Portugal diz respeito.
Este conceito, esta ideia, de ter duas fragatas mais bem equipadas, e as restantes 3 sofrerem uma actualização mais modesta para conflitos de baixa/média intensidade (ainda gostava de perceber no contexto da NATO e do seu possível terreno de actuação o que se poderá designar por conflito ou cenário de baixa/média intensidade... talvez a invasão desse país importantíssimo como a Guiné-Bissau?), é tão absurdo que por vezes custa mesmo a acreditar.
Se a coisa der para o torto um dia destes vamos ser de novo apanhados com as calças na mão como há um século atrás?
O mais curioso foi os senhores almirantes da época a fazerem pressão para ter novos navios (as Baptista de Andrade tinham sido introduzidas a meio dos anos 70 e podiam ser modernizadas como as Descubierta, enquanto que as congéneres francesas João Belo, tinham sido apetrechadas com Exocet), os políticos a mendigar à NATO por novos navios, que finalmente são feitos com a maior percentagem de gastos pago pelos nossos aliados, e agora vão para conflitos de baixa/média intensidade ficando uns navios introduzidos nos anos 90, "praticamente" encostados. Mais valia terem modernizado nos anos 80 as BA e as JB, e quando os Holandeses começaram a vender as Karel Dorman, substituir de uma assentada esses navios pelas M, juntando as que foram para o Chile. Mas queriam maquinas novas, fizeram as V.G. e agora é o que é.
A Marinha cada vez é mais um circo, alimentada por políticos incapazes e incompetentes (aquela comissão de defesa é uma caricatura
), e por chefias e operacionais com responsabilidade na defesa, que tirando raras excepções ou quando saem do activo, "não colocam o dedo na ferida" (protecção do tacho, incapacidade ou desinteresse?) , como é os casos do equipamento e sensores para os dois novos NPO ou o flagrante caso dos "Tejo", onde nem os valores propagados chegaram alguma vez aos navios, bem como gastam-se valores ridículos em acostagem, docagem e outras porras só para "mamar" dinheiro dos contribuintes. De facto, estas "figurinhas", sentem-se bem com uma marinha reduzida a 2 fragatas e 2 submarinos modernos, enquanto que o resto são navios como os NPO relegados para um papel secundário, e belonaves atamancadas e mal equipadas, muitas já com idade avançada. Mas para "avançar" na piada, ainda se lança um concurso para um abastecedor por 20 milhões, quando as modernizações são o que são, e temos 5 helicópteros para toda a esquadra. Ainda vamos pedir mais território marítimo à ONU. com certeza à espera de o partilharmos e defendermos vitualmente. Miséria, tristeza, ódio profundo a esta trampa de gente ...
Já agora e para finalizar. Passa-me muito tempo a dizer que para a defesa (ui, se fosse feito uma conta total ao dinheiro mal gasto e sem o devido equipamento adquirido) e nomeadamente para a Marinha nunca existe o tal dinheiro. Só umas simples contas de merceeiro, junta-se o que se gastou nos projectos do LFC e NAVPOL, com o que "desapareceu" dos Tejo e as conhecidas "luvas" em aquisições, e se calhar já dá para pelo menos modernizar como deve ser o que temos e adquirir pelo menos mais uns dois helicópteros. Ou seja, mesmo o pouco que existe para a defesa, uma boa parte é mal usado. Material novo então já nem falo porque isso é uma miragem ( já nem sonhar vale a pena) ... :-
https://www.revistamilitar.pt/revista/2461
https://www.zona-militar.com/foros/threads/nav%C3%ADo-polivalente-log%C3%ADstico-navpol.1657/
Saudações