Viseu 'reclama' ser o berço de D. Afonso Henriques

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Lancero

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Viseu 'reclama' ser o berço de D. Afonso Henriques
« em: Março 05, 2007, 06:08:58 pm »
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D. Afonso Henriques pode ter nascido em Viseu
2007/03/05 | 17:17
Se situação se confirmar Fernando Ruas irá reivindicar para a cidade o estatuto de terra Natal do «Conquistador»

O presidente da câmara de Viseu, Fernando Ruas, declarou esta segunda-feira que está preparado para «reivindicar» para a cidade o estatuto de terra Natal de D. Afonso Henriques, se um número alargado de académicos for por esse caminho, noticia a agência Lusa.

Frisando não estar disponível para «dar início a qualquer luta» com Guimarães por essa condição, o autarca lembrou que «há coisas com o poder da tradição que acabaram por não ser confirmadas».

«Do mesmo modo, em Viseu, não levamos a mal que haja quem diga que Viriato, conhecido pastor, que se diz ser de Viseu e que, reza a lenda, fez a vida negra às legiões romanas, nunca passou por aqui», disse Ruas, presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses.

Estas declarações foram feitas pouco depois de a agência Lusa ter noticiado a reedição, ainda este mês, de um livro do estudioso Almeida Fernandes, que defende a tese de que D. Afonso Henriques nasceu em Viseu.

A obra, «Viseu, Agosto de 1109 - Nasce D. Afonso Henriques», teve uma primeira edição em 1993 (já esgotada), estando actualmente a segundo a ser impressa.

A polémica tese surgiu, curiosamente, depois de, em 1990, ter sido posta em causa a «tradição» de que Guimarães foi o «berço» do fundador da nacionalidade, com o aparecimento da hipótese de Coimbra, no Dicionário Enciclopédico da História de Portugal, das Selecções do Reader's Digest.

Almeida Fernandes (falecido em Tarouca, em Fevereiro de 2002) refere na sua obra que esta resultou, precisamente, de uma encomenda feita pela Unidade Vimaranense, Associação para o Desenvolvimento de Guimarães e sua Região, de 20 de Abril de 1990, que lhe pediu para «averiguar, se possível, onde nasceu D. Afonso Henriques», um trabalho que seria depois publicado «nos semanários vimaranenses».

«Ao longo de quatro meses, não tive a mínima notícia da sua utilização, nem mesmo a recepção me foi notificada. Deduzo que a solução «Viseu» não agradou, como se a História fosse feita para agradar», comenta o historiador num apêndice em que faz uma longa análise da «manifestação vimaranense» que gerou a sua revelação e onde inscreve a sua célebre frase: «Eu não mamo na História: amo-a».

Sem pretender entrar em «polémicas bairristas», a Fundação Mariana Seixas, de Viseu, que criou em 2004 um prémio anual de história medieval em homenagem a Almeida Fernandes, decidiu reeditar a controversa tese, até porque os 500 exemplares da primeira edição, da responsabilidade do Governo Civil de Viseu, estão há muito esgotados.

Perante a possibilidade de D. Afonso Henriques não ter, afinal, nascido em Guimarães, o presidente da câmara de Viseu, se esta tese for corroborada por um leque alargado de académicos, está disponível para reivindicar para a cidade esse «título».

Ruas confessa mesmo que lhe «agradaria, e de que maneira!», que isso viesse a acontecer, lembrando que «muitos académicos têm vindo a mudar as suas mentes sobre diversos assuntos» e sublinhando que o historiador José Matoso é já um dos que defendem a possibilidade de o ilustre português ter nascido em Viseu.


Fonte
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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