Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa

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JohnM

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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1515 em: Maio 09, 2023, 04:31:17 pm »
Vindo de dentro da marinha, " se neste momento todos os navios inoperacionais estivessem operacionais, não existia pessoal suficiente". Portanto, primeiro resolver o problema do pessoal, depois o resto.


Saudações

P.s. O nível de automatização de unidades modernas é maior, pelo que exige menos guarnição. Acrescenta o preço e manutenção, e este último é um dos principais problemas da marinha, pois além de faltar dinheiro existe o problema Alfeite.   

https://www.dn.pt/edicao-do-dia/15-set-2020/arsenal-do-alfeite-vai-o-historico-estaleiro-recuperar-ou-afundar-se-de-vez-12715680.html

https://www.dn.pt/politica/arsenal-do-alfeite-sobrevivencia-so-cobrando-o-dobro-do-preco-a-marinha-13469216.html

https://sicnoticias.pt/pais/2022-11-17-Trabalhadores-do-Arsenal-do-Alfeite-em-protesto-d3ab8f1e

https://tvi.iol.pt/noticias/alfeite/arsenal-do-alfeite/estaleiro-da-marinha-em-risco-de-ficar-inoperacional-ha-equipamentos-com-mais-de-80-anos/20230320/6418bb230cf2c84d7fcd7c00

E em simultâneo modernizar alguns e deixar outros que pouco acrescentem. O mesmo para os resto das FA

O problema parece ser manter enquadramentos de postos. Com se diz, mais almirante que navios.  Afinal se nem tripulações existem, então comandam quem e o quê?
O principal problema das FA é a falta de pessoal, originada na miséria a que está reduzida a carreira militar. Sem aumentos salariais para, no mínimo, a equiparação com as forças de segurança, e perspetivas de carreira decentes, não vale a pena estar-se a adquirir o que quer que seja. O que era preciso era alguém ter visão estratégica, decidir que meios materiais e humanos são necessários para executar essa visão, e agir de acordo. Por exemplo, no caso da Marinha, imaginem-se dois cenários a título meramente de exemplo (e assumindo que cerca de 3/4 dos navios têm tripulação, já que há sempre alguns em manutenção):

Cenário 1 – Comprar o JdW e a van Speijk, manter as duas VdG “operacionais” e as BD, 10 NPO, 1 Wave. Neste cenário são necessários mais de 900 tripulantes.

Cenário 2 – 5 XO, 10 NPO. Neste cenário são necessários menos de 700 tripulantes.
A diferença entre estes dois cenários é enorme (cerca de 25% menos no cenário 2), além de que navios novos têm maiores taxas de operacionalidade e são mais baratos de manter. Houvesse vontade política para o fazer…
 

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dc

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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1516 em: Maio 09, 2023, 05:09:09 pm »
Eu acho que há aqui um grande lapso no tema da "organização das prioridades". É inteiramente possível fazer as duas coisas ao mesmo tempo: renovação da frota e resolver o problema da falta de pessoal. No caso concreto da Marinha, estamos a falar de um período necessário desde o início da construção de um navio, até à sua entrada em serviço, que em média deve rondar os 3 anos. Neste período, é perfeitamente possível ir resolvendo gradualmente a falta de pessoal.

Sem adquirir meios, mas resolvendo a falta de pessoal, corremos o risco de, ou o pessoal ver o estado e o nível tecnológico dos meios, e dá à sola por más condições de trabalho, ou não há meios suficientes para "tanta gente", e acabam por ir para secretárias, sendo então um grande desperdício de mão-de-obra. Desperdício este que já acontece, quando andamos a formar 170 marinheiros ou lá o que é, para uma Vasco da Gama, cujo valor militar é quase nulo, ao invés de formar 120 para uma fragata moderna e capaz.

Existem ainda outras questões, a nível do recrutamento, que têm de ser corrigidas (além das remunerações e da valorização da carreira). Uma coisa básica, como o limite de idade já devia ter sido alterado há muito tempo, como noutros países.
Passo número dois, tirar partido da orientação geográfica das várias zonas do país, e recrutar com base nisso. Com dois arquipélagos cuja população ronda os 240 e os 250 mil habitantes respectivamente, seria perfeitamente plausível conseguir arranjar 500 marinheiros nestas regiões (0.2% da população local). Uma das razões para isto não acontecer hoje, é o facto de termos apenas uma base naval, para onde toda a gente é canalizada de todos os cantos do país, e isto obviamente não serve para quem tenha preferência de ficar minimamente perto de casa. É preciso criar bases permanentes nos Açores e Madeira, com meios igualmente permanentes, em vez de continuar com esta lógica de "destacamento". E isto pode ser aplicado aos 3 ramos, a vários níveis.
 
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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1517 em: Maio 09, 2023, 06:39:02 pm »
Eu acho que há aqui um grande lapso no tema da "organização das prioridades". É inteiramente possível fazer as duas coisas ao mesmo tempo: renovação da frota e resolver o problema da falta de pessoal. No caso concreto da Marinha, estamos a falar de um período necessário desde o início da construção de um navio, até à sua entrada em serviço, que em média deve rondar os 3 anos. Neste período, é perfeitamente possível ir resolvendo gradualmente a falta de pessoal.

Sem adquirir meios, mas resolvendo a falta de pessoal, corremos o risco de, ou o pessoal ver o estado e o nível tecnológico dos meios, e dá à sola por más condições de trabalho, ou não há meios suficientes para "tanta gente", e acabam por ir para secretárias, sendo então um grande desperdício de mão-de-obra. Desperdício este que já acontece, quando andamos a formar 170 marinheiros ou lá o que é, para uma Vasco da Gama, cujo valor militar é quase nulo, ao invés de formar 120 para uma fragata moderna e capaz.

Existem ainda outras questões, a nível do recrutamento, que têm de ser corrigidas (além das remunerações e da valorização da carreira). Uma coisa básica, como o limite de idade já devia ter sido alterado há muito tempo, como noutros países.
Passo número dois, tirar partido da orientação geográfica das várias zonas do país, e recrutar com base nisso. Com dois arquipélagos cuja população ronda os 240 e os 250 mil habitantes respectivamente, seria perfeitamente plausível conseguir arranjar 500 marinheiros nestas regiões (0.2% da população local). Uma das razões para isto não acontecer hoje, é o facto de termos apenas uma base naval, para onde toda a gente é canalizada de todos os cantos do país, e isto obviamente não serve para quem tenha preferência de ficar minimamente perto de casa. É preciso criar bases permanentes nos Açores e Madeira, com meios igualmente permanentes, em vez de continuar com esta lógica de "destacamento". E isto pode ser aplicado aos 3 ramos, a vários níveis.

A Base Naval nos Arquipélagos é crucial. Além do aspecto falado e bem visto de recrutamento. É um absurdo centrar tudo na Base do Alfeite.
Será que vai contra o interesse pessoal das carreiras mais altas?
É possível, quer tudo ficar ali perto do "palácio".
Fora mesmo só de adidos, que se ganha bem.

É fazer como noutros sítios se faz. Guia de marcha, siga.
Com tantos almirantes e Comodoros era uma rotação fácil, justificava mais a sua abundante existência e, ia para o curriculum para concorrerem a CEMA. Tipo por exemplo: comandante do Comando  Naval Estratégico da Madeira.
Era uma cena importante. E quando um dia estivessem a jogar golf com um américa que dissesse que tinha sido comandante da 6ª Esquadra, respondia: e eu da CNEM ou CNEA(Açores).
Ah pois é

Aproveitem


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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1518 em: Maio 09, 2023, 08:18:25 pm »
Já existem as Zona Mariitma dos Açores e da Madeira com um Comodoro à frente, mas podem mudar de nome.

https://www.marinha.pt/pt/media-center/Noticias/Paginas/Novo-Comandante-da-Zona-Maritima-dos-Acores0328-1519.aspx

https://www.marinha.pt/pt/media-center/Noticias/Paginas/Tomada-de-posse-do-novo-comandante-da-Zona-Mar%C3%ADtima-da-Madeira.aspx

Outro problema seria uma entidade para ser superior a tais Comandos Estratégicos da Madeira e Açores, possivelmente só um Estado-Maior Estelar :mrgreen:.
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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1519 em: Maio 10, 2023, 09:46:57 am »
Já existem as Zona Mariitma dos Açores e da Madeira com um Comodoro à frente, mas podem mudar de nome.

https://www.marinha.pt/pt/media-center/Noticias/Paginas/Novo-Comandante-da-Zona-Maritima-dos-Acores0328-1519.aspx

https://www.marinha.pt/pt/media-center/Noticias/Paginas/Tomada-de-posse-do-novo-comandante-da-Zona-Mar%C3%ADtima-da-Madeira.aspx

Outro problema seria uma entidade para ser superior a tais Comandos Estratégicos da Madeira e Açores, possivelmente só um Estado-Maior Estelar :mrgreen:.

Que faz um comodoro nos arquipélagos? Espera a chegada de um NPO ou Fragata com adega?
Se nem base aquilo tem. É um gabinete só para constar

Realmente é uma Marinha a fingir.
Disruptiva com o que deve ser uma Marinha
« Última modificação: Maio 10, 2023, 09:47:56 am por Pescador »
 
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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1520 em: Maio 10, 2023, 09:58:17 am »
Penso que coordene as acções dos navios que andem por lá.

Por exemplo o MRCC é local, não depende de Lisboa.

A estrutura de Comando não precisa de ser alterada para se construir um base naval nos Açores, o exercito também tem a Zona Militar dos Açores com um general ou Brigadeiro, para comandar os 2 RG dos Açores.
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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1521 em: Maio 10, 2023, 10:13:38 am »
Penso que coordene as acções dos navios que andem por lá.

Por exemplo o MRCC é local, não depende de Lisboa.

A estrutura de Comando não precisa de ser alterada para se construir um base naval nos Açores, o exercito também tem a Zona Militar dos Açores com um general ou Brigadeiro, para comandar os 2 RG dos Açores.

Então mais fácil fica fazer uma Base. Uma infraestrutura que até podia ser tida como importante para o arquipélago sem ser apresentada só do ponto de vista militar. Mas sim a tal conversa do duplo uso de apoio as populações em caso de catástrofe. Afinal são os militares e suas estruturas que em caso de necessidade reforçam a proteção civil. Uma Base com apoio aos navios aumenta a sua qualidade de permanência e de meios disponíveis. Por exemplo os tais mais pequenos navio logísticos aqui falados noutro tópico
 

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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1522 em: Maio 10, 2023, 01:21:10 pm »
Acho que o problema aqui, é que quando se fala neste tipo de coisas, de criar unidades permanentes "longe de casa", neste caso fora do continente, a preocupação é ter a linha de comando, e depois o resto. Esquecem-se que a componente mais importante, é a operacional, que inclui os meios e quem os opera.

O que eu queria dizer, é que devíamos ter uma base da Marinha, permanente nos Açores e Madeira (e também outra a Norte e outra a Sul), com 1 ou 2 navios permanente lá (o tipo de navios é outra questão, mas hoje podemos falar em NPO e Tejo, amanhã podemos falar de um plano mais sério), e cujas guarnições são originárias da região. Isto permitiria, em teoria, tirar da equação dos candidatos, a ideia de que vão ter que estar constantemente longe de casa (passando a acontecer apenas em situações excepcionais, à semelhança do que já acontece com as corporações de bombeiros).

É que costuma-se dizer muito, que a zona Norte do país, é a que dá mais gente às FA. Mas alguém já se perguntou porquê? E não, não é só a densidade populacional. Acontece porque quem queira ingressar, tem uma carrada de unidades, de várias especialidades, nas redondezas. Comparemos isto, com a Marinha, que tem tudo centrado no Alfeite, que por algum milagre, tem que ser atractivo para quem mora a 10/20km de lá, como para quem mora a 100, 300 e 1500. Assim torna-se mais difícil ter pessoal para tudo, quando malta de longe é obrigada a deslocar-se meio país (no caso dos arquipélagos ainda mais).

Isto é demais evidente, quando para operar um simples patrulha Tejo na Madeira (o Mondego), a maioria da guarnição de somente 24 elementos (sendo que futuros navios, precisarão de ainda menos), é do continente. Não arranjam forma de recrutar 24 elementos (ou 50, para ter 2 navios disponíveis de forma rotativa 24/7) da própria zona?

Isto em Portugal é de facto uma coisa impressionante, centralizamos aquilo que devia ser descentralizado (caso da Marinha), descentralizamos aquilo que devia ser centralizado (caso dos Regimentos de Artilharia, que deviam era estar inseridos numa das unidades que vão apoiar).

Pena que com tantos GTs criados não se sabe bem para o quê, não se criou nenhum para estudar o potencial de cada região do ponto de vista do recrutamento, e para que "armas" das FA. Talvez conseguíssemos ter umas FA bastante interessantes.
 
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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1523 em: Maio 10, 2023, 09:59:39 pm »
O que eu queria dizer, é que devíamos ter uma base da Marinha, permanente nos Açores e Madeira (e também outra a Norte e outra a Sul), com 1 ou 2 navios permanente lá (o tipo de navios é outra questão, mas hoje podemos falar em NPO e Tejo, amanhã podemos falar de um plano mais sério), e cujas guarnições são originárias da região.

5 bases navais para ter um ou dois navios (?), num país como Portugal, que tal ver primeiro quantas bases navais tem a Espanha, o Reino Unido, antes de dizer coisas assim sem noção. .. Se calhar esses paises não tem 5 bases cada um.

Se falarem em Pontos de Apoio Naval, como Portimão, que são cais militares, exclusivos, já era uma grande evolução em vez dos navios estarem em cais civis.

Acho que um local interessante a norte seria aproveitar o RI10 em São Jacinto, até já é área militar, mas o Comando da Zona Maritima Norte está em Matosinhos, podem preferir que os navios continuem a parar em Leixões.



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Isto em Portugal é de facto uma coisa impressionante, centralizamos aquilo que devia ser descentralizado (caso da Marinha)

Os navios movimentam-se...

Citar
descentralizamos aquilo que devia ser centralizado (caso dos Regimentos de Artilharia, que deviam era estar inseridos numa das unidades que vão apoiar).

Então? Devia existir Artilharia nos RI e RC? Isso logísticamente para a artilharia não faz muito sentido ter o material espalhado.
« Última modificação: Maio 10, 2023, 10:06:38 pm por Lightning »
 

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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1524 em: Maio 11, 2023, 12:38:01 am »
5 bases navais para ter um ou dois navios (?), num país como Portugal, que tal ver primeiro quantas bases navais tem a Espanha, o Reino Unido, antes de dizer coisas assim sem noção. .. Se calhar esses paises não tem 5 bases cada um.

Se falarem em Pontos de Apoio Naval, como Portimão, que são cais militares, exclusivos, já era uma grande evolução em vez dos navios estarem em cais civis.

O que entendes por "base naval"? Eu entendo como ter lá infraestrutura necessária, para ter lá um navio de forma permanente. Podemos chamar-lhe o que quisermos, ponto de apoio naval ou o que seja, aqui o que importa, é ter navios em permanência na região, como parte do dispositivo local, e cuja guarnição também é de lá. Se há coisa que não faz sentido, é para conseguir ter um patrulhazinho da treta, com 20 e tal pessoas a bordo, é preciso ir buscar "Zés" a todos os cantos do país, para ir patrulhar uma região que devia ter capacidade própria de guarnecer um patrulha.

Perguntem-se lá se, com os salários actuais, a GNR e PSP tinham gente suficiente, caso, para "encher uma esquadra" num local qualquer, tivessem que arranjar pessoal residente a mais de 100km de distância. Agora imaginem nas FA, para quem ganha ainda menos.

Citar
Acho que um local interessante a norte seria aproveitar o RI10 em São Jacinto, até já é área militar, mas o Comando da Zona Maritima Norte está em Matosinhos, podem preferir que os navios continuem a parar em Leixões.

São Jacinto dava para ser uma pequena base aeronaval. E ainda por cima com a Ria de Aveiro, era possivelmente a zona ideal para uma subunidade de Fuzileiros. Mas, como tudo em Portugal, se tem algum potencial, não serve.

Citar
Os navios movimentam-se...

Os aviões ainda mais, portanto podem operar todos do mesmo sítio?

Citar
Então? Devia existir Artilharia nos RI e RC? Isso logísticamente para a artilharia não faz muito sentido ter o material espalhado.

Devia existir artilharia, tal como acontece em Santa Margarida, inseridos na unidade (Brigada) que os vai operar. É ver o maior quartel da BrigInt, e inserir lá o GAC da Brigada, porque para tão poucos sistemas, não justifica o seu próprio regimento.

Quartéis "mono-missão" se calhar faziam sentido, no tempo do SMO, onde havia uma carrada de gente, e meios em maiores números. Hoje, não se justifica quartéis destinados a uma dúzia de sistemas (às vezes nem isso) e menos de uma centena de militares.
Temos também o caso do RI3 de Beja, que é um Regimento de Infantaria, numa zona do país onde a densidade populacional é extremamente reduzida, e portanto, é o pior sítio para se arranjar pessoal para a especialidade que, em teoria, deveria ser a mais numerosa numas FA. Um RI em Faro, cuja população supera os 400 mil habitantes, fazia muito mais sentido, enquanto que o RI de Beja devia era ser convertido em RAAA, especialidade esta com elevado valor militar, e que funciona com relativamente pouca gente, quando comparado com um RI.
 

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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1525 em: Maio 11, 2023, 11:18:00 am »
5 bases navais para ter um ou dois navios (?), num país como Portugal, que tal ver primeiro quantas bases navais tem a Espanha, o Reino Unido, antes de dizer coisas assim sem noção. .. Se calhar esses paises não tem 5 bases cada um.

Se falarem em Pontos de Apoio Naval, como Portimão, que são cais militares, exclusivos, já era uma grande evolução em vez dos navios estarem em cais civis.

O que entendes por "base naval"? Eu entendo como ter lá infraestrutura necessária, para ter lá um navio de forma permanente. Podemos chamar-lhe o que quisermos, ponto de apoio naval ou o que seja, aqui o que importa, é ter navios em permanência na região, como parte do dispositivo local, e cuja guarnição também é de lá.

Assim já percebo melhor, mas não podemos dizer "o que entendes por base naval", assim cada um pode dar a definição que entender, é como essa do "a guarnição também é de lá", essa condição de certeza que não está escrita em lado nenhum.

Em Portugal, só existe uma base naval que fica no Alfeite, outras instalações nem se aproximam por isso tem outros nomes para diferenciar, a nossa Marinha usa o termo PAN, outros países usam termos como base naval principal e base naval secundária, paises que são potenciais navais tem 2 ou 3 bases navais principais.

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Base_naval

Trabalho a explicar os PAN
https://comum.rcaap.pt/handle/10400.26/12697

Citar
Se há coisa que não faz sentido, é para conseguir ter um patrulhazinho da treta, com 20 e tal pessoas a bordo, é preciso ir buscar "Zés" a todos os cantos do país, para ir patrulhar uma região que devia ter capacidade própria de guarnecer um patrulha.

Ninguém quer saber de onde é que o "Zé" é, ele até pode querer ir para sítios fora de casa como a Madeira, o Algarve...

Citar
Perguntem-se lá se, com os salários actuais, a GNR e PSP tinham gente suficiente, caso, para "encher uma esquadra" num local qualquer, tivessem que arranjar pessoal residente a mais de 100km de distância. Agora imaginem nas FA, para quem ganha ainda menos.

O que não falta é gente da PSP que são do norte e estão em Lisboa, tivesse a PSP à espera de ter gente só da zona de Lisboa para ocupar essas esquadras e tava bem lixado.

Citar
Citar
Os navios movimentam-se...

Os aviões ainda mais, portanto podem operar todos do mesmo sítio?

Teoricamente podiam.
Mas onde eu queria chegar não era bem ai, culpa minha, o que queria dizer é que eles movimentam-se mas não voltam à base ao fim do dia, eles ficam dias ou semanas seguidas no mar e o pessoal não pode ir para casa às 17h, por isso a vida de marinheiro tem essa especificidade própria que difere do exército e da FAP.

Citar
Devia existir artilharia, tal como acontece em Santa Margarida, inseridos na unidade (Brigada) que os vai operar. É ver o maior quartel da BrigInt, e inserir lá o GAC da Brigada, porque para tão poucos sistemas, não justifica o seu próprio regimento.

Eu acho que o GAC da Brigada de Intervenção devia ser desactivado e ficar apenas um GAC AP em Santa Margarida.

Aveiro também me parece um bom sitio para Fuzileiros, tivesse a Marinha um bom número deles, e podiamos ter sub-unidades também no Algarve, nos Açores, para operações mais locais, mas como são poucos não dá.

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Quartéis "mono-missão" se calhar faziam sentido, no tempo do SMO, onde havia uma carrada de gente, e meios em maiores números. Hoje, não se justifica quartéis destinados a uma dúzia de sistemas (às vezes nem isso) e menos de uma centena de militares.
Temos também o caso do RI3 de Beja, que é um Regimento de Infantaria, numa zona do país onde a densidade populacional é extremamente reduzida, e portanto, é o pior sítio para se arranjar pessoal para a especialidade que, em teoria, deveria ser a mais numerosa numas FA. Um RI em Faro, cuja população supera os 400 mil habitantes, fazia muito mais sentido, enquanto que o RI de Beja devia era ser convertido em RAAA, especialidade esta com elevado valor militar, e que funciona com relativamente pouca gente, quando comparado com um RI.

Tem menos gente? Quantas pessoas têm um RI e um RAAA? E ia ser mais facil arranjar pessoal de AAA do que de Infantaria em Beja?

O RI de Beja é de treino. Não está lá nenhum Batalhão. É para treinar recrutas, para apoiar exercicios, coisas assim.
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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1526 em: Maio 11, 2023, 01:04:19 pm »
5 bases navais para ter um ou dois navios (?), num país como Portugal, que tal ver primeiro quantas bases navais tem a Espanha, o Reino Unido, antes de dizer coisas assim sem noção. .. Se calhar esses paises não tem 5 bases cada um.

Se falarem em Pontos de Apoio Naval, como Portimão, que são cais militares, exclusivos, já era uma grande evolução em vez dos navios estarem em cais civis.

O que entendes por "base naval"? Eu entendo como ter lá infraestrutura necessária, para ter lá um navio de forma permanente. Podemos chamar-lhe o que quisermos, ponto de apoio naval ou o que seja, aqui o que importa, é ter navios em permanência na região, como parte do dispositivo local, e cuja guarnição também é de lá.

Assim já percebo melhor, mas não podemos dizer "o que entendes por base naval", assim cada um pode dar a definição que entender, é como essa do "a guarnição também é de lá", essa condição de certeza que não está escrita em lado nenhum.

Em Portugal, só existe uma base naval que fica no Alfeite, outras instalações nem se aproximam por isso tem outros nomes para diferenciar, a nossa Marinha usa o termo PAN, outros países usam termos como base naval principal e base naval secundária, paises que são potenciais navais tem 2 ou 3 bases navais principais.

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Base_naval

Trabalho a explicar os PAN
https://comum.rcaap.pt/handle/10400.26/12697

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Se há coisa que não faz sentido, é para conseguir ter um patrulhazinho da treta, com 20 e tal pessoas a bordo, é preciso ir buscar "Zés" a todos os cantos do país, para ir patrulhar uma região que devia ter capacidade própria de guarnecer um patrulha.

Ninguém quer saber de onde é que o "Zé" é, ele até pode querer ir para sítios fora de casa como a Madeira, o Algarve...

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Perguntem-se lá se, com os salários actuais, a GNR e PSP tinham gente suficiente, caso, para "encher uma esquadra" num local qualquer, tivessem que arranjar pessoal residente a mais de 100km de distância. Agora imaginem nas FA, para quem ganha ainda menos.

O que não falta é gente da PSP que são do norte e estão em Lisboa, tivesse a PSP à espera de ter gente só da zona de Lisboa para ocupar essas esquadras e tava bem lixado.

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Os navios movimentam-se...

Os aviões ainda mais, portanto podem operar todos do mesmo sítio?

Teoricamente podiam.
Mas onde eu queria chegar não era bem ai, culpa minha, o que queria dizer é que eles movimentam-se mas não voltam à base ao fim do dia, eles ficam dias ou semanas seguidas no mar e o pessoal não pode ir para casa às 17h, por isso a vida de marinheiro tem essa especificidade própria que difere do exército e da FAP.

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Devia existir artilharia, tal como acontece em Santa Margarida, inseridos na unidade (Brigada) que os vai operar. É ver o maior quartel da BrigInt, e inserir lá o GAC da Brigada, porque para tão poucos sistemas, não justifica o seu próprio regimento.

Eu acho que o GAC da Brigada de Intervenção devia ser desactivado e ficar apenas um GAC AP em Santa Margarida.

Aveiro também me parece um bom sitio para Fuzileiros, tivesse a Marinha um bom número deles, e podiamos ter sub-unidades também no Algarve, nos Açores, para operações mais locais, mas como são poucos não dá.

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Quartéis "mono-missão" se calhar faziam sentido, no tempo do SMO, onde havia uma carrada de gente, e meios em maiores números. Hoje, não se justifica quartéis destinados a uma dúzia de sistemas (às vezes nem isso) e menos de uma centena de militares.
Temos também o caso do RI3 de Beja, que é um Regimento de Infantaria, numa zona do país onde a densidade populacional é extremamente reduzida, e portanto, é o pior sítio para se arranjar pessoal para a especialidade que, em teoria, deveria ser a mais numerosa numas FA. Um RI em Faro, cuja população supera os 400 mil habitantes, fazia muito mais sentido, enquanto que o RI de Beja devia era ser convertido em RAAA, especialidade esta com elevado valor militar, e que funciona com relativamente pouca gente, quando comparado com um RI.

Tem menos gente? Quantas pessoas têm um RI e um RAAA? E ia ser mais facil arranjar pessoal de AAA do que de Infantaria em Beja?

O RI de Beja é de treino. Não está lá nenhum Batalhão. É para treinar recrutas, para apoiar exercicios, coisas assim.

"O que não falta é gente da PSP que são do norte e estão em Lisboa, tivesse a PSP à espera de ter gente só da zona de Lisboa para ocupar essas esquadras e tava bem lixado."

Esse é exatamente outro problema que agora pesa nos que pretendem ser voluntários.
Se fosse mais agilizado o processo de distribuição pelo País teriam mais. Até porque culturalmente falando, sem melindrar, ou ser fóbico, a maioria sempre foi mesmo do Norte. E agora cortam-se.

Se querem ter profissionais, ou seja, gente que fica a vida toda, tem de planear as instalações não só no aspecto "estratégico" se é que existe, as vezes nem parece, mas também nos recursos humanos. E ter uma Base, chamem-lhe o que quiserem, nos Arquipélagos é estratégico e útil no aspecto dos recursos. falamos de pessoas insulares, viradas para o mar. Decerto não teriam grande problemas de voluntários para pequenas bases de apoio e tripulações de patrulhas.
Qual o problema de ter 1 ou 2 Patrulhas permanentes? Só pelo facto de não existirem, porque não constroem os devidos nem fazem a manutenção dos que existem. Mas isso é outro aspecto.
Decerto os Arquipélagos e suas gentes se sentiriam honrados de serem os que tomam conta da sua casa
 

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Lightning

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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1527 em: Maio 11, 2023, 01:27:09 pm »
Esse é exatamente outro problema que agora pesa nos que pretendem ser voluntários.
Se fosse mais agilizado o processo de distribuição pelo País teriam mais. Até porque culturalmente falando, sem melindrar, ou ser fóbico, a maioria sempre foi mesmo do Norte. E agora cortam-se.

Se querem ter profissionais, ou seja, gente que fica a vida toda, tem de planear as instalações não só no aspecto "estratégico" se é que existe, as vezes nem parece, mas também nos recursos humanos.

Isso concordo, as novas gerações já não são como o pessoal de 20 anos atrás (nem vale a pena ir mais atrás), antes as pessoas ainda pensavam a medio-longo prazo, os militares RC tinham como objectivo concorrer à PSP/GNR, depois podiam (mais na PSP) ter de ir uns bons anos (às vezes 10) para área de Lisboa, e na altura também ia muita gente para os Açores, sempre com o objectivo de um dia mais tarde, conseguir ir mais para perto de casa, tal como pessoal do exército ia para Santa Margarida, o da Força Aérea ia para a base de Beja...

Os militares jovens que vejo agora, tem simplesmente uma visão do agora, o que quer que eu faça agora tem que me satisfazer e ser cativante, senão vou embora. Por isso o pessoal sai para ir trabalhar para supermercados, emigra.
« Última modificação: Maio 11, 2023, 01:28:09 pm por Lightning »
 

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Icterio

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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1528 em: Maio 11, 2023, 02:28:15 pm »
O olhar crítico das gerações mais antigas sobre as seguintes é uma constante.

Provavelmente olhamos para os jovens de hoje com os mesmos sentimentos que a geração dos nossos pais olhava para nós, e assim por adiante.

"No meu tempo isto não era nada assim..."

 

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Lightning

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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1529 em: Maio 11, 2023, 07:56:13 pm »
O olhar crítico das gerações mais antigas sobre as seguintes é uma constante.

Provavelmente olhamos para os jovens de hoje com os mesmos sentimentos que a geração dos nossos pais olhava para nós, e assim por adiante.

"No meu tempo isto não era nada assim..."

Eu percebo isso, mas não era com sentido negativo, talvez até uma pontinha de inveja  :mrgreen:, parecem-me menos idealistas mas mais realistas.
Possivelmente o mundo de hoje leva a isto, as baixas espectactivas salariais na maior parte da função pública, os preços altissimos das casas nas grandes cidades, e depois temos os instagrams cheios de gente que parece que a vida deles é passear pelo mundo de férias o ano todo, nada disso incentiva a idealismos ou a sacrifícios.
« Última modificação: Maio 11, 2023, 07:57:30 pm por Lightning »
 
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