Iraque a ferro e fogo

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europatriota

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« Responder #165 em: Junho 17, 2004, 10:41:44 am »
Caro emarques:

De facto esse massacre de Nanquim em 1937 pelos japoneses figura no top ten das barbaridades, entre os outros feitos da mesma igualha quase todos da autoria da camonada.

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converteu-se numa das maiores atrocidades da história contemporânea - o "estupro de Nanquin" (Nanjing Datusha). Visando a humilhação total dos chineses, o Alto Comando japonês permitiu que por três semanas suas tropas submetessem os habitantes da venerável cidade ao saque e a um bárbaro e indiscritível massacre que vitimou (entre torturados, fuzilados e mulheres estupradas) mais de 300 mil civis chineses - um verdadeiro, mas esquecido holocausto oriental.


Mesmo assim, o conjunto dos bombardeamentos americanos sobre uma Alemanha e um Japão moribundos em 1945 mataram para cima de 1 milhão de civis apenas para aterrorizar (daí o terrorismo) e por esse meio obter uma capitulação com poucas perdas militares...

Não é que o ataque dos EEUU a esses países agressores não fosse legítimo, o problema é que houve excesso manifesto de legítima defesa e uso desproporcionado e desnecessário (à vitória) sobretudo sobre civis ! That's the point...
 
Sobre Estaline: por acaso nunca ouvi falar de os americanos se oferecerem ou serem convidados para participar na frente leste. O que interessava era que aliviassem a pressão esmagadora dos nazis sobre os russos que resistiam a toda a Europa nazi de então (toda a Europa, excepto 4 neutrais e a GB neutralizada na sua ilha, era então aliada dos nazis e havia divisões SS de todos os países ocupados, como a SS Charlemagne, composta de franceses, a divisão azul espanhola, etc.). E isso podia ser feito (era até mais lógico) na frente ocidental... mas se os EEUU tivessem insistido em participar mesmo no "coração da luta", alegando que um desembarque directo em território inimigo era mais arriscado do que em Murmansk (p. exº), tenho a certeza que os russos não recusariam, dado que a sua situação em 41/42 era absolutamente desesperada... Tinham tido 5,7 milhões de prisioneiros, dos quais só sobreviveram 40%...

Quanto aos "feitos" comunistas na Polónia em 39 e em toda a Europa oriental no pós-guerra, estamos de acordo. Eu só falo dos russos de 41/45 como defensores da Mãe-Pátria e da Europa, não como comunistas.

Sobre o 9/11: há de facto que vê-lo como um acto de guerra em retaliação pelos massacres cometidos na Guerra do Golfo e nos bombardeamentos e embargo dos 12 anos seguintes, além do apoio à opressão sionista sobre os irmãos palestinianos. Acto de legítima defesa e não de agressão. A paranóia que os bushistas espalham sobre o ódio ao ocidente dos árabes islâmicos é grotesca. Os árabes só querem viver em paz, não querem invadir o ocidente nem têm inveja do nosso nível de vida. Só são inimigos dos que os atacam e massacram e que lhes roubam terras e riquezas, os bussho-ssharonescos e todos os que os apoiam, tal como o ex-maoista recauchutado Durão... Não do Ocidente, que na sua maioria não é busho-ssharonesco...

Moahmed Atta e os outros protagonistas do 9/11 viviam há muito no ocidente tinham estudos superiores, admiravam a nossa cultura, alguns eram mesmo ricos, mas eram árabes feridos na sua honra de patriotas pela forma vergonhosa como os árabes são tratados pelos EEUU e Israel. Só isso. E a moral árabe postula a vingança, como dever de honra. Por isso tomaram sobre si a responsabilidade de com o seu martírio golpearem o coração dos opressores e assassinos dos irmãos árabes iraquianos e palestinianos. É simples. Nada tem a ver com os valores do ocidente, o capitalismo, o nosso way of life ! Mas apenas com a punição de um crime cometido contra a Nação árabe. Se não percebermos isto, não percebemos nada...

Não são os árabes que mataram centenas de milhares de soldados ocidentais depois de estes se terem rendido, nem impuseram aos EEUU um embargo que condenasse à miséria esse  país riquíssimo, à fome e à doença as suas crianças (meio milhão de criaças iraquianas mortas), não são os árabes que expulsam americanos das suas terras remetendo-os para campos de refugiados, chamando-lhes "terroristas" e massacrando-os a todo o momento... Será que a Alemanha vencida continuou a ser bombardeada durante 12 anos e impedida de vender os seus produtos, sendo condenada à miséria ? Então porquê tal tratamento desumano ao Iraque ? Quem matou mais iraquianos foram os americanos com as 2 guerras e o embargo, não o assassino Saddam...

Sobre a Guerra do Golfo: se você acha que matar 100.000 e ter apenas 150 baixas (e quase todas por friendly fire...)  é guerra legítima e uso proporcionado da força... então tá bem... Eu chamo-lhe MASSACRE e crime de guerra, por excesso de legítima defesa.

Você deve saber que por questões de honra muitas vezes um exército muito inferior não se pode render sem oferecer primeiro um "baroud d'honneur"(último combate de uma guerra perdida para salvar a honra)...

Cabe ao mais forte travar esse combate com a retenção necessária para permitir posteriormente a rendição em condições honrosas... é A ÉTICA MILITAR, percebe ? Coisa que a camonada assassina ignora e despreza ostensivamente, tal como faz ao direito internacional...

Um exemplo: os 4.000 portugueses que defendiam em 1961 Goa não tinham qualquer hipótese contra as dezenas de milhares de indianos, a sua aviação e a esquadra que os cercava. Mas Salazar proibia a rendição e pedia-lhes que lutasem até ao último homem (loucura do Botas...).  Logo, o que eles fizeram foi um baroud d'honneur, a que os indianos responderam como gentlemens fardados... O aviso Afonso de Albuquerque largou amarras e dirigiu-se quixotescamente contra a esquadra indiana. Esta acertou-lhe com uma só salva no leme, o barco ficou ingovernável e foi encalhar na praia. Mas o comandante salvou a honra...

Gostaria você como português que os indianos, abusando desproporcionadamente da sua força, tivessem bombardeado selvaticamente os 4.000 soldados (com Mausers !!!) durante 1 mês com B-52, B-1, B-2 e Tomahwaks, massacrando a maior parte deles, quando  não constituiam nenhuma ameaça para o exército indiano ? Acharia isso conforme à ética militar ? Gostaria que tivessem pulverizado o Afonso de Albuquerque matando toda a tripulação ? Você decerto chamaria os piores nomes a esses "monhés assassinos"... E então admira-se que os árabes e muçulmanos de todo o mundo odeiem a coboiada assassina e considerem heróis Bin Laden e os mártires do 9/11 ?

Sobre o massacre da estrada da morte: não me venha com hiistórias. O governo iraquiano já tinha anunciado a todo o mundo a sua retirada do Koweit e qualquer militar sabe distinguir uma retirada desordenada  e com civis de um movimento estratégico em ordem de batalha. Os assassinos aviadores (que nunca leram as Convenções de Genebra...) bem sabiam que se tratava de um massacre gratuito e ilegal pelos comentários alarves que soltavam enquanto bombardeavam a coluna durante 5 horas ("é como atirar a sitting ducks"  "vamos fazê-los derreter como manteiga", etc.).

Conclusão: no 9/11 os americanos tiveram muito menos do que mereciam e se não arripiam caminho ainda vão apanhar com umas malas-bombas nucleares nos cornos. Os árabes já as têm, vindas da Ucrânia e do Casaquistão, ao que parece...
A Grande Europa, respeitadora do direito internacional, da dignidade dos povos e da paz mundial deve unir-se, rearmar-se e liderar o mundo rumo à Paz Perpétua kantiana
 

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Fábio G.

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« Responder #166 em: Junho 17, 2004, 01:54:35 pm »
DD

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Ataque suicida em Bagdad causou 35 mortos e 138 feridos

O atentado suicida que esta quinta-feira se registou em Bagdad causou 35 mortos e 138 feridos, segundo o balanço official do Ministério da Saúde iraquiano.



«O atentado causou a morte de 35 pessoas, e outras 138 ficaram feridas, segundo um balanço definitivo», afirmou um alto funcionário do Ministério.
O atentado ocorreu cerca das 9:00 horas locais (6:00 em Lisboa) à entrada da antiga base aérea de Al Muzana, convertida actualmente na base militar dos EUA e no centro de recrutamento do novo Exército do Iraque

17-06-2004
 

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Rui Elias

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« Responder #167 em: Junho 17, 2004, 02:00:37 pm »
Esta é a tragédia humana despoletada por quem não seguiu os conselhos da grande maioria das populações mundiais e de quem seguiu em frente em desrespeito pela posição da maioria dos países na altura presentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Numa atitude de autêntico despotismo iluminado, de um punhado de visionários que um ano após esta aventura trágica, vê despedaçarem-se os sonhos de uma pacificação da região.

Uma guerra sem sentido que destapou a tampa da Caixa de Pandora.

Uma tragédia para todos, iraquianos, sobretudo, mas também para a vida dos ocupantes.

Onde  e qunado irá parar isto?
 

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Fábio G.

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« Responder #168 em: Junho 17, 2004, 03:05:35 pm »
JN

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Al-Qaeda ameaça executar refém americano
 
Islamitas ameaçam executar o engenheiro Paul Johnson

O movimento terrorista al-Qaeda ameaçou, em comunicado, executar um refém americano raptado há cinco dias na Arábia Saudita, a menos que o regime de Riade aceite libertar até amanhã os militantes do grupo detidos naquele país.

As autoridades sauditas, porém, já avisaram que recusam "negociar com terroristas" e a Embaixada dos Estados Unidos disse "estar a desenvolver todos os esforços necessários" para libertar o refém, "mas sem fazer quaisquer concessões".

Através de um vídeo e um comunicado difundidos na Internet, o suposto chefe da al-Qaeda na Península Arábica, Abdel Aziz al-Mouqrin, sustenta que, "se os tiranos do Governo saudita quiserem que o seu patrão, Paul Johnson, seja libertado, devem libertar os mujahedines detidos. Caso contrário, executá-lo-emos".

O vídeo, transmitido também pelas cadeias árabes al-Jazira (Qatar) e al-Arabiya (Dubai), mostra o refém de olhos vendados. Johnson, um engenheiro aeronáutico de 49 anos, foi raptado no passado sábado, no mesmo dia em que, em Riade, outro americano foi assassinado pelos islamitas.

As autoridades sauditas estão empenhadas em erradicar as diferentes células da al-Qaeda infiltradas no país. Desde o ano passado, diferentes atentados levados a cabo pelos terroristas causaram dezenas de vítimas. Em resposta, o regime de Riade tem multiplicado as acções policiais e as detenções, supondo-se que estejam na cadeia cerca de 700 suspeitos de pertencerem ao movimento liderado por Osama bin Laden. JMA  
 
 

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Fábio G.

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« Responder #169 em: Junho 17, 2004, 03:12:04 pm »
TSF

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Londres envia mais 270 soldados
Londres decidiu enviar 270 soldados suplementares para o Iraque, elevando o número total de soldados britânicos para 9200, segundo anunciou o ministro da Defesa, Geoff Hoon.
 
( 14:07 / 17 de Junho 04 )

 
 
 
«Vai haver um aumento de 270 homens no terreno, elevando o total de homens para cerca de 9200», indicou Geoff Hoon.

O ministro da Defesa britânico adiantou ainda que os soldados vão partir para o terreno a 21 de Junho.

«Este é um ligeiro aumento», disse Hoon, adiantando que as tropas se vão revezar, dado que reentram no país duas unidades.
 

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Spectral

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« Responder #170 em: Junho 17, 2004, 08:16:19 pm »
Europatriota, ia a responder-lhe, mas vejo que o emarques já referiu o que eu queria dizer sobre a retirada para Bassora.

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Ao contrário do que você diz, segundo a Convenção de Genebra, matar soldados que já manifestaram inequivocamente a intenção de suspender hostilidades (eles retiravam da frente...) é mesmo crime de guerra.

Alguma vez na história da guerra retirar da frente de batalha é uma demonstração "inequívoca" da vontade de suspender hostilidades ? Como já lhe disse, foi uma decisão moralmente questionável, mas não pode ser atacado com base nas Convenções.

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Quanto à divisão iraquiana (10.000 soldados) soterrada deliberadamente pelos tanques que passaram sobre as entradas dos abrigos, depois da rendição, temos outro crime de guerra. Não me venha dizer que foi durante a luta, porque não houve. Quando depois de um bombardeamento terrível de 35 dias os tanques avançaram os sobreviventes sairam dos abrigos e renderam-se em massa. Só que uns não tiveram tempo. FORAM SOTERRADOS VIVOS ! Percebe agora melhor o 9/11 ?


Uma fonte seria interessante. Como já lhe disse conheço  alguns destes relatos, mas são casos isolados e passados durante o assalto às linhas iraquianas.
Se diz que não houve luta terrestre, no Iraque, então sugiro-lhe que faça mais umas pesquisas. Só para começar, por exemplo "73 Easting" ou "Medina Ridge" devem dar bons resultados...

E a sua comparação com o 11 de Setembro continua a ser ridícula.
Já agora, acha que a Europa devia ter apoiado o Saddam em '91 ?  :roll:
I hope that you accept Nature as It is - absurd.

R.P. Feynman
 

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europatriota

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« Responder #171 em: Junho 18, 2004, 09:15:43 am »
Os "cristãos" bushistas e pró-bushistas negam aos cristãos palestinianos (algumas centenas de milhares) o direito de retorno às suas casas e terras na Palestina-Israel. Mas aceitam que 250.000 russos cristãos (não judeus, portanto) vivam em Israel, terra com a qual nada (nem os seus longínquos antepassados) têm a ver...

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Na entrevista, Arafat deixa em aberto a possibilidade de exigir, em futuras negociações, que um número indeterminado de refugiados regresse às suas casas em Israel, em particular um grupo de 200 mil que residem no Líbano em condições muito difíceis.

«Porque é que os cristãos da Rússia têm o direito de viver em Israel e os palestinianos cristãos não?», questionou o líder da ANP em alusão aos mais de 250 mil russos não judeus que chegaram a Israel na última década.


Isto é, há "cristãos" traidores que apoiam os massacres, roubos de terras e de lugares santos a que a judiaria-nazi seguidora de SSharon, Bibi  e Mofaz submete os cristãos (além dos muçulmanos) palestinianos...

Se isto não é traição...
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europatriota

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« Responder #172 em: Junho 18, 2004, 09:30:16 am »
Spectral:

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Você disse:Alguma vez na história da guerra retirar da frente de batalha é uma demonstração "inequívoca" da vontade de suspender hostilidades ?


Não se tratou apenas de retirar. Houve uma declaração prévia do Governo iraquiano divulgada em todo o mundo de que as suas tropas iriam retirar de imediato do território do Koweit, e a ocupação deste território era o único "casus belli" do conflito e o seu fim a única exigência da ONU. Quer-me dizer que os  sobreviventes das dizimadas divisões iraquianas (depois dos 35 dias de bombardeamento infernal, que sepultou dezenas de milhares nos seus abrigos do deserto...) estavam a retirar para irem atacar noutro lado ? Ora, ora ! Acha isso mínimamente credível ?

Quer dizer, se os 4.000 portugueses de Goa em 1961 fossem apanhados a embarcar com as suas Mausers em navios de transporte ou cargueiros, a fim de evacuarem o território, os indianos podiam mandá-los todos para o fundo do mar, alegando que iam apenas retirar para Diu a fim de aí continuarem a resistência...

Não percebeu ainda que o racismo (tal como os nazis, tratam os adversários não como meros inimigos, mas como Untermenschen ou subhomens...) e cinismo assassino da camonada fará ainda derramar o sangue de muitos americanos e seus aliados em todo o mundo ? Há 1,5 bilião de muçulmanos no mundo...
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Ricardo Nunes

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« Responder #173 em: Junho 18, 2004, 10:12:55 am »
Caro europatriota, respeito as suas opiniões, mas no que diz respeito à estratégia utilizada na guerra do golfo aconselho-o a investigar e a ler mais um  pouco.

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Não se tratou apenas de retirar. Houve uma declaração prévia do Governo iraquiano divulgada em todo o mundo de que as suas tropas iriam retirar de imediato do território do Koweit, e a ocupação deste território era o único "casus belli" do conflito e o seu fim a única exigência da ONU. Quer-me dizer que os sobreviventes das dizimadas divisões iraquianas (depois dos 35 dias de bombardeamento infernal, que sepultou dezenas de milhares nos seus abrigos do deserto...) estavam a retirar para irem atacar noutro lado ? Ora, ora ! Acha isso mínimamente credível ?

Quando se refere à campanha aérea da coligação ( isto inclui EUA, Inglaterra, França, Itália, Arábia Saudita, Qatar, e muitos outros ) como infernal e causadora de um massacre, é perfeitamente normal que assim o seja.
A guerra não é um jogo de equilíbrios nem de crianças. A guerra não é uma brincadeira, e todos sabemos que, quando se decide atacar, ataca-se a sério. Se se tivesse dado ao trabalho de investigar saberia que o Iraque possuia na altura o 4º maior exército do mundo com uma força aérea bastante eficaz. É perfeitamente normal que as forças da coligação usassem todo o poder ao seu dispor, e bem, para eliminar tal ameaça. Não tente encontrar problemas onde eles não existiram.

A questão da tal declaração de retirada é interessante. Que eu saiba, só no final das 100 horas de batalha terrestre é que ouve de facto um compromisso por parte do governo iraquiano de se retirar. E isto porque a coligação parou o seu avanço para negociações. Nunca antes.

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estavam a retirar para irem atacar noutro lado ? Ora, ora ! Acha isso mínimamente credível ?


Devo-lhe dizer que é bastante credível. Aliás, perfeitamente lógico.
Passo à explicação: a estratégica de guerra terrestre da guerra do golfo consistiu em 1 ataque frontal através da fronteira Arábia Saudita/Koweit realizado pelos Marines norte-americanos. Esta força iria sofrer o grosso das baixas mas iria manter "ocupados" as forças iraquianas. Enquanto isso acontecia tropas aerotransportadas da coligação eram destacadas para o deserto iraquiano e o grosso das forças mecanizadas da coligação ( as divisões blindadas americanas e os batalhões franceses e britânicos ) que tinham sido movimentados para a fronteira mais a Oeste, de um modo oculto,  inciariam um movimento de foice através do deserto iraquiano de modo a cortar a saída do Koweit. Este movimento ficou conhecido como o "Varrimento Avé Maria". Aconteceu que esta estratégia foi tão bem sucedida que os Iraquianos arriscavam-se a perder 140 000 homens para a coligação. Logo, a única solução tinha sido retirar para o próprio Iraque, ou então enfrentavam a maior rendição da 2ª metade do séc. XX.
Foi neste contexto, ainda em hostilidades, que se deu o episódio da autoestrada da morte.
 

Ah, e continuo sem saber a sua resposta à minha pergunta de outro post: é aquela a europa que o torna patriota?
- veja o post com a notícia de vendas de armas por parte da Alemanha e da França a Israel, neste topic, página anterior salvo erro -

Cumprimentos e, bibaportugal!  :wink:
Ricardo Nunes
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europatriota

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« Responder #174 em: Junho 18, 2004, 11:26:54 am »
Caro Ricardo Nunes:

A sua resposta está cheia de incoerências e derrota-se a si própria. Vejamos: a questão era saber se a retirada da autroestrada da morte (já depois do anúncio da retirada do Koweit) era um verdadeiro fim de hostilidades ou mera manobra táctica para prosseguir o combate. O que diz você, mesmo supondo que a sua explicação é boa, o que falta demonstrar: que essa coluna procurava apenas furtar-se à rendição através da manobra de envolvimento (o tal "varrimento avé maria"). Isto é, você confirma que havia fim de hostilidades, até porque escapar à rendição (mas eles nem sabiam decerto, com as comunicações interrompidas que poderiam ser cercados: estavam apenas a obedecer às ordens de retirada) não é combater, é FUGIR ao combate ou aprisionamento.

Aliás, qual era o problema de serem aprisionados ? Centenas de milhares foram aprisionados e libertados poucas semanas depois... se os americanos quisessem aprisionar os da autoestrada da morte (tinham o direito de fazê-lo, segundo as leis da guerra) que o fizessem,  o QUE NÃO PODIAM ERAM EXECUTÁ-LOS SUMARIAMENTE COMO FIZERAM. Dá para entender ?

Sabe, ao contrario do que pensa a camonada bushista, o direito intrernacional é uma coisa muito séria e aplica-se a todos. E não é com desculpas esfarrapadas e cínicas que se justifica a execução sumária de 10.000 a 20.000 pessoas...

Logo, você confirma o que eu disse e que todo o mundo sabe. Tratou-se de um massacre em larga escala de forças em retirada que tinham suspendido as hostilidades. Logo, CRIME DE GUERRA E GRAVE! Mais grave que o de Sebrenica, onde os massacrados foram 7.000... Você meu caro, desconhece o direito internacional de guerra... e a sua cínica argumentação não convenceria nenhum juíz...Constituiria mesmo circunstância agravante.

Aliás, repito, basta atentar em que foram mortos no total mais de 100.000 iraquianos contra 150 americanos, estes quase todos em friendly fire. isso diz tudo ! 4ª exército do mundo ? Aviação iraquiana ? Deixe-se de balelas, onde os viu ? Pois se os aviões podiam ser abatidos a dezenas de Km, sem sequer avistarem o inimigo... E o mesmo se diga dos blindados: enterrados no deserto, sem inimigo à vista para atirarem, eram destruídos um a um por um inimigo invisível, disparando de 10 ou 20 ou mais  Km os seus mísseis. Uso desproporcionado da força é crime de guerra. Quando o adversário baixa a guarda e renuncia ao objectivo militar em litígio (no caso, o Koweit) suspende-se o combate, na vida animal, no boxe ou na guerra.

Na guerra entre militares cavalheiros respeitadores da ética e do direito da guerra, é claro. O que se passou foi um massacre contrário à ética militar e  merecedor de uma forca à Nuremberga... ou de vários 9/11...

Claro, a soldadesca cóboi não são militares, nem têm honra nem ética militares: são mercenários assassinos que declaram desprezar e não reconhecer o direito internacional e que praticam massacres, torturas e execuções sumárias em série. Pagarão por isso, mais cedo ou mais tarde...

Saudações Europatrióticas !
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Ricardo Nunes

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« Responder #175 em: Junho 18, 2004, 11:34:41 am »
Caro europatriota. A deturpação que faz da minha mensagem é impressionante.

Estou convencido que, embora sejamos os dois portugueses, você fala uma língua completamente diferente da minha, pois pelos vistos não entende nada daquilo que eu digo.

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Aliás, repito, basta atentar em que foram mortos no total mais de 100.000 iraquianos contra 150 americanos, estes quase todos em friendly fire. isso diz tudo ! 4ª exército do mundo ? Aviação iraquiana ? Deixe-se de balelas, onde os viu ?


Então agora a coligação tem culpa da incompetência iraquiana? Tem culpa da inferioridade das armas iraquianas? Isto é impressionante.  :lol:

Olhe, ainda tou à espera da sua resposta sobre a venda de armas por parte da Alemanha e França a Israel. Não se anda a tentar escapar pois não?  :lol:
Ricardo Nunes
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« Responder #176 em: Junho 18, 2004, 11:41:27 am »
P.S.

Você falou ainda de uns vagos fornecimentos militares alemães e franceses a Israel no valor de 200 milhões de dólares ? Isso são ninharias, meu caro ! 200 milhões ? O que é isso comparado aos 13 biliões que Israel recebeu A FUNDO PERDIDO, E NÃO EM VENDAS, dos EEUU só este ano, para poder continuar a massacrar palestinianos e a roubar-lhes terras ? E isso acontece todos os anos (3 biliões é o mínimo que os EEUU dão por ano a Israel ! Dão, disse eu. Porque vender, tem vendido biliões e biliões... Quer comparar ? Até porque, como você disse, a França suspendeu há quase 40 anos as vendas militares a Israel. Se fez agora uma venda simbólica foi talvez para provar a sua boa-vontade e demonstrar que não é "anti-semita"...Mainada ! Não dá para perceber logo ?

Sim, tenho imenso orgulho em ser europeu, em viver numa Europa onde (ao contrário da Coboilândia do Al Bushone) o direito (internacional, incluído), os direitos humanos, a manutenção da paz mundial, os valores da verdadeira democracia liberal são princípios sagrados e activamente defendidos. Somos o farol da civilização mundial e abateremos um a um todos os totalitarismos. Ontem foi o nazismo e o comunismo. Amanhã será o Bussho-ssharonismo. E o TPI julgará nas próximas décadas muitos criminosos de guerra made in USA...pode escrever...

Bibauropa ! :)
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« Responder #177 em: Junho 18, 2004, 12:07:56 pm »
Ricardo:

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Então agora a coligação tem culpa da incompetência iraquiana? Tem culpa da inferioridade das armas iraquianas? Isto é impressionante.  


Presumindo que você é militar, tenho de concluir que o ensino do direito internacional da guerra, anda muito por baixo nalgumas academias... :) , o que é preocupante...

Não está em causa a inferioridade de armas de um dos lados, que se verifica aliás em quase todos os conflitos bélicos. É DE USO DESPROPORCIONADO DA FORÇA, contrário ao direito e ética militares, que falo. Nunca ouviu falar disso ? Eu já o expliquei claramente.

Segundo o direito e a ética militar (na ausência dos quais um militar deixa de o ser, para se transformar num gangster, terrorista ou bandido armado, num combatente ilegal, em suma, passível da justiça do TPI), o uso legítimo da força limita-se ao necessário para alcançar o objectivo militar em causa (na ocorrência era libertar o Koweit...). Não a aniquilar totalmente o inimigo, DEPOIS DE ESSE OBJECTIVO SER ALCANÇADO por vitória, ou rendição ou outro meio equivalente. Elementar...

Mas onde a existência de crimes de guerra é flagrante é nos massacres da autoestrada da morte e da divisão enterrada viva, já depois do fim das hostilidades !

O balanço de baixas da Guerra do Golfo demonstra à saciedade que alguns dias de bombardeamentos teriam chegado par quebrar a resistência iraquiana e forçá-los a retirar. ERA ÓBVIO PARA QUALQUER OBSERVADOR QUE SE TRATAVA DE UM MERO "BAROUD D'HONNEUR" POR PARTE DOS IRAQUIANOS, DADO QUE ESTES (OS MILITARES, NÃO SADDAM) NÃO ERAM BURROS E SABIAM PERFEITAMENTE QUE A SUA INFERIORIDADE MANIFESTA EM ARMAMENTO NÃO LHES DAVA QUALQUER POSSIBILIDADE DE RESISTIREM INDEFINIDAMENTE A UM ATAQUE.

Logo, o que os americanos deviam ter feito era utilizar apenas a força necessária para permitir a reconquista do Koweit e uma rendição honrosa ao exército iraquiano, pelo facto de ter oferecido durante algum tempo uma resistência simbólica. Não fazê-lo viola as leis da guerra (de todas as guerras de todos os tempos) e demonstra que a camonada nazi trata os iraquianos não como adversários, mas como Untermenschen a exterminar incondicionalmente. E esse racismo assassino, demonstrado também na Palestina e na guerra actual, pode levar o Islão e aliados a uma guerra mundial,  como a II Guerra anti-nazi... A guerra é uma coisa séria, não é como nos filmes do Rambo nem nas consolas de jogos...
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Ricardo Nunes

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« Responder #178 em: Junho 18, 2004, 12:31:39 pm »
Oiça, aquilo que eu quero que o senhor entenda, na mais ínfima essência é o seguinte: é bonito estar aqui a escrever e a descernir sobre estas atitudes que, por um lado ambos achamos incorrectas mas que eu acho que embora evitáveis foram justificadas, e o senhor pensa que não. O que eu quero realmente que perceba é que, numa situação de combate, seja a nível estratégico ou táctico, têm de se tomar decisões rápidas. Tem de se optar e, neste caso concreto, quando ainda decorriam hostilidades , as opções eram simples: ou deixá-los escapar ( e relembro que nesse momento da tomada de decisão ainda não existia nenhuma posição ofical do governo iraquiano que indicasse que eles se iam render ou retirar ) ou então tentar "cortar-lhes" a saída. Claro que foi uma decisão difícil, e hoje todos a vemos como evitável pois sabemos como acabou a guerra, mas na altura, naquele momento, face aos perigos enfrentados e na prespectiva de um militar da coligação aquele pareceu ser a opção mais lógica. Especialmente sabendo que tudo começou como "alvos de oportunidade" sem qualquer intenção de provocar tamanha destruição.
É giro estar aqui sentado e, recorrendo à demagogia, criticar aquela atitude, mas vosssa excelência deveria saber ( ou secalhar não ) que numa situação de combate tudo é possível. Compreenda: estava-se em guerra. Hoje todos vemos aquele "ataque" como desnecessário, mas na altura foi a opção mais visível e lógica.
Agora é giro o senhor criticá-la. Claro, não há nada mais fácil, mas por amor de Deus, tente compreendê-la e avalie as diversas variáveis que estavam em jogo na altura em que a decisão foi tomada.

Não se preocupe, o ensino em qualquer uma das academias está óptimo.  :wink:
Ricardo Nunes
www.forum9gs.net
 

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Fábio G.

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(sem assunto)
« Responder #179 em: Junho 18, 2004, 01:11:03 pm »
TSF

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Bomba fere três polícias em Nassiriyah
Três polícias iraquianos ficaram feridos, na passada quinta-feira, devido à explosão de uma bomba em Nassiriyah, segundo avançaram as autoridades daquela cidade. Em Baaqouba, foram registados confrontos.
 
( 11:50 / 18 de Junho 04 )

 
 
 
«Fomos informados de que fora colocada uma bomba numa avenida do centro da cidade», disse o tenente Radi Mohammad, porta-voz da polícia de Nassiriyah, adiantando que «enviámos uma patrulha para o local e a bomba explodiu, ferindo três agentes».

Perto de Baaqouba, a nordeste de Bagdad, foram registado confrontos entre militares norte-americanos e homens armados, quando uma patrulha dos Estados Unidos ficou sob fogo inimigo. Ao ripostarem, os soldados norte-americanos mataram dois atacantes, segundo fonte militar.