Os 30 F16A/B MLU da FAP

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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #1515 em: Março 26, 2019, 12:57:08 pm »
Os marroquinos estão a fazer exatamente o que já devíamos ter feito!!



in a 25 March statement that Government of Morocco requested to buy 25 Lockheed Martin F-16C/Ds Block 72 fighter aircraft equipped with the Pratt & Whitney F100-229 engines and the APG-83 Active Electronically Scanned Array (AESA) radar.

Morocco also requested AN/AAQ-33 Sniper Pods, AN/ALQ-211/-213 EW Management Systems, DB-110 Advanced Reconnaissance Systems, AIM-120C-7 Advanced Medium Range Air-to-Air Missiles, spares parts and other support equipment.

Also to buy new aircraft, Morocco requested upgrade its existing 23 F‑16 aircraft to the F‑16V configuration and related equipment for an estimated cost of $985.2 million.

https://defence-blog.com/news/u-s-state-dept-approves-possible-3-7-billion-sale-of-f-16-aircraft-to-morocco.html

https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #1516 em: Março 26, 2019, 02:13:29 pm »
Os marroquinos estão a fazer exatamente o que já devíamos ter feito!!



in a 25 March statement that Government of Morocco requested to buy 25 Lockheed Martin F-16C/Ds Block 72 fighter aircraft equipped with the Pratt & Whitney F100-229 engines and the APG-83 Active Electronically Scanned Array (AESA) radar.

Morocco also requested AN/AAQ-33 Sniper Pods, AN/ALQ-211/-213 EW Management Systems, DB-110 Advanced Reconnaissance Systems, AIM-120C-7 Advanced Medium Range Air-to-Air Missiles, spares parts and other support equipment.

Also to buy new aircraft, Morocco requested upgrade its existing 23 F‑16 aircraft to the F‑16V configuration and related equipment for an estimated cost of $985.2 million.

https://defence-blog.com/news/u-s-state-dept-approves-possible-3-7-billion-sale-of-f-16-aircraft-to-morocco.html



Ora nem mais, quem sabe e pode........porque tem gente responsável a chefiar é assim que acontece !!!!
48 F16V, muito bom !!

Abraços
Quando um Povo/Governo não Respeita as Suas FFAA, Não Respeita a Sua História nem se Respeita a Si Próprio  !!
 

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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #1517 em: Março 26, 2019, 07:32:12 pm »
Os marroquinos estão a fazer exatamente o que já devíamos ter feito!!



in a 25 March statement that Government of Morocco requested to buy 25 Lockheed Martin F-16C/Ds Block 72 fighter aircraft equipped with the Pratt & Whitney F100-229 engines and the APG-83 Active Electronically Scanned Array (AESA) radar.

Morocco also requested AN/AAQ-33 Sniper Pods, AN/ALQ-211/-213 EW Management Systems, DB-110 Advanced Reconnaissance Systems, AIM-120C-7 Advanced Medium Range Air-to-Air Missiles, spares parts and other support equipment.

Also to buy new aircraft, Morocco requested upgrade its existing 23 F‑16 aircraft to the F‑16V configuration and related equipment for an estimated cost of $985.2 million.

https://defence-blog.com/news/u-s-state-dept-approves-possible-3-7-billion-sale-of-f-16-aircraft-to-morocco.html



Os Marroquinos tem Block 52, se Portugal também tive-se Block 52  provavelmente também faríamos a conversão para V.
 

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Charlie Jaguar

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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #1518 em: Março 27, 2019, 07:49:29 pm »
Está previsto ser entregue amanhã à FAP o F-16AM 15142, partindo da OGMA, em Alverca, a caminho de Monte Real.

Tal como o resto da frota terá já a OFP M6.5.2 instalada, sendo que neste momento o software que equipa os F-16 MLU nacionais apenas fica atrás da OFP M7.1 que equipa os aparelhos norte-americanos. ;)
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #1519 em: Março 27, 2019, 09:42:20 pm »
Os nossos F-16 MLU "OFP M6.5.2" estão, em termos capacidades, logo abaixo dos F-16 50/52...? Diferença nos radares (etc) implica grandes diferenças de capacidades?
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asalves

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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #1520 em: Março 28, 2019, 02:42:43 pm »
Está previsto ser entregue amanhã à FAP o F-16AM 15142, partindo da OGMA, em Alverca, a caminho de Monte Real.

Tal como o resto da frota terá já a OFP M6.5.2 instalada, sendo que neste momento o software que equipa os F-16 MLU nacionais apenas fica atrás da OFP M7.1 que equipa os aparelhos norte-americanos. ;)

As tapes M6.5 e M7 não deveriam ser iguais? sendo a M6.5 a referencia usada para a FA's Europeias e as M7 para os USA?
http://www.f-16.net/f-16_versions_article2.html
 

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Charlie Jaguar

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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #1521 em: Março 28, 2019, 05:40:26 pm »
 
Está previsto ser entregue amanhã à FAP o F-16AM 15142, partindo da OGMA, em Alverca, a caminho de Monte Real.

Tal como o resto da frota terá já a OFP M6.5.2 instalada, sendo que neste momento o software que equipa os F-16 MLU nacionais apenas fica atrás da OFP M7.1 que equipa os aparelhos norte-americanos. ;)

As tapes M6.5 e M7 não deveriam ser iguais? sendo a M6.5 a referencia usada para a FA's Europeias e as M7 para os USA?
http://www.f-16.net/f-16_versions_article2.html

Basicamente o que escreveu está correcto. Aliás, noutro tópico referi isso mesmo:

Charlie Jaguar sabes o que esta incluído na M7.1 tape?

Podes ver aqui, Red Baron:
http://www.f-16.net/f-16_versions_article2.html

A OFP 7/7.1, ou Tape M7/7.1, nada mais é que a designação norte-americana para consumo interno da versão de software MLU europeia 6.5. A frota nacional está a ser gradualmente elevada a esta versão mais recente, e os 5 AM que estão a ser aprontados já virão com o 6.5. No futuro qualquer novo update na Europa será designado por 6.5+ enquanto nos EUA será OFP 8, 9, etc.

Sera que tem a ver com o novo sistema IFF para os F-16?

Para já o pouco que sei é que sim, tem a ver com a actualização dos modos IFF, instalação do sistema DIGAR (Digital GPS Anti-jam Receiver) e de receptores para o mais potente e resistente GPS III, e novo armamento como o JASSM-ER e eventualmente o AGM-158 LRASM. Dada a phase-out date de 2046 ou 2048, a USAF irá continuar a apostar no upgrade dos seus F-16 Block 40/42/50/52, enquanto deste lado do Atlântico as novas OFPs deverão começar a escassear à medida que os MLU saem de serviço substituídos pelos F-35A ou F-16V.
http://www.forumdefesa.com/forum/index.php?topic=5342.1365

A nossa Tape M [entenda-se "nossa" como a actualmente em vigor na EPAF, não somente nos F-16 portugueses], ou OFP, só fica um pouco atrás em termos de capacidades da instalada nos aparelhos norte-americanos porque o software para os F-16 da USAF tem algumas especificidades próprias e todas as características dessa mesma OFP instaladas, algo que não acontece completamente nos operadores da EPAF e que difere mesmo um pouco de país para país. É como aquando da instalação de um sistema operativo novo no nosso computador e a dado ponto durante o setup nos é perguntado se queremos adicionar no momento ou mais tarde (ou nunca) esta ou aquela valência.

Um exemplo: o software dos caças MLU belgas e holandeses permite que estes possam empregar armas nucleares, neste caso a bomba B61-12, algo que não acontece com as aeronaves nacionais. Apesar disso, caso um dia surgisse essa necessidade (apesar de ninguém o desejar, claro), seria adicionada sem problemas após o consentimento norte-americano.

 Para tentar ajudar um pouco e complementar a informação presente no f-16.net:

Citar
Operational Flight Program (OFP) Development:

Block 40/42/50/52 OFPs (M-series tapes) are updated continually to integrate new precision weapons, advanced targeting pods, improved avionics, and hardware (HW) and software (SW) mods to keep the F-16s, their respective training simulators, and other hardware Group B subsystems current. To keep this legacy platform combat capable, OFPs are designed for release on a three-year cycle. Generally, three major or minor tapes are under development/testing at any one time. Extensive ground and flight testing is required to field each M-series tape. Advanced weapons integration includes Joint Airto-Surface Stand-off Missile (JASSM) and Joint Direct Attack Munitions (JDAM, Laser JDAM), Small Diameter Bomb (SDB and SDB II), Advanced Medium Range Air-toAir Missile (AMRAAM) AIM-120D, Sidewinder (AIM-9X/AIM-9X Block II), and updates to existing weapons. Weapons integration also includes tasks such as performing risk reduction activities on advanced weapon integration, developing and integrating advanced racks, pylons, adapters, and the universal armament interface (UAI), and ensuring continued nuclear surety, safety and compatibility with upgrades such as the integration of the B61-12. Updates to electronic warfare systems allow for incorporation of the latest updates for changing threat environment, reducing war-fighter vulnerabilities. Multifunctional Information Distribution System (MIDS) HW block upgrades provides the F-16s with a secure, jam resistant, high-capacity data communications link with other combat aircraft, airborne control aircraft, and ground control centers.

The new major capabilities currently being integrated via M6.5/M7+ include GPS inertial navigation set (GPS/INS) updates to improve targeting accuracy and GPS security, AIM-120D, joint mission planning system (JMPS). As part of the Source of Repair Assignment Process (SORAP) decision, the OFP development has transitioned from Lockheed Martin Aeronautics (LM Aero) to Ogden Air Logistics Complex (OO-ALC), 309th Software Maintenance Group (309 SMXG). LM Aero will produce the common USAF/European Participating Air Forces (EPAF) core software tape for USAF M6.5+ that will serve as the baseline for the USAF M7+ OFP. The 309 SMXG has software development responsibility for the M7+ SW/HW candidates for the USAF jets fielding in FY16. M7.2+ Minor Tape is currently in early stages of program planning, candidate definition and test HW procurement to incorporate DoD mandates such as Airborne Dependent Surveillance Broadcast (ADS B-Out) as well as other Combat Air Forces (CAF) candidates including color display and Advanced Defensive Electronic Warfare (EW) System coordination. M8+ is in early stages of program planning for incorporating Modular Mission Computer (MMC) architecture.


Uma boa leitura também ;)

 :arrow: https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/12364/1/CAP%20Pereira%20da%20Silva.pdf


Resumindo e concluindo: a Tape M7.1 é em tudo idêntica à M6.5.2, apenas difere no facto de ser mais completa que aquela que neste momento utilizamos. Dado o facto da maior parte da actual EPAF estar a transitar do F-16 MLU para o F-35A, para os parceiros europeus os updates começarão em breve a escassear ao contrário do que se passará nos EUA, questão essa que torna urgente a decisão sobre o substituto do Fighting Falcon em Portugal. Apesar disso, as actualizações constantes nas últimas OFP capacitam o F-16 MLU a continuar a ser um sistema de armas credível até ao horizonte temporal de 2025/2030.
« Última modificação: Março 28, 2019, 06:35:12 pm por Charlie Jaguar »
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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #1522 em: Março 30, 2019, 07:05:40 pm »
Nunca me tinha apercebido do tamanho do Sniper II.  Tem quase o tamanho de uma tank de combustível externo.
« Última modificação: Março 30, 2019, 07:06:51 pm por Red Baron »
 

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dc

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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #1523 em: Abril 01, 2019, 02:29:49 am »
Boas noites,

Esclareçam-me de uma coisa, os novos F-15X terão motorização igual a algum modelo de F-16? Mais concretamente a versão V?
Continuo a achar que um binómio de 2 caças não esteja assim tão fora de questão, depende sim dos caças em questão e de que forma se complementam e que vantagens têm relativamente um ao outro. Da mesma forma que nos é conveniente um caça com baixos custos de operação, também nos dá jeito um caça com maior alcance devido à nossa dimensão geográfica.

De qualquer das formas, acho que a operação do F-35, sendo, pelo que tenho lido, dispendiosa, implica que partilhe a função com outra aeronave de combate. Não me parece rentável usar um caça que se diz tão caro de operar, e que tem que ficar não sei quanto tempo parado após cada voo, para missões como interceptar avionetas. Além disto, o preço elevado de cada aeronave implica que o número adquirido fosse bastante reduzido. Parece-me um risco entregar todas as missões que os F-16 envergam ao F-35. O F-16 parece-me mais versátil. Em situações reais, o F-35 parece-me um "one trick pony", principalmente se quiser manter a furtividade durante a missão.

A questão da furtividade leva a pensar. Porque vejamos, será a furtividade importante para todas as missões? Quantas e quais as missões é que é um factor decisivo? Essas missões não poderiam ser desempenhadas por outros meios? Quando estas questões estiverem respondidas, penso que será mais fácil analisar a viabilidade do 35 em detrimento de, por exemplo, um F-16 Viper ou até um F-15X. Se as missões em que a furtividade do F-35 fosse essencial, fossem poucas e pudessem ser desempenhadas por UAVs stealth supersónicos, talvez o rumo por caças convencionais seja o mais correcto, complementando a frota com uma dúzia de UAVs modernos e com boa capacidade de combate. Não sei que UAVs existem no mercado com estas características, mas lembro-me de projectos como o Barracuda, o Avenger, entre outros (se alguém estiver mais informado sobre alternativas, agradecia que as sugerisse). Posto isto, não seria mais viável optar por F-16V, eventualmente ir na loucura de uns 12 F-15X para assegurar soberania no espaço aéreo todo entre Portugal continental e ilhas, e depois uns 12 UAVs de combate (stealth)? Cerca de 30 aeronaves tripuladas de combate, e 12 não tripuladas, já apresentavam um bom poder dissuasivo, e em simultâneo tapava o buraco que é a crónica falta de pilotos na FAP, já que as exigências para pilotar um caça e pilotar um UAV não serão com certeza as mesmas!

Para terminar, há um ponto importantíssimo! De nada nos serve gastar milhões num F-35 se depois em termos de armamento ficassem despidos. Os próprios F-16 MLU que temos poderiam usar diversos tipos de armamentos, que por cá nem os cheiramos. JASSM, JSOW, SDB, AIM9-X, AIM-120C7... só para enumerar alguns, agora imaginem ter um caça como o F-35 que custa o que custa, e andar com os AIM-9L...
 

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Charlie Jaguar

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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #1524 em: Abril 01, 2019, 01:25:53 pm »
Esclareçam-me de uma coisa, os novos F-15X terão motorização igual a algum modelo de F-16? Mais concretamente a versão V?

Afirmativo! Tal como o F-16V Block 70 (GE) ou 72 (PW), o F-15X terá a opção de ser motorizado pelo General Electric F110-GE-129 ou pelo Pratt & Whitney F100-PW-229.

Continuo a achar que um binómio de 2 caças não esteja assim tão fora de questão, depende sim dos caças em questão e de que forma se complementam e que vantagens têm relativamente um ao outro. Da mesma forma que nos é conveniente um caça com baixos custos de operação, também nos dá jeito um caça com maior alcance devido à nossa dimensão geográfica.

Continuo a achar essa hipótese como pouco provável apesar da margem de exploração dos F-16MLU ser ainda significativa, dado o facto das aeronaves do primeiro lote terem sido compradas novas, terem vindo com todos os upgrades estruturais instalados e serem década e meia mais recentes que aquelas dos nossos parceiros europeus, e porque os caças que agora estão a ser modificados na OGMA virão com uma capacidade de 4 mil HV na célula, que segundo a FAP afirma corresponderá a 20 anos de operação.

Podemos assistir aos MLU a operar lado a lado com a futura aeronave de combate que o irá substituir aquando do período de integração inicial até estas atingirem a FOC, como é comum acontecer, porém pelo que sei dificilmente tornaremos a ter tão cedo dois caças a operar em simultâneo, se o voltarmos sequer a ter um dia.

De qualquer das formas, acho que a operação do F-35, sendo, pelo que tenho lido, dispendiosa, implica que partilhe a função com outra aeronave de combate. Não me parece rentável usar um caça que se diz tão caro de operar, e que tem que ficar não sei quanto tempo parado após cada voo, para missões como interceptar avionetas. Além disto, o preço elevado de cada aeronave implica que o número adquirido fosse bastante reduzido. Parece-me um risco entregar todas as missões que os F-16 envergam ao F-35. O F-16 parece-me mais versátil. Em situações reais, o F-35 parece-me um "one trick pony", principalmente se quiser manter a furtividade durante a missão.

Nós estamos a seguir um pouco a senda dos nossos parceiros da EPAF mais próximos que irão optar pelo F-35A como a sua futura, e exclusiva, aeronave de combate. O F-35 (para mim seria melhor designado por F/A-35) será um excelente aparelho complementar a outros já existentes tal como se passa(rá) nos Estados Unidos, Itália, Reino Unido e Japão, só para dar alguns exemplos; por si só, apesar de todas as qualidades e características que possui decorrentes de ser um caça de 5ª geração, é um risco. Vem-me logo à cabeça a velha expressão "colocar todos os ovos no mesmo cesto", e basta ver o extenso rol de problemas ainda por resolver com a aeronave para perceber que optar somente pelo Lightning II é uma jogada extremamente arriscada.

E a própria furtividade do F-35 terá de passar para segundo plano a curto prazo [ou mesmo sacrificada] pois a sua capacidade de carga interna é reduzida e, para ser uma opção credível a nível multi-role, terá sempre de montar carga externa. Além disso cada vez mais temos provas que a tecnologia radar estará prestes a acabar de vez com a tão apregoada furtividade, sem falar no regresso dos em tempos desprezados sistemas IRST.

Posto isto, não seria mais viável optar por F-16V, eventualmente ir na loucura de uns 12 F-15X para assegurar soberania no espaço aéreo todo entre Portugal continental e ilhas, e depois uns 12 UAVs de combate (stealth)? Cerca de 30 aeronaves tripuladas de combate, e 12 não tripuladas, já apresentavam um bom poder dissuasivo, e em simultâneo tapava o buraco que é a crónica falta de pilotos na FAP, já que as exigências para pilotar um caça e pilotar um UAV não serão com certeza as mesmas!

A opção F-16V é bastante credível por muito que alguns queiram afirmar o contrário. O upgrade dos nossos 30 aparelhos para esta versão seria algo bastante acertado pois, para além de tudo o que já se sabe do Viper (e que não vale a pena estar aqui de novo a escalpelizar), teríamos capacidades acrescidas com a introdução de vários equipamentos e armamento mais avançados que aquele que neste momento possuímos e que podem ser operados por esta versão como o pod Sniper, o AIM-9X Block II, o AIM-120D, a GBU-39 SDB, o Harpoon/SLAM, LRASM, CFT's, etc, etc. Além disso passam em 2019 vinte e cinco anos sobre a chegada do Fighting Falcon a Portugal, e já existe toda uma estrutura e cadeia montada em torno da aeronave que, em caso da opção ser pelo F-16V, se manteria toda ela em grande parte.

Este pdf da Lockheed Martin sobre o F-16V para a Grécia é bem elucidativo das capacidades do Viper: https://www.lockheedmartin.com/content/dam/lockheed-martin/aero/documents/F-16/F-16V-Geece-Exec-Sum.pdf


O F-15X seria ouro sobre azul, no entanto julgo que dificilmente passaria pela garganta dos políticos e das chefias; se tal acontecer ficarei agradavelmente surpreendido, coisa que por estes dias raramente acontece infelizmente, mas sei de fontes que tal opção dificilmente será sequer tida em conta.

Para terminar, há um ponto importantíssimo! De nada nos serve gastar milhões num F-35 se depois em termos de armamento ficassem despidos. Os próprios F-16 MLU que temos poderiam usar diversos tipos de armamentos, que por cá nem os cheiramos. JASSM, JSOW, SDB, AIM9-X, AIM-120C7... só para enumerar alguns, agora imaginem ter um caça como o F-35 que custa o que custa, e andar com os AIM-9L...

A aquisição do pacote F-35A acarretaria a compra também obrigatória de pelo menos algum armamento; se aquele ao dispôr actualmente dos MLU da FAP é interessante, e poderá ser quase todo ele reaproveitado para a futura aeronave de combate, seja ela F-16V, F-35A, Gripen NG, etc, a verdade é que há lacunas em certas áreas já aqui identificadas como a falta de um novo míssil ar-ar de curto alcance (AIM-9X Block II ou IRIS-T), a GBU-39 Small Diameter Bomb e o próprio AIM-120 AMRAAM, em maior quantidade e na derradeira versão Delta. A denominada "shelf life" dos AIM-9Li terá, mais tarde ou mais cedo, os dias contados, e se bem que este Sidewinder pudesse ser aproveitado para o Viper e Gripen, já não é para o Lightning II.

De facto, como disse recentemente o Comandante da Esq. 201, o tempo que continua a passar sem que se tomem decisões concretas é como ver uma ferida aberta a sangrar...
« Última modificação: Abril 01, 2019, 02:19:50 pm por Charlie Jaguar »
Saudações Aeronáuticas,
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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #1525 em: Abril 01, 2019, 03:08:25 pm »
Há alguma diferença significativa de fazer o upgrade para a versão V dos aparelhos recebidos do lote "Peace Atlantis" I para o II? 
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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #1526 em: Abril 01, 2019, 04:20:01 pm »
@charlie
Afirmativo! Tal como o F-16V Block 70 (GE) ou 72 (PW), o F-15X terá a opção de ser motorizado pelo General Electric F110-GE-129 ou pelo Pratt & Whitney F100-PW-229.

Posto isto, e analisando toda a questão do custo de operação/manutenção do F-35, como se compararia com o binómio F-16/F-15 com motores iguais? Em ambos os casos estaríamos a falar de 30 aeronaves.

O meu receio relativamente ao F-35 é o custo/benefício e as capacidades de executar muitas das missões empregues aos F-16. Para supressão de defesas aéreas inimigas, o F-35 tem a clara vantagem, mas relativamente à capacidade de superioridade aérea, CAS, etc, não me parece ser o mais adequado.

Na minha óptica, tão importante como falar em novos caças, é falar em armamentos para os ditos. Não só para os actuais aviões, como também para qualquer futura aeronave de substituição, sendo conveniente que estes possam ser usados de uns para os outros. Já agora esclareça-me, que novos armamentos o F-16V pode usar que a versão MLU não pode? LRASM pode ser integrado no F-16? JASSM? SLAM-ER? Dava jeito um míssil anti-navio de facto.

Há alguma diferença significativa de fazer o upgrade para a versão V dos aparelhos recebidos do lote "Peace Atlantis" I para o II? 

Penso que seja devido à idade das células, e o facto de as do PAII serem em segunda-mão, o que influencia a margem de horas que podem voar.
 

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Charlie Jaguar

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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #1527 em: Abril 01, 2019, 06:09:40 pm »
@charlie
Afirmativo! Tal como o F-16V Block 70 (GE) ou 72 (PW), o F-15X terá a opção de ser motorizado pelo General Electric F110-GE-129 ou pelo Pratt & Whitney F100-PW-229.

Posto isto, e analisando toda a questão do custo de operação/manutenção do F-35, como se compararia com o binómio F-16/F-15 com motores iguais? Em ambos os casos estaríamos a falar de 30 aeronaves.

Nessa hipótese, nesse binómio que refere, a única vantagem seria de facto a comonalidade de motores, armamento e pouco mais. Enquanto existe já uma estrutura de 25 anos para o F-16, para o F-15X teria de ser tudo construído de novo, por assim dizer. Não seria impossível, mas seria muito difícil tendo em conta inúmeros factores, e tendo igualmente em conta que até para continuar a actualização da frota F-16MLU teremos de alienar mais 5 aeronaves, muito provavelmente à Roménia, para ter verbas que garantam essa mesma actualização, bem como a manutenção e segurança dos 30 aparelhos. Daí poder mesmo arriscar-me a dizer que essa é uma hipótese muito remota.

O meu receio relativamente ao F-35 é o custo/benefício e as capacidades de executar muitas das missões empregues aos F-16. Para supressão de defesas aéreas inimigas, o F-35 tem a clara vantagem, mas relativamente à capacidade de superioridade aérea, CAS, etc, não me parece ser o mais adequado.

E não é, não para já por enquanto. Tal como temos vindo a debater noutro tópico a possível vinda do KC-390 e a maioria de opiniões é contrária a tal dada a juventude do programa e as incertezas que levanta, o mesmo se passa em relação ao F-35A. Um Lightning II, para ser credível por exemplo na missão de policiamento aéreo terá sempre de levar estações externas onde montará Sidewinders ou ASRAAMS; levar os AIM-120 a nível interno é porreiro, mas para esta missão que requerer identificação visual serviriam para quê? Apenas para criar drag.

Tal como a nível das missões CAS/ASFAO nunca se verá um F-35 com TER ou MER montados, pura e simplesmente porque não consegue. E terá sempre de andar em "beast mode", o que compromete a sua furtividade mas também o seu já de si questionável desempenho. SEAD não é uma missão que seja uma prioridade para a FAP, por isso é arriscado seguirmos a opção F-35A por muito que tanto as chefias como os pilotos afirmem não querer perder de novo o comboio da modernidade e regressar a um patamar de inferioridade face aos parceiros da NATO, agora que com o F-16MLU estivemos pela primeira vez em paridade com os mesmos.

Na minha óptica, tão importante como falar em novos caças, é falar em armamentos para os ditos. Não só para os actuais aviões, como também para qualquer futura aeronave de substituição, sendo conveniente que estes possam ser usados de uns para os outros. Já agora esclareça-me, que novos armamentos o F-16V pode usar que a versão MLU não pode? LRASM pode ser integrado no F-16? JASSM? SLAM-ER? Dava jeito um míssil anti-navio de facto.

A Lockheed Martin afirma que o Viper pode operar todo o armamento alguma vez disponibilizado para o F-16, da versão A ao D Block 52+. Quanto a isso para já não haverá grandes novidades, excepção feita à mais que possível integração do LRASM que é uma arma da casa. Fora isso a grande novidade será a calha tripla nas estações 4 e 7 para AIM-120D, a integração da GBU-50 de 2000lbs e do míssil AARGM-ER. A JSOW, JASSM/JASSM-ER, SDB, SLAM-ER, etc, já são usados pelos actuais C/D Block 50 em diante.

A capacidade anti-navio é uma valência que se encontra ausente dos nossos F-16, preferindo ou optando a FAP para essas missões o emprego das GBU-31 JDAM. O Harpoon, sendo uma arma usada no P-3C e pela Marinha, devia constar da panóplia dos aparelhos nacionais, porém existem algumas dúvidas quanto à capacidade de ser integrado nos MLU apesar de ser usado pelos A/B Block 20 de Taiwan. Segundo o f-16.net:

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All recent F-16 aircraft (block 20, 30/32, 40/42, 50/52, and 60) can be made Harpoon-capable. It requires the installation of the interface adapter, plus installation of system software that supports the Harpoon.

http://www.f-16.net/f-16_armament_article12.html

E como o referido interface até é o mesmo do AGM-65 Maverick, não deixa de ser algo estranho nunca se ter seguido esse caminho, ainda para mais quando o Maverick está em vias de phase-out nas Esquadras F-16. Curiosamente parece até que poderá ter sido Marrocos o mais recente cliente do F-16 a integrar o AGM-84 Harpoon nos seus caças. ::)

Há alguma diferença significativa de fazer o upgrade para a versão V dos aparelhos recebidos do lote "Peace Atlantis" I para o II? 

Penso que seja devido à idade das células, e o facto de as do PAII serem em segunda-mão, o que influencia a margem de horas que podem voar.

Basicamente é isso, apesar dos aparelhos em segunda-mão terem recebido reforços estruturais para poder operar com total margem de segurança por mais 4 mil horas de voo.
« Última modificação: Abril 01, 2019, 07:06:23 pm por Charlie Jaguar »
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
DE NADA A FORTE GENTE SE TEMIA
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Luís Vaz de Camões (Os Lusíadas, Canto I - Estrofe 97)
 
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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #1528 em: Abril 01, 2019, 06:27:21 pm »
Numa nação como a nossa com tanto territorio maritimo é mesmo incrivel como é que os nossos F16 não tem a capacidade para equipar os Harpoon.
 :-\
 

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dc

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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #1529 em: Abril 01, 2019, 06:47:35 pm »
E não é, não para já por enquanto. Tal como temos vindo a debater noutro tópico a possível vinda do KC-390 e a maioria de opiniões é contrária a tal dada a juventude do programa e as incertezas que levanta, o mesmo se passa em relação ao F-35A. Um Lightning II, para ser credível por exemplo na missão de policiamento aéreo terá sempre de levar estações externas onde montará Sidewinders ou ASRAAMS; levar os AIM-120 a nível interno é porreiro, mas para esta missão que requerer identificação visual serviriam para quê? Apenas para criar drag.

O F-35 consegue levar internamente apenas os misseis AMRAAM?

A Lockheed Martin afirma que o Viper pode operar todo o armamento alguma vez disponibilizado para o F-16, da versão A ao D Block 52+. Quanto a isso para já não haverá grandes novidades, excepção feita à mais que possível integração do LRASM que é uma arma da casa. Fora isso a grande novidade será a calha tripla nas estações 4 e 7 para AIM-120D, a integração da GBU-50 de 2000lbs e do míssil AARGM-ER. A JSOW, JASSM/JASSM-ER, SDB, SLAM-ER, etc, já são usados pelos actuais C/D Block 50 em diante.

A capacidade anti-navio é uma valência que se encontra ausente dos nossos F-16, preferindo ou optando a FAP para essas missões o emprego das GBU-31 JDAM. O Harpoon, sendo uma arma usada no P-3C e pela Marinha, devia constar da panóplia dos aparelhos nacionais, porém existem algumas dúvidas quanto à capacidade de ser integrado nos MLU apesar de ser usado pelos A/B Block 20 de Taiwan. Segundo o f-16.net:

E como o referido interface até é o mesmo do AGM-65 Maverick, não deixa de ser algo estranho nunca se ter seguido esse caminho, ainda para mais quando o Maverick está em vias de phase-out nas Esquadras F-16. Curiosamente parece até que poderá ter sido Marrocos o mais recente cliente do F-16 a integrar o AGM-84 Harpoon nos seus caças. ::)

Calha tripla para AIM-120D? Já não era sem tempo! E não queria dizer estações 3 e 7? Ou as estações onde habitualmente são colocados os depósitos também podem levar a calha tripla?

O AARGM-ER já se encontra em utilização?

A lista de armamentos dos F-16 cada vez mais prova que a nossa lacuna não são necessariamente os caças, mas sim a falta de investimento para os armar de forma decente. Cada vez gosto mais da ideia dos F-16V. Agora imaginar um F-16 português com 8 AMRAAMs nas asas... Era 1/3 do total que supostamente temos, mas era uma visão de luxo.
Só falta mesmo que um dia venham a ser integrados sistemas de armas como os Brimstone, os SPEAR 3, NSM, Meteor, entre outros.

Numa nação como a nossa com tanto territorio maritimo é mesmo incrivel como é que os nossos F16 não tem a capacidade para equipar os Harpoon.
 :-\

Sem dúvida. O mesmo pode ser dito relativamente sobre os Sea Skua nos Lynx, ou a quantidade cómica de misseis Harpoon em stock e o facto de não serem (julgo eu) modernizados.