Pandur II

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Re: Pandur II
« Responder #2085 em: Abril 30, 2020, 06:36:54 pm »


Espero que o rearmamento previsto para os Pandur passe por algo deste género.

Rearmamento?

Sim, é suposto quando acabar a modernização da força ligeira se apostar na modernização da força media. É suposto adquirir ou transformar os sistemas Pandur  que já temos para ocuparem o lugar dos sistemas que acabaram por não vir pelo cancelamento do contracto, bem como modernizar e melhorar o poder de fogo dos sistemas atuais.

Espero que venhamos a ter também uns destes:
 

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tenente

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Re: Pandur II
« Responder #2086 em: Abril 30, 2020, 06:58:18 pm »


Espero que o rearmamento previsto para os Pandur passe por algo deste género.

Rearmamento?

Sim, é suposto quando acabar a modernização da força ligeira se apostar na modernização da força media. É suposto adquirir ou transformar os sistemas Pandur  que já temos para ocuparem o lugar dos sistemas que acabaram por não vir pelo cancelamento do contracto, bem como modernizar e melhorar o poder de fogo dos sistemas atuais.

Espero que venhamos a ter também uns destes:

Epá piranha???
Outro modelo de VBR não, já chega o que pode acontecer com a compra dos LATV, a adicionar á frota Vamtac.
Para reforço da frota pandur, que se comprem, principalmente, pelo menos 12 a 16 PM, que muita falta fazem !!
O que eu sei, é que no entroncamento, estão uns quantos ICV pandur para converter em PM, o que a meu ver é um erro, pois ficaremos com o actual numero de 105 ICV, ainda mais reduzido.

Abraços
Quando um Povo/Governo não Respeita as Suas FFAA, Não Respeita a Sua História nem se Respeita a Si Próprio  !!
 

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Re: Pandur II
« Responder #2087 em: Abril 30, 2020, 07:16:27 pm »


Espero que o rearmamento previsto para os Pandur passe por algo deste género.

Rearmamento?

Sim, é suposto quando acabar a modernização da força ligeira se apostar na modernização da força media. É suposto adquirir ou transformar os sistemas Pandur  que já temos para ocuparem o lugar dos sistemas que acabaram por não vir pelo cancelamento do contracto, bem como modernizar e melhorar o poder de fogo dos sistemas atuais.

Espero que venhamos a ter também uns destes:

Epá piranha???
Outro modelo de VBR não, já chega o que pode acontecer com a compra dos LATV, a adicionar á frota Vamtac.
Para reforço da frota pandur, que se comprem, principalmente, pelo menos 12 a 16 PM, que muita falta fazem !!
O que eu sei, é que no entroncamento, estão uns quantos ICV pandur para converter em PM, o que a meu ver é um erro, pois ficaremos com o actual numero de 105 ICV, ainda mais reduzido.

Abraços

Estava a falar do 120mm Mörser 16 self-propelled mortar. c56x1

Acho que novos só estão previstos os de engenharia, o resto deve ser conversões.
 

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tenente

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Re: Pandur II
« Responder #2088 em: Abril 30, 2020, 07:35:05 pm »


Espero que o rearmamento previsto para os Pandur passe por algo deste género.

Rearmamento?

Sim, é suposto quando acabar a modernização da força ligeira se apostar na modernização da força media. É suposto adquirir ou transformar os sistemas Pandur  que já temos para ocuparem o lugar dos sistemas que acabaram por não vir pelo cancelamento do contracto, bem como modernizar e melhorar o poder de fogo dos sistemas atuais.

Espero que venhamos a ter também uns destes:

Epá piranha???
Outro modelo de VBR não, já chega o que pode acontecer com a compra dos LATV, a adicionar á frota Vamtac.
Para reforço da frota pandur, que se comprem, principalmente, pelo menos 12 a 16 PM, que muita falta fazem !!
O que eu sei, é que no entroncamento, estão uns quantos ICV pandur para converter em PM, o que a meu ver é um erro, pois ficaremos com o actual numero de 105 ICV, ainda mais reduzido.

Abraços

Estava a falar do 120mm Mörser 16 self-propelled mortar. c56x1

Acho que novos só estão previstos os de engenharia, o resto deve ser conversões.

sim é o que parece.
Estou á espera de umas fotos do entroncamento sobre os trabalhos de conversão dos futuros Pandur PM120.

Abraços
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Re: Pandur II
« Responder #2089 em: Maio 05, 2020, 10:19:58 pm »
 

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Re: Pandur II
« Responder #2090 em: Maio 17, 2020, 08:24:20 pm »
Emprego operacional das Viaturas PANDUR II 8×8 portuguesas na República Centro-Africana


A história das Viaturas Blindadas Pandur II e sua experiência operacional real na missão de paz das Nações Unidas na República Centro-Africana (MINUSCA).

Cap QAO Mat Bel Elígio Eliseu Prass

HISTÓRICO

A família de Viaturas Blindadas de Rodas (VBR) Pandur II, 6×6 e 8×8, tem como origem no Pandur I, da empresa Steyer-Daimler-Puch, austríaca, sob controle da General Dynamics European Land Systems – GDELS desde 2003. Os usuários são a própria Áustria, Eslovênia, Portugal e República Tcheca, sendo que foi produzido sob licença nestes dois últimos, com requisitos técnico-operacionais específicos para cada país.

Em 2005 Portugal assinou um contrato para a aquisição de 240 blindados 8×8, em 7 versões, a saber: VBTP Mtr 12,7mm, VBTP SARC, VBR Can 105mm, VBE PC, VBE Soc, VBE Amb e VBCI Can 30mm, para o Exército Português (EP). Posteriormente, este contrato foi reduzido para 188, excluindo em sua totalidade as VBR.







As primeiras unidades começaram a ser entregues em 2010. Em Portugal, a empresa FABREQUIPA foi responsável pela montagem e garantia das viaturas, com o apoio da fabricante austríaca. A versão 8×8 está em uso apenas em Portugal e República Tcheca, enquanto nos demais é a versão 6×6, mais antiga.

Em 2015 a empresa GDELS vendeu os direitos de fabricação da VBR Pandur para a empresa tcheca Excalibur Army, integrante do grupo Tatra Defense Vehicle. O mais recente usuário é a Indonésia, onde está sendo montado sob licença pela empresa PT Pindad, em diversas versões e em quantitativo não divulgado, com início das entregas prevista para 2018, o que ainda não se concretizou.

O Pandur II 8×8 MGS com torre Oto Melara Hitfact 105mm que seria adquirido pelo EP. O Projeto foi cancelado por dificuldades técnicas e financeiras

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS

A construção da viatura é do tipo casco monocoque, não possuindo chassis, com proteção balística para ameaças de nível 1 e antiminas de nível 2a (STANAG 4569). Está apta a receber placas de aço e cerâmica do tipo ADD-ON, aumentando o nível de proteção balística para Nível 2, 3 e 4, e antiminas Nível 3a.

Possui suspensão independente nas 8 rodas, com ajuste interno da pressão dos pneus, sendo aerotransportável em aeronaves C-130 Hércules, C-160, An-12, An-70 e A-400M. No ano de 2019 o exército Português fez os testes de embarque no KC-390, da Embraer. O peso em ordem de marcha é de 18.500 kg, com capacidade máxima de carga de 4.000 kg, perfazendo um peso máximo admissível de 22.500 kg. Além dos tripulantes, pode transportar mais 11 militares, em assentos resistentes à explosão de minas.

Equipado com um motor Cummins Diesel Turbo de 455 cv, de gerenciamento eletrônico, sua velocidade máxima em estrada é de 105 km/h, com uma autonomia aproximada de 600 km. Para a segurança durante as frenagens, é equipado com sistema ABS de 8 canais, um para cada roda, com opções para estrada pavimentada ou off road, que atua em conjunto com um sistema de retarder. Uma característica interessante é a possibilidade de substituição completa do conjunto de força em 30 minutos.

Como convém à uma moderna VBR, está equipado com um Threat Detection System, sistema que detecta se a viatura foi alvo de uma ameaça laser, incluindo infravermelho e telêmetros, de forma direta ou mesmo indiretamente como reflexo, permitindo ao chefe de viatura visualizar no seu monitor o tipo de ameaça, o ângulo de incidência e o azimute e, simultaneamente, disparar as granadas fumígenas que tem à sua disposição.


Também possui o sistema automático de proteção QBN, bem como um sistema automatizado de combate a incêndio. Opcionalmente pode vir equipado como viatura anfíbia em algumas versões, com hidrojatos direcionáveis, mas na versão standart tem condições de passar vaus com 1,5 metros de água.

ANTECEDENTES DA VIATURA EM MISSÕES EXPEDICIONÁRIAS

O primeiro emprego fora de Portugal foi no Kosovo, onde chegaram em 26 de novembro de 2013, para substituir as VBR V-200 Chamite, 4×4, que a Reserva Táctica do Comandante da KFOR (KTM/KFOR) empregava. Foram cinco Infantry Combat Vehicle (ICV) e uma Recovery Vehicle (RV), todas do Regimento de Infantaria Nº 14 (Viseu). Em abril de 2017 as Pandur II 8×8 regressaram a Portugal.

Seguiu-se o emprego na Lituânia, no âmbito da participação de Portugal nas Assurance Measures da OTAN, primeiro em março de 2015 com a Companhia de Reconhecimento baseada no Regimento de Cavalaria n.º 6 (Braga).

Pela primeira vez nesta missão foram empregues várias versões da viatura: Infantry Fighting Vehicle (6); Infantry Carrier Vehicle (6); Remote Weapon System (4); Reconnaissance Vehicle (3); Command Post Vehicle (2); Medical Evacuation (1); Recovery Vehicle (1). E ainda, curiosamente, 3 Chaimite V-200 porta-morteiro 81mm, uma vez que a versão “porta-morteiro” da Pandur II 8×8 acabou por nunca ser recebida, tendo sido cancelada a sua compra.

Em junho de 2017, os Pandur regressaram à Lituânia, agora com uma Companhia de Atiradores Mecanizada Sobre Rodas do Regimento de Infantaria Nº 14 (Viseu), que utilizou de 29 de maio a 29 de setembro desse ano duas versões: ICV (Infantry Carrier Vehicle) e IFV (Infantry Fighting Vehicle).

MINUSCA

Preocupado com a segurança, humanitária, direitos humanos e crise política na República Centro-Africana e suas implicações regionais, o Conselho de Segurança da ONU autorizou, em 10 de abril de 2014, a implementação de uma operação Multidimensional de Manutenção da Paz das Nações Unidas (MINUSCA) com a proteção de civis como sua prioridade máxima.

Suas outras tarefas iniciais incluíam suporte para o processo de transição; facilitar a assistência humanitária; promoção e proteção dos direitos humanos; apoio à justiça e ao estado de direito e processos de desarmamento, desmobilização, reintegração e repatriação. A MINUSCA, em francês: Mission Multidimensionnelle Intégrée des Nations Unies pour la Stabilisation em Centrafrique, incorporou o Escritório Integrado de Consolidação da Paz da ONU na República Centro-Africana (BINUCA) na data do estabelecimento. Em 15 de setembro de 2014, a Missão de Apoio Internacional liderada pela África na República Centro-Africana (MISCA) transferiu sua autoridade para a MINUSCA, de acordo com a resolução 2.149/2014.

Auto TG 1,25 Ton 3 HMMWV M1025A2 D 4×4 mF00 M-PAV2, amplamente utilizado pelo EP na MINUSCA

Em janeiro de 2019 possuía um efetivo de 15.054 integrantes, sendo 11.165 militares de diversos países, 2.053 policiais e 1.836 funcionários civis, tendo havido 80 perdas fatais ao longo de toda a Missão. Sucedeu à Força de Paz da União Africana de 6.000 militares, conhecida como Missão Internacional de Apoio à República Centro-Africana (MISCA), cujas tropas foram incorporadas à MINUSCA, numa transferência de responsabilidade para a missão de paz da ONU, e entrou em operação em 15 de setembro de 2014.

OS PANDUR NA REPÚBLICA CENTRO AFRICANA

Em julho de 2018, com a situação militar no terreno a agravar-se, e sabendo-se das limitações que a própria força multinacional no seu conjunto tem em termos de algumas capacidades e competências (blindados, meios aéreos e outros) foi tomada a decisão de enviar as viaturas Pandur II 8×8, naquilo que agora é o “Módulo Pandur” da 5.ª Força Nacional Destacada – FND na Missão das Nações Unidas na República Centro Africana – MINUSCA.

Seguiu-se em Portugal um processo de adaptação das viaturas à missão em causa, com a aplicação de reforços de blindagem que habitualmente não são usados, e pintura na cor branca, definida para viaturas à serviço das Nações Unidas. No âmbito do reforço da capacidade blindada da Força Nacional Destacada ao serviço da Organização das Nações Unidas no Teatro de Operações da República Centro Africana (RCA), o exército português, através do Comando da Logística, efetuou o deslocamento de seis viaturas Pandur II 8×8:

– 2 Viaturas Infantry Combat Vehicle (ICV);

– 2 Viaturas Remote Weapon Station (RWS);

– 1 Viatura Recovery Vehicle (RV);

– 1 Viatura Medical Evacuation Vehicle (MEV).



Simultaneamente, no quadro da sua responsabilidade de assegurar o apoio logístico da FND/RCA, houve o transporte de seis containers com sobressalentes e ferramental especializado. Esta operação logística foi concretizada com o uso de aeronaves Antonov An-124, fretados pelas Nações Unidas. Entre os dias 20 e 28 de dezembro de 2018 as viaturas foram colocadas em Bangui, capital da RCA, e de imediato, a 4.ª FND procedeu a algumas alterações no sentido de conferir proteção aos atiradores das ICV.

De tal forma foram rápidos que nesta primeira operação, dias depois, a 4 de janeiro, já todos os Pandur II seguiram para Bambari, onde iriam tomar parte nos combates que se iniciaram dia 10. As modificações em causa, consistiram na instalação de torretas nas VBTP Mtr .50, que foram retiradas de viaturas HMMWV, que na altura estavam indisponíveis.

Estas torretas – e outras blindagens – foram instaladas nos HMMWV em Israel em 2006, para emprego das viaturas em missão no Afeganistão, que terminou em 2012, e em 2017, após revisão nas oficinas do exército português, foram integradas à MINUSCA.

Voltando ao Módulo Pandur, os chefes das viaturas, motoristas e atiradores destes blindados são militares das unidades de origem das viaturas, enquanto os demais da FND/RCA eram dos Batalhões de Infantaria Paraquedista. Atualmente são do Regimento de Comandos. Relativamente ao apoio, o Módulo de Saúde foi reforçado por mais um motorista/socorrista e o Módulo de Manutenção reforçado com mais um Sargento e dois ajudantes mecânicos. No mês de junho de 2019 foram enviadas mais duas viaturas Pandur SARC para reforço do contingente português da MINUSCA.

EMPREGO OPERACIONAL

Quem conhece a situação diz que a sua utilização prioritária no teatro de operações seria sempre em Bangui, a capital, onde a situação de segurança até já levou a declarações preocupadas do Secretário-Geral da ONU. Mas já na semana seguinte à sua chegada, foram deslocadas para apoio à operação em Bambari, a aproximadamente 376 km, através de estradas não pavimentadas e região de florestas. Tendo em conta a experiência operacional da tropa portuguesa em Bangui, em cujos combates de rua as suas viaturas HMMWV foram o principal instrumento, quer para proteção do pessoal, quer para derrubar bloqueios montados nas estradas e ruelas e ainda pelo uso das .50 montadas nas torres, os Pandur são um valor acrescentado à força.

De igual modo, num hipotético cenário defensivo da base portuguesa em Bangui, as viaturas são uma boa opção para realizar operações dentro da cidade em direção ao ponto de exfiltração. A inclusão de uma viatura Socorro e outra Ambulância mostra exatamente a preocupação em ter as condições mínimas para não deixar ninguém para trás em caso de emprego tático fora da base principal.

CONTINUA...
 

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Vitor Santos

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Re: Pandur II
« Responder #2091 em: Maio 17, 2020, 08:24:44 pm »
BATISMO DE FOGO DOS PANDUR II 8×8

Bambari, a segunda cidade da Republica Centro Africana, importante nó rodoviário que controla o acesso de mercadorias à capital e ao país, com importantes recursos minerais na região, já está livre dos grupos armados. A autoridade do Estado vai sendo reposta pelas forças da MINUSCA e Forças Armadas Centro Africanas, tendo a Força de Reação Rápida (FRR) desempenhado um papel determinante. Quem controlar esta região, controla a maior parte do tráfego rodoviário para Bangui e logo desta para outros pontos da RCA. Ali há também importantes recursos minerais que são muito disputados. Sendo uma região com esta importância, os grupos armados instalaram-se, cobram impostos ilegais e dominam as populações sem qualquer contemplação.

Refere o comandante da 4.ª Força Nacional Destacada (Conjunta) na RCA, Tenente-Coronel Paraquedista Óscar Fontoura, “é importantíssimo que a autoridade do Estado volte a Bambari e isso só é possível se os grupos armados forem repelidos” e essa é uma parte da missão que as tropas portuguesas cumprem com este tipo de ações ofensivas.

Fontoura lembra que “o principal pilar do Mandato das Nações Unidas é conseguir a segurança das populações e apoiar a autoridade do Estado para que ela chegue a todos os pontos da República Centro Africana”. Prossegue abordando o que considerou “as maiores dificuldades encontradas pelos militares portugueses nas operações em Bambari teve a ver com duas razões: por um lado, terem que atuar num ambiente de elevadas temperaturas, com um terreno muito difícil e que produz muito pó no ar,

o que dificulta a visibilidade no decurso das operações, e por outro, a natureza da ‘ameaça’ – leia-se, inimigo – que é irregular, muitas vezes não usa uniforme e mistura-se com a população”.

Usa aliás os civis como escudos humanos com muita frequência. Estes fatores juntos obrigam aos maiores cuidados no emprego do armamento uma vez que “de maneira nenhuma podemos atingir civis, o que torna mais difícil atingir os seus objetivos” que são determinados pelo escalão superior.

Recorda-se que os combates começaram no dia 10 de janeiro, estenderam-se depois a Bokolobo onde a FRR portuguesa atacou e destruiu o quartel-general do grupo armado ex-Seleka UPC (União Para a Paz na República Centro-Africana) liderado por Ali Darassa e em 17 de janeiro ainda se verificaram violentos confrontos – nesta data até um helicóptero das Nações Unidas foi atingido e obrigado a fazer um pouso de emergência, felizmente somente com danos materiais. A operação “Bambari sem Grupos Armados e Armas” fica marcada pelo emprego dos Pandur II 8×8 em combate pela primeira vez. Os PANDUR II portugueses já atuaram no Kosovo e na Lituânia, mas em Bambari foi realmente o seu “batismo de fogo”.

Em julho 2018 quando foi anunciado o envio dos Pandur para a RCA, também foianunciado que seria pouco provável o uso para deslocamentos longínquos, como todas as FND têm feito nas suas missões, pelas dificuldades que as estradas e pontes apresentam no interior do território, em vista do peso da viatura. Pelo visto, as informações eram demasiado cautelosas e não estavam certas! Na realidade, já no primeiro mês as viaturas foram até Bambari, a 400 quilômetros da base portuguesa em Bangui e entraram em combate! Mais do que uma vez. Estiveram presentes nas diferentes ações ofensivas dos paraquedistas.

Por outro lado, nessa mesma altura o agravar da situação de segurança no teatro de operações da RCA era uma realidade e a decisão de enviar estes meios blindados vem conferir às forças portuguesas uma maior proteção e poder de fogo. É um reforço considerável se levarmos em conta que nenhuma das viaturas anteriormente à disposição da Força Nacional Destacada (FND) tem a proteção blindada dos Pandur e o seu armamento, o que qualquer comandante, qualquer chefe militar, tem obrigação de prever. Em todo o caso, note-se que as Pandur não vão substituir as HMMWV.

E na realidade a proteção e o poder de fogo dos Pandur II ficou patente nestes combates.



A mais recente operação de participação com o 5º Contingente, constituída por comandos, em Bocaranga, a 500 km de distância e 3 dias de deslocamento, em região de densas florestas, em proteção da população local, onde um grupo armado denominado 3R massacrou mais de 50 pessoas, revestiu-se de mais uma operação de grande efeito, concluindo por trazer o referido grupo à mesa de negociação.

As impressões que ficaram deste primeiro emprego operacional em combate e logo nas difíceis condições que se verificam na RCA, quer em relação ao terreno e clima, quer em relação ao potencial de fogo que o inimigo empregou nos confrontos, que não incluiu apenas armamento leve, pode-se dizer que, em termos de desempenho operacional, houve um incremento significativo de proteção blindada e de armamento, o que consequentemente implicou em alterações nas Técnicas e Táticas de Procedimentos em uso na Força para determinadas ações. As viaturas revelaram estar à altura das exigências. No entanto, com o incremento de componentes, diversificação de viaturas e tecnologia, o sistema logístico ficou mais pesado.

Até agora, os Pandur cumpriram os objetivos, o que é um fator positivo para a força no seu conjunto. Como também era esperado, o desgaste do material e as necessidades de apoio logístico aumentaram. Em termos mecânicos, as viaturas têm sido aprovadas, não obstante as temperaturas elevadas e o pó abundante, obrigando o pessoal da manutenção a maiores cuidados com os diversos componentes das viaturas, que apresentam menos duração do que nas operações anteriores.

As viaturas e a Força portuguesa foram atacadas por vários RPG (Ruchnoy Protivotankoviy Granatomyot), sendo que o mais usado é o RPG-7, mas nenhum deles atingiu viaturas e pessoal. Os danos sofridos foram ao nível de pneus em várias viaturas, em consequência do uso das viaturas para destruição de barricadas colocadas pelos grupos armados ao longo do itinerário, e das condições extremamente precárias do terreno e da rede viária.

O AUTOR

Elígio ELISEU Prass, Capitão QAO de Material Bélico, Turma de 1988, e atualmente integrante do Centro de Instrução de Blindados General Walter Pires (CIBld).
Possui formação superior em Logística e especializações em Viaturas Leopard e ENGESA EE-9 e EE-11, além de cursos de manutenção em Leopard (Alemanha), Gerenciamento de Frota Blindada (CIBld), Manutenção em Eletrônica (ESMB), Apoio Logístico Básico/Avançado, e em Operações de Paz (Peace Operations Training Institut – EUA).

Participou de Missões de paz em Angola (UNAVEM III), de 1996 a 1997, e Haiti (MINUSTAH), em 2007.

REFERÊNCIAS

 http://www.operacional.pt/vbr-8×8-tp-pandur-ii-127/

https://www.exercito.pt/pt/informa%C3%A7%C3%A3o-p%C3%BAblica/not%C3%ADcias/788

https://www.army-technology.com/projects/pandurii/

http://www.army-guide.com/eng/product112.html

https://www.defesa.tv.br/militares-portugueses-envolvidos-em-conflitos-armados-na-republicacentro-africana-com-as-milicias-locais/

https://www.dn.pt/lusa/interior/rca-inseguranca-em-bambari-obrigara-a-operacao-de-maiorenvergadura—general-serronha–10289557.html

https://peacekeeping.un.org/en/mission/minusca

https://www.cmjornal.pt/mundo/africa/detalhe/militares-portugueses-regressam-a-capital-do-paisapos-complexa-operacao-em-bocaranga?ref=Mais%20Sobre_BlocoMaisSobre

 :arrow:   https://tecnodefesa.com.br/emprego-operacional-das-viaturas-pandur-ii-8x8-portuguesas-na-republica-centro-africana/
 
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Re: Pandur II
« Responder #2092 em: Maio 17, 2020, 08:34:42 pm »
O maior problema é se algum ótario se lembra de mandar uma RPG contra uma Pandur.
Elas nem sequer as redes anti rpg ou armadura SLAT tem.
 :-\
 

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Re: Pandur II
« Responder #2093 em: Maio 17, 2020, 08:44:10 pm »
Vitor Santos,

A primeira parte do artigo tem pelo menos, um erro é este:

"Em 2005 Portugal assinou um contrato para a aquisição de 240 blindados 8×8, em 7 versões, a saber: VBTP Mtr 12,7mm, VBTP SARC, VBR Can 105mm, VBE PC, VBE Soc, VBE Amb e VBCI Can 30mm, para o Exército Português (EP). Posteriormente, este contrato foi reduzido para 188, excluindo em sua totalidade as VBR".

As versões iniciais eram onze  e não sete, e, não incluíam a versão porta canhão 105, mas sim Porta Morteiro 120mm; Porta Míssil Anti-Carro TOW; Reconhecimento; Engenharia; Comunicações. O porta canhão 105 em numero de 33 viaturas fazia parte de uma segunda encomenda, e não da encomenda inicial.

Retirado do Operacional :

Ponto de situação nas entregas de VBR Pandur

O contrato assinado entre o Estado Português e a firma austríaca Steyr prevê a entrega de 240 viaturas em 11 versões para o Exército e 20 viaturas em 4 versões para a Marinha. Uma cláusula no contrato admite ainda a aquisição de mais 33 Pandur II, equipadas com uma peça de 105mm, destinadas também ao Exército. Neste ramo todas as viaturas estão atribuídas à Brigada de Intervenção e na Marinha ao Corpo de Fuzileiros.
Até ao momento em que escrevemos o Exército recebeu 120 Pandur em 7 diferentes versões. Destas 20 estão oficialmente recepcionadas – ou seja, a garantia contratual acordada com o fabricante já está “a contar” – sendo que a recepção definitiva das viaturas só acontece no final do período da garantia. Aí então, estamos por “nossa conta”, até lá Portugal tem o apoio das firmas fornecedoras (Steyr austríaca e Fabrequipa portuguesa) nos termos definidos no contrato de aquisição.
As versões entregues ao Exército são: VBR Transporte de Pessoal com reparo para a MP Browning 12,7 mm; VBR Transporte de Pessoal com MP 12,7 mm, a disparar do interior da viatura; VBR Posto de Comando; VBR Recuperação e Manutenção; VBR Ambulância; VBR Vigilância VCB; VBR Porta Canhão 30 mm. Estão em falta 5 versões, Porta Morteiro 120mm; Porta Míssil Anti-Carro TOW; Reconhecimento; Engenharia; Comunicações.


http://www.operacional.pt/vbr-8x8-tp-pandur-ii-127/

Abraços

« Última modificação: Maio 17, 2020, 08:54:25 pm por tenente »
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Re: Pandur II
« Responder #2094 em: Maio 17, 2020, 08:53:05 pm »
O maior problema é se algum ótario se lembra de mandar uma RPG contra uma Pandur.
Elas nem sequer as redes anti rpg ou armadura SLAT tem.
 :-\

É um grande risco que o nosso pessoal está a correr !!

Abraços
« Última modificação: Maio 17, 2020, 08:53:36 pm por tenente »
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Re: Pandur II
« Responder #2095 em: Maio 17, 2020, 11:13:43 pm »
A Pandur de reconhecimento (que não veio), seria como? E para que unidade? Esquadrão de Reconhecimento/RC6?
 

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dc

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Re: Pandur II
« Responder #2096 em: Maio 18, 2020, 12:29:50 am »
Não seria um veículo equipado com um "mastro" retráctil com um sensor E/O no cimo?
 

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HSMW

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Re: Pandur II
« Responder #2097 em: Maio 18, 2020, 01:13:16 am »

Uma viatura “rara”, a Pandur II 8×8 Reconhecimento, dotada de equipamentos de VCB (Vigilância do Campo de Batalha). São apenas 4 das 240 destinadas ao Exército, e estão no Esquadrão de Reconhecimento da Brigada de Intervenção, aquartelado em Braga no Regimento de Cavalaria 6. Principais equipamentos, o radar BOR-A550 (na imagem à esquerda) e o Sistema de Reconhecimento, com câmaras térmica, diurna e telémetro laser.


Os dois monitores da esquerda integram o sistema de observação (fabrico israelita) e o da direita o radar (alemão). O radar tem um alcance de 40 km; o sistema de observação detecta, reconhece e identifica alvos e dá as distâncias a que se encontram. Os computadores tácticos destes sistemas permitem variadas opções tácticas com as informações recolhidas.

 <img src="{SMILIES_PATH}/icon_arrow.gif" alt=":arrow:" title="Arrow" /> http://www.operacional.pt/segurex-2013/

Esta?
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

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Lightning

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Re: Pandur II
« Responder #2098 em: Maio 18, 2020, 01:52:37 am »
Mas o texto sublinhado a negrito refere a Pandur Vigilância do Campo de Batalha como entregue, e a Pandur Reconhecimento como não entregue.

São o mesmo?
Então não têm lógica os nomes diferentes...
« Última modificação: Maio 18, 2020, 01:53:01 am por Lightning »
 

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Lightning

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Re: Pandur II
« Responder #2099 em: Maio 18, 2020, 01:59:47 am »
Realmente parece que é costume designar a pandur com equipamento VCB como "de reconhecimento", deve ter sido apenas um erro ao escrever o texto.

Alguém sabe se as 22 últimas pandur, acordadas com a GDELS, onde se encontram as unicas ATGM e comunicações, sempre vieram?

http://www.operacional.pt/em-braga-com-os-dragoes-dentre-douro-e-minho/