Eu lamento é que a SIC, não nos tenha explicado porque é que o Grupo de Aviação Ligeira do Exército não tem uma única aeronave.
Não tem, provavelmente porque o dinheiro dos helicópteros, foi dado aos senhores Presidentes de Câmara, para mandarem fazer fontanários e piscinas, enquanto deixam as áreas rurais ficarem atulhadas de lixo combustível.
Em alguns lugares em Pombal, pelo que vi na televisão, não houve sequer pressão nas torneiras.
(A rede é velha).
E claro, em vez de ter uma rede de distribuição de água, é preferível ter uns jardins bonitos e umas piscinas e fazer (e apoiar com dinheiro) umas festas nas aldeias, durante o Verão, porque isso dá votos.
A propósito estive a fazer umas contas:
Um avião Canadair CL-415 custa aproximadamente o mesmo que 100 (uma centena) de auto-tanques pesados para transporte de aproximadamente 20.000 litros de água. Os bombeiros em muitos lugares, andam quilómetros para encher os carros bomba.
Com utilização intensiva, o Canadair ao fim de 10 anos, começa a ser demasiado caro de "sustentar". O Auto-tanque, durará pelo menos 20 anos, porque a sua manutenção é mais barata e é muito mais fácil fazer reparações que estão ao alcance de oficinas pelo país todo.
Estamos no país da Lei do Menor Esforço.
Fica-se com a impressão de que o problema é causado por o governo não ter comprado aviões.
Por acaso se os aviões que estão a combater os incêndios fossem da Força Aérea, a água era mais nacionalista e apagava melhor o fogo?
O problema das fortunas que alguns ganham com a questão dos incêndios, não é o factor principal nesta história toda. O problema são os fogos. E quando há problemas destes, toda a gente perde a cabeça.
O governo, vai na onda, para evitar problemas, pressionado pela oposição, mas pressionado também pelas “Máfias” internas. Isto é um problema deste governo e de todos os anteriores sem qualquer excepção.
Tapa-se o sol com a peneira.
Eu não pergunto onde estão os aviões. Eu pergunto onde estão os auto-tanques que podiam, apoiar as populações a apagar os incêndios.
Pergunto onde está o ordenamento do território
Pergunto o que andou o poder local autárquico a fazer ao longo de trinta anos, além de piscinas, rotundas floridas e empresas municipais para dar emprego à familia do Presidente da Câmara.
Pergunto porque é que nem viaturas ligeiras conseguem passar em muitos dos caminhos rurais, porque a ganância dos proprietários ocupa as chamadas vias de serventia (entre as propriedades rurais e que muitas vezes servem de divisa) com muros e vedações, tornando impossível o acesso às viaturas de combate a incêndios.
As Câmaras estão falidas, algumas, mesmo falidas entraram e, projectos de co-financiamento de estádios de futebol, e agora acusam o governo de comprar submarinos, em vez de olhar para o espelho e ver a gestão vergonhosa que muitas das autarquias têm feito neste país.
Nem tudo é culpa do governo. Nem tudo é culpa do Guterres, nem tudo é culpa do Barroso, do Santana ou do Sócrates. Muito é culpa dos autarcas que nós próprios elegemos.
A culpa também é nossa, por muito que nos doa.
Demos o poder a uma partidocracia que corrompeu a democracia, corrompeu o país, e coloca em causa todas as estruturas do Estado de Direito.
Os fogos, são apenas uma demonstração de que também o poder local autárquico, caiu num apodrecido desleixo, por muito que os Presidentes de Câmara e a associação nacional de municípios tentem tapar o sol com a peneira, e deitar as culpas da sua incompetência para cima dos submarinos da marinha.
Cumprimentos