Há não muito tempo, houve um colóquio na AM sobre lições retiradas da guerra da Ucrânia, e dos grandes problemas russos, sendo o palestrante um canadiano (salvo erro).
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Tudo o que foi apontado aos russos, servia que nem uma luva no exército português.
E garanto-lhe, que se colocar a questão a alguns militares barrigudos e a alguns politicos, eles vão dizer que nós não somos a Russia, porque ao contrário dos russos, os portugueses têm uma capacidade enorme para improvisar.
Possuimos a autonomia tática que permite aos comandantes de pequenas unidades tomar decisões ...
O problema, é que há muita gente, mesmo em cargos de decisão, que acredita piamente que o Zé Portuga, se necessário se vai sacrificar e dar a vida pela Pátria, só porque sim.
Chega a haver gente que, acredita que as nossas façanhas militares, são normalmente resultado da intervenção da mão humana e não de qualquer tecnologia, porque isso da tecnologia é para os outros.
É aqui, que mais uma vez, a estupidez dos que não estuda história, esbarra com os factos.
O império foi feito em cima dos costados de navios de guerra, que na altura eram o que de mais sofisticado se fazia em todo o mundo.
O historiados C.R.Boxer no seu livro sobre o império marítimo português, mostra o que os indianos, e os asiaticos em geral diziam sobre a superioridade dos navios portugueses.
Falamos da batalha de Diu e das façanhas dos portugueses, mas esquecemos que os nossos navios eram plataformas mais estáveis, que possuiam grande numero de canhões de pequeno calibre e maior alcance, que os portugueses optavam por matar e afundar os navios inimigos em vez de os capturar, enfim, uma quantidade de fatores que explica como um pequeno país consegue controlar áreas tão grandes.
E embora houvesse muita intervenção humana (longe de casa, qualquer um dará o máximo, porque sabe que a alternativa é morrer) a superioridade tecnológica foi a diferença.
Infelizmente é uma tradição portuguesa. Depois de um periodo de sucessos e esforço militar, as forças armadas portuguesas entraram sempre num periodo de decadência.